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4 METODOLOGIA

4.2 Contexto da pesquisa

O contexto geográfico e sociocultural no qual a presente pesquisa foi desenvolvida abrange os 9 municípios que compõem o território de identidade19

conhecido como Piemonte da Diamantina, classificado como a região número 16 do Estado da Bahia, que por sua vez é integrante de uma das sete mesorregiões que subdividem o estado, mais especificamente a mesorregião do Centro Norte Baiano, como pode ser observado na demarcação feita no mapa da figura 1:

18 (...) a construção de um projeto de multimétodo exige que as ferramentas metodológicas sejam

selecionadas em relação a suposições teóricas sobre a natureza da realidade social sob investigação. Métodos quantitativos e qualitativos geralmente fornecem informações sobre diferentes níveis de descrição sociológica: as análises quantitativas mostram fenômenos em um nível agregado e podem assim permitir a descrição de estruturas macrosociais. Embora os dados qualitativos possam também relacionar-se com fenômenos em um nível macrosocietal, sua força específica reside em sua capacidade de levantar o véu nos microprocessos sociais e tornar visíveis fenômenos culturais até então desconhecidos. Para formular explicações sociológicas adequadas de certos fenômenos sociais, muitas vezes será necessário combinar ambos os tipos de informação (Tradução nossa).

19 De acordo com a lei estadual nº 13.214, o Território de Identidade é “a unidade de planejamento de

políticas públicas do Estado da Bahia, constituído por agrupamentos identitários municipais, geralmente contíguos, formado de acordo com critérios sociais, culturais, econômicos e geográficos, reconhecido pela sua população como o espaço historicamente construído ao qual pertencem, com identidade que amplia as possibilidades de coesão social e territorial, conforme disposto no Plano Plurianual do Estado da Bahia” (BAHIA, 2014).

Figura 1 - Localização da região do Piemonte da Diamantina no mapa do estado da Bahia

(BAHIA, 2015, p. 4)

https://pt.scribd.com/document/308629597/Perfil-Piemonte-da-Diamantina-pdf

A Região do Piemonte da Diamantina era composta, até 2015, por dez municípios, entretanto com a reorganização político-territorial, por conta da saída do município de Capim Grosso para o território da Bacia do Jacuípe, o Piemonte da Diamantina apresenta atualmente a seguinte configuração, mostrada no mapa da figura 2:

Figura 2 - Mapa dos municípios que compõem a região do Piemonte da Diamantina

(BAHIA, 2018) http://nte16.educacao.ba.gov.br/?page_id=6

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região do Piemonte da Diamantina apresentou em 2018 uma estimativa total de 209.495 habitantes, sendo que cerca de 60,5% dos habitantes do território residem na zona urbana e o município de Jacobina responde por aproximadamente 38% da população total da região, como pode ser observado na tabela 1:

Tabela 1 - Dados demográficos dos municípios do Piemonte da Diamantina Município Área (em

Km2) População estimada em 2018 (hab.) Densidade demográfica (hab/ Km2) Caém 540,908 9.372 18,91 Jacobina 2.192,906 80.394 33,60 Miguel Calmon 1.599,672 26.159 16,88 Mirangaba 1.751,781 18.195 9,59 Ourolândia 1.544,988 17.389 11,03 Saúde 509,098 12.883 23,49 Serrolândia 322,022 13.347 41,72 Umburanas 1.775,634 19.034 10,18 Várzea Nova 1.225,889 12.722 10,96 (IBGE, 2019) http://www.cidades.ibge.gov.br/v3/cidades/home-cidades

Uma característica marcante dos municípios do território é a baixa densidade demográfica, explicada historicamente pela cultura tipicamente rural ainda presente, que começou a ser modificada especialmente a partir da metade dos anos 80 do século XX, com o surgimento de novos municípios através da emancipação de diversos distritos pertencentes a Jacobina, considerada a “cidade mãe” da região.

O município de Jacobina com 70% da população vivendo na zona urbana é quem apresenta a maior taxa de urbanização dentre os 9 municípios. Em contraste, Caém, Mirangaba, Ourolândia e Umburanas ainda possuem a maior parte dos habitantes vivendo na zona rural (IBGE, 2019).

No que diz respeito a Educação, os municípios analisados apresentam melhoras no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)20, no que se

refere a etapas dos anos inicial (1º ao 5º ano) e final (6º ao 9º ano) do ensino fundamental. Os valores variaram entre 4,0 a 5,4 para os anos iniciais e 3,1 a 3,6 para os anos finais do ensino fundamental, como mostrado na tabela 2. Estes valores ficaram próximos da média da rede pública do estado da Bahia em 2017 para os anos iniciais com 4,7 e para as etapas finais que é 3,4. Além disso, os valores também ficaram abaixo da média nacional de 2017 que foi de 5,6 para os anos iniciais e 4,3 para as etapas finais.

Tabela 2 - Nota do IDEB dos municípios do Piemonte da Diamantina Município IDEB – 2017 (anos iniciais) IDEB – 2017 (anos finais)

Caém 4,6 3,1 Jacobina 4,9 3,4 Miguel Calmon 4,6 3,2 Mirangaba 4,6 3,3 Ourolândia 4,1 3,2 Saúde 4,1 3,2 Serrolândia 5,4 3,1 Umburanas 4,0 3,3 Várzea Nova 4,5 3,6 (IBGE, 2019) http://ideb.inep.gov.br/resultado/home.seam?cid=3599460

20 O IDEB é um instrumento de avaliação lançado em 2007 pelo governo federal para quantificar a

qualidade do ensino nas escolas do país. Sua função é medir a qualidade do ensino fundamental (nas etapas iniciais e finais) e o ensino médio. O cálculo se baseia no rendimento escolar, no que diz respeito a aprovação, reprovação e abandono dos alunos, além do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e da Prova Brasil, que são realizados a cada dois anos. A escala do IDEB vai da nota zero a dez, sendo que a meta do governo brasileiro é chegar a nota 6 até 2022, pois é a média dos 20 países mais bem colocados do mundo no que diz respeito a educação (BRASIL, 2016).

Soma-se a isso a meta do governo federal de chegar a nota 6 no IDEB até o ano de 2022 (média dos países considerados desenvolvidos). Dessa forma, para que a nota do IDEB atinja os patamares esperados, é imprescindível que os alunos aprendam, não faltem as aulas e não repitam o ano. Assim é importante, entre outras coisas, que as políticas públicas educacionais referente as condições de trabalho docente sejam frequentemente (re)discutidas e aprimoradas.