• Nenhum resultado encontrado

Controle de plantas invasoras através de descargas elétricas'^

Características do problema e práticas de controle utilizadas

As plantas invasoras são basicamente controladas, em larga escala, por meio do uso de herbicidas.

M étodo de controle alternativo utilizado e disponível

Eletroherb® é um equipam ento inédito no Brasil que co n tro la plantas invasoras por meio de descargas elétricas. 0 equipamento surgiu de pesquisas realizadas pelos Professores A ugusto F. da Eira e Fernando M. de Alm eida, da Unesp, Botucatu, SP.

0 princípio de funcionamento é a energia elétrica gerada por um con­ junto motor-gerador/transformador que controla as plantas invasoras. Esta energia é dosada em circuitos eletrônicos de controle que permitem administrá-la em função do número de plantas, velocidade de deslocamento, tamanho dos eletrodos aplicadores e da própria limitação de potência do modelo de máquina que estiver sendo usado.

A energia é aplicada nas partes aéreas das plantas por um pente de eletrodos; os elétrons percorrem a parte aérea desta série de plantas, vão até as raízes, bulbos e rizomas e dispersam-se pelo solo até encontrarem as raízes de uma outra série de plantas, m igrando até a parte aérea que está polarizada pelo o u tro eletrodo. A corrente elétrica que circula na planta destrói a estrutura espacial das moléculas e de enzimas que desempenham funções vitais para as plantas, tais como: absorção de água e nutrientes, fotossíntese, respiração e outras. As plantas murcham e secam dentro de 2 a 5 dias. Ressalta-se que a energia circula (fecha o circu ito ) sempre entre dois eletrodos que estão sob a proteção de uma asa de fibra de vidro isolante e à prova de fogo e abrasão (o mesmo material usado em aviões de pequeno

1 8 6 --- M é to d o s A lte rn a tiv o s de C ontrole F ito s s a n itá rio

porte). Recomenda-se, entretanto, m anter uma distância mínima de 1 metro dos aplicadores, pois às vezes plantas com estolões podem estar presentes e causar um choque desconfortável, embora de pequeno risco.

O Eletroherb® não causa prejuízo à cultura ou ao am biente. Não polui nem contam ina o solo e as cadeias alim entares. Devido à baixa resistência/ im pedância do solo (1 a lO K r), contra 200K r a 1,5M r das plantas, apenas uma pequena fração da energia do Eletroherb® é dissipada no solo, considerando o circu ito eletrodo/planta/raiz/solo/raiz/planta/eletrodo. Dessa form a, o solo pode ser com parado a um condutor elétrico de baixa resistência, não estabelece uma dife­ rença de potencial (voltagem) suficientemente elevada para matar uma minhoca, um besouro e muito menos um microrganismo (0,7 a 7V/cm de solo, aproximadamente).

Quando comparado aos métodos convencionais de controle de plantas invasoras, o Eletroherb® apresenta uma redução no custo na ordem de 30 a 50% , em função do modelo e da cultura. Além da vantagem econômica, o maior beneficiado é o ambiente. Pode chover logo após a aplicação que o trabalho não é perdido e não ocorre contaminação do solo, nem de corpos d’ água.

Possibilidades de uso da técnica de controle alternativo

Os atuais modelos podem ser utilizados nas culturas de citros, maçã e outras frutas, cana-de-açúcar e na formação de florestas; com adaptações, o uso poderá ser estendido a todas as culturas.

Estão disponíveis modelos de potência 48 (EWC 60/48-94) a 67 KVA (EWC 85/67-94) (4 e 6 cilindros). Sob encomenda, modelos de menor e maior potên­ cia poderão ser produzidos. Por exemplo, para cultivo mínimo e plantio direto, m o­ delos de maior potência estão sendo desenvolvidos para perm itir rendimento agríco­ la acima de 2ha/h.

Dependendo do tipo, idade e densidade das plantas, potência da máqui­ na, velocidade de aplicação e largura (faixa de aplicação) dos eletrodos, o controle atinge de 80 a 100% .

1 88 ' - ^ z z z u z z z z z z iz z z z z z z r r z ^ ^ z r M é to d o s A lte rn a tiv o s de Contole F itossa n itá rio zz

Quanto às plantas perenes, são necessárias aplicaç>es repetidas e um manejo auxiliar adequado, tal como se recomenda nos processoíquímicos con­ vencionais. O Eletroherb® controla todas as plantas invasoras 3m pós-emer- gência, anuais e perenes, inclusive tiririca , brachiaria e outras. 0 s u rendim ento é de cerca de 1 a 2 ha/hora, havendo necessidade de investir em ecnologias de ponta para aum entar o rendim ento.

Em relação à segurança, pode-se afirm ar que o q u ipam en to é tota lm e n te seguro, pois contém sensores de aterram ento, m ovim into, tem pera­ tura do transform ador, gerador, tiristores e outros com ponentes ie alta p otên­ cia e sensor de assento do tra to rista . Os circu ito s foram d uplicao s e, por meio de detectores de coincidência, um circu ito verifica a inform açãodo outro, não sendo perm itidas inform ações desencontradas. Existem c irc u ito supressores de ruídos e transientes de tensão. O equipam ento possui ainda un sistema anti- fogo para im pedir o início da com bustão da palha.

O principal problema relacionado com o uso do eqipam ento é o seu preço finai, que varia de R $ 7 3 .0 0 0 ,0 0 a R $ 8 5 .0 0 0 ,0 0 , dpendendo do modelo e da com posição dos aplicadores. Entretanto, atualmente a produção é to ta lm e n te artesanal, não tendo linha de m ontagem industrial, o qie certam ente reduziria o custo final do produto. Também há necessidade de teinam ento do operador (15 horas).

Referências

COPERSUCAR. Recom endações de assepsia para e vita r a dissem inação de doenças bacterlanas sistê m ica s na cana-de-açúcar. Piracicaba: 1 9 8 5 . 4p. (Série M elhoram ento, 16).

GHINI, R. D esinfestação do solo com o uso de energia solar: solarização e co le to r solar. Jaguariúna: Embrapa-CNPMA, 1 9 9 7 . 29 p. (Embrapa-CNPMA. Circular Técnica, 1).

GH IN I, R.; BETTIO L, W . C o le to r so la r para d e s in fe s ta ç ã o de s u b s tra to s . S um m a P h yto p a th o lo g ica , v. 17, p. 2 8 1 -2 8 6 , 1991.

SASAKI, T.; HONDA, Y.; U M E K A W A , M .; NEMOTO, M. C ontrol o f certain diseases o f greenhouse vegetables w ith u ltra vio le t-a b so rb in g vin yl film . Plant Disease, v. 69, p. 530- 5 3 3 , 1 9 8 5 .

6

Controle de doenças de plantas