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C ontrole biológico da broca-do-café^^ Características da praga e práticas de controle utilizadas

A broca-do-café, Hypothenemus h a m p e i (Ferrari), é um pequeno be­ souro que ataca os frutos de café em todos os estádios: verde, maduro e secos com teor de umidade em torno de 14%. Os prejuízos resultam na queda de frutos, perda de peso e da qualidade, alterando a bebida e a classificação do tipo do café.

Apesar de infestar todas as espécies de café, o conillon (Coffea

canephora Pierrey é mais atacado do que o arábica (C offea arabica L ) , a exem ­

plo do que ocorre na região norte do Estado do Espírito S anto, onde se cu ltiva a primeira espécie e a broca constitui-se no principal problem a fito s s a n itá rio . Este fa to é devido principalm ente ao clima que fa vo re ce o seu desen vo lvim e n to e à desigualdade de m aturação dos fru to s que fo rn e ce a lim ento durante um período maior de tem po, causando danos elevados.

0 controle convencional no Estado do Espírito S anto é fe ito com o uso do inseticida clorado endossulfam .

M étodo de controle alternativo utilizado ou disponíve l

A vespa-de-U ganda, Prorops n a s u ta W a te rs o n , fo i im p o rta d a de Kam pala, Uganda, em 1 9 2 9 , e fo i u tiliza d a no c o n tro le b io ló g ic o da b ro ca -d o - café durante o período de 1 9 3 3 a 1 9 4 0 , sendo p o s te rio rm e n te a b a n d o n a d a e substituída pelos produtos quím icos. A p a rtir de 1 9 9 0 fo i d e te c ta d a a sua o c o r­ rência natural no Estado do Espírito Santo, passando-se e ntão a m u ltip lic á -la em la b o ra tó rio e a liberá-la em algum as p ro p rie d a d e s para re d u z ir a in fe s ta ç ã o da broca-do-café.

Por sua v e z , a v e s p a -d a - C o s ta - d o - M a r fim , C e p h a lo n o m ia

stephan oderís Betrem , fo i im p o rta d a da C o lô m b ia pela Em presa C a p ixa b a de

Pesquisa A g ro p e c u á ria - Emcapa^“^, em 1 994, por interm édio do Laboratório de Quarentena "C osta Lim a", da Embrapa IVleio Am biente, Jaguariúna, SP.

Os parasitóides citados são m ultiplicados em laboratório na própria broca-do-café, que é criada em fru to s frescos no período da safra e em frutos secos com pergam inho, no período da entressafra. Algumas tentativas têm sido feitas no sentido de u tiliz a r d ie ta a rtific ia l para a m ultiplicação das brocas, mas ainda falta conhecim ento para isso.

Para liberação no cam po, os parasitóides são levados à cultura den­ tro dos próprios fru to s onde se criaram , os quais são acondicionados em sacolas de filó. Esses agentes são liberados no campo durante o período de entressafra do café para redução da população da broca que permaneceu na área, e no período do início da m aturação dos fru to s , quando a broca já esteja ovipositando. Geralmente, são realizadas três liberações por ano, de acordo com a porcentagem de frutos atacados ou brocados. Quando, no início de maturação dos frutos, houver uma ocorrência de cerca de 0 ,0 6 % de fru to s brocados, libera-se 6 .0 0 0 vespas/ha.

O grande impulso ao desenvolvimento dessa técnica deveu-se ao fato de, em 1 9 8 5 , te r sido proibido o uso do produto recomendado para o controle da broca, endosuifam , no Estado do Espírito Santo. Isto porque esse inseticida, além de pertencer ao grupo dos clorados, estava causando problemas de intoxicação a aplicadores e animais. Assim , por solicitação dos cafeicultores, foi iniciado um estudo pela Emcapa em busca de alternativas de controle da broca. Desde então, essa té c­ nica fo i d e se n vo lvid a e aprim orada por meio de projetos de pesquisa conduzidos, durante 11 anos, por essa instituição.

Possibilidades de uso da técnica de controle alternativo

Em 1 997, a área em que se utilizava os parasitóides para o contro­ le da broca-do-café era de 1 5ha. Nessa área, pode-se constatar, no primeiro ano da C o n tro le B io ló g ic o e o u tra s té c n ic a s a lte rn a tiv a s de c o n tro le de pragas agropecuárias i: 1 3 3

liberação da vespa-de-Uganda, uma média de infestação da broca de 1 4 ,3 3 % . No terceiro ano, a média de fru to s brocados caiu para 0 ,8 8 % , onde se conclui que o agente foi promissor na redução da população da praga.

Apesar de existirem dois laboratórios que receberam treinam ento da Emcapa e exemplares das vespas para iniciarem a criação, um localizado em um colégio agrícola e outro em uma cooperativa de cafeicultores, ainda não há disponibilidade dos parasitóides no mercado para aquisição pelos cafeicultores.

A área cultivada no Espírito Santo com café conillon é extensa, sendo o Estado o primeiro produtor nacional do produto. Como a porcentagem de frutos brocados é grande, para o controle biológico ser efetivo e abrangente há a necessidade de se incrementar a estrutura física e os recursos hum anos para que sejam aprofundados os conhecimentos em relação a esta tecnologia. Apoio ta m ­ bém deve ser dado às entidades envolvidas com a cafeicultura para a im plantação de mais laboratórios multiplicadores dos agentes biológicos de controle da broca.

Devido à grande difusão do m étodo biológico de co n tro le da bro- ca-do-café e o próprio interesse dos cafeicultores em preservar a sua saúde e o am biente, as perspectivas de im plantação na região são grandes, mas não há oferta suficiente de parasitóides para atender toda a demanda. P ortanto, reco­ menda-se incentivar a construção de pelo menos um laboratório para produção das vespinhas por m unicípio produtor de café, para atender aos ca fe icu lto re s.

Controle biológico da mosca-dos-chifres em gado de corte^®