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C ontrole biológico da lagarta-da-soja^ C aracterísticas da praga e práticas de co n tro le utilizadas

As lagartas-da-soja são de coloração variada, podendo ser verdes, avermelhadas ou pretas, apresentando 5 listras brancas longitudinais. São bastan­ te ativas e atacam as folhas. Na medida em que crescem , se alim entam mais e chegam a destruir com pletam ente as folhas das plantas de soja. Em infestações severas chegam a se alimentar também das hastes mais novas das plantas.

A form a convencional e ainda a m ais utilizada para o co n tro le deste inseto é a aplicação de inseticidas químicos.

M étodo de controle alternativo utilizado ou disponível

0 Baculovirus anticarsia é um vírus de poliedrose nuclear (VPN) per­ tencente à família Baculoviridae, que é restrita a invertebrados. Este VPN foi isolado

102 - ---M é to d o s A lte r n a tiv o s de C o n tro le F ito s s a n itá rio

de lagartas-da-soja, A n tica rsia gem m atalis Hueb., infectadas ou mortas naturalmen­ te em lavouras de soja da região de Londrina, PR e se destina ao controle desta espécie de inseto.

O B a cu lo viru s pode ser m ultiplicado ta n to em laboratório, com o em lavouras de soja. Em la boratório , o inseto é criado continuam ente em dieta artificial. Larvas de início de q u in to instar são inoculadas com o vírus mediante incorporação na d ie ta do inseto. A o morrerem, as larvas são coletadas e arma­ zenadas sob co n g e la m e n to . No cam po, o vírus é aplicado em lavouras de soja com populações m oderadas a altas. A partir do sétim o dia da aplicação, as larvas m o rta s pelo p a tóge no são coletadas e armazenadas sob congelam ento. 0 material é hom ogeneizado em água, filtra d o e em seguida form ulado. 0 material filtrado é m istu ra d o com caolin seco e moído, resultando em uma form ulação pó-m olhável.

As técnicas específicas para o VPN da lagarta-da-soja foram desen­ volvidas pela Embrapa Soja, te ndo sido dedicados vários anos à sua pesquisa. Esse método tem sido utilizado em substituição ao uso de inseticidas químicos, principal­ mente porque os p ro d u to s biológico s são seletivos, seguros à saúde do homem e outros vertebrados e não-poluentes do solo e água.

Q uanto à aplicação do vírus, ela é fe ita quando a maioria das lagartas ainda são pequenas ( < 1,5cm ) e num número m áxim o de 10 lagartas por m etro linear de file ira de soja (ou 20/pano de amostragem ). A dose utilizada é de 20 a 2 5 g da fo rm u la çã o /h a ou 1 ,5 -2 ,0 x 1 0 " poliedros/ha. Em situações de seca prolongada d u rante a safra, o número m áxim o de lagartas para a aplica­ ção do vírus deve ser a m etade do descrito acima.

Para a a plicação do B aculovirus pode-se utilizar equipam ento costal, tra to riz a d o ou aéreo. Nos dois prim eiros casos usa-se um volum e mínimo de 1001 de calda/ha. Para a aplicação aérea usam-se no mínimo 151, quando o veículo fo r a água, ou 5 l/ha quando o veículo fo r óleo. Geralmente a aplicação é fe ita em meados de dezem bro a meados de janeiro. De um modo geral, uma aplicação é sufi-

ciente para o controle da lagarta da soja, pois as lagartas que morrem em decorrên­ cia da aplicação repõem grande quantidade de vírus sobre as plantas, servindo de inóculo para contam inar as lagartas eclodidas posteriormente à aplicação.

0 vírus pode ser m isturado ao inseticida Curacron® (profenofós), a 30g de i.a./ha, ou ao inseticida endossulfam, a 35g i.a./ha, para situações em que a população de lagartas tenha ultrapassado o lim ite para o uso do vírus isoladamente. Estes dois produtos são, até o momento, os únicos inseticidas oficialmente registrados para a mistura com o vírus. No entanto, pesquisas têm dem onstrado que os outros produtos também recomendados para o controle da lagarta, via de regra, funcionam na mistura a 1 /4 da dose recomendada.

Possibilidades de uso da té cn ica de controle a lte rn a tivo

0 p ro d u to à base de B a c u lo v iru s chega ao p ro d u to r a um c u s to médio de R$ 1 ,8 0 - 2 ,GO/ha, depois da sua produção e form ulação por empresas privadas.

A área em que se u tiliza esse c o n tro le m anteve-se ao redor de 1 m ilhão de ha, desde a safra 1 9 8 9 /9 0 até a sa fra 1 9 9 7 /9 8 , quando a tin g iu 1 ,4 milhão de ha. Posteriorm ente, o uso do vírus passou a oscilar entre 1 m ilhão e 1,4 m ilhão de ha. Desde que aplicado dentro das recom endações, a eficácia de co n ­ tro le é superior a 8 0 % .

0 p ro d u to e n co n tra -se re g istra d o no M in is té rio da A g ric u ltu ra , conform e a legislação vigente para defensivos agrícolas. 0 mercado para em pre­ sas que co m ercializam o p ro d u to tem sido de 1 m ilhão a 1 ,4 m ilhão de ha. Na safra 1 9 9 6 /9 7 foram produzidas cerca de 35 toneladas de lagartas m ortas pelas várias empresas que com ercializam o p ro d u to , quantidade su ficie n te para tra ta r cerca de 1 ,7 5 m ilhão de ha na safra 1 9 9 7 /9 8 , mas as em presas co lo ca ra m no mercado quantidades de vírus para tratar 1,4 milhão de ha.

Q u a n to aos p ro b le m a s e n c o n tr a d o s p e la s e m p re s a s na im plementação desse m étodo de controle, destacam-se: a dificuldade para registro

C o n tro le B io ló g ico e o u tra s té c n ic a s a lte rn a tiv a s de c o n tro le de pra g a s agro p e cu á ria s 105 do produto pelas empresas, que demorou praticam ente 3 anos, e a necessidade de aprim orar a form ulação atual e o m étodo de produção em laboratório, que ainda é m u ito oneroso. E quanto aos problemas que dificultam o uso ainda mais extensivo desse método de controle destacam-se: ação relativamente mais lenta quando com ­ parado aos químicos, uma vez que o inseto continua se alimentando por alguns dias, embora em menor quantidade. Daí a necessidade de ajustar a aplicação contra lagar­ tas quando forem , em sua maioria, pequenas.

Caso seja possível aperfeiçoar consideravelm ente os m étodos de produção, principalm ente em laboratório, acredita-se que a área tratada possa atin g ir 4 milhões de ha.

Os endereços das empresas que com ercializam o produto na fo r­ m ulação em pó molhável podem ser encontradas no seguinte endereço eletrôni­ co: h ttp ://w w w .c n p s o .e m b ra p a .b r/b a c u lo v .h tm . 0 controle de qualidade de lo­ tes de produção das empresas é realizado na Embrapa Soja, Londrina, PR.

C ontrole biológico dos pulgões-do-trigo^