ENFERMAGEM
Rosa Régia Sousa de Medeiros , Asces-Unita. rosamedeiros@asces.edu.br
Diego Augusto Lopes de Oliveira , Asces-Unita. diegooliveira@asces.edu.br
Natália Alves Gomes Moraes
, Asces-Unita. 2017106060@app.asces.edu.br Maria Eliane Barbosa de Araújo , Asces-Unita. 2017206117@app.asces.edu.br
Emanuelly Mayara de Lima Jerônimo , Asces-Unita. 2017206024@app.asces.edu.br RESUMO
A enfermagem exerce um papel fundamental na sociedade, que vai muito além da simples oferta de cuidado. Configurando-se como uma profissão que exige do profissional, habilidades educacionais voltadas para à melhor assistência aos utentes. Neste contexto ressalta-se a efetividade dos profissionais de enfermagem na construção de materiais educativos. OBJETIVO: Discorrer sobre a criação de cartilhas educativas para agentes comunitários de saúde, como um produto do processo de aprendizagem dos discentes. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, realizado mediante às atividades propostas pela matriz curricular do curso integrado de Bacharelado em Enfermagem. Utilizou-se à metodologia ativa Deeper Learning, que na linguagem brasileira define-se como Aprendizagem Profunda. RESULTADOS: Escolheu-se um grupo de profissionais para que os discentes pudessem planejar ações de educação continuada, visando atender às circunstâncias e necessidades de um determinado serviço, com o intuito de favorecer um crescimento pessoal e profissional dos indivíduos envolvidos, refletindo na qualidade da assistência prestada. CONCLUSÃO: O uso da metodologia ativa como ferramenta de ensino-aprendizagem no curso de enfermagem, serviu para que os discentes adquirissem autonomia suficiente para serem protagonistas das mudanças benéficas nos cenários de saúde, sendo capazes de serem agentes educadores, transformando realidades diante a adoção de novas abordagens que visam a comunicação e participação interpessoal. Palavras-Chave: Educação em saúde; Atenção Primária a Saúde; Enfermagem; Cartilhas educativas.
INTRODUÇÃO
Barbiani, Nora e Schaefer (2016) dizem que a enfermagem exerce um papel fundamental na sociedade, que vai muito além da simples oferta de cuidado. Configurando-se como uma profissão que exige do profissional, habilidades educacionais voltadas para à melhor assistência aos utentes, visto que o papel de educador deve ser inerente à formação acadêmica, devido sua atuação na prevenção e promoção da saúde coletiva como um ser
político-social, agente de mudança social. Neste contexto ressalta-se a efetividade dos profissionais de enfermagem na construção de materiais educativos impressos do tipo cartilhas educativas, como fontes capazes de promover resultados expressivos para os participantes das atividades diante de alguma temática específica.
As esferas sócio-econômico-político do país influenciam diretamente a educação na área da saúde, a qual vem passando por inúmeras mudanças ao longo dos anos. Dessa forma é pertinente realizar com frequência alguns programas educativos e obter resultados condizentes com os padrões de qualidade estabelecidos. Neste contexto vale ressaltar a importância da educação continuada, pois a mesma promove o desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores, sendo um processo de formação social e intelectual fundamental para o aperfeiçoamento das habilidades que visa à construção de conhecimento, mesclando a teoria à prática. (SAMPAIO, et al. 2016).
A Atenção Básica no Brasil tem como prerrogativa desenvolver o mais alto grau de descentralização, aproximando a saúde da vida das pessoas, funcionando como principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Na dinâmica do trabalho em equipe na UBS, o Agente Comunitário de Saúde é um profissional que merece destaque, pois os mesmos são principais mediadores entre a população e os serviços de saúde, além de obter funções estratégicas e complexas relacionadas à educação em saúde e divulgação de informações. (GUERRA, et al. 2018).
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve um papel essencial, pois é inserido numa dimensão singular, visto que contribui para a prestação de cuidados integrais de saúde a indivíduos e coletividades. É atribuído ao enfermeiro a supervisão, coordenação e realização das atividades de educação permanente na atenção básica. uma vez que o trabalho em saúde exige competências para a prática profissional, colocando os profissionais em uma busca diária e permanente de atualização. (VIANA, et al. 2015).
De acordo com (RAMOS et.al, 2016), a enfermagem é uma ciência que necessita identificar e caracterizar seus conhecimentos e técnicas científicas próprias. O conhecimento científico respalda a ação prática e suas bases de sustentação são indicadores do desenvolvimento de uma profissão, além de constituírem marco importante na evolução da prática profissional. Essa preocupação em orientar as atividades de enfermagem com respaldo no método científico teve como marco o desenvolvimento e divulgação do processo de enfermagem.
Desta maneira justifica-se a importância do trabalho multiprofissional na atenção primária à saúde (APS), principalmente entre enfermeiros (as) e agentes comunitários de
saúde (ACS), que juntos fortalecem as atividades desenvolvidas dentro das equipes de saúde da família. Tornando-se evidente a relevância da construção de cartilhas educativas, como resultado do conhecimento de acadêmicos do curso de Bacharelado em Enfermagem.
OBJETIVO
Discorrer sobre a criação de cartilhas educativas para agentes comunitários de saúde, como um produto do processo de aprendizagem dos discentes do curso de Bacharelado em Enfermagem da ASCES-UNITA.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O enfermeiro e sua equipe necessitam de habilidades intelectuais, comportamentais e atitudinais para desenvolver o seu processo de trabalho, e a educação continuada é fundamental para desenvolver tais aptidões. Isto deve ocorrer por meio de um processo permanente de treinamento, aperfeiçoamento e atualização, com intuito de resgatar a concepção voltada para o desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional, visando atender às circunstâncias e as necessidades do serviço, o que reflete na qualidade da assistência prestada ao ser humano. (SAMPAIO, et al. 2016).
Nesta perspectiva a educação promove autonomia, responsabilidade social, como também contribui para a formação de pensamentos críticos e reflexivos, desenvolvimento de competências e habilidades tornando-os capazes de atravessar as dificuldades e modificar a realidade, a partir dos saberes socialmente construído, continuamente na prática comunitária. No que se refere à saúde, o processo de trabalho em enfermagem tem como finalidade atender às necessidades de saúde dos usuários, no qual o seu gerenciamento pode alcançar a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, como também a prevenção de doenças. (SAMPAIO, et al. 2016).
Barbiani, Nora e Schaefer (2016) reforçam que cabe aos profissionais de enfermagem o saber, planejar, gerenciar e avaliar às ações desenvolvidas pelos pelos agentes comunitários de saúde, contribuir, participar e implementar atividades de educação permanente e participar no gerenciamento dos insumos necessários ao adequado funcionamento da unidade de saúde, fazendo-se entender a devida importância da comunicação eficaz e das habilidades individuais e coletivas de toda a equipe.
Destaca-se a cartilha como um material educativo relativamente recente criada no âmbito das campanhas governamentais, com o intuito de facilitar o acesso à informação das pessoas oriundas de diferentes contextos socioculturais e graus de escolaridade. Acredita-se que ela possui capacidade de aproximar os fatos do mundo da ciência a do público leigo, por
meio de estratégias diversas, para que mesmo o leitor pouco escolarizado ou com dificuldade de leitura, possa compreender o que é incluído no material. (MARTINS et.al, 2019).
Neste contexto verifica-se a necessidade de se trabalhar a temática das vacinas com os agentes comunitários de saúde (ACS), já que possuem contato direto com as famílias e serviços de saúde, onde oferecem informações seguras e condicionam os utentes para à devida assistência ao cuidado dentro da rede de atenção que regula os serviços disponíveis no SUS. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, realizado mediante às atividades propostas pela matriz curricular do curso integrado de Bacharelado em Enfermagem, durante à passagem na unidade temática 18, de nome Práticas de Educação Continuada em Saúde. Que tem como objetivo central, estimular os discentes para o exercer de suas atividades sob à luz dos princípios da educação, visando a construção de habilidades práticas e autonomia para educação social.
Para construção da experiência aqui relatada, fez-se necessário o uso de metodologia ativa para aquisição de conhecimento e aprimoramento das competências. Utilizou-se à metodologia ativa Deeper Learning, que na linguagem brasileira define-se como Aprendizagem Profunda, onde sua base consiste em quatro passos: Learn (Aprender), Do (Fazer), Apply (Aplicar) e Show (Mostrar/Expor). Cujo objetivo é motivar e desafiar os alunos a unir a teoria com a prática.
Para conquista da experiência, desenvolveram-se atividades de educação continuada com agentes comunitários de saúde em diferentes unidades básicas de saúde (UBS), da cidade. Onde foram construídas cartilhas educativas sobre vacinas, para que os mesmos pudessem ter sempre disponível um material simples e completo, que sanasse às dúvidas existentes no ambiente de trabalho. O material foi pensado e elaborado pelos discentes do curso de Bacharelado em Enfermagem.
RESULTADOS
Durante o período de vivência na unidade temática dezoito, objetivou-se escolher um grupo de profissionais para que os discentes pudessem planejar ações de educação continuada, visando atender às circunstâncias e necessidades de um determinado serviço, com o intuito de favorecer um crescimento pessoal e profissional dos indivíduos envolvidos, refletindo na qualidade da assistência prestada.
Para construção do vigente estudo fez-se necessário à construção de um planejamento estratégico para ser aplicado com um grupo de agentes comunitários de saúde de uma
determinada Unidade Básica de Saúde da Cidade de Caruaru-PE, com à finalidade de colher dados sobre às temáticas que eles mais tinham dúvidas quando cumpriam suas funções para com à sociedade. Desta maneira à variável vencedora, foi o tema vacinas, onde os mesmos se sentiam angustiados por tratar-se de algo em constante mudança e bastante pertinente no cotidiano. Tendo em vista a consonância do assunto, realizou-se à criação de cartilhas educativas, com material didático que atendesse as necessidades e expectativas dos ACS. Servindo de aporte teórico no dia à dia para à melhor prestação dos serviços.
Entende-se que toda atividade para ser desenvolvida, deve ser planejada e executada sob a luz das evidências científicas, assim fez-se para a construção das cartilhas educativas. Foram impressas mais de dez cartilhas, que continham material educativo abordando todas às atualizações do programa nacional de imunização (PNI), como esquema vacinal, doses, via de administração e efeitos adversos de todas às vacinas disponíveis em território nacional para a população.
Diante da construção, optou-se por escutar e entender as dúvidas e angústias de cada profissional, para que em equipe pudéssemos resolver e melhorar à flexibilidade do trabalho. No dia da entrega, fez-se pertinente uma roda de conversa para debate de dúvidas e novas ideias que viessem a aprimorar a estruturação do trabalho feito. Neste momento pôde se perceber a integralidade de cada profissional e a dimensão da assistência de enfermagem para promover o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas na unidade básica de saúde (UBS), junto dos agentes comunitário de saúde (ACS).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso da metodologia ativa como ferramenta de ensino-aprendizagem no curso de enfermagem, serviu para que os discentes adquirissem autonomia suficiente para serem protagonistas das mudanças benéficas nos cenários de saúde, sendo capazes de serem agentes educadores, transformando realidades diante a adoção de novas abordagens que visam a comunicação e participação interpessoal.
Ademais, conclui-se que o enfermeiro designa serviço compatível com o de um educador, necessitando buscar continuamente o saber científico e desenvolvimento individual e coletivo nos serviços de saúde, a fim de contribuir para um sistema que esteja factível para apoiar a educação como umas das melhores formas de cuidar e prevenir em saúde.
REFERÊNCIAS
BARBIANI R, NORA CRD, SCHAEFER R. Práticas do enfermeiro no contexto da atenção básica: scoping review. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2016;24:e2721.
GUERRA. H, S; et al; Educação Continuada para Agentes Comunitários de Saúde: Uma Visão Acadêmica. Revista Eletrônica de Extensão. Florianópolis, v. 15, n. 28, p. 101-107, 2018.
MARTINS R M G, DIAS I K R, SOBREIRA C L S, SANTANA K F, ROCHA R M G, LOPES M S V. Desenvolvimento de uma cartilha para a promoção do autocuidado na hanseníase. Rev enferm UFPE on line. 2019;13:e239873.
RAMOS AS, SILVA GWS, LIRA JSS, FERNANDES LCC, PEREIRA EBF. Construção de uma cartilha educativa como ferramenta de apoio à Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória e à experiência cirúrgica: relato de experiência. Interfaces - Revista de Extensão da UFMG, v. 4, n. 1, p.173-181, jan./jun. 2016.
SAMPAIO, A. T. L; PEREIRA, F. C. C; NELSON. I, C, A, S, R; et al. Educação Continuada em Enfermagem e suas Perspectivas Científicas: Uma Breve Análise Integrativa. Revista Humano Ser - UNIFACEX, Natal-RN, v.1, n.1, p. 39-48, 2016.
VIANA. D, M; A Educação Permanente em Saúde na Perspectiva do Enfermeiro a Estratégia de Saúde da Família. Revista de Enfermagem Centro Oeste Mineiro. 2015 maio/agosto. XIMENES MAM, FONTENELE NÃO, BASTOS IB, MACÊDO TS, NETO NMG, CAETANO JÁ, BARROS LM. Construção e validação de conteúdo de cartilha educativa para prevenção de quedas no hospital. Acta paul. enferm. São Paulo, v.32 no.4, July/Aug. 2019. Epub
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