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SEMINÁRIO CULTURAL COMO INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE FARMACOLOGIA NO CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM

Rebeca Rayanne Silva ¹

Carla Sandyele Tavares Galvão de Pontes ¹ Daniela Barbosa de Lima Nascimento ¹

Maria Valéria Gorayeb de Carvalho ² Michel Gomes de Melo ²

¹ Discentes do curso bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário Tabosa de Almeida- Asces/Unita, Caruaru/PE.E-mail: 2018106241@app.asces.edu.br; E-mail:

2018106241@app.asces.edu.br; E-mail: 2017106137@app.asces.edu.br

²Docentes do Centro Universitário Tabosa de Almeida- Asces-Unita, Caruaru/PE. E-mail: valeriagorayeb@asces.edu.br; E-mail: michelmelo@asces.edu.br

RESUMO

Objetivo: Descrever a experiência da utilização de um seminário cultural como facilitador de ensino aprendizagem de farmacologia a alunos do curso de bacharelado em enfermagem de uma instituição de ensino superior. Métodos: Refere-se a um relato de experiência descritivo, desenvolvido a partir da construção e apresentação de um seminário cultural denominado “Farmacoshow”, que vem sendo realizado semestralmente no referencial temático de farmacologia e terapêutica I, por discentes do terceiro módulo do curso bacharelado em enfermagem. Resultados: O seminário cultural foi proposto como um dos requisitos avaliativos do referencial temático, é desenvolvido e apresentado de forma lúdica, por meio de apresentações culturais, tais como: teatro, musical, paródias, cordel e danças. Deve contemplar os conteúdos vistos nas aulas de farmacologia. Os alunos se reúnem e subdividem-se para a construção, são incentivados a participar ativamente de todas as etapas de elaboração do evento, que é apresentado em auditório para toda a comunidade acadêmica e público externo. Conclusão: A utilização de seminários culturais, como dispositivos pedagógicos de ensino na graduação de enfermagem, favorece aos estudantes uma antecipação da realidade da prática profissional, através de diálogo, interação e colaboração entre os discentes.

Palavras-chave: Aprendizagem. Bacharelado em enfermagem. Farmacologia. INTRODUÇÃO

A farmacologia é uma ciência complexa que estuda a interação de substâncias químicas com sistemas biológicos, compreende etapas pré-clínicas e clínicas, e está subdividida em diversas áreas. Abrange processos como a administração, etapas como a farmacocinética, farmacodinâmica, toxicidade e muitas outras questões que são de extrema importância no dia a dia do profissional de enfermagem, uma vez que suas atribuições estão intimamente relacionadas a este saber. Por se tratar de uma temática tão essencial e complexa, necessita que desde a graduação o profissional desenvolva conhecimentos e habilidades para que a assistência a saúde ocorra sem que haja danos aos pacientes (TONHOM et al, 2018).

muitos alunos apresentam dificuldades em sua compreensão, pois requer conhecimentos prévios de outras áreas do saber, como fisiologia, bioquímica, biologia celular, histologia, microbiologia, patologia e parasitologia. Desta forma, se faz necessário o desenvolvimento de estratégias didáticas de ensino-aprendizagem que possibilitem a construção do conhecimento científico e o desenvolvimento de desempenhos inerentes à profissão, uma vez que contribuirão para uma terapêutica eficiente, segura e racional (ANDRÉ et al, 2016).

Desta maneira, para que ocorra uma articulação eficiente entre teoria e a prática é imprescindível durante a graduação que os discentes estejam envolvidos e participem de forma ativa e assídua do seu processo de aprendizagem. Para isso, o processo deve fugir dos modelos tradicionalistas e fragmentados, utilizando abordagens que facilitem e efetivem o aprendizado. Uma estratégia que vem sendo bastante utilizada são os seminários temáticos, pois possibilitam o trabalho em grupo, a associação dos conceitos científicos com o cotidiano cultural dos estudantes, desta forma promovem a aprendizagem colaborativa, o intercâmbio de ideias e a troca de experiências entre os participantes (RODRIGUES et al, 2015; TONHOM et al, 2018).

OBJETIVO

Descrever a experiência da utilização de um seminário cultural como facilitador de ensino aprendizagem de farmacologia a alunos do curso de Bacharelado em Enfermagem de uma instituição de ensino superior.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Estratégias de Ensino no Curso de Enfermagem

O método de ensino ao longo do tempo sofreu várias transformações, principalmente, o modelo formativo em saúde, em virtude da sua efetividade e resolutividade em preparar os futuros profissionais graduados com capacidade de responder às reais necessidades de saúde da população. O ensino superior de enfermagem tem se transformado, a partir de uma nova análise dos componentes curriculares e na formulação de projetos pedagógicos, caracterizando um novo modelo de ensino superior, baseado na interação teórico-prático e aluno-professor (CARBOGIM et al, 2014).

A formação profissional do estudante de enfermagem, tem como característica a transformação social individual, visto que os profissionais formados deverão ser capacitados e comprometidos com a ética e o bem-estar da comunidade assistida, o enfermeiro possui formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, caracterizando-se através do rigor

científico e intelectual. Diante disso foram adotadas estratégias de ensino aprendizagem, definidas por facilitarem o entendimento e participação dos alunos, excitando o protagonismo estudantil, que influenciará a prática profissional, através das tomadas de decisões acerca da saúde da população (MOURA e MESQUITA, 2010).

Algumas das estratégias de ensino-aprendizagem, são os grupos de discussões, seminários, utilização de filmes, simulações do ambiente profissional e a postura a ser adotada e métodos de educação a distância, ou seja, estratégias referentes às técnicas socializantes. Com intuito de aprendizado através da interação do aluno com o grupo fazendo com que ocorra a expressão de dúvidas, opiniões, enriquecendo as temáticas expostas, gerando um ambiente rico em troca de saberes e aumentando a maturidade, e consequentemente, o acúmulo de experiência para os discentes, além do desenvolvimento de uma postura crítica, por meio de sua participação ativa no processo de aprendizagem (LAZZARI et al, 2011). Utilização de metodologias ativas durante a graduação

A Educação do ensino superior em saúde necessita incorporar constantemente estratégias educacionais para atender as diversas mudanças no processo de ensino- aprendizagem dos cursos de saúde com o enfoque no protagonismo do aluno como agente promotor das suas ações educativas. Nessa perspectiva, a metodologia ativa é uma ferramenta que surgiu a fim de estimular o processo educacional, podendo resultar em uma maior envoltura do acadêmico nesse processo, através da busca e construção de habilidades e competências baseada em uma análise crítica-reflexiva. Além disso, a metodologia ativa não tem potencial para desenvolver motivação autônoma do estudante, necessitando de parceria com professores e estudantes, que os mesmos acreditem no potencial pedagógico e empenhem-se a trabalhar intelectualmente e afetivamente para a construção do aprendizado (MACEDO et al, 2018).

O processo de troca mútua (discente-docente) é de suma importância na formação dos profissionais de saúde, através da metodologia de ensino-aprendizagem na construção educacional de forma horizontal, ou seja, o educando participando ativamente com o docente na produção deste, que é perceptível desde as comunidades tradicionais, como, por exemplo, na aprendizagem da função de parteira, no qual as aprendizes atuavam como auxiliares desta até que adquiram maior autonomia e conhecimento (SIMON et al, 2014).

O Ministério da Educação, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Resolução CNE/CES n.º 03/2001, recomenda a metodologia ativa como estratégia para desenvolver as competências e habilidades na formação do enfermeiro. Frente a isso, há na

literatura estudos que comprovem a adoção dessas metodologias nos cursos de graduação com a participação da pedagogia crítica, por meio da problematização e autonomia e, com isso, a aproximação do estudante com a realidade de saúde da sociedade. Reforçando esse panorama, o Ministério da Saúde (MS) propõe a metodologia ativa na formação dos profissionais, articuladas ao movimento de organização de modelos de atenção, com vistas à incorporação destas na grade curricular do curso (MACEDO et al, 2018).

METODOLOGIA

Refere-se a um relato de experiência descritivo, uma vez que narra uma determinada situação vivenciada, exitosa ou não, que pode contribuir de forma relevante para o aprimoramento profissional de diversas áreas do saber. O evento pode ser narrado por um autor ou uma equipe, de forma a contribuir como discussão, troca de saberes e proposição de ideias, desta forma contribuindo para o enfrentamento de dificuldades, indicando novos caminhos para a melhoria do ensino e da qualidade de atendimento ofertado nos serviços de saúde (FERNANDES et al, 2015).

Desta forma, o presente estudo foi desenvolvido a partir da construção e apresentação de um seminário cultural denominado “Farmacoshow”, que vem sendo realizado semestralmente na Unidade Temática (UT) oito, no referencial temático de farmacologia e terapêutica I, por discentes do terceiro módulo do curso bacharelado em enfermagem de um Centro Universitário localizado no Agreste de Pernambuco.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O seminário cultural foi proposto como um dos requisitos avaliativos na disciplina, o qual procura abordar de forma lúdica os conteúdos de farmacologia, por meio de apresentações culturais, tais como: teatro, musical, paródias, cordel e danças. Foi estabelecido que todos os alunos deveriam se reunir e participar ativamente da construção do evento, em todas as suas etapas, uma vez que seria apresentado aos docentes e discentes de qualquer área e instituição. Os graduandos se organizaram em grupos para elaborar as categorias que seriam apresentadas, de forma que os conteúdos não se repetissem, para que todos fossem contemplados.

As turmas que realizam o Farmacoshow definem uma temática para o mesmo, como por exemplo contos famosos, ou festas populares como o carnaval. A utilização desta metodologia ativa de caráter dialógico e interativo, é umas das diversas metodologias de ensino coletivo, que tem como estratégia a interação, o diálogo e parceria dos discentes, com ênfase na permuta de conhecimentos e a discussão com o intuito de atingir diversos níveis

cognitivos. Além de colaborar para o protagonismo e motivação do aluno, construindo assim conhecimento acerca do processo de ensino aprendizagem e sua concepção como agente transformador ao invés de um sujeito passivo e que está à espera das informações (RODRIGUES et al, 2015).

Os acadêmicos desenvolvem mais autonomia para tomada de decisões em busca do conhecimento e identificam a importância de assumir uma responsabilidade individual e/ou coletiva. Este recurso educacional possibilita também a ampliação da aprendizagem e da construção de saberes através de um senso crítico e reflexivo, desta forma, os graduandos absorvem os assuntos propostos de maneira mais simples e compreensível. Ademais, ultrapassa os limites da transmissão de conhecimentos puramente técnica, agregando valor e ensino de qualidade para os futuros profissionais de enfermagem (JACONDINO et al, 2015; WEBER, 2018).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de seminários culturais, como dispositivos pedagógicos de ensino na graduação de enfermagem, favorece aos estudantes uma antecipação da realidade da prática profissional, através de diálogo, interação e colaboração entre os discentes. Essa ferramenta favorece a formação do protagonismo pelo estudante, visto que esse atua como agente transformador na construção de habilidades e competência para sua futura prática profissional. Tornando-se então, imprescindível a realização de investimentos pedagógicos para uma melhor abordagem das disciplinas teóricas durante a graduação.

Os discentes expressam a compreensão de um processo de ensino-aprendizagem diferenciado, inovador e libertador, possibilitando desenvolver uma visão ampliada dos cuidados de enfermagem com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Nessa perspectiva os acadêmicos reconhecem a importância da sua participação no processo de ensino-aprendizagem de forma protagonista, ativa e articulada, o que os tornam mais críticos e reflexivos acerca do trabalho na enfermagem.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, T. G.; BRUNO, B. B. G.; COSTA, P. R. A.; OLIVEIRA, K. M.; RENOVATO, R. D. O uso do cinema como estratégia educativa no ensino de farmacologia em enfermagem. Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida. Suplemento Revista Saúde em Redes., v.2 n.1, 2016.

CARBOGIM, F.C.; et al. Paradigma da integralidade no currículo e nas estratégias de ensino em enfermagem: um enfoque histórico-cultural. R. Enferm. Cent. O. Min. 2014 jan/abr; 4(1):961-970.

FERNANDES, N. C.; CUNHA, R. R.; BRANDÃO, A. F.; CUNHA, L. M.; BARBOSA, P. D.; SILVA, C. O.; SILVA, M. S. A. Monitoria acadêmica e o cuidado da pessoa com estomia: relato de experiência. REME. Rev Min Enferm. 2015 abr/jun; 19(2): 238-241.

JACONDINO, M. B.; SILVEIRA, D. N.; MARTINS, C. L.; COIMBRA, V. C. C. Processo de ensino-aprendizagem dos estudantes de Enfermagem e os estilos de aprendizagem. Revista de Estilos de Aprendizagem., v. 8, n. 15. 2015.

LAZZARI, D. D.; et al. Estratégias de ensino do cuidado em enfermagem: um olhar sobre as tendências pedagógicas. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS), 2011 dez;32(4):688-94. MACEDO, K. D. S.; ACOSTA, B. S.; SILVA, E. B.; SOUZA, N. S.; BECK, C. L. C.; SILVA, K.K.D. Metodologias ativas de aprendizagem: caminhos possíveis para inovação no ensino em saúde. Esc Anna Nery. 2018; 22 (3):e20170435.

MOURA, E. C. C.; MESQUITA, L. F. C.; Estratégias de ensino-aprendizagem na percepção de graduandos de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 63, n. 5, p. 793-798, set.-out. 2010.

RODRIGUES F. R. A.; CUNHA, G. A. A.; BRUNO, R. C. Seminários Temáticos como estratégia interdisciplinar de aprendizagem e desenvolvimento de competências em formação avançada. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 11, n. 20; p. 761, 2015.

SIMON, Eduardo et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem e educação popular: encontros e desencontros no contexto da formação dos profissionais de saúde. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 18, n. 2, p. 1355-1364, 2014.

TONHOM, S. F. R.; PINHEIRO, O. L.; LHAMAS, L. M. F. Farmacologia e Enfermagem: Uma experiência envolvendo a aprendizagem significativa. Investigação Qualitativa em Educação., v. 1., 2018.

WEBER, L. C. Metodologias ativas no processo de ensino da enfermagem: revisão integrativa. Dissertação de mestrado - Universidade do Vale do Taquari – Univates, Lajeado (Rio Grande do Sul). 2018.

USO DO MÉTODO DE APRENDIZAGEM BASEADO EM PROBLEMAS NA

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