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GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS BÁSICOS DE SAÚDE: A VIVÊNCIA DO TERRITÓRIO NA CONSTRUÇÃO DAS HABILIDADES INDIVIDUAIS E

COLETIVAS

Natália Alves Gomes Moraes 1 Maria Valéria Gorayeb de Carvalho 2

Michel Gomes de Melo 2

1Discentes do curso bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário Tabosa de Almeida- Asces/Unita, Caruaru/PE.E-mail: 2017106060@app.asces.edu.br;

2Docentes do Centro Universitário Tabosa de Almeida- Asces-Unita, Caruaru/PE. E-mail: valeriagorayeb@asces.edu.br; E-mail: michelmelo@asces.edu.br

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os serviços públicos de saúde caracterizam-se como espaços destinados à oferta de assistência pautada no cuidado ao indivíduo e sua coletividade dentro de um sistema de acesso livre denominado de SUS. Onde à gerência de serviços básicos de saúde faz-se pertinente, contribuindo para a implementação de um sistema regionalizado, hierarquizado e participativo. OBJETIVO: Discorrer sobre à vivência do território na construção das habilidades individuais e coletivas dos discentes de enfermagem no que tange o gerenciamento dos serviços básicos de saúde. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, realizado mediante às atividades propostas pela matriz curricular do Curso de Bacharelado em Enfermagem de um Centro Universitário do interior de Pernambuco. RESULTADOS: Para concretização dos saberes, os discentes aprenderam em sala de aula toda teoria que norteia às questões de gerenciamento de serviços básicos de saúde, fazendo-se entender a efetividade das políticas públicas e sua importância no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). CONCLUSÃO: Através das atividades desenvolvidas e do contato “vivo” com a população estudada, percebe-se à importância das metodologias ativas como facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis de conhecimento.

Palavras-Chave: Gerenciamento. SUS. Metodologias ativas. Atenção primária. INTRODUÇÃO

Os serviços públicos de saúde caracterizam-se como espaços destinados à oferta de assistência pautada no cuidado ao indivíduo e sua coletividade dentro de um sistema de acesso livre denominado de SUS. A Lei 8.080/1990 instituiu em território nacional o Sistema Único de Saúde (SUS), abrangendo como principais princípios e diretrizes: à universalidade de acesso em todos os níveis de assistência à saúde; igualdade na assistência, integralidade da assistência; participação da comunidade; e descentralização político-administrativa. (VIACAVA et.al, 2018).

De acordo com Silva et.al (2020), os sistemas de atenção à saúde abrangem atividades desenvolvidas por distintas instituições, com propósito principal a promoção, a manutenção e a restauração da saúde de uma população. É neste contexto de reforma administrativa e

atenção qualificada aos utentes, que à gerência de serviços básicos de saúde faz-se pertinente, contribuindo para a implementação de um sistema regionalizado, hierarquizado e participativo. Reafirmando o SUS como uma política de estado, como ponto de partida para atendimento das necessidades da população e fortalecimento da APS.

Define-se como Atenção Básica, o conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo, que abrange de forma ampla a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde. Sendo desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a multipluralidade existente no território em que vivem essas populações. (BRASIL, 2012).

Dados coletados em território brasileiro, evidenciam o quanto a população se encontra insatisfeita vêm crescendo nos últimos anos. As fragilidades na gestão pública, mostram a real dimensão dos problemas à serem enfrentados. A gestão em serviços de saúde pode ser definida como o conhecimento aplicado no manejo do complexo das organizações de saúde, envolvendo a gerência de redes, esferas públicas de saúde, hospitais, laboratórios, clínicas e demais instituições e serviços de saúde. (LORENZETTI et.al, 2014).

Segundo informações colhidas na Política Nacional de Atenção Básica (2012), faz-se necessário a integração dos servidores de saúde com o território adstrito, de forma a permitir a vivência da comunidade, com o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais que visam a construção de habilidades individuais e coletivas, com impacto direto nos condicionantes e nos determinantes da saúde.

Desta forma justifica-se a relevância deste estudo, no qual é exposto as experiências vivenciadas por discentes do curso de Bacharelado em Enfermagem, quando vão ao território, e integralizam a assistência ao cuidado com o saber científico baseado em evidências, transpassado em sala de aula, com uso das metodologias ativas para aperfeiçoamento das competências exigidas pela grade curricular.

OBJETIVO

Discorrer sobre à vivência do território na construção das habilidades individuais e coletivas dos discentes de enfermagem no que tange o gerenciamento dos serviços básicos de saúde.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

passou por importantes mudanças dentro da atenção equânime e integral aos utentes. A ampliação da oferta de serviços e profissionais vinculados ao SUS e das possibilidades de acesso, às mudanças nos padrões de utilização estão entre os principais elementos cambiantes. (VIACAVA et.al, 2018).

Segundo Silva et.al (2020), o enfermeiro ganha destaque por oferecer importantes contribuições no fortalecimento da assistência a saúde e impacto positivo na qualidade dos sistemas de saúde, reconhecendo às necessidades e especificidades de cada família. Permitindo-se sentir às fragilidades inerentes ao processo de reorganização do modelo de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). É neste contexto de protagonismo, que se enfatiza à devida importância de aquisição de habilidades e competências por parte destes profissionais.

A organização do trabalho ofertado pelos serviços básicos de saúde, está baseada em uma Atenção Primária a Saúde, territorializada a partir da população adscrita, em um local geograficamente delimitado. O território, é compreendido como um espaço dinâmico e em constante mudança, estando sujeito à variabilidade de riscos e vulnerabilidades sociais. Este espaço, é considerado vivo e dinâmico, sendo capaz de produzir e reproduzir o processo saúde-doença, permitindo identificar fatores e condições relacionadas aos processos de determinação social. (NONATO et.al, 2020)

Neste contexto de mudanças, e avanços nos cenários de saúde Colares e Oliveira (2018) reafirmam a devida importância da formação profissional em saúde, onde muitas vezes o processo de ensino-aprendizagem torna-se limitado fazendo com que o docente assuma o papel de detentor de todo o conhecimento e o discente apenas coadjuvante passivo, que apenas reproduz aquilo que foi passado. Fazendo-se entender a necessidade de ampliação nas formas de educar os futuros profissionais e a integração de novas metodologias.

No que circunda esta temática, define-se como metodologias ativas, como estratégias de ensino-aprendizagem baseada na problematização com o objetivo de alcançar e motivar o discente, o qual diante de um problema, analisa, reflete e decide sobre determinada situação, apresentando envolvimento ativo no seu processo de formação. (COLARES, OLIVEIRA. 2018)

Segundo os achados da literatura, os artigos revelam a dimensão do uso das metodologias, na busca do aperfeiçoamento das habilidades individuais e coletivas dos discentes quando estão exercendo suas atividades no território, entendendo as especificidades de cada indivíduo. Discussões têm sido levantadas a respeito da Educação em Saúde, no Ensino Superior, chamando a atenção para a necessidade da formação profissional em

consonância com os princípios preconizados pelo SUS e capaz de atender às necessidades do atual contexto social. (COLARES, OLIVEIRA. 2018).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, realizado mediante às atividades propostas pela matriz curricular do Curso de Bacharelado em Enfermagem de um Centro Universitário do interior de Pernambuco, durante à passagem na unidade educacional sobre Gerenciamento de Serviços Básicos de Saúde. Com intuito de ofertar aos discentes a vivência do cuidado sob a luz do gerenciamento em serviços básicos de saúde.

Para construção da experiência aqui relatada, fez-se necessário o uso de metodologia ativa para aquisição de conhecimento e aprimoramento das competências. Utilizou-se à metodologia ativa Deeper Learning, que na linguagem brasileira define-se como Aprendizagem Profunda, onde sua base consiste em quatro passos: Learn (Aprender), Do (Fazer), Apply (Aplicar) e Show (Mostrar/Expor). Cujo objetivo é motivar e desafiar os estudantes a unir a teoria com a prática.

Para conquista da experiência, desenvolveram-se atividades, com ações voltadas para a assistência nos serviços de atenção primária, em algumas unidades básicas de saúde (UBS) da cidade. Onde foram feitos cadastros das famílias das áreas adscritas, na plataforma eletrônica do Sistema Único de Saúde (E-SUS), estratégias do Departamento de Saúde da Família para reestruturar as informações da Atenção Primária em nível nacional. Tornando o processo de assistência aos utentes, algo mais informatizado, possibilitando a construção de um Sistema Único de Saúde (SUS) eletrônico, que vise agilizar os processos de atendimento. RESULTADOS

Para concretização dos saberes, os discentes aprenderam em sala de aula toda teoria que norteia às questões de gerenciamento de serviços básicos de saúde, fazendo-se entender a efetividade das políticas públicas e sua importância no âmbito do SUS, bem como a construção de uma Atenção Primária à Saúde sob à ótica dos princípios de gestão e organização para melhor assistência aos usuários.

Desta maneira, destinou-se quatro ruas da cidade de Caruaru-PE para cada subgrupo de estudantes, para que os mesmos pudessem vivenciar o território vivo, como forma de aprendizado e disseminação de conhecimento. Para que fosse feito o cadastramento das famílias em uma nova plataforma do SUS, chamada E-SUS, que visa facilitar e contribuir na organização e avaliação da efetividade dos serviços de saúde. A vivência do território permitiu aos discentes mesclar a teoria com à prática, fazendo-se entender à importância do

contato humano com a coletividade para a oferta da assistência holística e equânime, favorecendo a construção de habilidades individuais e coletivas de discentes enquanto futuros profissionais do cuidado.

Para delineamento das atividades, iniciou-se com uma busca criteriosa de todas as famílias registradas na área adstrita, junto aos enfermeiros (as) e agentes comunitários de saúde (ACS). Após este primeiro momento passou-se a ir de porta em porta, fazer o cadastro das famílias no E-SUS, onde os discentes de Enfermagem puderam sentir a realidade do lugar, enxergando os determinantes sociais de saúde, as necessidades inerentes a realidade vivida de cada um e a percepção de território vivo, como lugar amplo e rico de conhecimentos, que transcende a epidemiologia e o cuidar em saúde.

O uso das metodologias ativas como ferramenta de ensino-aprendizagem, serviram para reforçar a necessidade de colocar em prática às vivências da sala de aula. Onde o discente busca seu próprio conhecimento, podendo dialogar com às famílias, enxergando cada uma de forma holística diante do contato humano de casa em casa. Fazendo-se entender como funcionam os serviços básicos de saúde, sob a luz das premissas de gerenciamento, reconhecendo também a grandeza do SUS, como política viva e eficaz na vida dos brasileiros. Ao final das atividades passadas pela unidade temática de gerenciamento de serviços básicos, cadastrou-se mais de cento e vinte (120) famílias na nova plataforma, possibilitando aos profissionais de saúde a devida agilidade no processo de informatização dos dados de cada indivíduo. E permitindo aos discentes, entendimento sobre a organização e fluxos das atividades desenvolvidas para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que através das atividades desenvolvidas e do contato “vivo” com a população estudada, percebeu-se à importância das metodologias ativas como facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis de conhecimento, proporcionando o protagonismo do discente em sua própria trajetória. Fazendo-se entender que o que impulsiona a aprendizagem é a superação de desafios, a resolução de problemas e a construção do conhecimento novo a partir de conhecimentos e experiências prévias dos indivíduos.

Ademais entende-se que ainda existem lacunas no que circunda às vivências em território vivo e uso de metodologias ativas para aperfeiçoamento dos aprendizados, comprovando a notoriedade de estudos deste tipo para comprovação dos benefícios atrelados ao uso de metodologias na educação de futuros profissionais de saúde, a fim de estimular o

senso de protagonista de sua própria história em cada estudante, que se desprende para o novo, de forma reflexiva e segura.

REFERÊNCIAS

ARANTES L J, SHIMIZU H E, HAMANN E M. Contribuições e desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 21(5):1499-1509, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

COLARES K T P, OLIVEIRA W. Metodologias Ativas na formação profissional em saúde: uma revisão. Revista SUSTINERE, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 300-320, jul-dez, 2018. FARÃO EMD, PENNA CMM. As necessidades em saúde de usuários e sua interação com a atenção primária. REME. Rev Min Enferm, 2020;24:e-1299.

LORENZETTI J, LANZONI G M M, ASSUITI L F C, PIRES D E P, RAMOS F R G. Gestão em Saúde no Brasil: Diálogo com Gestores Públicos e Privados. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2014 Abr-Jun. 23(2): 417-25.

NONATO L O F, PERES A M, KHALAF D K, SOUZA M À R, FIGUEIREDO K C, LAPIERRE J. Estratégias de gerenciamento na Atenção Primária à Saúde em territórios de vulnerabilidade social expostos à violência. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo v. 54, 18 set 2020. Epub

PAIVA R A, RANDOW R, DINIZ L P, GUERRA V A. O papel do gestor de serviços de saúde: revisão de literatura. Rev Med Minas Gerais, 2018;28 (Supl 5): e-S280523.

SILVA T L, TOMASCHEWSKI-BARLEM J G, BARLEM E L D, BRUM R G, NEUTZLING B R S, LOURENÇÃO L G. Compreensão de estudantes de enfermagem sobre as Redes de Atenção à Saúde. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2020; 28:e45918.

VIACAVA F, OLIVEIRA R À D, CARVALHO C C, LAGUARDIA J, BELLIDO J G. SUS: oferta, acesso e utilização de serviços de saúde nos últimos 30 anos. Ciênc. saúde colet. 23 (6) Jun 2018.

METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO SUPERIOR: TBL, SHOW DA FARMÁCIA

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