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EBITDA 2005 Cash &

4. DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR PORTUGAL

4.5. Direcções Funcionais da Operação

A Gestiretalho é a Companhia do Grupo que agrega as direcções de serviço partilhado da operação de Distribuição em Portugal, as quais trabalham transversalmente para as várias Insígnias da Distribuição Alimentar em Portugal. As Direcções Funcionais que integram a Gestiretalho são o Sourcing, a Logística, o Controlo da Qualidade e Ambiente, a área Financeira e os Sistemas de Informação.

A sua missão é maximizar as sinergias de Grupo através da partilha de recursos e de know-how nos mercados relevantes, de forma a optimizar a eficiência da Organização e a escala do Grupo.

Descrição do papel das Direcções Funcionais e da sua actividade durante o ano de 2005:

4.5.1. Sourcing Missão

Gerar valor para o Grupo e para as suas Divisões Operacionais, designadamente através dos seguintes eixos de actuação: (i) criando know-how nas áreas-chave de diferenciação competitiva – Frescos e Marcas Próprias; (ii) alavancando a capacidade negocial do Grupo pelo estabelecimento de acordos com os principais fabricantes; e (iii) desenvolvendo um programa de sinergias comerciais com parceiros seleccionados.

O ano de 2005 fica marcado pela aceleração do crescimento nas marcas controladas por Jerónimo Martins, como corolário da estratégia de foco que se vinha desenvolvendo desde os dois anos anteriores.

A adopção de uma marca comum para o Retalho, a pesquisa permanente das melhores opções de sourcing, o lançamento de produtos de sucesso em novas categorias e a implementação de soluções eficientes na óptica operacional contribuíram de forma determinante para o reforço da competitividade e da inovação das Marcas Próprias do Grupo, que registaram sólido crescimento de dois dígitos em todas as Insígnias (com especial destaque para o crescimento de 45,5% em Marcas Próprias na Insígnia Pingo Doce).

Uma outra área escolhida como instrumento vital de diferenciação competitiva é a de produtos perecíveis. Também aqui foi implementado, durante 2005, um conjunto de importantes programas, entre os quais o de aumento de compras na origem, o de adopção de padrões de excelência operacional na área de packaging, o de reforço selectivo da oferta e o de entrada em áreas inovadoras. Também o desempenho na área de produtos frescos foi assinalável, com um crescimento (em percentagem) duas vezes superior ao verificado no total das Insígnias.

Uma nota final para o desenvolvimento de operações de joint-buying com a cadeia polaca Biedronka, que já vinham sendo ensaiadas em anos anteriores. Em resultado desta cooperação, foi possível introduzir no mercado português produtos de qualidade a preços extremamente competitivos e, simultaneamente, desenvolver as exportações de produtos alimentares portugueses para a Polónia. 4.5.2. Logística

Missão

Suportar as actividades de compra, transporte e armazenamento das Insígnias do Grupo, respeitando cada formato de negócio e as suas decisões comerciais. A Gestiretalho, como empresa logística, opera com baixos custos, segundo o padrão e o nível de serviço que lhe forem exigidos, observando os princípios de disciplina operacional e de respeito pela pessoa humana.

A Direcção de Logística suporta as suas actividades nas seguintes plataformas físicas:

Área

(m2) Descrição

Centro de Distribuição

da Azambuja 48.000 vegetais, carne, produtos lácteos, Produtos não perecíveis, frutas e charcutaria e peixe.

Centro de Distribuição

de Guardeiras 12.500 Produtos não perecíveis.

Centro de Distribuição de Modivas - Vila do

Conde 20.900

Frutas e vegetais, carne, produtos lácteos, charcutaria, peixe e

congelados. Armazém de Bazar

Pesado 4.000 Produtos de bazar pesado.

Em 2005, foram implementadas com sucesso algumas modificações na estrutura organizativa e operacional da área logística.

Em termos organizativos, há a assinalar a passagem da Direcção do Controlo de Qualidade e a área de Conferência de Facturas das Insígnias Pingo Doce e Feira Nova para a Direcção Logística.

No que se refere à área operacional, destaca-se a centralização da área de Bazar Ligeiro do Feira Nova e o início da centralização do Alimentar (Não-Perecíveis) dos mini-hipers Feira Nova.

Na área de Qualidade, Ambiente e Segurança Alimentar, salienta-se o início de uma postura de intervenção ao nível de toda a Organização por parte do Controlo de Qualidade, com enfoque na formação contínua de todos os intervenientes na cadeia de fornecimento, em especial na área de Perecíveis.

No Ambiente e Segurança Alimentar, para além da contínua sensibilização de todos os elementos da cadeia logística, há a registar o extensivo trabalho levado a efeito com vista à obtenção da Certificação (NP EN ISO 14001:2004 e DS 3027:2002E). A prioridade dada às áreas de Qualidade e Segurança Alimentar reflectiu-se também nos investimentos realizados nas operações de Frescos Sul e Guardeiras Não-Perecíveis, de forma a adaptá-las a uma melhor preservação e qualidade dos alimentos recebidos e expedidos.

Na área de Supply Chain, destaca-se o esforço desenvolvido no sentido da passagem a Just In Time2 (JIT) de uma parte dos artigos não perecíveis manuseados, que permitiu reduzir não só o capital circulante como libertar espaço na área alimentar e, desta forma, avançar com a centralização das lojas de formato mini-hiper do Feira Nova.

2 Consiste no reaprovisionamento das operações a partir da plataforma logística centralizada, no prazo

de 24, 36 ou 72 horas a partir das datas das encomendas, de modo a que, no final do ciclo de reaprovisionamento, os stocks nos armazéns centrais sejam nulos. Este esforço possibilita uma gestão mais eficiente de stocks na cadeia de fornecimento e, desta forma, uma diminuição do investimento (working capital).

A contínua aposta na integração de negócios entre a Jerónimo Martins e os fornecedores, através da utilização do Portal JM Direct, permitiu, no final de 2005, a existência de 220 adesões, das quais 112 com todo o processo de mensagens integradas, incluindo a facturação electrónica.

O ano de 2006 vai ser marcado pelo início da expansão das Insígnias de Retalho do Grupo em Portugal, o que exigirá a excelência da operação logística, com aumento dos processos JIT e cross-docking3, a prossecução dos processos de certificação em Segurança Alimentar e Ambiental, a intensificação das actividades no Portal JM com os fornecedores, a continuação da centralização alimentar do Feira Nova e a introdução da refrigeração no Armazém de Frutas do Norte. Para além das actividades de continuidade, refira-se, ainda, o projecto de revisão da estrutura logística, que se reveste de extrema importância e que terá como objectivo o redimensionamento das operações logísticas, de modo a acomodar o crescimento previsto para o Grupo nos próximos anos.

4.5.3. Controlo da Qualidade e Ambiente Missão

Garantir a Qualidade e a Segurança Alimentar dos produtos comercializados nas lojas do Grupo e dos processos operativos associados, por forma a satisfazer as necessidades e as expectativas dos clientes, no integral respeito pelas regras de protecção ambiental.

Em 2005, a Direcção de Controlo da Qualidade e Ambiente deu prioridade à conclusão dos projectos iniciados em 2004 para a certificação dos Sistemas de Segurança Alimentar e Ambiente em algumas Companhias de Distribuição:

Recheio Cash & Carry – obteve a certificação do seu sistema HACCP segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003), em 19 lojas, sendo a primeira certificação multi–site em HACCP atribuída em Portugal a uma cadeia de Distribuição grossista.

Armazéns Gestiretalho – receberam da APCER os certificados de conformidade do Sistema de Gestão Integrado (gestão de Segurança Alimentar HACCP segundo a DS 3027E:2002 e gestão ambiental NP EN ISO 14001:2004), implementado nos armazéns de Guardeiras, Vila do Conde e Azambuja. Os centros logísticos do Grupo são, assim, os primeiros armazéns da Distribuição Moderna em Portugal a obter esta certificação.

Plataformas de Food Service Recheio/Masterchef (Porto e Lisboa) – obtiveram a certificação do seu sistema de Segurança Alimentar com o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003). No que respeita ao projecto de certificação do próprio serviço, foi aprovado e registado pelo organismo de certificação o referencial pelo qual se rege o serviço prestado pelas plataformas aos seus clientes. Concluída a documentação, o sistema foi implementado na sua maioria. No entanto, a Direcção da Companhia considera importante que o sistema ganhe maturidade adicional, pelo que a auditoria de concessão será realizada em data oportuna.

3 Conceito similar ao de Just in Time, que prevê a preparação e colocação, pelos fornecedores, das

encomendas das lojas nas plataformas logísticas do Grupo para serem juntas a outras encomendas dos

Em articulação com as acções necessárias aos projectos de certificação dos Sistemas de Segurança Alimentar e de Ambiente, foi revisto o Manual de Avaliação e Selecção de Fornecedores.

Para o lançamento e implementação deste Manual foram organizados vários workshops com fornecedores de Marca Própria e de Perecíveis, movidos pelos seguintes objectivos: (i) dar a conhecer e esclarecer os parceiros de negócio sobre os novos critérios de avaliação e selecção de fornecedores; (ii) divulgar os conteúdos das Normas Técnicas Alimentar e Ambiental do Grupo Jerónimo Martins; e (iii) sensibilizá-los para o impacto que a sua actividade tem nos níveis de Qualidade, Segurança Alimentar e Gestão Ambiental das operações do Grupo.

4.5.4. Área Financeira Missão

Assegurar e efectuar o correcto e eficiente registo contabilístico das transacções e o relato financeiro de todas as Companhias operacionais do Grupo JMR, de acordo com os princípios contabilísticos e de reporte financeiro definidos no Grupo Jerónimo Martins e também de acordo com as normas fiscais e estatutárias (POC) aplicáveis em Portugal.

A Direcção Financeira da JMR (DAF) é constituída pelas áreas de Contabilidade Vendas, Contabilidade Geral, Consolidação & Reporting, Controlling e Gestão do Património. A DAF controla e monitoriza, diariamente, todas as transacções e operações ao nível de margem total, receitas das lojas versus vendas, margem bruta, quebra e stocks, serviços e operações imobilárias.

A Direcção Financeira é responsável pela produção de todos os documentos de prestação de contas das Companhias operacionais de JMR, reportados numa base mensal e consolidada para ambos os accionistas – Jerónimo Martins e Ahold. A informação financeira de gestão produzida pela DAF serve de suporte às divisões operacionais, constituindo a principal fonte de dados para a tomada de decisões pelos responsáveis das respectivas Insígnias.

4.5.5. Sistemas de Informação Missão

Desenvolver e prestar serviços de processamento de informação às Divisões Operacionais, de acordo com os seus objectivos de negócio, utilizando a tecnologia mais segura e eficiente, e contribuindo para a sua melhoria operacional.

O ano de 2005 fica marcado pelo arranque do programa de outsourcing da infra- estrutura de sistemas de informação e pela preparação do upgrade do sistema SAP R/3.

Em Julho de 2005, foram celebrados dois contratos de outsourcing, que abrangem (i) o fornecimento e gestão da infra-estrutura de sistemas centrais, centros de informática e serviço de disaster recovery; (ii) o serviço de apoio aos utilizadores e a gestão; e (iii) a renovação dos sistemas distribuídos (servidores, redes locais, PC’s e impressoras). Esta decisão permitirá um acesso facilitado a know-how especializado e a obtenção de poupanças na ordem dos 20%, incluindo os custos operacionais e de investimento, nas áreas abrangidas.

No âmbito da centralização logística do Feira Nova, foram implementados novos processos aplicacionais, nomeadamente de cross-docking, JIT (Just In Time) Multi leadtime, integração de Guias de Remessa por via electrónica e de rastreabilidade, cuja utilização foi posteriormente estendida às restantes Companhias do Grupo. Foram ainda realizados a avaliação e o planeamento detalhado do projecto de upgrade do SAP R/3, em colaboração com o fornecedor de software, que se iniciará no primeiro trimestre de 2006.

De acordo com o compromisso de redução de risco, foi criada uma Organização de Segurança de Informação, que veio centralizar as responsabilidades nessa área anteriormente dispersas por vários departamentos. Esta Organização tem como principal objectivo avaliar e melhorar continuamente o nível de Segurança da Informação, tendo já realizado um trabalho de agregação do normativo existente e procedido à elaboração da Política Geral de Segurança da Informação.

Para o ano de 2006, os objectivos principais desta Direcção incluem a realização do upgrade do sistema SAP R/3 e a renovação global da infra-estrutura de sistemas, incluindo a mudança para um novo centro de informática. A realização destes projectos permitirá dispor de um sistema de informação mais funcional e capaz de acomodar o crescimento orgânico do Grupo.