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III. Relatório Consolidado de Gestão

2. ENQUADRAMENTO SECTORIAL **

Alimentar. Também os membros mais recentes da União Europeia estão a assumir um papel crescentemente activo no sourcing pan-europeu.

2.2. Mercado Retalho Alimentar – Portugal

De acordo com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), estima-se ter havido um crescimento nas vendas do Retalho Organizado, em 2005, apesar do abrandamento económico registado e da deflação efectiva de preços na área Alimentar, em virtude da agressividade comercial das Insígnias, liderada pelos discounts, e do esforço de reposicionamento de preço das marcas líderes de mercado, para responderem ao crescimento das Marcas Próprias.

A recente subida do IVA de 19% para 21% veio aumentar a pressão sobre as margens dos operadores, tendo, na altura da actualização, provocado um arrefecimento das vendas de Não-Alimentar e de bens duradouros.

Ainda de acordo com a APED, abriram, em 2005, 104 novas lojas de Retalho Organizado, num total de mais de 125 mil m2 de área de venda, dos quais 50% são relativos a comércio alimentar e os restantes dedicados a comércio de produtos não alimentares.

Especificamente no Retalho Alimentar, a inauguração de mais 50 pontos de venda durante o ano, num investimento calculado pela APED em 200 milhões de euros, fez com que este universo aumentasse a área de venda em cerca de 6,5%, facto que é particularmente assinalável num contexto de crescimento muito moderado do consumo. As lojas discount lideraram as aberturas, tendo também sido inaugurados dois hipermercados e seis mini-hipers.

De acordo com a última actualização da Direcção-Geral da Empresa (DGE), datada de 13 de Janeiro de 2006, existia um total de 526 licenças autorizadas, mais 278 do que em finais de Março de 2005 e mais 186 do que em Julho de 2005. A forte dinâmica de licenciamento tem levado os operadores a procurarem as melhores localizações, com óbvios efeitos inflacionistas ao nível dos preços dos terrenos e do imobiliário. No Retalho Alimentar, estava autorizado, no início de 2006, um total de 258 licenças contabilizadas desde o arranque da nova Lei de Licenciamento, das quais 217 para abertura de novas lojas e 41 para alteração de área, de localização ou para outro fim. Cerca de 59% das licenças para abertura de novas lojas foram atribuídas a discounts e 26% à instalação de mini-hipers, sobretudo em cidades de província. Para além das três grandes superfícies abertas em 2005, existem apenas mais três licenças atribuídas ao segmento dos grandes hipermercados (uma ao abrigo da nova Lei de Licenciamento e as outras ainda ao abrigo da lei anterior). As restantes licenças foram atribuídas a operadores de supermercados.

Em 2005, foi ainda anunciada a entrada de dois novos operadores no mercado português: a Netto, cadeia de lojas discount do Grupo Os Mosqueteiros, e a Aldi, cadeia alemã de discounts já presente em Espanha.

Em Abril, e dando sequência ao parecer positivo da Autoridade da Concorrência, o Governo viabilizou a instalação de postos de combustível junto das superfícies comerciais, revogando a legislação anterior. A maioria dos operadores manifestou publicamente o seu interesse em passar a disponibilizar este tipo de serviço aos seus clientes.

Em Outubro, o Governo publicou em Diário da República a portaria que autoriza a comercialização de medicamentos não sujeitos a receita médica e define as regras para o negócio. A Distribuição passou a ter acesso à venda deste tipo de produtos, embora com alguns requisitos (designadamente, ter um espaço específico para o efeito e venda assistida, bem como diversas exigências ao nível de armazenagem e conservação). No final do ano, existiam perto de 30 estabelecimentos autorizados pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (INFM) a vender medicamentos sem receita médica, mas apenas uma loja aberta.

2.3. Mercado Grossista Alimentar – Portugal

Prevê-se que a actividade global dos cash&carries em Portugal venha a apresentar um crescimento negativo em 2005, agravando a tendência já registada em 2004. Trata-se de um mercado com alguma concentração, em que os cinco maiores operadores representam cerca de 70% do mercado grossista, estimando-se que os três maiores tenham registado perdas de vendas superiores a 2%.

Num contexto marcado pelo abrandamento económico e a deflação efectiva de preços de muitos produtos alimentares, a agressividade e os esforços de posicionamento desenvolvidos por grande parte dos operadores não foram suficientes para inverter a forte tendência de redução de compras de uma parte significativa dos seus clientes.

O decréscimo registado deve-se, essencialmente, à evolução do Retalho Tradicional. A agressividade de preço das Insígnias de Retalho Organizado, liderada pelos discounts, a par do esforço de reposicionamento de preços das marcas líderes de mercado, conduziram, em 2005, a uma deterioração da capacidade competitiva do Retalho Tradicional, de que resultaram evoluções de vendas negativas já no ano em análise. A redução do número de estabelecimentos tradicionais é uma realidade desde há alguns anos, tendo o recenseamento Nielsen 2004 vindo confirmar que, em dez anos, desapareceram cerca de 10.000 mercearias, a uma média próxima dos 1.000 pontos de venda por ano.

Já a crise sentida, em 2004, no canal HoReCa, que mostrou um decréscimo significativo das vendas apesar da realização do “Euro 2004” e do “Rock in Rio”, parece ter sido ultrapassada a partir da segunda metade do ano, esperando-se que o sector venha a apresentar um crescimento médio das vendas na ordem dos 2%, não obstante os eventuais efeitos do aumento do IVA. A evolução sentida neste canal não foi, todavia, suficiente para compensar a tendência negativa observada no Retalho Tradicional.

2.4. Mercado Retalho Alimentar – Polónia

O Retalho Organizado na Polónia continuou a revelar um dinamismo significativo, marcado pela contínua abertura de novos espaços comerciais, apesar do abrandamento registado no crescimento económico e no consumo privado.

Em 2005, estima-se que tenham surgido cerca de 250 novas lojas, com o formato discount a manter-se como o de maior vitalidade, traduzida na inauguração de mais de 180 lojas. Os ritmos de expansão registados no formato hipermercado são

idênticos aos de anos anteriores, cifrando-se o número de novas aberturas em 44 lojas.

Sem prejuízo do dinamismo de actividade do Retalho Organizado, o Retalho Tradicional continua, ainda, a representar cerca de 58% do mercado polaco.

Ao nível do licenciamento, os prazos de resposta por parte das autoridades a pedidos de abertura sofreram um alargamento substancial, passando de dois para cerca de seis meses, ao mesmo tempo que se verifica a existência de uma burocracia crescente a envolver estes processos.

Não obstante muitos dos operadores ainda não apresentarem resultados positivos, os preços praticados no mercado mantêm-se muito pressionados, tendo-se registado, no último trimestre do ano, um pico de pressão sobre os preços, por acção dos hipermercados.

** Fontes de Informação: APED, Planet Retail, Cies, CAL Desk Resarch, GUS Data e Imprensa Especializada

O ano de 2005 confirmou o sucesso das estratégias seguidas pelas três cadeias de Retalho do Grupo – Pingo Doce, Feira Nova e Biedronka – traduzido em fortes desempenhos de vendas.

Embora, tanto em Portugal como na Polónia, o comportamento do consumo tenha ficado aquém do esperado no início do ano, as Marcas do Grupo desenvolveram políticas agressivas, reforçando a sua presença nos mercados em que actuam.

3.1. Vendas Consolidadas

As vendas consolidadas do Grupo cresceram 9,5% (5,4%, eliminado o efeito cambial), impulsionadas pelo forte desempenho das cadeias de Retalho, em Portugal e na Polónia.