Capítulo III. O Modelo atual de Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz
2. O Modelo atual
2.2. Documento do Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz
corroboraram para a escolha da Ciência da Religião como base estruturante dessa disciplina no Colégio. E dessa palestra, participaram também os coordenadores pedagógicos do Ensino Fundamental 1 e 2, seus respectivos diretores, além de coordenadores e a diretora do Ensino Médio, e as professoras de Catequese.
Assim, a partir de 2013, com estudos, formações e encontros de verticalidade, o grupo se preparou para que a mudança pudesse ser implementada em 2014, ano em que o documento do Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz é concluído e entregue à Direção do Colégio.
Originando-se desse modo, um novo modelo de Ensino Religioso no Colégio Santa Cruz, juntamente com uma nova Fase, a 4a Fase: teórico-
científica;; que define o modelo atual. Num processo de adaptação, avaliação, revisão e de como está sendo sua implementação e seu funcionamento.
2.2. Documento do Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz
Para que seja possível entender as práticas realizadas no Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz é importante conhecer o seu documento.
Esse documento está dividido em três partes, uma introdução geral, um descritivo de como é pensado e desenvolvido no Ensino Fundamental 1 e um outro, no mesmo formato, para o Ensino Fundamental 2. Nesses descritivos são apresentados os objetivos, a metodologia e os eixos programáticos da disciplina.
Foi escrito por todos os professores de Ensino Religioso, em conjunto com as coordenadoras pedagógicas dos cursos e a coordenadora da Pastoral;; concluído e oficializado em 2014.
A seguir, o Documento do Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz na íntegra:
Introdução
Com o intuito de buscar modernização e maior adequação a nossos tempos, o Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz vem sendo objeto de análise e avaliação, o que culminou em uma série de mudanças, algumas ainda em fase de implementação.
No início dos anos 80 foi criado pelos padres da Congregação de Santa Cruz um Marco Referencial que estabelecia clara distinção entre Ensino Religioso e Catequese. O documento considerou a diversidade e pluralidade que compunham o campo religioso brasileiro e a crescente secularização, em especial nas grandes cidades. Esse contexto plural havia atravessado os muros da escola, e esse fato foi levado em conta.
Sendo assim, o documento deixava explícito que a Catequese pressupõe a fé, o ensinamento das doutrinas e o anúncio do Evangelho. Destina-se a alunos advindos de famílias católicas que desejam ser preparados para receber os sacramentos e adquirir maior aprofundamento da fé cristã.
Já o ensino religioso deve contemplar a pluralidade religiosa existente em nosso colégio e em nossa sociedade multicultural e, portanto, garantir uma educação que pressuponha a diversidade e liberdade religiosa de forma a contribuir para a formação ética e cidadã de nossos educandos.
No entanto, observou-se que essa distinção entre Ensino Religioso e Catequese tinha que ser feita de forma ainda mais explícita;; a consolidação plena desse princípio se realizou neste ano (2014), a partir de reformulações decorrentes das observações feitas nos últimos anos.
Uma das primeiras mudanças que corroboraram para essa consolidação foi a decisão de que o professor que ministra aulas de Catequese não deve ser o mesmo que ministra aulas de Ensino Religioso. Dessa forma, o risco de se conferir um caráter catequético às aulas de Ensino Religioso foi afastado.
A partir daí, fez-se a opção por um modelo de ensino religioso pluralista e, portanto, mais alicerçado na Ciência da Religião do que na Teologia. Esta
escolha justifica-se porque, embora sejamos uma escola confessional católica, atendemos a um público que reflete a diversidade religiosa de nossa sociedade.
Pareceu-nos mais coerente a adoção de um modelo de Ensino Religioso que oferecesse reflexões mais inclusivas e democráticas, um modelo de Ensino Religioso que não tivesse como pressuposto a identificação com algum credo específico. A Ciência da Religião oferece fundamentos e maior escopo de possibilidades para contemplar uma demanda tão diversificada;; a Teologia, em contrapartida, restringe-se à fé cristã.
Para que esse modelo fosse aplicado com eficácia, foi necessário ter clareza do perfil do professor que ministra cada disciplina. Nesse sentido, foi importante a separação das matérias. O professor de Ensino Religioso deve sempre levar em conta os alunos com quem está trabalhando, perceber quais as necessidades prementes daquele grupo. Deve saber dialogar com a Antropologia, a Sociologia, a Filosofia e até mesmo a História, que contextualiza os acontecimentos religiosos ao longo da trajetória humana, nos trazendo à modernidade e suas complexas indagações. Cabe ao professor de Ensino Religioso discutir essas questões que podemos chamar de existenciais ou espirituais, e que auxiliam na formação dos valores e na construção do sentido de vida dos alunos;; e apresentar as diferentes tradições religiosas, refletindo sobre seu papel na história e seu impacto na sociedade.
Por reconhecer sua relevância na formação de seus estudantes, temos claro que o Ensino Religioso é uma matéria como outra qualquer e está inserido na grade curricular do Ensino Fundamental, como disciplina obrigatória, a partir do 2º ano (Fundamental 1), estendendo-se até o 9o ano do curso.
Dada as diferenças de faixa etária, essa matéria é abordada sob diferentes óticas e metodologias nos dois segmentos. Mantém, porém, o mesmo caráter formativo, a mesma filosofia inclusiva e de respeito às diversidades que é a adotada pelo Colégio. Cabe ao ensino religioso diluir atitudes preconceituosas que possam ferir a convivência democrática;; apresentar valores que estimulem o desenvolvimento da cidadania e da consciência ética;; contribuir para a compreensão do ser em sua totalidade e abrir possibilidades de se relacionar com o transcendente, sem qualquer forma de proselitismo.
As aulas de ensino religioso devem subsidiar o conhecimento do aluno com relação ao respeito e entendimento de culturas e tradições religiosas existentes nas mais diversas esferas da nossa sociedade, bem como de outras culturas.
Constatadas as necessidades de mudança e de maior adequação à realidade plural do Colégio e da sociedade brasileira, nos lançamos à prática:
construir um currículo de ER com base na experiência de nosso dia a dia e com reflexão continuada dos educadores, em especial no Fundamental 1, onde as mudanças foram mais significativas e ainda estão sendo implementadas.
As descrições dos planejamentos dos cursos de ensino religioso dos segmentos EF1 e EF2 feitas a seguir refletem as discussões do grupo nas reuniões de verticalidade e o trabalho dos professores de ER que, a partir de um currículo elaborado para atender às necessidades e limites das faixas etárias de cada ano em cada segmento, exploraram os conteúdos programáticos da melhor forma possível, por meio de diferentes metodologias, apresentando novos conceitos sobre valores, bem como diferentes tradições religiosas e de que maneira elas se manifestam na contemporaneidade.
Ensino Religioso no Fundamental 1 Objetivos
O Ensino Religioso no Ensino Fundamental 1 se modifica e se amplia para, desde cedo, contribuir para a formação integral de nossos alunos.
Buscamos trabalhar as dimensões espiritual e filosófica do sujeito - significados, sentimentos, pensamentos - para que, dessa forma, eles possam se constituir como seres éticos, que assumem valores em sua conduta, se relacionam com o outro e com o mundo social de que fazem parte.
Cada aluno tem sua história e sua tradição religiosa familiar. Nas aulas, isso é valorizado de forma a mostrar que a diversidade, em todos os sentidos, é importante e necessária e que diferentes escolhas devem ser respeitadas.
Desse modo, complementando o objetivo formativo, há o informativo, que procura apresentar diversas religiões, suas práticas, simbologia e valores ao longo das séries do EF1. O conhecimento dos possíveis caminhos espirituais a seguir promovem uma ampliação da visão de mundo e, com o avançar dos anos, a (re)afirmação das escolhas realizadas.
A religião é um fenômeno social, vivenciada através de um conjunto de símbolos e rituais que a caracterizam e identificam. É um elemento central da experiência humana e existe em todas as sociedades conhecidas (DIMENSTEIN, RODRIGUES, GIANSANTI, 201253).
Por isso, conhecer as diversas religiões traz às relações um convívio pacífico e de troca. “Meu ‘deus’ está onde deposito meu coração. Que nome dou a ele (Iahweh, Zeus, Olorum, Alá) é uma questão de significantes culturais”
(SOARES, 2012, p.235).
É preciso comunicação e reflexão para que não impere a indiferença ou o preconceito. Daí a importância de se buscar também um objetivo filosófico no trabalho com as crianças, promovendo a problematização do cotidiano, dos encontros, das diferenças, bem como da transcendência.
Metodologia
O Ensino Religioso no Fundamental 1 adota uma metodologia que volta especial atenção à adequação e às necessidades das faixas etárias nos conteúdos e temas desenvolvidos, que poderiam de outro modo se apresentar bastante complexos e inacessíveis. A abordagem é interdisciplinar, pois os temas estão entrelaçados a outros campos de conhecimento, como a Literatura e as Artes Visuais, a História e a Antropologia, uma vez que os objetos de ER encontram representação em diversas linguagens e são alicerçados em diferentes culturas.
53 Livro: “Dez lições de Sociologia para um Brasil cidadão”. Capítulo 3: Religião. São Paulo:
FTD, 2012. p. 74-107.
Sendo assim, o trabalho com livros, filmes, poemas, histórias em quadrinhos é bastante intenso. Também o tratamento de manifestações religiosas indígenas e africanas, por exemplo, dialoga com nosso programa de História.
Levando-se em consideração os objetivos propostos, o “como” ensinar alunos de 2º a 5º anos constitui um diferencial, que pressupõe uma escuta aberta da parte do professor e acolhimento dos questionamentos e inquietudes dos alunos, bem como reflexão e discussões a respeito das questões humanas, como liberdade, preconceito, direitos e deveres, e transcendência. Assim, nessas aulas, o valor maior não está na exposição de conhecimentos, e sim no diálogo amplo e distanciado da ideia de que o que se discute tem um ponto de chegada definido, está certo ou errado. Ouvir e ser ouvido são pressupostos para o diálogo, permeado pela noção de respeito à diversidade e opinião alheia.
Assim, metodologia e conteúdo disciplinar guardam estreita relação.
Para que as aulas de Ensino Religioso sejam momentos de aprofundamento e espontaneidade, a disposição das crianças na sala de aula também é importante: acomodar-se livremente no chão ou ao ar livre, ou mesmo em trabalhos em grupo, são práticas constantes. Faz-se necessário também que haja, sempre que possível, vivências relacionadas ao que é conversado, práticas que possam ser significativas, como a observação atenta da natureza no campus do colégio ou uma visita à nossa capela. Assim, o aluno experimenta na ação o que foi abordado no nível das ideias.
Os conteúdos discutidos nas aulas de ER nos quatro anos do Fundamental 1 são trabalhados em gradação e espiral.
Em gradação, pois, nas séries iniciais, 2º e 3º anos, as reflexões se baseiam em valores como respeito, amizade e solidariedade, que estão mais próximos das preocupações e necessidades dessa faixa etária, do “eu em relação ao outro”. Ao longo da escolaridade, até o 5º ano, a criança vai se deslocando desse autocentramento e torna-se capaz de olhar o outro como um ser diverso, que também tem desejos. Nesse sentido, o trabalho com o valor da
diversidade e questões de Meio Ambiente parecem muito pertinentes a essa fase final do Fundamental 1.
Em espiral, pois, mesmo já tendo sido abordados em determinada série, alguns conteúdos, como as manifestações religiosas ao redor do mundo ou o valor da paz, podem voltar a ser abordados, sob outra ótica, em outra série. Os debates e aprendizagens do curso não são considerados concluídos. Eles são revisitados e ressignificados conforme o desenvolvimento emocional e intelectual dos alunos, uma vez que, nesse segmento escolar, ocorrem grandes transformações do pensamento em direção à capacidade de abstração.
Eixos programáticos
O primeiro eixo programático que identificamos é o dos valores, manifestos em atitudes que favorecem o desenvolvimento de uma sociedade onde o humano possa ser plenamente desenvolvido. São abordados, prioritariamente, paz, respeito, gentileza, diversidade, gratidão, amizade, amor, união, justiça, de maneiras diversas: leitura de histórias, exibição de filmes, discussão sobre situações concretas, expressão da atuação de grandes líderes.
Permeando esses valores, ainda estão presentes o diálogo, a escuta e a consideração expressos na metodologia de trabalho.
O segundo eixo programático é a relação com o outro, com o que está fora do eu (a alteridade) e que, em certa medida, é diferente e desconhecido.
Nesse sentido, há uma proposição de que os alunos possam olhar para si mesmos e para seus pares, identificando semelhanças e diferenças, complementaridade ou oposições que, ao serem consideradas e ponderadas, podem levar a um crescimento pessoal.
O terceiro eixo programático é o meio ambiente, entendido como o espaço onde vivem, convivem e interagem seres vivos e elementos não vivos.
Esse eixo abrange a dimensão ecológica, foco de grande preocupação na atualidade, do ponto de vista global;; no entanto, trabalhamos a ampliação desse conceito, trazendo-o para perto de cada um de nós, a começar pelo espaço da
própria sala de aula, do qual somos chamados a cuidar e nos responsabilizar para que seja um ambiente agradável para todos.
Um eixo de trabalho que permeia todos os demais é a constante retomada do que vem a ser espiritualidade e religiosidade, por meio de suas diversas expressões simbólicas e rituais, oferecidas aos alunos em panorama ao longo das cinco séries, e também por meio das festas especificamente católicas vividas na comunidade escolar – Páscoa, Festa Junina, Natal.
É importante ressaltar que a ordem de exposição dos eixos do programa não corresponde à ordem em que estes são desenvolvidos;; trata-se simplesmente de uma organização expositiva, uma vez que os tempos didáticos de cada sequência estão intimamente relacionados ao desenvolvimento do ano letivo e dos conteúdos pedagógicos de cada série.
Ensino Religioso no Fundamental 2 Objetivos
Considerando a especificidade do curso, sua periodicidade e as características da faixa etária, foram propostas, no final de 2013, mudanças na composição da equipe docente e na estrutura programática do curso de Ensino Religioso no EF2 para 2014. Além da competência em dialogar com a faixa etária e disposição para estudar e ministrar o curso a partir dos alicerces da Ciência da Religião, foi feita a opção por montar a equipe com professores que já ministram aulas de outras disciplinas em cada uma das séries e que, portanto, encontram os alunos de forma mais frequente. Esse contato estreito possibilita o aprofundamento do trabalho formativo proposto, já que o aluno do EF2 vive um período de intensas transformações físicas e psíquicas em que está particularmente propenso a refletir sobre sua existência, sua relação com os outros e sua atuação no mundo, desde que perceba que há uma real disposição para o acolhimento e diálogo. Nesse sentido, o curso de Ensino Religioso tem o potencial de ser um espaço privilegiado para a reflexão e discussão. A partir dos temas propostos, os alunos comumente trazem para a classe vários de seus
dilemas e dificuldades do cotidiano, criando um contexto e um relacionamento professor-aluno diverso dos demais cursos regulares.
Além disso, fizemos mudanças significativas no programa para que os alunos tenham maior consciência da estrutura do curso de Ensino Religioso no EF2 e do seu percurso de aprendizagem. Cabe ressaltar que a escolha do conteúdo de cada série levou em consideração o momento do desenvolvimento em que o aluno se encontra, os temas nos quais ele está imerso por conta do trabalho das demais disciplinas e os conteúdos transversais das séries. Dessa forma, a disciplina de Ensino Religioso torna-se naturalmente parceira de várias outras áreas do conhecimento ao longo do percurso, criando uma sinergia que favorece o aproveitamento do aluno. Partimos de experiências bem-sucedidas na área e reposicionamos alguns conteúdos para estabelecer uma estrutura comum composta de quatro eixos e seus objetivos. São eles:
Eixo das tradições religiosas
• Identificar as origens históricas e ampliar o repertório do aluno acerca das diversas manifestações religiosas.
• Contribuir para que o aluno valorize e respeite as diferentes expressões religiosas e culturais.
• Estimular o aluno para que ele possa reconhecer no fenômeno religioso, eminentemente humano, sua expressão espiritual.
• Capacitar o aluno a estudar a religião também como um fator histórico, que influencia e sofre influência do contexto em que ocorre.
O estudo das tradições religiosas foi distribuído ao longo dos quatro anos, conforme esquema abaixo. Deste modo, há tempo para aprofundar devidamente cada uma delas e proporcionar encontros com líderes religiosos e visitas aos templos, quando necessário. Além disso, o aluno terá mais tempo e níveis diferentes de maturidade, ao longo do processo, para refletir sobre esses universos.
6º ano: Indígenas brasileiros (animismo, totemismo e xamanismo) e Budismo (na Índia, China, Japão, Nepal e Vietnã).
7º ano: Judaísmo e origem do Cristianismo.
8º ano: Cristianismo, Protestantismo, religiões evangélicas e religiões africanas (Candomblé e Umbanda).
9º ano: Islamismo
Eixo Filosófico
• Subsidiar o aluno na formulação de questionamentos existenciais.
• Estimular o aluno a refletir sobre as diversas definições de religião, bem como sobre as relações dos homens com o fenômeno religioso.
• Promover a reflexão sobre a existência ou não de uma busca intrínseca ao ser humano que percorre todas as religiões.
• Estimular a investigação sobre a dimensão religiosa do conhecimento humano.
• Promover a reflexão sobre a busca de uma verdade pelas religiões e pela ciência no mundo contemporâneo, bem como sobre o anseio humano pelo transcendente.
• Discutir as influências históricas e sociais sobre as noções e definições de direitos humanos.
• Refletir sobre o direito à religião, ao credo pessoal e à prática religiosa.
• Refletir sobre os fundamentalismos religiosos.
Eixo Valores
• Debater ideias e expressá-las a partir de temas atuais que estejam relacionados às discussões acerca das religiões de forma respeitosa.
• Apresentar os aspectos dialéticos da moral e dos princípios éticos levando em consideração os contextos social e cultural.
• Reconhecer e valorizar os modelos éticos humanistas.
• Refletir sobre a relação do ser humano com a natureza na perspectiva espiritual, identificando as questões sociais e ambientais da contemporaneidade.
Eixo Vivencial
• Sensibilizar o aluno para o compromisso social e estimular sua participação política. Identificar o agir humano ético e a dimensão da alteridade.
• Refletir sobre os aspectos transcendentais na relação com os outros.
• Proporcionar experiências que levem à reflexão sobre a própria espiritualidade.
3. A Ciência da Religião como matriz
A religião, segundo PASSOS (2007) não é um assunto somente das pessoas que creem ou que participam de alguma instituição confessional, pois ela é um fato antropológico e social que está na vida dos cidadãos de diversas maneiras. Portanto, o estudo da religião é fundamental e indispensável, e o seu ensino nas escolas, para que os estudantes entendam o seu valor teórico, político e pedagógico na formação de cidadania e humanização dos indivíduos, é muito importante. A questão não é “do direito ou não à religiosidade, mas do direito à educação de qualidade que prepare o cidadão para visões e opções conscientes e críticas em seus tempos e espaços” (PASSOS, 2007, p. 77).