Capítulo III. O Modelo atual de Ensino Religioso do Colégio Santa Cruz
ANEXO 1 – PLANOS DIRETORES DO COLÉGIO SANTA CRUZ
ANEXO 1 – PLANOS DIRETORES DO COLÉGIO SANTA CRUZ
A seguir, o percurso do Ensino Religioso, registrado nos Planos Diretores, de acordo com suas mudanças e transformações. Os trechos transcritos estão exatamente como nos Planos e marcados com aspas. Comentários e interpretações estarão redigidos entre os trechos.
Foram escolhidos alguns Planos Diretores como exemplo: 1965 e 1967 (1a Fase/1952-1968);; 1974 e 1983 (2a Fase/1969-1987);; 1994, 2006 e 2010 (3a Fase/1988-2011);; 2012 e 2014 (4a Fase/2012-até hoje).
1965: Plano Acadêmico do curso Ginasial do Colégio Santa Cruz.
O Plano amplia-se para o Curso Ginasial também, que até então estava estabelecido nas Classes Experimentais.
Primeira Parte: objetivos gerais 1. O ambiente:
“Pelo ambiente que a escola cria, as disciplinas que inclui no programa, os métodos que emprega, ajuda a moldar sua personalidade e a adquirir atitudes altruístas. Procura em última análise, uma melhor adaptação da criança, da família e de si própria à sociedade e deseja, através do desenvolvimento das pessoas, a realização de uma Humanidade solidária e fraternal onde o progresso das sucessivas gerações seja proveitoso a cada um dos membros e vice-versa.
Que a escola o queira ou não, ela exerce sempre, quer seja positivamente ou negativamente, uma influência sobre a formação física, moral, social ou religiosa da criança.
O problema da formação religiosa da criança é mais delicado. Com efeito, ideias pré-concebidas e empedernidas despontam facilmente em torno desse assunto. A fé ou a crença, pensa-se muitas vezes, pertencem à vida particular e não interessam senão à consciência de cada um. Isto é verdade, sem dúvida.
Mas precisamos entender-nos. Existem problemas que não sejam senão individuais? A Religião exprime uma das dimensões do homem e nesse sentido
é uma interrogação permanente feita aos nossos espíritos inquietos. Esforcemo-
nos por ignorá-la ou silenciá-la e teremos imediatamente por resultado graves desequilíbrios. De qualquer forma, porque essa questão é importante, a ela nos dedicaremos com mais vagar.
A escola deve favorecer o desenvolvimento das tendências religiosas do indivíduo. Com mais razão nada deve empreender que venha a corromper ou abafar essas tendências. Acreditamos que a Religião, sob forma de História da Atividade Religiosa do Homem, deve ser ensinada em todas as escolas, assim como as Letras, as Ciências e as Artes. Dever-se-ia poder conhecer as diversas manifestações do sentimento religioso no seio das numerosas crenças que agrupam e às vezes separam os homens. Tal pesquisa constituiria uma espécie de reflexão acerca das inquietações fundamentais que encontramos em cada um de nós, aceleraria a aproximação das diferentes confissões oferecendo-lhes bases de acordo tão vastas e universais quanto possível, e apressar a marcha da Humanidade para uma Unidade que o homem hoje em dia pode razoavelmente entrever. Em resumo, acreditamos que a Religião, encarada numa relação cada vez mais estreita com as Ciências, as Artes e o conjunto das atividades humanas, está destinada a desempenhar um papel de relevo no desenvolvimento da Humanidade.
Em se tratando da educação religiosa cristã ou mesmo, se quisermos, católica, pertence à Igreja concebê-la e assegurá-la aos seus adeptos. Pode esta, se servir da escola como de um instrumento para divulgar a Mensagem Evangélica? Certamente não. A escola é uma instituição que depende da sociedade civil e tem direito a que sejam respeitadas sua finalidade própria e sua autonomia. É o meio, universalmente difundido, pelo qual a sociedade educa seus cidadãos, transmite-lhes sua cultura e comunica-lhes os valores civilizadores de que é portadora.
A Igreja pode, sem dúvida, com o mesmo direito que outros agrupamentos particulares e com o mesmo respeito à autoridade constituída, criar escolas que se tornam o que, por um nome no fundo infeliz, chamamos de escolas confessionais. Fá-lo então para compensar alguma insuficiência da sociedade civil e se compromete a respeitar as normas que regem intrinsecamente essas
instituições. De qualquer forma, o que se pode esperar dela, - e aqui é preciso render-lhe justiça: em geral ela cumpre essa exigência - é que se prenda a uma forma de agir que torne mais forte e aperfeiçoe a fé dos fiéis que ela ali reúne, sem forçar a liberdade de quem quer que seja e sem prejudicar àqueles que, por um ou outro motivo, se encontram sob seu teto sem professar o mesmo credo.
O problema religioso situa-se na raiz de nosso ser. A Religião dá um grande valor ao sentido comunitário da existência: ela exige o respeito da liberdade individual, mas, por outro lado, insiste fortemente sobre a comunhão com valores universais. Eis por que ambos, o sentimento religioso e a Religião, devem merecer a atenção de todos aqueles que se dedicam a tarefas educativas.
É primeiramente pela formação do espírito que a escola pretende exercer uma influência educadora junto à criança. Uma coordenação judiciosa, de atividades exercitando a reflexão, o raciocínio, a memória, o espírito crítico, a expressão de si mesmo sob todos os aspectos, assegurará a formação da inteligência, do coração e da vontade dos jovens e permitirá levá-los ao alargamento progressivo de sua experiência pessoal”.
Segunda Parte: fatos pedagógicos 2. Pessoal
“Na medida em que a Educação Religiosa exige um ensino e, por conseguinte, um programa definido, um lugar no horário semanal e a inserção, no calendário anual, de algumas atividades próprias, o Coordenador Pedagógico é conduzido a consultar a Equipe responsável por esse setor essencial da formação do indivíduo”.
Haviam salas especiais para todas as disciplinas. As aulas de Educação Religiosa (ou, Religião, como também era chamada) eram realizadas na Capela.
A Educação Religiosa fazia parte das Práticas Educativas com número de horas definidas no quadro de disciplinas regulares (currículo), sendo destinados às essas aulas 66 minutos semanais, de 1a à 4a séries. Mas, não havia uma nota específica.
1967: Plano Diretor do Curso Colegial do Colégio Santa Cruz Nossa concepção comunitária de escola
“Cabe-nos lembrar, a esta altura, remetendo nossos leitores à obra que os padres de Santa Cruz publicaram pela Editora Herder, "Educação Brasileira e Colégios de Padres", que as metas norteadoras do Colégio são a desclericalização, praticamente realizada no Curso Colegial, a democratização que, embora muito cautelosamente, se iniciou em 1966, pela eliminação do refeitório, readaptação do conceito de semi-internato, além da manutenção do sistema de bolsas de estudo, a que acresce agora, em 1967, o aumento do número de classes no 1o colegial, a sacerdotalização das tarefas dos padres que em 1967, trará para a animação espiritual de nossos alunos o Pe. Eugênio (como era chamado) Charbonneau, agora liberado de suas funções de Diretor de Curso.
Fiéis à perspectiva pedagógica que nos diz respeito, compreendemos que a democratização não se faz apenas por uma recomposição da população escolar, para permitir a conveniência das diversas classes sociais, mas também pela formulação duma estrutura capaz de levar o adolescente a atingir os dois processos básicos de sua própria educação: a independentização e a enculturação.
Como se vê, tem-se em mira o mundo de hoje, que é pluralista, no qual e sobre o qual o aluno vai agir. Donde a necessidade de um curso eclético em que se atende simultaneamente à formação humanística e a científica, resultando o encaminhamento vocacional de uma opção verdadeira, baseada num conhecimento menos superficial da realidade que o cerca”.
Conteúdo curricular
Às disciplinas regulares, acrescentar-se-ão os horários de Educação Física, Esportes, Orientação Pedagógica e Religiosa.
Vida comunitária e religiosa
“Declara-se o Colégio, uma instituição temporal de ensino médio ao serviço da sociedade, apolítica e sem fins lucrativos, aberta a todos sem discriminações de cor, raça, religião, condição social ou econômica, desde que sejam aceitos os objetivos educacionais, a estrutura e a mentalidade cristã que a inspiram, convencidos de que qualquer forma de discriminação nos direitos fundamentais da pessoa, deve ser superada e eliminada, porque contraria o plano de Deus. E garante a todos uma total liberdade religiosa e total liberdade de manifestarem sua fé, porque a própria natureza social do homem exige que ele manifeste externamente atos internos de religião, que se comunique com outros em matéria religiosa, que professe sua religião em forma comunitária”.
A Animação Religiosa do Curso Colegial tem como orientador o Padre Charbonneau.
“Cultura Religiosa: por maior que seja a regularidade e a profundidade deste curso, estavam convencidos de que ele não se podia confundir, por seu caráter eminentemente vivencial, com os demais cursos a que todos estavam obrigados”. Assim, em 1967, ele se torna facultativo, realizando-se uma vez por semana, na Capela. “Ministrado por sacerdotes e leigos, terá lugar, como acontecia nas primeiras comunidades cristãs, na primeira parte da Santa Missa, a Liturgia da Palavra”. A grande vantagem dessa forma de instrução religiosa sobre a anterior (aulas regulares, em classe) parece ser o fato de se “unir o ensinamento à vivência litúrgica e sacramental”. São também fonte de evangelização os Retiros Anuais, que atingem a todas as classes, ao nível de série.
1974: Plano Diretor do Curso Ginasial do Colégio Santa Cruz
Nesse ano, o curso ginasial também muda a nomenclatura de seu curso para Ensino Religioso. “A expressão ‘Animação Espiritual’ é abrangente e refere-se ao Ensino Religioso no sentido da Lei”. Portanto, apenas uma mudança de nome para um curso que sempre existiu no Colégio, que sempre foi uma preocupação dos padres de Santa Cruz.
“O curso de ‘Animação Espiritual’ não é catequese propriamente dita, e não é, especificamente, um curso de cultura religiosa”. Por isso, ainda havia tanto temas relacionados ao cristianismo, à Bíblia quanto temas relacionados à vida cotidiana, valores, moral etc. Como recebiam alunos pertencentes à várias tradições religiosas, queriam que houvesse o respeito à essa liberdade de escolha. “Portanto, o Colégio Santa Cruz, mesmo sendo uma instituição particular e confessional, acolhe a todos sem distinção de religião”.
E, continua a oferecer a catequese, de inscrição facultativa.
A carga horária muda novamente, 2 horas semanais na 5a série, uma hora na 6a série, duas horas na 7a série e uma hora na 8a série.
1983: Plano Diretor do Curso Colegial do Colégio Santa Cruz
“A Orientação Pastoral do 2º Grau do Colégio Santa Cruz procura aplicar na vida escolar as linhas mestras da Ação Pastoral da Igreja Católica em São Paulo, assim como apresentadas nas Diretrizes Pastorais da CNBB para o período de 1983 a 1986. Estas diretrizes, em suma, englobam as diferentes dimensões da ação da Igreja Católica no Brasil”. São elas: comunitária e participativa, missionária, catequética, litúrgica, ecumênica e de diálogo religioso, profética e transformadora.
Programa de Cultura Religiosa no Curso Colegial
“A programação curricular de Cultura Religiosa, iniciada nas 1as séries do Colegial em 1977, sob a denominação de História das Religiões, foi estendida
às 2as séries em 1982 e, a partir deste ano, passa a integrar o currículo das 3as séries do Curso Colegial”.
Na 1a série, o objetivo básico é falar sobre o fato cultural da Religião, na 2a série o tema é Fé e na 3a série, com uma abordagem expositiva e crítica, fala-
se sobre atuação efetiva de pessoas e grupos na esfera social, política e econômica no primeiro semestre e, sobre os problemas da passagem do Colegial para a Universidade, como opção ideológica, drogas, relacionamento afetivo-sexual.
1994: Plano Diretor dos Cursos de 1o e 2o Graus do Colégio Santa Cruz Nesse ano, há apenas um Plano Diretor, integrando todos os Cursos e Atividades do Projeto Santa Cruz. Uma grande novidade e a oportunidade de organização detalhada de todos os Cursos, Áreas e atividades do Colégio.
A Palavra do Diretor fala sobre isso, e explica a importância de se ter essa unidade, apesar de prezar pela diversidade e liberdade, ou seja, “unidade não significa homogeneidade, mas harmonização de componentes heterogêneos;; o respeito pela diversidade é um princípio básico quando se busca compor um todo, tão integrado quanto múltiplo, tão único quanto complexo”.
Há um novo texto do Projeto Santa Cruz, em que se discorre sobre educação e o seu papel na sociedade e, depois, sobre uma formação multidimensional e integral, humanizadora e cristã que compõem o projeto educacional do Colégio.
Apresenta como o Colégio pensa a formação da inteligência, psicológica e moral. “Formar moralmente uma juventude é ensinar-lhe o compromisso com o outro, com sua comunidade, com seu país. É apontar-lhe os princípios que inspiram o amor e a justiça. Essa formação repousa nos valores cristãos. Aqui a educação também se alicerça na crença de que toda existência é marcada por uma dimensão transcendental. E, embora respeite a liberdade de consciência e religião e abra suas portas indiferenciadamente a todos os que, não obstante diversidades religiosas, aceitem seus objetivos educacionais, o Colégio Santa Cruz reafirma sua orientação católica”.
E, por fim, relembra que o Santa Cruz sempre vai além dos limites mínimos exigidos pelas deliberações legais, ou seja, com mais dias letivos, com novas alternativas disciplinares, atividades formativas, culturais e esportivas para todos os alunos. Valorizando a capacidade de aprendizado e criação deles.
O Ensino Religioso aparece na área de Pastoral e Ação Comunitária, dirigida a todos os alunos do 1o Grau, e em palestras sobre formação religiosa para os alunos do 2o Grau.
O Ensino Religioso
“No Curso de 1o Grau, as aulas de Ensino Religioso compõem o currículo normal de cada série;; objetivam o conhecimento do evangelho, a orientação espiritual e a introjeção de valores humanitários;; para isso, além dos temas programados e desenvolvidos nas aulas, a Campanha da Fraternidade inspira a realização de atividades extraclasse, tais como visitas organizadas a comunidades carentes e campanhas de solidariedade pertinentes ao tema de cada ano.
No Curso de 2o Grau, o trabalho da Pastoral não é um componente curricular, mas desenvolve-se através de palestras em cada série, oferecidas no horário normal de aulas, além de reflexão sobre os temas referentes às Campanhas da Fraternidade por parte dos professores de Filosofia e de outras áreas afins. Essa estratégia deriva dos objetivos específicos da Pastoral do 2o Grau: desenvolver no aluno o aprofundamento da espiritualidade, a opção existencial consciente e a sensibilidade para a realidade social”.
A descrição dos temas apresentados aula a aula é retirada do Plano Diretor. O que dá mais liberdade à formulação dos programas, planejamentos curriculares e conteúdos disciplinares.
2006: Plano Diretor dos Cursos de 1o e 2o Graus do Colégio Santa Cruz
Ano de implantação do Ensino Fundamental de 9 anos, que no Colégio Santa Cruz não foi uma simples adaptação das séries existentes para “anos” e,
sim, a criação de um novo 1o ano. Em que as séries irão seguir até acabarem, e o novo ciclo se inicia e, a cada ano, um novo “ano” surge.
O Ensino Religioso não é mais ministrado no 1o ano. E, para tanto, há modificações do texto sobre o Ensino Religioso no Ensino Fundamental 1.
Há a inserção de questões sobre a dimensão exterior que é a que “agrega a experiência das relações humanas”, como “a percepção das diversidades (ética, social, cultural, corporal) e a consequente atitude de respeito, compreensão e solidariedade, sem abrir mão dos valores cristãos”. E sobre a dimensão interior que é a da introspecção, que “possibilita a cada um aprender a dialogar com seu eu profundo e o mistério de transcendência que nos constitui em essência”.
“No 2o ano do Ensino Fundamental de nove anos (série em que se inicia o Ensino Religioso), o tema gerador das aulas e projetos é Eu e o outro. No 3o ano, A amizade e o encantamento pelo mundo em que vivemos (o maravilhar-
se). No 4o ano, o tema a ser desenvolvido é Tomar consciência de si e da importância da vida para todos”.
No Ensino Médio a Cultura Religiosa sai do currículo como parte da Disciplina de Filosofia, ficando apenas como atividade optativa dentro da Pastoral.
2010: Plano Diretor dos Cursos de 1o e 2o Graus do Colégio Santa Cruz
Neste ano, com a chegada do 5o ano do Ensino Fundamental 1, um complemento o texto de Ensino Religioso, com o tema a ser trabalhado: Refletir e transferir para o dia a dia a palavra de Deus.
O Pe. José Amaral de Almeida Prado C.S.C., assume a Animação Espiritual do Colégio.
2012: Plano Diretor dos Cursos de 1o e 2o Graus do Colégio Santa Cruz
Nesse ano, que o Colégio comemora 60 anos, faz uma reavaliação de seu projeto pedagógico e reestrutura o seu apoio administrativo. E, para este
aprimoramento, algumas mudanças já foram feitas: a criação de uma Direção Pedagógica, exercida pela Vice-Diretora Geral. Foram criadas nove comissões disciplinares – Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, Inglês e Ensino Religioso -, que reúnem os professores de todos os cursos, para um planejamento transversal de cada área. Cada comissão tem um professor-coordenador e, esses coordenadores reúnem-se mensalmente com a Direção Geral com a finalidade de esboçarem seus parâmetros curriculares.
O ano de 2012, “é também especial para a Congregação de Santa Cruz, que finaliza a fusão, no Brasil, com os Padres de Santa Cruz, reunidos, agora, nos Religiosos da Congregação de Santa Cruz”. Corrigindo, a fusão entre os Padres e os Irmãos de Santa Cruz, que se iniciou em 2010. Descrita com maiores detalhes no texto: “A Congregação de Santa Cruz, Ontem e Hoje”, escrito pelo Pe. José de almeida Prado, C.S.C. (Presidente do Conselho Administrativo do Colégio e Orientador Espiritual do Colégio), no Plano Diretor desse ano.
Em seguida, um texto da Profa. Cristine Conforti (Vice-diretora Geral e Diretora Pedagógica) com o título “Educação na Pós-Modernidade: 60 anos do Projeto Santa Cruz”, dividido em quatro partes: 1) “Introdução: Diário de bordo”, que, metaforicamente, coloca a educação como o leme do navio em que viajam os jovens em sua formação, 2) “Da modernidade à pós-modernidade: o itinerário da história”, em que discute, filosoficamente, as mudanças dos tempos e a influência na área educacional, 3) “Modernidade sólida e pós-modernidade líquida: os limites e a resistência da educação”, em que, partindo da análise do sociólogo Zigmunt Bauman, sobre a sociedade (efêmera) em que vivemos e passando sobre os pensamentos de Walter Benjamin, em que a existência humana não corresponde à incorporação das respectivas experiências, que os acontecimentos não tornam-se significados, não transformam o sujeito.
Relacionando-os com o papel que deveria ser o da educação e, 4) “A pedagogia no Colégio Santa Cruz: pluralismo e humanismo, permanência e transformação”, que discorre e reflete sobre o fundamento que sustenta o projeto pedagógico do Colégio, que lembrado pelos dizeres do Pe. José, expressa a conciliação entre a doutrina católica que orienta a instituição e sua concepção educacional
pluralista, de defesa e respeito à liberdade de pensamento e demais direitos humanos: uma educação multidimensional de caráter humanista, por meio de definições histórico-sociais do que é “humanismo”. Para concluir, de onde veio e como se forma e consolida o programa educacional, ou seja, a proposta pedagógica do Colégio Santa Cruz.
Formação Religiosa
O novo texto descrito no Plano Diretor:
“A Pastoral coordena a ação educativa voltada à formação religiosa dos alunos do Colégio Santa Cruz a partir de quatro dimensões:
- sensibilização para a questão social e o voluntariado pedagógico;;
- ensino religioso e o desenvolvimento da espiritualidade e valores;;
- catequese e a iniciação para a primeira Eucaristia e Crisma;;
- liturgia”.
2014: Plano Diretor dos Cursos de 1o e 2o Graus do Colégio Santa Cruz
Nesse ano, tem-se a apresentação do Programa Socioambiental, Santa Recicla, que surgiu inicialmente como uma ação dos alunos participantes do Voluntariado Educativo, e hoje, segue também com a formação de um Comitê de Sustentabilidade que planeja e executa ações, campanhas etc.
No Capítulo da Pastoral, há uma nova apresentação:
“A Pastoral compõe, de modo abrangente, o projeto pedagógico e educacional do Colégio Santa Cruz. É um dos pilares estruturantes do programa de formação ética, que constitui e concretiza o conteúdo essencial da concepção humanista do Colégio. A pastoral desenvolve, no âmbito da reflexão e da ação, os valores a serem incorporados pelos educandos em seu processo de formação, para conscientizá-los da necessidade de atuação transformadora, e de corresponsabilidade na construção de uma sociedade mais justa e menos desigual”.
E o texto do Ensino Religioso aparece com uma pequena alteração. “O Ensino Religioso é oferecido a todos os alunos do Colégio e faz parte da grade curricular, tendo início no 2o ano do Ensino Fundamental e término no 9o ano.
São aulas semanais que permitem ao educando situar-se diante do fenômeno religioso de forma livre, coerente e engajada. Para tal, o aluno toma conhecimento de diferentes tradições religiosas, incluindo a cristã, vivencia valores humanos, desenvolve o potencial para uma vivência espiritual e é estimulado a uma prática consciente de solidariedade”. Lembrando que o Ensino Médio não tem essa disciplina em seu currículo. E no Ensino Fundamental 1, no 2o ano, passa a ser ministrado pela professora de classe, e não por um professore especialista.
Há também, nesse ano, a separação dos professores de Ensino Religioso dos professores de Catequese.
ANEXO 2 – DOCUMENTO: O MARCO REFERENCIAL DA