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EDUCAÇÃO PARTICULAR NO ESTADO DE SÃO PAULO

CAPITULO 1 ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO ADVENTISTA

1.3 EDUCAÇÃO PARTICULAR NO ESTADO DE SÃO PAULO

O Estado de São Paulo possui o maior número de alunos na educação básica entre todos os estados brasileiros. Isto é possível por ser o estado mais populoso do país. De acordo com a tabela a seguir, se forem considerados e somados os níveis fundamental e médio, o Estado de São Paulo responde por 21,1% dos alunos brasileiros.

Tabela 5 - Relação São Paulo/Brasil por matrículas

NÍVEL BRASIL SÃO PAULO SÃO PAULO/BRASIL (%)

Educação Básica 48.939.767 9.967.630 20,4% Educação Infantil 7.590.600 1.931.684 25,4% Ensino Fundamental 29.069.281 5.635.164 19,4% Ensino Médio 8.312.815 1.891.609 22,8% Fonte: (SEESP, 2013)19

16 De acordo com os dados disponibilizados pelo site da Divisão Sul-Americana (DSA) da IASD, somente o Estado do Piauí não possui nenhum estabelecimento da rede adventista de educação. 17 O Ensino Superior Adventista está presente em cinco Estados do Brasil: Pará, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Importa esclarecer que o Estado de São Paulo abriga o Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP – que está dividido em 3 campus (Engenheiro Coelho, Hortolândia e São Paulo, SP).

18 Informações disponibilizadas pela União Central Brasileira (UCB) da Igreja Adventista, responsável pelo desenvolvimento da IASD no estado de São Paulo.

Ademais, vale registrar que 20,24%20 dos estudantes da educação básica no

estado de São Paulo estudam em escolas privadas21 do território paulista, conforme

se depreende da tabela a seguir.

Tabela 6 - Matrículas na rede privada no Estado de São Paulo

Nível de Ensino Rede Privada Total % Particular/Total

Educação Infantil 633.871 1.931.684 32,81% Ensino Fundamental 1.005.399 5.635.164 17,84%

Ensino Médio 275.975 1.891.609 14,59%

Fonte: (SEESP, 2013)22

Outro dado que chama a atenção diz respeito ao desenvolvimento das matrículas nas escolas privadas paulistas. Elas seguem ritmo de crescimento inverso ao das instituições públicas de mesmos níveis de ensino no estado de São Paulo ao apresentarem constante crescimento nos últimos anos: as escolas públicas paulistas perderam 7,5% de alunos no acumulado de 2009 a 2012, enquanto no mesmo período os estabelecimentos de ensino particulares acumularam crescimento de 8,7% no número de matrículas, conforme gráficos 3 e 4:

Gráfico 3 - Matrículas no ensino fundamental em São Paulo (2002-2013)

Fonte: SEESP (2013)

20 Neste item, o estado paulista tem a 3ª maior percentagem de alunos de Ensino Médio em escolas particulares, ficando atrás de Distrito Federal (26,2%) e Rio de Janeiro (22%), de acordo com MEC / INEP Censo Escolar 2013.

21 No Brasil, a legislação estipula que as instituições privadas de ensino são enquadradas em quatro categorias: particulares, comunitárias, confessionais e filantrópicas.

22 Informações completas são obtidas em: <http://bit.ly/1MknMzz>, acessado em 12 de janeiro de 2015. 5.220,71 5.187,92 4.629.77 773,172 829,661 1.005,40 0,00 1.000,00 2.000,00 3.000,00 4.000,00 5.000,00 6.000,00 2002 2007 2013 Pública Privada

Gráfico 4 - Matrículas no ensino médio em São Paulo (2002-2013)

Fonte: SEESP (2013)

Constata-se que o ensino básico privado vem crescendo em São Paulo. Todavia, isto não tem ocorrido de maneira equilibrada entre as regiões, de acordo com os dados apresentados na tabela 7:

Tabela 7 - Participação da rede privada sobre o total de matrículas nos ensinos fundamental

e médio, segundo porte populacional dos municípios

Porte dos municípios (em mil hab.)

Ensino Fundamental Ensino Médio

Participação

(%) Crescimento participação entre 2002/2013

Participação

(%) participação entre Crescimento 2002/2013 Até 20 9,9% 3,9% 13,1% 4,2% Mais de 20 a 50 11,9% 2,6% 11,1% 1,9% Mais de 50 a 100 15,8% 3,7% 14,5% 2,0% Mais de 100 a 500 16,5% 3,9% 13,8% 2,1% Mais de 500 22,2% 6,5% 19,8% 2,1% Capital 24,4% 7,2% 17,6% 1,7% Fonte: (SEADE, 2014)

Para os fins propostos para esta pesquisa, a Tabela 8 mostra a participação da rede privada, segundo a renda domiciliar per capita média dos municípios. Naqueles onde a renda per capita era de até R$ 500, as escolas particulares respondiam por pouco mais de 5% das matrículas dos ensinos fundamental e médio

1.796,01 1.496.149 1.615.134 269,261 227,343 275,975 0,00 200,00 400,00 600,00 800,00 1.000,00 1.200,00 1.400,00 1.600,00 1.800,00 2.000,00 2002 2007 2013 Pública Privada

em 2013. Essa participação salta para mais de 24% nos municípios paulistas com renda per capita superior a R$ 1.000.

Tabela 8 - Participação da rede privada sobre o total de matrículas nos ensinos fundamental

e médio, segundo renda domiciliar per capita dos municípios Renda

domiciliar per capita nos municípios (em R$)

Ensino Fundamental Ensino Médio

Participação do ensino privado nas matrículas em 2013 (%) Crescimento da participação entre 2002/2013 Participação do ensino privado nas matrículas em 2013 (%) Crescimento da participação entre 2002/2013 Até 500 6,2% 2,6% 5,1% 1,1% Mais de 500 a 750 12% 3,4% 11,9% 2,7% Mais de 750 a 1.000 19,4% 4,1% 18,5% 1,3% Mais de 1.000 27,6% 4,4% 24,6% 3,3% Fonte: (SEADE, 2014)

É perceptível, portanto, que tanto os municípios mais populosos quanto os mais ricos experimentaram, na última década, um crescimento mais expressivo da rede privada. Tal conclusão, segundo análise da SEADE (2014), é proporcional aos critérios destes municípios que, apresentam maior demanda potencial ao terem uma população maior, e esta com maiores possibilidades de acesso a serviços educacionais pagos pela qualidade de sua renda.

Verifica-se, ainda, que o crescimento das escolas privadas também se diferencia segundo a renda per capita dos municípios. Aqueles com população mais rica viram as matrículas privadas se ampliarem mais. A participação do ensino privado no nível fundamental de educação cresceu 4,4% nos municípios mais ricos e 2,6% nos mais pobres. Para o ensino médio, a expansão foi menor, mas o padrão é semelhante, com variação maior entre os municípios mais ricos (3,3%) e o menor entre os mais pobres (1,1%).

Outro fato analisado que merece destaque é que no estado de São Paulo, como mostram os dados da Tabela 9, a rede privada cresceu mais nos municípios onde a qualidade da educação pública (medida pelo Ideb do ensino fundamental) é inferior. Verifica-se que, entre os municípios paulistas com Ideb (anos iniciais) até 5,0, a participação das escolas privadas aumentou mais de 5%, enquanto entre

aqueles com Ideb acima de 6,0 tal ampliação não passou de 3,5% no ensino fundamental e 3,9% no médio.

Tabela 9 - Participação da rede privada sobre o total de matrículas nos ensinos fundamental

e médio, segundo Ideb dos municípios

Ideb dos municípios Ensino Fundamental Ensino Médio Ideb dos anos iniciais

Até 5,0 5,6 5,2

Mais de 5,0 a 6,0 3,4 1,8

Mais de 6,0 a 6,5 3,5 2,5

Mais de 6,5 2,9 3,9

Ideb dos anos finais

Até 4,0 4,3 2,7

Mais de 4,0 a 5,0 3,5 2,4

Mais de 5,0 3,2 1,6

Fonte: SEADE, 2014

Vale ainda registrar que, no estado de São Paulo, segundo SEADE (2014), pouco mais de 18% das famílias de até 2 salários mínimos per capita tinham filhos em escolas privadas em 2012, enquanto entre as famílias com mais de 5 salários mínimos per capita, 87,9% dos filhos frequentavam o ensino fundamental privado e 78,6% o médio privado, como é notório a partir da tabela 10:

Tabela 10 - Participação da rede privada nas matrículas, por nível de ensino, segundo renda

domiciliar per capita - Estado de São Paulo - 2002-2012

Renda domiciliar per capita

(em salários mínimos – s.m.). Ensino Fundamental 2002 2012 2002 Ensino Médio 2012

Até 2 s.m. 8,4 18,1 6,2 9,7

Mais de 2 até 3 s.m. 25,3 37,1 19,7 35,4 Mais de 3 até 5 s.m. 52 73,2 49,2 68,8

Mais de 5 s.m. 48,8 87,9 52,1 78,6

Fonte: (SEADE, 2014)

A análise mostra, segundo o perfil traçado pela SEADE (2014), que o ensino privado se tornou mais acessível em São Paulo, principalmente para famílias de classe média. Em parte, esse fenômeno é explicado pelo crescimento real do salário

mínimo no período analisado, mas também se deve a uma questão de composição familiar, já que o número de filhos tende a ser maior (ainda que decrescente nos últimos anos) nas famílias mais pobres. De qualquer forma, os resultados apontam para uma mudança no perfil dos frequentadores das escolas privadas.

Contudo, além da renda familiar, pode-se caracterizar os alunos das escolas públicas e privadas por outros atributos, tais como a escolaridade dos seus pais (Tabela 11). Observa-se que a escolaridade dos pais difere radicalmente entre os alunos das escolas públicas e privadas. Nas escolas privadas, em 2012, 43,1% e 40,4% dos alunos tinham, respectivamente, pai e mãe com ao menos ensino médio completo e quase metade com superior completo. O contrário acontece com os pais de alunos de escolas públicas, em que não chega de 7% a proporção de pais e mães com ensino superior completo.

Tabela 11 - Distribuição dos alunos das redes pública e privada, por nível de ensino,

segundo escolaridade dos pais - Estado de São Paulo - 2012

Escolaridade dos pais

Ensino Fundamental Ensino Médio

Rede

Pública (%) Rede Privada (%) Rede Pública (%) Rede Privada (%) Escolaridade do pai

Menos que o ensino

médio 55,7% 12,9% 58,9% 11,3% Ensino médio completo 39,2% 43,1% 35,7% 40,3% Ensino superior completo ou mais 5,1% 44,0% 5,4% 48,4% Escolaridade da mãe

Menos que o ensino

médio 55,3% 13,0% 58,5% 17,3% Ensino médio completo 38,4% 40,4% 34,8% 35,8% Ensino superior completo ou mais 6,2% 46,6% 6,8% 47,0% Fonte: (SEADE, 2014)

Assim, é possível observar que, no Estado de São Paulo, o ensino básico privado cresceu de maneira mais expressiva entre famílias mais pobres, apesar de estas ainda constituírem uma parte pequena do público de tais escolas (SEADE, 2014). Diante da relevância da educação particular no território do Estado de São Paulo, a pergunta a ser respondida é: onde está localizada a educação adventista neste cenário?