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ENTRE PERCURSOS DE FORMAÇÃO E INTERESSE PELA TEMÁTICA: ESCRUTINANDO CAMINHOS

fórmulas matemáticas De repente, a física quântica veio trazer-lhes surpresas.”

OS CAMINHOS E (DES)CAMINHOS NO COMPLEXO CAMPO DA DOCÊNCIA E DA FORMAÇÃO: TRILHAS A VISITAR

2.1 ENTRE PERCURSOS DE FORMAÇÃO E INTERESSE PELA TEMÁTICA: ESCRUTINANDO CAMINHOS

Pensar desde a cosmovisão da complexidade implica lançar mão de um olhar “atento e observador”, como sugere Ormezzano (2009), para ver a realidade em sua amplitude e o que dela emerge.

Como professora nos anos iniciais do ensino fundamental e, posteriormente, no ensino superior, no curso de Pedagogia atuando basicamente nas áreas de Currículo, Didática e Prática de Ensino, venho tentando exercitar esse olhar sobre várias questões que envolvem a formação de professores e professoras no âmbito das licenciaturas de modo geral, mas de maneira mais específica e sistemática a formação do pedagogo. Esse olhar atento e observador tem me possibilitado encontrar dados sobre a situação da formação nessas áreas que revelam a necessidade de mais estudos a esse respeito.

Pelo censo de 1998, havia na educação básica brasileira cerca de 830 mil professores sem formação de nível superior (Censo INEP/MEC, 1998)70. Marques e Pereira (2002) afirmam que no ano de 1997 cerca de 39.800 vagas deixaram de ser preenchidas em 13 diferentes cursos de licenciatura. Um dos exemplos que elucida essa afirmação é o curso de educação artística, no qual 41,2% das vagas não foram preenchidas. Em números absolutos, houve sobra de 8.044 vagas nos cursos de pedagogia. Na área de letras sobraram 7.667 vagas. O censo também indicou que cerca de 825 mil professores do ensino fundamental e médio não possuíam formação superior.

Analisando essa situação no contexto do ensino superior, pelo censo do mesmo ano, considerando a população brasileira de modo

geral, apenas 7,7% das pessoas com idade de 20 a 24 anos frequentavam o ensino superior, uma das menores taxas do mundo. O quadro, segundo o Inep, é consequência de um dos principais problemas da educação básica: as elevadas taxas de distorção série/idade, de 46,7% no ensino fundamental e de 53,9% no ensino médio. Pelos dados do censo de 1998, aproximadamente 8,5 milhões de alunos do ensino fundamental tinham 15 anos ou mais de idade e deveriam estar cursando o nível médio. E mais de 3,7 milhões de alunos do ensino médio possuíam 18 anos ou mais de idade e poderiam estar matriculados na universidade.

O censo de 2000 indicou haver no Brasil 2.095 cursos de formação de professores de disciplinas específicas – Geografia, Biologia, Química, Física, Matemática, Línguas, História, entre outros – e 837 de Pedagogia.

Passados nove anos, o Censo Escolar 2009, revelou novos números impressionantes: considerando as cinco regiões do Brasil, (ainda) há 152.454 profissionais sem a formação adequada, atuando como professores e professoras em creches, pré-escolas, ensino fundamental e também no ensino médio. Estatisticamente eles/as representam somente 7,7% dos docentes que atuam hoje nas escolas brasileiras. O que aparentemente parece ser um dado pouco expressivo é, na realidade, um dado contundente, haja vista termos passado pela “Década da Educação”, cujo início se deu com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394 de 1996; após este período o que se constata é que aumentou a quantidade de profissionais sem a devida qualificação.

Dados atuais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep (2008), em relação à área de formação de professores e professoras, mostram que existem atualmente no Brasil 7.539 cursos de graduação. Desse montante, 55% (4.140 cursos) são ofertados em instituições privadas; e 45% (3.339) em instituições públicas. Dos 4.140 cursos oferecidos em instituições privadas, 1.881 (46%) são oferecidos nas faculdades; 1.549 (37%) nas universidades, e 17% (710) nos centros universitários. Dos 3.339 cursos de formação de professores e professoras oferecidos nas instituições públicas, 3.080 (91%) são em universidades; 223 (7%) nas faculdades; e 90 (2%) nos centros universitários.

Cabe registrar ainda que de acordo com as pesquisas o número de universitários e universitárias formados em cursos voltados para disciplinas específicas do magistério, como letras, química, biologia, geografia e filosofia continua caindo. Pelo Censo, foram esses os únicos cursos que registraram queda. Em 2007 havia 860 mil alunos

matriculados; em 2006 esse número era de 892 mil estudantes – comparativamente se constata uma redução de 3,6%. Esses resultados são preocupantes especialmente se forem associados também à falta de professores e professoras na educação básica.

Considerando o contexto catarinense, segundo Scheibe, Delizoicov e Durli (2008), um documento lançado pela Diretoria de Educação Superior da Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Santa Catarina – I Seminário Catarinense das Licenciaturas do ano de 2006, apresenta dados expressivos em relação à formação de professores para atuar na educação básica. Em 2005, a oferta das instituições da Associação Catarinense das Fundações (ACAFE) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) contabilizou a oferta de 134 cursos de licenciatura com 12.250 vagas e 64 cursos de Pedagogia com 4.555 vagas. Do total de vagas oferecidas, apenas 17,58% não foram preenchidas. Em 2005, Considerando o curso de Pedagogia, o número de formados foi de 1.457 acadêmicos. No ano de 2008, o ensino superior no Estado de Santa Catarina formou 4,6 mil professores.

Um dado a ser citado diz respeito ao perfil dos profissionais da educação básica no Brasil. O primeiro censo feito para traçar tal perfil aconteceu no ano de 2007, porém os dados foram publicados no ano de 2009. Na ocasião, o Inep divulgou que 6,3% de professores e professoras da educação básica não possuíam a habilitação adequada para o exercício da profissão. Um total de 15.982 desses profissionais possuíam apenas o diploma do ensino fundamental. Em 2007, 103.341 professores e professoras possuíam apenas o ensino médio regular. Em 2009, eles somavam 139.974. Em dois anos o aumento chegou a 35,4%. De acordo com o referido censo, o crescimento maior ocorreu na educação infantil; esses profissionais representavam 16,1% do total de docentes dessa etapa em 2007; em 2009 passaram a equivaler a 19,6% do total. Em relação ao ensino médio, existem cerca de 21.896 professores e professoras atuando sem a titulação devida (nível superior ou magistério que, neste nível de ensino também seriam insuficientes). O que se constata é que muitos estados e municípios continuam contratando professores e professoras sem a devida formação; tal atitude vai de encontro às metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação cujo término se deu em 2010, depois de passados quatorze anos da promulgação da última Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que determinou em seu artigo 62, que:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (LDB; 1996)71.

Um dado importante a ser acrescido nessa análise é o decreto nº 3.276, de 1999, que dispõe sobre a formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, e dá outras providências. Como se pode constatar, há uma alteração no texto da lei sobre como deve ser feita a formação de professores e professoras. No texto do primeiro decreto diz-se que a formação deverá ser feita exclusivamente e no de alteração preferencialmente em cursos normais superiores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 61 a 63 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, DECRETA: Art. 1o A formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, observado o disposto nos arts. 61 a 63 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, far-se-á conforme o disposto neste Decreto. [...] § 2o A formação em nível superior de professores para a atuação multidisciplinar, destinada ao magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, far-se-á exclusivamente em cursos normais superiores. § 2o A formação em nível superior de professores para a atuação multidisciplinar, destinada ao magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, far-se-á, preferencialmente, em cursos normais superiores. [...] (Decreto nº 3.276, de 06 de dezembro de 1999)72. [Tachado no próprio documento].

Reiterando o que foi dito acima, o decreto no 3.554, de 2000, dá nova redação ao § 2o do art. 3o do Decreto no 3.276, de 6 de dezembro

71 Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm 72 Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3276.htm

de 1999, que dispõe sobre a formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, e dá outras providências.

Art. 1o O § 2o do art. 3o do Decreto no 3.276, de 6 de dezembro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação: "§ 2o A formação em nível superior de professores para a atuação multidisciplinar, destinada ao magistério na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, far-se-á, preferencialmente, em cursos normais superiores." (NR) Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 7 de agosto de 2000. (Decreto 3.554 de 7de agosto de 2000)73.

O que essa alteração pode sugerir e que a coloca em uma posição de conivência com a situação constatada nas pesquisas é o fato de ela possibilitar o que popularmente se chama de “brecha” na lei; ou seja, muitos gestores, talvez pela urgência no preenchimento do quadro de profissionais, neste caso, fundamentalmente para a educação infantil e para os anos iniciais, e não dispondo de profissionais devidamente habilitados, contratam pessoas sem a devida qualificação sem que essa atitude seja considerada ilegal. Esse fato também nos ajuda a refletir, como destaca Leite (2010), que se a lei maior (LDB 9394/96) regulamenta a formação de professores e professoras em nível superior, fato que pode assegurar um processo formativo mais qualificado; ela também mantém a ambiguidade e a provisoriedade ao admitir que a formação para professores e professoras da educação infantil ocorra entre os níveis médio e superior. “Seria necessário, ainda manter essa ambiguidade e provisoriedade de formação de professores nestes níveis de ensino numa lei aprovada em 1996, depois de tantos anos de discussão?” Essa é uma reflexão importante quando se deseja pensar sobre os processos de formação de professores e professoras.

Dados mais recentes, obtidos pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – Enade,74 do ano de 2005, revelam que

73 Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3554.htm#art1

74 O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, e regulamentado pela Portaria nº 603, de 7 de março de 2006, é parte integrante do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), que compreende três instrumentos: a Avaliação das Instituições, dos Cursos e dos Estudantes. O Enade é um instrumento destinado a avaliar o desempenho dos estudantes com relação: a) aos conteúdos

41,6% dos estudantes de pedagogia têm renda mensal até três salários mínimos e cerca de 32,1%, o que representa aproximadamente um terço do total, contribui com o sustento da casa, conciliando estudos e trabalho. Cerca de metade dos pais dos/as estudantes têm grau de escolaridade baixo: 46,5% estudaram apenas até a 4ª série do ensino fundamental e quase 70% cursaram o ensino médio integralmente em escola pública. Nos últimos anos, esse quadro parece não ter se alterado e uma constatação chama a atenção. De acordo com o Jornal Folha de São Paulo75, de 15 de outubro de 2010, uma análise dos inscritos para a edição do Enade em 2007 mostra que, entre candidatos e candidatas com pior nota, a probabilidade de uma dessas pessoas escolher o magistério é três vezes maior do que entre aquelas com melhores notas. Quem ingressa nos cursos de pedagogia, que formam professores e professoras da educação infantil e do ensino fundamental, tem um perfil específico: baixo nível socioeconômico e pais com escolaridade baixa. O mesmo jornal publicou que o assessor especial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO (2010) – alertou sobre o problema da desvalorização do magistério apontando-o como sendo antigo. “A universalização do ensino fundamental foi feita à custa dos baixos salários dos professores.”76 Disse também que “quando se expandiu o número de escolas e fez-se a inclusão de mais alunos, ironicamente foram os professores que financiaram isso porque a expansão não foi feita melhorando a carreira e os salários”.77 O que se evidencia nesse processo é o desinteresse crescente de estudantes do ensino médio pela carreira na docência.

Cabe ainda apresentar a avaliação nacional sobre a adequação dos cursos, realizada em 2009. Na avaliação, 38% dos cursos na área de

programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação; b) ao desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional; c) ao nível de atualização dos estudantes com referência à realidade brasileira e mundial. O Enade, instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação e a regularidade junto ao ENADE, seja pela efetiva participação ou pela dispensa oficial pelo MEC, é condição prévia à conclusão de curso de graduação, expedição e respectivo registro do diploma. Fonte: http://www.fafijan.br/enade/enade.htm

75Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/saber/814996-magisterio-tem- dificuldade-de-atrair-jovens-talentos-para-a-carreira.shtml

76 Idem 77 Idem

Pedagogia78 foram classificados como inadequados79. Dos 34,3 mil formandos que realizaram o Enade em 2009, 11,6 mil estavam em cursos reprovados, o que representa cerca de 34% do total.

78 O Jornal Folha de São Paulo, de 14 de setembro de 2009, publicou a reportagem feita por Fábio Takahashi intitulada MEC suspende 10 vestibulares

de pedagogia. A decisão foi publicada no diário oficial do dia 14/09/09. As duas avaliações feitas pelo Enade em 2005 e 2008 comprovaram a inadequação dos cursos. As dez escolas, todas privadas, ofereceram cerca de 2.000 vagas no último vestibular (no total, foram 173 mil no país todo, segundo o último censo). Para os gestores do governo Lula os objetivos são evitar que estudantes entrem em cursos com problemas e melhorar a qualidade do ensino. Para o governo a redução de alunos ajuda a melhorar a qualidade do ensino e a capacitação dos educadores é um dos pilares. Levantamento da reportagem aponta que, das 49 escolas fiscalizadas pela pasta, mal avaliadas na prova de 2005, apenas nove atingiram o patamar adequado no exame de novembro de 2008. Recentemente, a análise passou a considerar também itens como número de professores com doutorado. Dos 49, 23 cursos repetiram os índices insatisfatórios no conceito Enade. Os dez que terão vestibular suspenso integram esse grupo e têm como agravante o fato de terem sido mal avaliados também no CPC (Conceito Preliminar de Curso), indicador que considera ainda fatores como avaliação da infraestrutura e perfil do corpo docente. De acordo com o MEC é a primeira vez que há suspensão de vestibular na área de pedagogia. [...] Cesar Callegari, presidente da câmara de educação básica do Conselho Nacional de Educação, defendeu que os cursos com notas baixas sejam fechados. “O estudante não pode esperar três ou quatro anos para descobrir que o curso é ruim.” Para outro membro do conselho, o professor da PUC-SP Antonio Ronca, o controle deveria ser feito antes mesmo do início do curso. “Só deveriam abrir os que apresentam condições satisfatórias”. Há outra linha de pesquisadores de educação, como o economista Gustavo Ioschpe, que defende que é melhor que haja cursos ruins do que nenhuma vaga. http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u623528.shtml

79 São considerados inadequados aqueles cursos que obtiveram nota 1 ou 2 numa escala que vai até 5. De acordo com o Jornal Folha de São de 04/09/2009, um dos cursos que teve nota 1 foi a Unirg - unidade Gurupi (TO). A escola aponta um desânimo entre os alunos devido à baixa procura pela carreira (só 144 das 400 vagas estão ocupadas). Na estadual de Goiás, a prova foi considerada difícil para os alunos da região (São Miguel do Araguaia). A unidade de Breves, da federal do Pará, diz que teve de “emprestar” docentes de outras unidades. Cita ainda que ocorreu boicote dos alunos. O Instituto Superior de Educação Programus, de Água Branca (PI), afirma que o curso tem apenas cinco anos e que vai melhorar. A direção da Pan Americana diz ter recebido “com desespero” o resultado e que fará “remodelação total”. Na Faculdade de Educação de Vitória (ES), a justificativa para o baixo conceito é a atuação da

A Fundação Victor Civita também realizou uma pesquisa80 na área, no ano de 2009, com 1,5 mil jovens. Desse montante, apenas 2% deles querem ser professores e professoras. É um dado que merece atenção quando se consideram os processos de formação de professores e professoras e suas implicações na educação de um país.

Considerando todos os dados apontados até então sobre a formação de professores e professoras no Brasil nos últimos anos (1997 – 2010), veremos a seguir o que revela o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb81, para os primeiros anos do ensino fundamental. Salvaguardadas as críticas sobre os critérios adotados para a obtenção desses dados82, a pesquisa realizada pelo Inep avaliou, por meio do Ideb (2009), o desempenho de 43.400 escolas públicas em todo o país. Do total de escolas avaliadas, 57,6% conseguiram atingir as metas estabelecidas para as séries iniciais do ensino fundamental; 20% não conseguiram; e 22,38% não tinham metas estabelecidas porque não participaram da avaliação quando o Ideb começou a ser instituído em 2005.

Esse conjunto de dados contribui para refletirmos sobre o quadro geral das políticas que envolvem a educação básica, sobretudo no âmbito da formação inicial e continuada de professores e professoras.

antiga coordenação do curso. Fonte:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u619441.shtml 80

Fonte: http://www.fvc.org.br/

81 O Ideb é calculado a cada dois anos e serve para avaliar a qualidade do ensino público no país. Cada escola tem uma meta e recebe uma nota, levando em conta o rendimento escolar o desempenho dos alunos na Prova Brasil. Ao criar o Ideb, o Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. Assim, levando em conta a realidade de cada local, cada instância deve evoluir de forma a contribuir para que o Brasil atinja a média 6 em 2021, que é o patamar dos países mais desenvolvidos. A nota mais baixa registrada entre as escolas foi 0,2, atingida pela Escola Estadual Jovem Protagonista, que fica em Belo Horizonte. Em seguida, aparecem as escolas municipais Firmo Santino da Silva, em Alagoa Grande (PB), Professor Francisco de Assis Cavalcanti, em Natal (RN) e Boa União, em Eunápolis (BA), todas com nota 0,5. As três escolas com notas mais altas são de Cajuru (SP), o mesmo município que ficou em primeiro lugar no Ideb. A escola Aparecida Elias Draibe ficou com nota 9, e as escolas André

Ruggeri e Dom Bosco tiraram 8,8. Fonte:

http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=24781877 82 Cf.: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u623528.shtml

O que se entende por formação continuada nesse estudo? De acordo com Libâneo (2004), a expressão formação continuada vem acompanhada de outra, a formação inicial. Ou seja, trata-se um processo formativo de dupla via, de maneira que o primeiro é condição precípua para o segundo e o segundo contribui na ressignificação do primeiro. Ambos são imprescindíveis no exercício da docência e não é possível tratar de um sem remeter-se ao outro.

A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional. (Idem, p. 227).

Tais questões encontram-se diretamente relacionadas com os principais aspectos da formação de professores e professoras que são as dimensões da docência83 e a complexidade que envolve os processos de ensinar e aprender, tendo em vista a educação em sua abordagem intercultural.

2.2 AMPLIANDO PASSOS: UMA TRAJETÓRIA DE CONSULTA À