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POLÍTICAS E PRÁTICAS NA ATUAL FORMAÇÃO DE

fórmulas matemáticas De repente, a física quântica veio trazer-lhes surpresas.”

OS CAMINHOS E (DES)CAMINHOS NO COMPLEXO CAMPO DA DOCÊNCIA E DA FORMAÇÃO: TRILHAS A VISITAR

2.4 POLÍTICAS E PRÁTICAS NA ATUAL FORMAÇÃO DE

PROFESSORES E PROFESSORAS: PROSPECÇÕES NA

CAMINHADA

São inúmeras as propostas e as reformas parciais a marcar o panorama educacional brasileiro. A forte presença do Estado dirigindo uma variedade de medidas aparece mediante o Decreto-presidencial n°

3.276, de 6 de dezembro de 1999, o qual define, ainda que parcialmente, uma política de formação de professores e professoras para a educação básica. O Conselho Nacional de Educação, preocupado com a concepção, desenvolvimento e a abrangência dos cursos de formação de professores, instituiu por meio do Parecer CP9/2001, conforme fora citado anteriormente, as Diretrizes para a Formação de Professores e professoras. No documento encontra-se a preocupação com a formação, especialmente no nível da educação básica a qual deverá ser oferecida, inclusive, na modalidade a distância90. Tal modalidade é ainda bastante recente, o que impulsiona sobremaneira o desafio a sua prática e às pesquisas na área, no sentido de (re)pensar a própria modalidade e o que dela advém como possibilidades e limites; indicadores de caminhos que contribuam para uma educação da melhor qualidade (RIOS, 2003, 2007).

Nessa perspectiva, é fundamental ter em vista que a educação é uma prática social inextricavelmente ligada às dinâmicas constituidoras de uma sociedade. Diante deste cenário nos deparamos com um conjunto de propostas de formação existentes desde as últimas décadas do século XX, o que denota que as reformas educacionais têm tentado se pautar no princípio da inovação. Por outro lado, Linhares (2010, p. 161) nos lembra que “quando falamos em tendências da formação docente, instigando-nos a ir além das mudanças visíveis e reificadas [...] não podemos esquecer de que matrizes complexas, com força de litígio, elas protagonizam”.

Desde logo, é preciso levar em conta que o avançado processo manifestado especialmente na ciência e na tecnologia tem revelado um mundo em sucessivas mudanças, e dentre elas um elevado aumento da desigualdade econômica e social. Quadros dessa natureza sinalizam a necessidade de ações urgentes e eficazes no sentido de frear esses processos e desencadear mudanças qualitativas nas formas de viver e de se relacionar neste mundo. Tais mudanças demandam novas posturas, as quais pedem formação eficaz, formação da melhor qualidade, que instrumentalize as pessoas à construção de projetos focados substancialmente na busca de uma vida digna, com equidade social.

Não se pode perder de vista que a formação de professores e professoras, segundo Garcia (1999),

90 Sobre esta modalidade de educação e sua importância na formação de professores e professoras, especialmente a continuada tratarei no Capítulo IV.

[...] é a área de conhecimento, investigação e de propostas teóricas e práticas que, no âmbito da didática e da organização escolar, estuda os processos através dos quais os professores – em formação ou em exercício – se implicam individualmente ou equipe, em experiências de aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimentos. [...] e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem. (Idem, p. 26). Dessa forma, repensar conceitos e práticas amparados em teorias comprometidas com uma nova ordem social, à luz de outra cosmovisão que considere a complexidade; que seja capaz de gerar vida e com qualidade constitui um fator relevante nos processos de formação de professores e professoras.

Esse parece ser um momento oportuno para investimento nessa área, pois com a criação do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica91 estabeleceu-se no país um novo regime de colaboração da União com os estados e municípios.

Este momento é oportuno também para analisar as trilhas percorridas até o presente momento, cuja finalidade centrou-se em dar atenção à situação que envolve direta e indiretamente os processos de

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O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) – formação inicial e formação continuada) resulta da ação conjunta do Ministério da Educação (MEC), de Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e das Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, no âmbito do PDE - Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, instituído pelo Decreto 6.094 de 24 de abril de 2007, cuja adesão dos estados e municípios deu-se no ano de 2007. A partir da adesão ao PDE, os estados e municípios passaram a elaborar seus respectivos Planos de Ações Articuladas. Para operacionalizar o cadastro de professores e professoras, o MEC/CAPES criou um ambiente virtual chamado Plataforma Freire. O PARFOR é destinado aos professores sem formação adequada à LDB e em exercício nas escolas públicas de educação básica, estaduais e municipais. São oferecidos cursos gratuitos e de qualidade, nas modalidades presencial e a distância, em municípios dos Estados da Federação, por meio de Instituições Públicas de Educação Superior e Universidades Comunitárias. Em Santa Catarina as instituições envolvidas são: UDESC, UFSC, UFFS, IF-SC, IFC e as instituições filiadas à Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE). Fonte de consulta: http://www.sed.sc.gov.br/secretaria/

formação de professores e professoras, tanto no âmbito da formação inicial, mas especialmente da formação continuada. Pois, ao analisar dados relacionados à educação em nosso país, constata-se a urgência de colocar em prática políticas públicas efetivas e comprometidas com a formação integral de professores e professoras dentro dos contextos atuais de ensino e de aprendizagem.

Se as políticas educacionais não contemplarem efetivamente as necessidades concretas da escola e não promoverem condições para que haja realmente a construção, e não apenas a reprodução do conhecimento, a escola continuará tendo que enfrentar sérias dificuldades de cumprir sua função social. Uma das condições para que essa função se cumpra de maneira eficaz é a formação – inicial e continuada – séria, rigorosa de professores e professoras que causará impacto na formação dos estudantes (RIOS, 2007).

É importante, segundo a autora, não perder de vista que o necessário a fazer é aquilo que corresponde às necessidades da formação de um ser humano e que resulta do conhecimento amplo e profundo da realidade social e dos indivíduos e grupos que a compõem. É desse lugar que deveriam partir as políticas de formação de professores e professoras.

Para pensar a formação desde esse lugar é importante considerar as implicações que decorrem das relações entre educação, cultura e a função social da escola para o campo da docência.

2.5 EDUCAÇÃO, CULTURA E FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: