A Escola: O meu novo "Lugar" 28

“As escolas eficazes são aquelas que, ao longo dos tempos, construíram um sistema de crenças, suportado por formas culturais que atribuem significa- do ao processo educativo “ (Costa, 1996; p.131).

No final do primeiro ano, após a sua conclusão bem sucedida, eis que chega o EP. O processo de candidatura foi emocionante, uma vez que preten- dia estagiar na escola que me acolheu após o meu primeiro ciclo de ensino, a escola que me proporcionou pela primeira vez o contacto com a disciplina de EF, e a escola que me apresentou o meu primeiro professor da disciplina. Segundo Silva (2001) enfatiza, a importância do professor para os alunos faz com que estes se sintam mais seguros, desenvolvendo, assim, um ambiente de aprendizagem tranquilo, pois a afetividade faz-se presente no quotidiano o da sala de aula seja pela postura do professor, pela dinâmica de seu trabalho ou nas interações entre sujeitos.

A primeira vez que entrei na escola, como docente decorreu nos primei- ros dias do mês de setembro, quando se realizavam as primeiras reuniões com todos os profissionais da mesma, nomeadamente, o pessoal docente e não docente. No decorrer destes primeiros dias a sensação foi inexplicável, pois quando olhava à minha volta recordava rostos que outrora foram meus profes- sores, e naquele momento eu já me encontrava como sua colega, e não mais no papel que sempre me foi familiar, ser aluna:

"Os nervos eram muitos, voltar à escola que me acolheu durante sete anos da minha vida e que me ajudou a alcançar os meus objetivos enquanto aluna eram mui- tos. E eram muito porquê? Porque agora eu voltava não como aluna, mas sim como professora. Estava nervosa, aflita, mas acima de tudo orgulhosa e feliz. Logo à entra- da foram muitas as surpresas que tive, recordar muitos professores que me leciona- ram e que agora são meus colegas. Colega, pois foi esta a palavra que me disseram desde que me apresentei como professora estagiária daquele agrupamento. Colegas, foi a palavra que me "obrigaram" a chamar e não "professor", porque agora estou ao mesmo nível que eles, mesmo ainda estando a iniciar a minha vida profissional." (Diá- rio de Bordo - Eu Professora Estagiária de Educação Física; p.4")

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Assim, nestes dias presenciei, pela primeira vez, uma Reunião Geral de Professores e uma sessão de abertura para o ano letivo de 2014/2015 dirigida pelo diretor da Escola, na qual desenvolvi o meu EP. Ainda neste mesmo dia pude conhecer a escola no seu todo, conhecer o que me suscitava mais inte- resse e curiosidade, o Pavilhão Gimnodesportivo, conhecer o Grupo de EF do Agrupamento e os restantes colegas. Por fim, mas não menos importante con- tactei, pela primeira vez, com as colegas que integraram o meu NE.

A EC na qual desenvolvi o meu EP pertence à freguesia de São Marti- nho de Bougado, concelho da Trofa, distrito do Porto. A EC é reconhecida pela sua exigência e preocupação pela Comunidade Educativa, pois integra alunos que frequentam o 2º Ciclo de Escolaridade, bem como o 3º Ciclo, lutando con- tra o abandono e o insucesso escolar. Porém, esta instituição valorizou tam- bém o Desporto como forma de socialização e promoção do sucesso escolar, proporcionando oportunidades aos seus alunos através do DE, que englobou modalidades como o Futsal, o Basquetebol, o Ténis, a Natação, o Badminton, entre outras. O DE representou um dos processos educativos fundamentais pelo impacto pronunciado na vida social das crianças e jovens da escola.

A Escola foi erigida em 1973, em Valdeirigo, situada na freguesia de S. Martinho de Bougado, concelho de Santo Tirso, em pavilhões pré-fabricados. Em 1982/83 foram instaladas novas Escolas (Preparatória e Secundária) com edifícios distintos ficando a preparatória só com o 2º Ciclo. A partir do dia 1 de Setembro de 1993 passou a ser lecionado o 7º ano de escolaridade.

Esta Escola tem catalogada o nome de um Professor considerado “O Patrono” que teve uma grande importância para a cidade onde se instala a EC. O projeto de atribuir um patrono decorreu naturalmente de uma necessidade interna da Escola de dar resposta às crescentes necessidades do Concelho. Existem duas escolas similares e outra em fase de projeto, daí a necessidade de diferenciar o estabelecimento de ensino das restantes, atribuindo-lhe uma identidade própria.

Com este projeto, de atribuição de um patrono, quis o NE de História, com a colaboração dos restantes professores do grupo e mediante o aval do

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Conselho Executivo, destacar uma figura de vulto da educação e cultura locais, o Professor Napoleão de Sousa Marques”.

A escola (conforme a Figura 1) está situada no centro da cidade, junto a várias habitações, e a sua localização é de fácil acesso. No ano de abertura, a estrutura da Escola era uma P3 (Tipo 3), mas rapidamente, por acréscimo de população discente, foi alterada. Na atualidade, esta é constituída por seis edi- fícios diferenciados por cinco cores distintas, o vermelho, o laranja, o azul, o castanho e o edifício principal que não tem uma cor específica.

Os edifícios designados anteriormente através de cores são pavilhões onde os alunos têm aulas, ou seja, onde estão as salas de aula, com quatro salas normais, uma de dimensões reduzidas e três específicas (C. Nat. / EVT / Ed. Vis.), à exceção do pavilhão azul que tem cinco salas normais.

O edifício principal (conforme a Figura 2) tem uma zona que é constituí- da por dois pisos, ou seja, na parte do piso superior funciona o Centro de For- mação, a sala dos diretores de turma e o anfiteatro. No piso inferior funcionam os serviços administrativos, receção, gabinete do Conselho Executivo, repro- grafia, sala de professores, sala de atendimento dos Encarregados de Educa- ção, polivalente com bar de alunos, papelaria, sala de funcionários, cantina, biblioteca e a videoteca com jogos, televisão, aparelhagem de som e vídeo e sala de informática. O pavilhão pré-fabricado, designado por pavilhão castanho, foi construído devido ao número elevado de dividindo-se duas salas.

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O sexto edifício é o pavilhão gimnodesportivo, local onde desenvolvi a minha prática enquanto docente, constitui-se por um gabinete dos professores de EF, dois balneários, um para cada sexo, e duas arrecadações destinadas ao material desportivo (conforme a Figura 3).

Este pavilhão fornece aos professores todas as condições necessárias à lecionação da maioria das modalidades, sendo que nele lecionei Voleibol, Fut- sal, Andebol, Ginástica, (de solo e artística) e Dança. O facto de lecionar num espaço com boas condições para a prática da EF foi uma mais-valia para o meu desempenho, pois permitiu-me lecionar um leque mais abrangente de modalidades, o que é uma importante para a aprendizagem dos alunos.

A nível das infraestruturas exteriores, a EC possui três campos exterio- res, que reúne boas condições, quer para a prática do Futebol de 5 ou de 7 e do Andebol, tem também uma pista de Atletismo com pista de velocidade, duas caixas de saltos e uma zona de lançamentos. Nesses espaços lecionei, à tur-

Figura 2: Edifício Principal

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ma do 5º ano, os conteúdos inerentes à corrida de resistência e velocidade e ao salto em comprimento.

Devido a questões climatéricas e por haver mais que um professor a lecionar no mesmo horário foi elaborado um mapa de rotações de espaço (con- forme a Figura 4), para que todos os professores saibam o que ocupar para não interferirem nas aulas dos colegas.

O Gabinete dos Professores de EF foi o local, para além do Pavilhão Gimnodesportivo, onde passei mais tempo e que me ajudaram a evoluir enquanto professora e me ajudaram a desenvolver enquanto cidadã. Uma vez que era o local onde muitas vezes realizava as minhas reflexões das aulas e onde desenvolvi o meu sentido crítico sobre a minha prática de ensino, era também o local onde decorriam as reuniões com o PC. Era também o local onde o NE da EC se reunia para realizar tarefas em conjunto, ou simplesmente para conviver e vincar ainda mais os laços que fomos estabelecendo ao longo do ano.

3.3.2. O Grupo de Educação Física: Uma fonte de saberes e