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2 AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E O MODELO CIPP DE AVALIAÇÃO

N. ESTÁGIOS DA DECISÃO

OBJETO AVALIA DO FOCO AVALIATIVO

1 Planejamento Contexto Quais objetivos devem ser concretizados?

1. Quais as necessidades não concretizadas que existem no contexto e que não são atendidas pela instituição?

2. Quais os objetivos que devem ser alcançados para atender a essas necessidades? 3. Quais os objetivos que devem receber apoio específico da comunidade? 4. Qual o conjunto de objetivos com maiores possibilidades de concretização?

2 Estruturação Insumos Quais procedimentos devem ser adotados para atingir tais objetivos?

5. A estratégia do projeto possibilita uma resposta lógica a objetivos específicos? 6. Uma determinada estratégia segue todos os requisitos legais?

7. Entre as estratégias existentes, quais são potencialmente importantes para alcançar objetivos previamente determinados?

8. Qual o cronograma (procedimentos e tempo) necessário para implementar determinada estratégia?

9. Quais as características operacionais e os efeitos das estratégias que estão sendo consideradas?

3 Implementação Processos Que procedimentos funcionam de forma adequada?

10. O projeto está seguindo o cronograma?

11. O staff precisa ser retreinado ou reorientado no curso desta fase do projeto? 12. Os recursos de instalações e materiais estão sendo utilizados de forma adequada? 13. Quais os principais obstáculos a serem vencidos nesta fase do projeto?

4 Reciclagem Produtos Os objetivos estão sendo alcançados?

14. Quais as consequências e discrepâncias entre os objetivos pretendidos e os alcançados?

15. Quais foram os resultados não pretendidos, embora desejáveis, e que ocorreram? 16. O que deve ser mudado para alcançar os objetivos que não foram atingidos? 17. Quais informações devem ser encaminhadas aos tomadores de decisão, quanto ao

futuro do programa, sua continuação, término, alterações na estrutura, etc.?

Conforme se observa pelo quadro 5, a avaliação de contextos dá suporte a decisões de planejamento no que tange à identificação dos objetivos que devem ser concretizados. A avaliação de insumos (recursos) dá suporte a decisões de estruturação, projetando e analisando procedimentos alternativos ao projeto, que devem ser adotados para atingir os objetivos. A avaliação do processo dá suporte às decisões de implementação, por meio de orientação sobre os aspectos operacionais, e assemelha-se à avaliação formativa de Scriven. Por fim, a avaliação de produtos é útil para decisões de reciclagem (revisão) por meio da identificação e taxação dos resultados, evidenciando os objetivos que estão sendo alcançados.

De acordo com Andriola (2010), a avaliação do modelo CIPP era precedida de quatro fases antecedentes à fase avaliativa, quais sejam: i) Planejamento (o que se deseja fazer?); ii) Estruturação (como se deseja fazer?); iii) Implementação (o que está para se fazer está como foi planejado? Se não, por quê?); e iv) Revisão (o que está para funcionar está adequado aos resultados pretendidos?). Estas quatro fases pré-avaliativas mencionadas por Andriola podem ser relacionadas com os quatro focos avaliativos mostrados no quadro 5.

Para Stufflebeam (1971), a importância da decisão está relacionada com o significado da mudança que se pretende implementar. Deste modo, dependendo da decisão, a avaliação pode tornar-se de maior complexidade e detalhamentos, implicando, em alguns casos, maior rigor e custos mais elevados. Relacionando a decisão com o tipo de mudança pretendida, Stufflebeam (1971) classificou as decisões a serem tomadas com base no modelo CIPP, em quatro tipos: i) decisões homeostáticas (aquelas que têm como objetivo manter o status quo); ii) decisões incrementais (referem-se às atividades de desenvolvimento, sobretudo às que dizem respeito às melhorias pretendidas, mas que, não necessariamente, advêm de problemas ou conflitos a serem resolvidos); iii) decisões neomobilísticas (dizem respeito às atividades grandes e inovadoras, com a finalidade de resolver problemas ou situações de conflito); e iv) decisões metamórficas (produzem mudanças completas e radicais no sistema educacional).

2.5.2 Sistematização da avaliação de contextos, insumos, processos e produtos

No item anterior, foi visto que o modelo CIPP contempla a avaliação de contextos, insumos, processos e produtos. Observem-se as particularidades que envolvem cada um destes objetos de avaliação do modelo CIPP.

Stufflebeam e Shinkfield (2007) ensinam que a avaliação de contextos é o tipo mais usado em avaliação educacional, uma vez que é utilizada para o planejamento de decisões. Stufflebeam (1971, apud Vianna, 2000) defende que as discrepâncias entre os objetivos da instituição e os desempenhos dos discentes permitem responder à primeira indagação do quadro 5, sendo preciso analisar as condições responsáveis pelas diferenças, para responder à segunda indagação; e a terceira indagação pode ser respondida por meio de consulta à comunidade. Para responder à quarta indagação do quadro 5, devem ser levantados os custos e os recursos disponíveis para tal.

Em se tratando da avaliação de insumos, que tem em vista a estruturação de decisões, buscando, por sua vez, estabelecer como usar os recursos para alcançar os objetivos definidos pelo programa, Stufflebeam (1971, apud Vianna, 2000) apresentou cinco indagações que a avaliação de insumos deve buscar responder, para responder a pergunta geral, as quais estão apresentadas nas perguntas de número 5 a 9 do quadro 5.

O resultado ou produto da avaliação de insumos é a especificação de materiais, procedimentos, cronograma, condições materiais, pessoal e orçamento necessários à concretização dos objetivos.

A avaliação de processos está voltada para a implementação de decisões e, nela, dá-se um processo de realimentação de forma periódica e contínua aos responsáveis pelo programa, em todas as fases de desenvolvimento dos projetos, desde o início dos mesmos, com o objetivo de detectar deficiências ou problemas no planejamento e na implementação, a fim de identificar e corrigir estas deficiências ou problemas. Sob este prisma, a avaliação de processo contribui para o aprimoramento dos programas educacionais.

A avaliação de produtos destina-se à reciclagem das decisões. Para tanto, mensura e interpreta os resultados obtidos em certos momentos previamente definidos, bem como, ao término do programa, com fins de identificar discrepâncias entre o que foi observado e o que fora pretendido, e em seguida, busca identificar e analisar os fatores determinantes desta diferença.

O Quadro 6 mostra a sistematização do modelo CIPP proposto por Stufflebeam (1971), por meio da visualização comparada dos objetivos, procedimentos aplicáveis e relação da avaliação com a tomada de decisão que poderá advir do processo avaliativo. Com isso, fica evidente a contribuição da proposta de Stufflebeam para os usuários dos programas educacionais e seus responsáveis.

Quadro 6: Sistematização da avaliação de contextos, insumos, processos e produtos

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