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6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

6.2 Análise descritiva das observações dos cursos de 2006 a

6.2.1 Indicadores de Gestão do TCU: Geral da UFC

Os indicadores calculados para a UFC e constantes das Tabelas 41 a 43 foram coletados dos Relatórios de Gestão dos anos de 2006 a 2011 e contemplam os dados de todos os cursos, inclusive os que não fazem parte do presente estudo. A Tabela 44 traz a análise descritiva dos indicadores de gestão do TCU da UFC, no período observado, os quais servirão como parâmetro da análise descritiva dos indicadores de desempenho por curso.

Tabela 44: Análise descritiva das observações dos indicadores de gestão do TCU da UFC

GERAL - UFC CAPES/MEC CCAE IQCD AIPE AIFE FEPE GPE GEDPG TSG

Número de Observações 6 6 6 6 6 6 6 6 6 Missing 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Média 4,1383 12.316,18 3,8633 12,5667 11,5333 1,1117 0,7067 0,1150 0,6923 Desvio Padrão 0,0668 861,8688 0,2797 0,6374 0,9234 0,0643 0,0350 0,0084 0,0171 Coeficiente de Variação (%) 0,0161 0,0700 0,0724 0,0507 0,0801 0,0579 0,0496 0,0728 0,0247 Amplitude 0,1500 2.468,74 0,7700 1,7100 2,7600 0,1600 0,0900 0,0200 0,0514 Mínimo 4,0700 11.082,74 3,3600 11,8100 10,2300 1,0400 0,6700 0,1000 0,6686 Máximo 4,2200 13.551,48 4,1300 13,5200 12,9900 1,2000 0,7600 0,1200 0,7200

Fonte: Elaborada pela autora

Considerando os indicadores da UFC, é possível perceber que a variabilidade dos indicadores foi baixa, sendo a maior 8,01%, do AIFE. Isso sugere que os indicadores são distribuídos de forma homogênea no período analisado da instituição.

Ao considerar os valores dos indicadores da UFC, em geral, foram identificados os valores contidos na Tabela 44. Com valores que variaram de 10,23 a 12,99, o AIFE da UFC, no período abrangido pelo estudo, foi o indicador com valores mais discrepantes. Enquanto que o CAPES/MEC apresentou-se como indicador mais homogêneo dentre os analisados.

Observem-se na Figura 12 os gráficos destes indicadores da UFC, por plataforma do modelo CIPP. Assim, no gráfico do indicador de contexto tem-se o CAPES/MEC. No gráfico dos indicadores de insumos, têm-se o CCAE e o IQCD. No gráfico dos indicadores e processos têm-se o AIPE, AIFE, FEPE e GPE e, por fim, no gráfico dos indicadores de produtos têm-se o GEDPG e a TSG.

Figura 12: Gráficos dos indicadores de gestão do TCU-UFC, de 2006 a 2011, nas Plataformas do modelo CIPP 11.082,74 11.788,1612.548,36 12.844,49 13.551,48 12.081,82 3,36 3,98 3,95 3,73 4,03 4,13 0,00 2.000,00 4.000,00 6.000,00 8.000,00 10.000,00 12.000,00 14.000,00 16.000,00 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Indicadores de Insumos: UFC-Global

CCAE IQCD 4,08 4,07 4,13 4,11 4,22 4,22 3,95 4 4,05 4,1 4,15 4,2 4,25 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Indicador de Contexto: UFC-Global

CAPES/MEC 11,81 12,25 13,10 12,16 12,56 13,52 11,70 10,23 11,15 11,20 11,93 12,99 1,12 1,20 1,17 1,09 1,05 1,04 0,67 0,10 0,12 0,12 0,11 0,12 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Indicadores de Processos: UFC-Global

AIPE AIFE FEPE GPE 0,12 0,10 0,12 0,12 0,11 0,12 69,0% 72,0% 70,0% 66,9% 68,5% 69,1% 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Indicadores de Produtos: UFC-Global

GEDPG TSG

Fonte: Elaborada pela autora

a) Indicador de contexto

O indicador CAPES/MEC para a UFC esteve entre 4,07 e 4,22, mostrando que, em média, as notas dos programas das pós-graduações na UFC estão mais próxima de 4, no período compreendido entre 2006 e 2011. Embora este número mostre-se com tendência crescente, observaram-se pequenas variações decrescentes, de 4,08 a 4,07, de 2006 para 2007 e, de 4,13 para 4,11, de 2008 para 2009, entretanto, essas pequeníssimas variações não chegam a comprometer a tendência ascendente desse indicador na UFC, o que mostra as tendências de aperfeiçoamento dos programas, conforme mostrado no gráfico de contexto da Figura 12. Cabe acrescentar que, em 2011, esse indicador aumentou apenas 3,4%, em relação a 2006. Do ponto de vista qualitativo, isso é muito pouco para um horizonte de 6 anos.

b) Indicadores de insumos

Entre os indicadores de insumos, tem-se o CCAE – Sem HU e o IQCD. Em relação ao primeiro, pode-se afirmar que este número variou de R$ 11.082,74/AE (2006) para R$ 13.551,48/AE (2010) sempre de forma crescente, e, em 2011 caiu para R$ 12.081,82/AE,

revelando um aumento deste indicador, na ordem de 22,3% de 2006 a 2010, entretanto, considerando o período de 2006 a 2011, este aumento foi de apenas 9%, em face da queda deste indicador em 2011, conforme Tabela 41. Optou-se pela escolha desse indicador com a exclusão de 100% das despesas com o HU, uma vez que o seu cálculo em todas as unidades didáticas, objeto do presente estudo, também não contempla as despesas com o HU, o que permite a melhor comparabilidade dos números.

No que concerne ao IQCD, este indicador variou de 3,36 (2006) para 4,13 (2011), aumentando 22,9%, neste período, entretanto, estas variações nem sempre foram crescentes. De 2007 para 2008 houve uma pequena queda de 3,98 para 3,95 e, de 2008 para 2009, caiu de 3,95 para 3,73. De acordo com a Tabela 4, mostrada no capítulo 3, aos professores com maior titulação em nível de mestrado, é atribuído peso 3 e, aos docentes com maior titulação em doutorado, é atribuído peso 5. Como se vê, considerando que no período de 2006 a 2011 o IQCD da UFC foi sempre maior que 3, a moda é que os professores possuam pelo menos Mestrado. Entretanto, considerando o desempenho dos dois últimos anos, os quais apresentaram-se maior que 4, vê-se que os professores têm buscado a titulação em nível de doutorado, o que está fazendo com que a tendência desse indicador seja ascendente.

c) Indicadores de processos

Entre os indicadores de processos, tem-se o AIPE, AIFE-Sem HU, FEPE-Sem HU e GPE, todos mostrados na Tabela 42, a qual embasa os comentários desse grupo de indicadores.

No caso do AIPE, o indicador esteve entre 11,81 (2006) a 13,52 (2011), variando 14,5%. Isso mostra que a quantidade de alunos para cada docente tem sido crescente no período, De acordo com a Tabela 24, do Apêndice D, observa-se que, inobstante o crescimento do número de PE, o número de ATI cresceu em maior proporção, provocando uma elevação na relação ATI/PE, apesar da abertura de novas vagas para concurso público destinadas ao provimento dos cargos de docentes na UFC. Abstraindo-se dos conceitos de qualidade e produtividade inerentes à mão de obra, o aumento neste indicador indica a menor disponibilidade de docentes para cada aluno.

Considerando o AIFE-Sem HU, este indicador apresentou o menor valor em 2007 (10,23) e o maior valor em 2011 (12,99). Tomando-se como referencial o ano de 2006, esse indicador variou apenas 11% de 2006 a 2011. À luz da Tabela 25 do Apêndice E, observou-se no AIFE- Sem HU o mesmo que ocorreu em relação ao AIPE. Mesmo com a abertura de novas vagas para o provimento de cargos destinados a servidores técnico-administrativos, ainda assim, a

quantidade de alunos aumentou em proporções superiores à desses servidores. Deste modo, também para os servidores técnico-administrativos ocorre o mesmo que se viu para o AIPE: a quantidade de alunos cresceu em proporções maiores que a dos servidores técnico- administrativos e, com isso, os discentes estão sofrendo uma redução dos recursos de mão de obra destinada a apoio.

No que diz respeito ao FEPE-Sem HU da UFC, este indicador apresentou o maior valor em 2007 (1,20) e o menor valor em 2011 (1,04). Tomando-se como referencial o ano de 2006, quando este indicador foi 1,12, o indicador em 2011 representou apenas 92,9% do FEPE de 2006, sendo decrescente sempre de 2007 a 2011, mostrando a tendência descendente do indicador no período. Isto vai ao encontro do que já se observara em relação aos indicadores AIPE e AIFE-Sem HU, confirmando, deste modo, a redução nos níveis de disponibilização de servidores técnico-administrativos.

Cabe acrescentar que, o FEPE-Sem HU indica a quantidade de FE para cada PE. Se, por um lado, o aumento do FEPE pode indicar que está sendo aumentada a condição de mão de obra de apoio aos docentes, o que seria positivo, por outro, pode representar o resultado da redução do número de docentes, o que seria ruim. Face ao exposto, a análise desse indicador em cada curso será feita apenas intracurso e em relação ao geral da UFC, buscando-se a verificação analítica do comportamento do numerador e denominador desse indicador em cada curso.

Quanto ao GPE, de 2006 a 2010, este indicador passou de 0,67 para 0,76, variando 13,4% no período, entretanto, em 2011, ele voltou a apresentar os mesmos 0,67 apresentados em 2006. Considerando que esse indicador mostra o grau de utilização da capacidade instalada da estrutura pelo alunado, bem como a velocidade de integralização curricular dos alunos, a UFC apresentou um melhor desempenho desse indicador de 2007 a 2010, quando ele esteve entre 0,70 a 0,76. Em 2011, a UFC não manteve o desempenho dos anos anteriores e voltou a cair para os mesmos 0,67 apresentados em 2006.

d) Indicadores de produtos

Entre os indicadores de produtos, tem-se o GEDPG e a TSG, ambos apresentados na Tabela 43, a qual serve de referencial para esta análise. No caso do GEDPG, ele mostra a capacidade que possui o Programa da Pós-Graduação da geração de vagas para absorver os alunos da Graduação. Quanto maior este indicador, mais voltado para a Pós-Graduação será o curso. No caso da UFC, esse indicador foi de 0,12 (2006), caiu para 0,10 (2007), esteve em 0,11 (2010) e, nos demais anos (2008, 2009 e 2011), esteve no mesmo 0,12 apresentado em 2006.

Cabe salientar que, a partir de 2006, em decorrência do REUNI, a UFC apresentou aumento na oferta de vagas para a graduação, por meio da criação de novos cursos e aumento de vagas em alguns cursos já existentes. Entretanto, como GEDPG se manteve praticamente constante no período, isso indica que também houve aumento de vagas para cursos de Pós-Graduação Stricto

Sensu, contribuindo assim para equilibrar o GEDPG da UFC, mantendo-o próximo a 0,12, no

período de 2006 a 2012.

No que concerne à TSG, a mesma apresentou 69% (2006) e, 69,06% (2011). Em que pese o aumento da TSG para 72% (2007) e para 70% (2008), ela caiu para 66,86% (2009) e aumentou para 68,45% (2010), de forma que, mesmo aumentando para 69,06% (em 2011), considerando o ano de 2006, esse indicador praticamente não evoluiu. Isso revela que a UFC pode desenvolver um trabalho para tentar reduzir os níveis de evasão e de represamento dos alunos, de modo a melhorar o desempenho da TSG. De certa forma, este comportamento da TSG vai ao encontro do comportamento do GPE, que mostra a capacidade dos alunos de concluírem seus cursos no tempo mais próximo do previsto, considerando a duração padrão dos cursos (DPC) constante do Anexo 1 deste trabalho. Observe-se que, considerando os anos de 2006 e 2011, o GPE também foi exatamente o mesmo.

e) Síntese da análise sob a perspectiva do modelo CIPP

Considerando o período 2006 a 2011, o indicador de contexto (CAPES/MEC) apresentou um pequeno aumento de 3,4%, e os indicadores de insumos aumentaram em proporções superiores, 9% (CCAE) e 22,9%, (IQCD) ao da variável de contexto.

Os indicadores de processos apresentaram os seguintes desempenhos de 2006 a 2011: aumentou o AIPE (14,5%) e o AIFE (11,%). O FEPE caiu (o valor de 2011 representou apenas 92,8% de 2006) e o GPE se manteve constante. Cabe salientar que o AIPE e o AIFE trazem as disponibilidades de recursos humanos para os processos educativos, de forma inversa, pois a quantidade de professores e de servidores para o número de alunos encontra-se no denominador da fórmula. Face ao exposto, se esses dois indicadores aumentarem, sem que isso afete os desempenhos dos indicadores de produtos, isso pode significar um aumento de produtividade e eficiência por parte da mão de obra dos docentes e demais servidores técnico-administrativos.

Os indicadores de produtos se mantiveram praticamente constantes no período, uma vez que o GEDPG se manteve constante e a TSG apresentou no período um pequeno aumento de 0,1%.

Analisando os indicadores de forma sistêmica, observa-se que a pequena melhora do indicador de contexto sinaliza uma atenção à atividade de pesquisa, que é um dos focos da Educação Superior, ao lado das atividades de ensino e extensão. O aumento do IQCD no período revela que a instituição está a caminho do fortalecimento do corpo docente, o qual poderá avançar na criação de novos programas de pós-graduação, bem como na otimização de programas já existentes, de modo a melhorar o desempenho do CAPES/MEC e do GEDPG. O aumento do AIPE e do AIFE, sem que isso tenha afetado os indicadores de produtos, sinaliza que houve no período um aumento de produtividade e eficiência por parte dos servidores docentes e técnico-administrativos. Os desempenhos do GPE e da TSG ao longo do período observado se mantiveram praticamente constantes.

Tendo em vista a avaliação sistêmica dos indicadores nas quatro plataformas do modelo CIPP e o foco decisório desse modelo avaliativo, sugere-se que sejam implementadas políticas de conscientização para a necessidade de preenchimento de todas as vagas ofertadas (otimização da capacidade instalada), associada a políticas de combate à evasão e ao represamento, nos cursos que apresentarem GPE e TSG abaixo dos valores da UFC, a fim de que, mantidos os desempenhos satisfatórios nos demais cursos com desempenho de GPE e TSG acima da UFC, possam estes dois indicadores ser otimizados no futuro.