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Indicadores de Gestão do TCU: Curso de Ciências Contábeis

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

6.2 Análise descritiva das observações dos cursos de 2006 a

6.2.6 Indicadores de Gestão do TCU: Curso de Ciências Contábeis

À luz dos indicadores de Economia calculados para todo o período de 2006 a 2011, mostrados nas Tabelas 41 a 43, tem-se a análise descritiva das observações deste curso, consoante o que segue apresentado na Tabela 49.

Tabela 49: Análise descritiva das observações dos indicadores: Ciências Contábeis CIÊNCIAS CONTÁBEIS CAPES/

MEC CCAE IQCD AIPE AIFE FEPE GPE GEDPG TSG ENADE

Número de Observações 4 6 6 6 6 6 6 3 6 3 Missing 2 0 0 0 0 0 0 3 0 3 Média 3,0 8.470,12 3,3284 20,2251 58,2629 0,3539 0,6009 0,0143 0,6966 4,00 Desvio Padrão 0,0 941,31 0,2103 2,2129 11,5093 0,0504 0,0810 0,0055 0,1396 0,00 Coeficiente de Variação (%) 0,0 0,1111 0,0632 0,1094 0,1975 0,1423 0,1348 0,3823 0,2004 0,00 Amplitude 0 2.738,36 0,5129 6,0004 25,2871 0,1170 0,2047 0,0107 0,3736 0 Mínimo 3 7.085,42 3,1000 16,8347 46,7660 0,3111 0,5151 0,0083 0,4785 4 Máximo 3 9.823,79 3,6129 22,8351 72,0531 0,4281 0,7198 0,0190 0,8521 4

Fonte: Elaborada pela autora

Quanto aos dados relativos ao curso de Contabilidade, dispostos na Tabela 49, verifica-se alta discrepância quanto ao GEDPG, assim como no curso de Administração, no qual, durante o período abrangido pelo estudo, observou-se grande diferença nos desempenhos do GEDPG.

Também, a exemplo do que foi verificado no curso de Administração, no curso de Contabilidade o IQCD foi o indicador que apresentou menor variabilidade no período.

De qualquer modo, analisando-se os indicadores do curso de Ciências Contábeis para o período de 2006 a 2011, mostrados nas Tabelas 41 a 43, por plataforma do modelo CIPP, tem-se a Figura 17, com os gráficos desses indicadores.

Figura 17: Gráficos dos indicadores de desempenho de 2006 a 2011 do Curso de Ciências Contábeis na Plataforma CIPP

4 4 4 3 3 3 3 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 2006 2007 2008 2009 2010 2011 ENADE e Indicador de Contexto - CONTÁBEIS

ENADE CAPES/MEC 4 4 4 8.332,78 8.039,10 9.823,79 7.085,42 9.154,69 8.384,91 3,22 3,10 3,16 3,33 3,61 3,55 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 2006 2007 2008 2009 2010 2011 ENADE e Indicadores de Insumos - CONTÁBEIS

ENADE CCAE IQCD 4 4 4 19,07 20,09 16,83 22,84 20,11 22,42 46,77 46,94 51,53 70,74 61,55 72,05 0,410,52 0,430,59 0,330,52 0,320,66 0,330,61 0,310,72 0 10 20 30 40 50 60 70 80 2006 2007 2008 2009 2010 2011 ENADE e Indicadores de Processos - CONTÁBEIS

ENADE AIPE AIFE FEPE GPE 4 4 4 0,01 0,02 0,02 47,9% 72,8% 59,8% 81,8% 70,5% 85,2% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 2006 2007 2008 2009 2010 2011 ENADE e Indicadores de Produtos - CONTÁBEIS

ENADE GEDPG TSG

Fonte: Elaborada pela autora

a) Indicador de contexto

No que diz respeito ao indicador de contexto CAPES/MEC, o programa da Pós- Graduação em Administração e Controladoria associado ao curso de Contábeis passou por duas coletas CAPES, sendo uma em 2007 e a outra, em 2010, entretanto, o programa ficou com conceito 3 nas duas coletas, conforme mostra a Tabela 41. O desempenho desse indicador destacou-se como o mais baixo, dentre todos os cursos objeto do presente estudo.

b) Indicadores de insumos

Entre os indicadores de insumos, tem-se o CCAE e o IQCD, ambos mostrados na Tabela 41. Em relação ao CCAE do curso de Ciências Contábeis, embora tenha oscilado entre queda e acréscimo, ano a ano, considerando a variação acumulada de 0,6% de 2006 a 2011, observa-se que esse indicador praticamente se manteve constante. Considerando todos os cursos objeto da análise, o CCAE de Contábeis esteve sempre abaixo do valor do CCAE da UFC, destacando-se como o de menor custo por aluno nos anos de 2009, 2010 e 2011 e, em 2006, apresentou o 2º menor custo, perdendo apenas para o curso de Direito.

Em se tratando do IQCD, o curso de Ciências Contábeis esteve sempre abaixo do IQCD da UFC, entretanto, apresentou um aumento acumulado no período na ordem de 10%, também inferior ao aumento acumulado de 22,9% da UFC, no mesmo período. Ainda em relação ao IQCD de Contábeis apresentou 3,1 e 3,6, como o menor e maior valor, respectivamente. Esses dados revelam que, qualitativamente, a tendência da maior titulação obtida pelos docentes é a de Mestrado. Isso se explica pelo fato de não haver programa de pós-graduação em nível de Doutorado na área de Contabilidade no Estado do Ceará, o que dificulta a busca por esta titulação por parte dos docentes, os quais necessitam sair do estado do Ceará com esse fim ou ingressar em cursos de Doutorado em outras áreas.

c) Indicadores de processos

Entre os indicadores de processos, tem-se o AIPE, AIFE-Sem HU, FEPE-Sem HU e GPE, todos mostrados na Tabela 42, a qual embasa todos os comentários deste grupo de indicadores.

No caso do AIPE de Ciências Contábeis, observou-se um aumento de 17,6% no período, superior ao aumento deste indicador para a UFC, que foi de 14,5% no mesmo período. Isso ocorreu porque, inobstante o aumento no número de PE do curso, o aumento de ATI deu-se em maior proporção, conforme a Tabela 24 do Apêndice D. O AIPE de Ciências Contábeis foi superior ao AIPE da UFC em todos os anos, de 2006 a 2011 e, considerando todos os cursos objeto da presente análise, o AIPE de Contábeis apresentou o maior desempenho no ano de 2009 e o segundo maior desempenho, nos anos de 2006, 2010 e 2011, mostrando que a disponibilidade de docentes para cada aluno caiu no período.

Em se tratando do AIFE-Sem HU do curso de Ciências Contábeis, este indicador aumentou 54,1%, de 2006 a 2011, contrastando com o aumento do AIFE da UFC de apenas 11%

no mesmo período. De acordo com a Tabela 25 do Apêndice E, isso se deu porque foi verificado um aumento de ATI do curso, associado a uma pequena redução de FE no referido período. Entre os cursos objeto da análise, o desempenho do AIFE de Contábeis destacou-se por ter sido o maior em 2006, 2009, 2010 e 2011. Em 2007, ficou em terceiro lugar, ficando atrás do AIFE de Administração e de Secretariado e, em 2008, ficou em segundo lugar, perdendo apenas para o AIFE de Secretariado. Em 2011, este indicador foi maior do que o AIFE da UFC em 454,7%, revelando, assim uma alta concentração de alunos para cada servidor de apoio nesse curso.

Observando-se o valor de 2011, comparativamente ao de 2006, O FEPE-Sem HU de Ciências Contábeis foi o que mais caiu no período, entre os cursos objeto da análise, uma vez que o valor de 2011 representou apenas 76% do valor de 2001, enquanto, na UFC, o valor de 2011 foi apenas 92,9% do FEPE de 2006, revelando, desse modo, uma maior redução no indicador do curso. Decompondo-se os numeradores e denominadores destes quocientes, pode-se observar, conforme a Tabela 26 do Apêndice F, que, em relação à UFC, a proporção do aumento de PE foi bem superior à proporção do aumento de FE, razão pela qual esse indicador caiu. Quanto ao curso de Ciências Contábeis, observou-se uma redução no número de FE e um maior aumento de PE, razão pela qual a conjugação desses dois fatores foi determinante para que a queda desse indicador no curso fosse bem superior à queda desse indicador na UFC. Cabe acrescentar que, dentre os cursos objeto da análise, o FEPE de Contábeis destacou-se como o de menor valor em 2008, 2010 e 2011 e como o de segundo menor valor, em 2007 e 2009.

Por fim, quanto ao GPE de Ciências Contábeis, dentre os cursos objeto da análise, foi o que apresentou a maior variação de 2006 a 2011, com um aumento de 39,7%, contrastando com o comportamento do GPE da UFC, que se manteve constante no mesmo período. Observou-se também que o GPE de Contábeis contribuiu sobremaneira para a melhoria do desempenho do GPE da UFC porque, de 2006 a 2010, o GPE de Contábeis esteve abaixo do GPE da UFC, entretanto, em 2011, ele superou o da instituição em 7,4%. Em 2011, no ano do seu melhor desempenho, o GPE de Contábeis ficou atrás apenas do GPE de Direito e de Pedagogia.

d) Indicadores de produtos

Entre os indicadores de produtos, tem-se o GEDPG e a TSG, os quais são mostrados na Tabela 43, a qual serve de referência para os comentários aqui tecidos. No caso do GEDPG, do curso de Ciências Contábeis, o mesmo foi calculado apenas para o triênio 2009 a 2011, uma vez que, antes desse período, não havia curso de pós-graduação stricto sensu associado ao curso. No triênio observado, verificou-se um crescimento de 128,9% do GEDPG deste curso.

Considerando o valor do GEDPG da UFC, o indicador de Ciências Contábeis ainda foi muito baixo, ficando em apenas 15,8% do valor da UFC, em 2011, até porque o curso ainda é muito novo. Considerando os demais cursos objeto da análise, o desempenho de Contábeis foi o segundo mais baixo em 2011, com apenas 15,8% do desempenho da UFC, sendo melhor apenas do que o da Administração, que apresentou 15,4% no mesmo ano.

Enfim, no que diz respeito à TSG, entre os cursos objeto da análise, o curso de Ciências Contábeis destacou-se como aquele em que esse indicador mais cresceu, de 2006 a 2011, mostrando nesse período um crescimento de 78,1%, em contraste com a ausência de crescimento ou redução desse indicador na UFC. A TSG de Contábeis ficou abaixo da TSG da UFC apenas nos anos de 2006 e 2008, apresentando, neste último ano, 67,9% de sucesso, contra 70% da UFC, muito próximo, portanto, do geral da instituição. A partir de 2009, esse indicador foi sempre superior ao da UFC. Em 2011, destacou-se como o melhor desempenho entre os cursos objeto da análise, com 85,21%, contra 69,06% da UFC.

e) Síntese da análise do curso sob a perspectiva do modelo CIPP

Considerando o período 2006 a 2011, o indicador de contexto CAPES/MEC de Ciências Contábeis se manteve constante de 2006 a 2009, e bem abaixo do valor da UFC. No que diz respeito aos indicadores de insumos, o IQCD aumentou 10%, embora, em 2011 ainda tenha ficado abaixo do da UFC e o CCAE apresentou pequeno aumento acumulado de 0,6%, abaixo do da UFC em todos os anos do período.

Os indicadores de processos apresentaram os seguintes desempenhos: aumento acumulado significativo do AIPE, AIFE e GPE, na ordem de 17,6%, 54,1% e 39,7%, respectivamente, entretanto, o FEPE caiu bastante de 2006 a 2011. Cabe salientar que, além do aumento acumulado espetacular do GPE (39,7% de 2006 a 2011), em 2011, ele ficou acima do valor da UFC em 7,4%. Cabe acrescentar que o AIPE e o AIFE trazem as disponibilidades de recursos humanos para os processos educativos, de forma inversa, pois a quantidade de professores e de servidores para o número de alunos encontra-se no denominador da fórmula.

No que concerne aos indicadores de produtos, o GEDPG melhorou 128,9%, entretanto, como o programa é novo, em 2011 este indicador ainda ficou bem abaixo do valor da UFC. A TSG aumentou 78,1%, alcançando, em 2011, 23,4% a mais do que a TSG da UFC.

Analisando os indicadores de forma sistêmica, observa-se que o indicador de contexto se manteve constante, mas pode melhorar porque o programa ainda é muito novo e, qualitativamente, o corpo docente está melhorando, já que o IQCD do curso mostrou-se

fortemente ascendente. Por conta desses dois aspectos, o CAPES/MEC do curso revela apresentar condições para ser melhorado a curto e médio prazo. Inobstante os investimentos financeiros (CCAE) para o curso de Ciências Contábeis terem sido sempre abaixo dos patamares da UFC, ainda assim, os indicadores de produto só melhoraram no período. Isso revela o caráter pouco oneroso do curso. Além disso, essa melhoria dos indicadores de produto, associada ao aumento do AIPE e do AIFE, aponta para um aumento de produtividade e eficiência da mão de obra de docentes e de técnicos-administrativos que não pode deixar de ser ressaltado. Outro aspecto do curso que mereceu destaque foi o ótimo desempenho do GPE.

Tendo em vista a avaliação sistêmica dos indicadores nas quatro plataformas do modelo CIPP e o foco decisório deste modelo avaliativo, sugere-se que sejam implementadas as seguintes políticas no curso de Ciências Contábeis: i) incentivo dos docentes à capacitação, notadamente aos que não têm ainda doutorado, o que certamente otimizará o IQCD do curso; ii) incentivo à melhoria do programa de pós-graduação, com vistas à elevação do CAPES/MEC, tendo em vista que a Pós-Graduação em Administração e Controladoria é um curso muito novo e tem apresentado um bom potencial para crescimento a curto e médio prazo, de forma que deve buscar elevados desempenhos; iii) incentivo aos discentes da graduação para aumentar seus envolvimentos com pesquisas acadêmicas, preferencialmente, com a participação de alunos da pós-graduação, de modo a motivar os graduandos pela busca por titulação, com fins de melhorar o indicador de produto GEDPG; e iv) combate à evasão e represamento com vistas a otimizar o desempenho da TSG.