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4.4 Concepções acerca do papel da direcção de turma na colaboração escola

4.4.2 Funções do DT

Neste ponto analisaremos as concepções de Diana acerca das funções do DT, debruçando-nos sobre quatro vertentes: o seu papel de coordenação das actividades do conselho de turma e do projecto curricular de turma, as suas funções relativamente aos alunos, as funções relativas aos professores e, por fim, as funções relativas aos EEs. Em seguida apresentaremos os resultados das questões relativas às funções do DT do primeiro questionário feito aos alunos e aos EEs.

Coordenação do conselho de turma e do projecto curricular de turma

Diversos diplomas legais (Estatuto do Aluno, Decreto Regulamentar n.º 10/99) atribuem ao DT a responsabilidade pelo acompanhamento dos alunos na sua vida escolar, pela coordenação da intervenção dos professores e pela dinamização do envolvimento da família em colaboração com a escola, com vista à integração dos alunos e ao sucesso educativo. Este conjunto articulado de funções é assumido por Diana:

No processo de orientação e acompanhamento dos alunos esteve sempre presente a intenção de criar condições para o desenvolvimento de um conjunto de acções que, em colaboração com os professores da turma e com a participação e envolvimento dos encarregados de educação, promovesse a integração dos alunos e o sucesso escolar. (Relatório DT 6º F, Secção 8, § 252)

O DT é responsável, dessa forma, pela coordenação das actividades do conselho de turma e do projecto curricular de turma. Diana perfilha a ideia de que este documento deve ser fruto de um trabalho colectivo, envolvendo todos os elementos do conselho de turma, a fim de corresponder às necessidades dos alunos e de ser um documento orientador da acção. Nota-se a sua intencionalidade em evitar que a pressão imposta pelas exigências legais dê lugar à burocratização da intervenção do conselho de turma. As suas preocupações na elaboração projecto curricular estão claramente expressas:

Que não fosse um documento só escrito, que ficasse no armário, na gaveta (…). Que fosse um documento facilmente operacionalizável. Que toda a gente se identificasse com ele. E que tentasse resolver os problemas que foram identificados em termos da turma. (E2 DT, Secção 1, §s 3-6)

Diana considera também que, para adequar actividades, estratégias e métodos de trabalho à situação da turma e de cada aluno, é necessário conhecer bem os alunos. O recurso a diversas fontes de informação, instrumentos e técnicas (relatórios, fichas biográficas, registos de avaliação, entrevistas, testes sociométricos, fichas de registo

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comportamental e observação directa) permitiu-lhe obter um conhecimento mais aprofundado da turma e de cada um dos seus elementos.

Sem esse conhecimento dificilmente poderia prestar-lhes o apoio de que precisavam, detectar dificuldades de aprendizagem, estabelecer prioridades de actuação, definir estratégias de intervenção e dinamizar actividades que fossem ao encontro das necessidades e interesses do grupo-turma e da especificidade de cada aluno. (Relatório DT 6º F, Secção 8, § 263)

Para coordenar o trabalho dos professores e conseguir que o conselho de turma actue de forma colectiva, Diana sustenta que é fundamental conhecer as suas preocupações e as perspectivas, tendo, o projecto curricular, que traduzir esse sentir colectivo e indicar caminhos assumidos e partilhados por todos. Desta forma, manifesta ter tido a intenção de, enquanto coordenadora desse projecto, estar atenta às intervenções dos professores, nas reuniões que antecederam a sua elaboração, a fim de recolher ideias e sugestões (“tudo aquilo que os professores disseram nessas reuniões ou nos conselhos de turma, eu apanhei as ideias e pu-las no papel de uma forma mais simples.” - E2 DT, §s 27 e 28).

No que se refere aos EEs, a DT procurou estar atenta às suas preocupações e sugestões, que foi recolhendo, desde o fim do ano lectivo anterior, visto ter sido já directora da turma no 5º ano: “tudo aquilo que foi feito e que foi proposto no âmbito do Projecto Curricular de Turma foi com conhecimento dos pais e com a participação deles. Portanto, as coisas não surgiram impostas, foram negociadas.” (E3 DT, § 102).

O Projecto Curricular, resultante deste processo, é avaliado positivamente pelos professores (“(…) o projecto curricular está muitíssimo bem organizado.”, E1 Prof Inês, § 140) e pela representantes dos EEs, que considera existir uma “organização do currículo (…) muito direccionada para o bom desempenho dos alunos” e para “a colaboração entre os próprios professores” (E1 RepEEs, Secção 7, §s 56-58).

Dos testemunhos recolhidos, deduz-se ter havido sucesso na construção e na aplicação do projecto curricular do 6ºF de uma forma participada pelos professores, pelos alunos e pelos EEs. Ao seu papel institucional de coordenação desse processo, Diana acrescenta uma forma particular de exercer este papel, que favorece a participação articulada e empenhada dos diversos intervenientes nesta turma. O seu permanente cuidado em ouvir os outros e em estar atenta às suas preocupações e expectativas permite-lhe conhecê-los de forma aprofundada e delinear propostas com que todos se possam identificar. A preocupação de fomentar uma participação activa de

todos os intervenientes nas reuniões favorece a partilha de opiniões e uma definição de objectivos e de estratégias assumidos por todos.

(…) no fundo, ela concentra a informação dos professores, relativamente àquela turma, e de todos os alunos da turma. Porque cada professor tem conhecimento da turma, mas ela consegue ter, não só da turma, como também dos professores. E [isso é importante] para criar e orientar algumas actividades, de forma a melhorar a relação aluno-professor, a relação aluno-escola e a relação também pais-escola, pais-professores, através dessas actividades, dos convívios, dessas apresentações dos trabalhos dos miúdos. (E2 RepEEs, § 118)

Em conclusão, Diana sustenta que o projecto curricular de turma deve ser um documento orientador da acção do conselho de turma e deve corresponder às necessidades dos alunos. O DT, responsável pela coordenação do conselho de turma na elaboração e na aplicação desse documento, deverá promover a participação de alunos, professores e EEs em todo o processo, para que o projecto curricular de turma resulte de negociação e seja facilmente operacionalizável.

A forma como Diana entende as funções do DT relativamente a alunos, professores e EEs e como as executa joga um papel fundamental no desempenho eficaz desta coordenação. As suas concepções acerca das atribuições do DT relativamente a cada um desses sectores e o seu desempenho são analisados em seguida, com maior destaque para o sector dos EEs.

Funções relativas aos professores

As funções do DT relativamente aos professores que Diana mais valorizou e procurou exercer foram a coordenação das actividades do conselho de turma; a recolha, organização e transmissão de informações importantes para que os professores pudessem conhecer melhor os alunos; a recolha frequente de informações sobre os alunos, junto dos professores, para serem transmitidas aos EEs; e a coordenação de algumas importantes tarefas de natureza pedagógica:

Com a colaboração dos professores foi possível detectar dificuldades e propor medidas de apoio pedagógico, definir e homogeneizar critérios de actuação, seleccionar e adoptar estratégias de diferenciação pedagógica, realizar actividades do interesse dos alunos e desenvolver projectos de natureza interdisciplinar. (Relatório DT 6º F, Secção 8, § 272)

O envolvimento dos professores e a coordenação da sua actuação foram aspectos a que Diana deu destaque, com vista a conseguir a realização de um trabalho em equipa.

Primeira preocupação: envolver todos os professores da turma, mas de uma forma activa. Essa foi a preocupação, desde o início do ano, que acho que foi uma mensagem que consegui claramente passar e que foi muito bem aceite, na generalidade. Tive sorte, acho que tive sorte

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no grupo de professores que se disponibilizaram para trabalhar comigo e que fez um excelente trabalho.” (E3DT, § 51)

Esta colaboração dos professores não é fácil de se conseguir. Trata-se de uma classe em que cada um se habituou a trabalhar sozinho, no isolamento da sua sala de aula. A própria DT o reconhece, afirmando que o habitual é cada professor esperar que o DT, enquanto coordenador, “coordene” sozinho e faça todo o trabalho: “(…) aquilo que é muito habitual fazer-se: És o DT, és o responsável, és o coordenador de tudo o que se passa na turma, portanto, faz tu.” (E3 DT, § 53). A esta dificuldade acrescem as que existem no relacionamento interpessoal e que obrigam o DT a exercer, algumas vezes, o papel de moderador de conflitos entre os professores, como salienta a professora Eugénia:

E muitas vezes [o DT é um] moderador, não é? Porque não é fácil trabalhar em alguns conselhos de turma. E com frequência aparecem assim situações delicadas e o papel do DT aí torna-se muito difícil. Realmente o DT tem que tentar dar a volta para evitar muitos conflitos que acontecem frequentemente (por uma questão de feitios, de formas de pensar diferentes), que acontecem em muitos conselhos de turma, não é? E que, se não se sabe dar a volta, pode estar tudo estragado. (E2 Prof Eugénia, § 114)

Não pondo em causa a qualidade dos professores que constituíam o conselho de turma do 6º F, reconhecida por Diana, não se pode, no entanto, atribuir apenas à sorte a colaboração que existiu entre todos. Para essa colaboração contribuiu o trabalho desenvolvida pela DT, enformado pelos princípios em que acredita e pelas estratégias que adoptou. Correcção no relacionamento, disponibilidade e rigor parecem ser características da sua forma de trabalhar com os professores. Por um lado, Diana procura estar sempre atenta às suas necessidades e disponível para os apoiar, facilitando o trabalho em equipa: “acho que tenho tido uma grande preocupação na relação com os professores, no fornecimento dos materiais de apoio” (E1 DT, Secção 90, §s 926-928); “eu estou atenta, muito atenta, ao que é que se faz, ao que é que os professores que estão a dar Estudo Acompanhado propõem nas aulas deles. Dou toda a minha colaboração.” (E1 DT, Secção 16, §s 156-158). Os professores reconhecem e apreciam esse apoio. A professora Eugénia, por exemplo, atribui a colaboração dos professores conseguida por Diana ao apoio que ela lhes dá, que se traduz, entre outras, da seguinte forma: “Olha, por exemplo, nomeadamente até fornecer material quando nos pede ajuda para alguma coisa” (E2 Prof Eugénia, § 124). Por outro lado, tendo consciência da dificuldade de gerir um trabalho de equipa, procura criar condições para que ele se faça, através da exigência de rigor no comportamento e no relacionamento interpessoal de todos os

professores nas reuniões e da responsabilização de cada um pelos seus actos e pelas suas afirmações. Este procedimento, pouco comum entre os professores, não é fácil de manter, exigindo um pulso muito firme. Diana reconhece que esta postura lhe tem custado alguma incompreensão no início do relacionamento com alguns colegas. No entanto, ao fim de algum tempo de trabalho conjunto, eles acabam por aceitar e compreender a justeza desta actuação, ao verificarem que este rigor da DT se traduz também num forte apoio aos colegas.

Com os professores, normalmente eu sou um bocadinho “de gancheta”. Procuro ser muito disciplinada nas reuniões. Às vezes tomo atitudes pouco pacíficas (Pouco pacíficas, não. Pouco populares.), (…) e “O que é, é. O que não é, não é. E então se não é, porquê? (…) Não é por causa só de dizer o que é que eu gosto e o que é que me apetece, não senhor. Faz favor, faz esse registo na acta.”. E as pessoas não aceitam bem estas coisas. Mas depois começam a conhecer e entram aqueles aspectos da partilha de ideias, de opiniões, de materiais, de saberem que eu estou lá em termos éticos. Também tenho esse tipo de preocupações, e acho que as pessoas gostam. Sentem-se seguras, confiantes e... e gostam, gostam de trabalhar comigo. (E1DT, Secção 94, §s 975 a 984)

O trabalho em equipa requer uma comunicação, uma partilha de informação e uma aferição de estratégias constantes entre todos os seus elementos. Se esta partilha passa apenas pela realização de reuniões formais, o funcionamento da equipa burocratiza-se e não é suficientemente ágil. Por outro lado, os professores ficam excessivamente sobrecarregados, tendo a acrescer às aulas das diversas turmas que leccionam um número elevado de reuniões. Torna-se necessário encontrar formas alternativas de gerir o trabalho da equipa formada pelos professores de cada turma. Diana chama a si essa tarefa, utilizando estratégias mais informais de circulação da informação, não obstante elas poderem, por vezes, implicar um esforço acrescido para si própria. Os intervalos, na sala de professores, são muitas vezes utilizados para uma conversa breve com um ou vários colegas ou para acertar estratégias; a procura de um colega à saída da sua aula pode ser a ocasião mais adequada para pedir ou fornecer determinadas informações.

Para além das reuniões de conselho de turma, estabeleci um círculo mais informal de comunicação, que permitiu prestar um maior apoio na resolução dos problemas surgidos no dia a dia e mantê-los informados sobre a situação da turma em geral e sobre os alunos em particular. (Relatório DT 6º F, Secção 8, § 270)

Subjacente a esta intervenção de Diana junto dos docentes, está a sua concepção das funções dos professores de uma turma, abrangendo duas vertentes distintas mas articuladas: o trabalho do professor na sala de aula e o trabalho da equipa de professores da turma. Da intervenção do DT depende, em grande parte, que a primeira vertente não se torne exclusiva e que a coesão dessa equipa seja garantida. Para a conseguir, o DT

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precisa de possuir diversas competências, das quais se destacam três tipos: competências de relacionamento interpessoal, competências de comunicação e competências de condução de reuniões. Todas elas marcam presença no trabalho de Diana, de acordo com diversos testemunhos recolhidos e já apresentados.

Em síntese, Diana adianta como funções principais do DT relativamente aos professores o seu envolvimento no trabalho do conselho de turma, enquanto equipa; a coordenação desse trabalho; e a recolha e circulação de informações acerca dos alunos entre os professores e a família. Às dificuldades que habitualmente se colocam no envolvimento dos professores num trabalho colectivo – tradição de trabalho solitário, por parte do DT, por um lado, e de cada professor, por outro lado; dificuldades de relacionamento interpessoal entre os docentes, chegando, por vezes, ao nível do conflito – Diana contrapõe uma intervenção com características bem vincadas: correcção no relacionamento com os colegas; manifestação de disponibilidade; prestação de todo o apoio necessário; desburocratização e agilização do funcionamento do conselho de turma através de meios informais de circulação de informação e de articulação do trabalho, garantidos por si própria junto dos outros docentes.

Funções relativas aos EEs

A actividade do DT relativamente aos EEs, de acordo com Diana, deve centrar-se na promoção de “corresponsabilização, envolvimento e participação na vida escolar dos educandos.” (Relatório DT 6ºF, Secção 8, § 274). Este objectivo implica, para ela, o desempenho de uma variedade de funções que agrupámos em duas categorias: (a) chamar os EEs à escola e promover a colaboração entre a escola e a família; e (b) manter os EEs informados acerca da escola e da vida escolar dos seus educandos e servir de elo de ligação entre os EEs e os professores.

(a) Chamar os EEs à escola e promover a colaboração entre a escola e a família

Chamar os pais à escola é uma função a que Diana atribui uma enorme importância, em consonância com as suas concepções acerca dos obstáculos que afastam a família da escola (cf. Cap. 4.3.). Assumindo que a responsabilidade da aproximação cabe mais à

escola, enquanto DT ela procura analisar os problemas que afastam cada EE e encontrar formas de aproximação.

Portanto, quando os pais [são chamados à escola] já sabem que, por norma, vem problema, e já têm em casa possivelmente situações muito complicadas e, em alguns casos, até dramáticas, aí pensam que vão enfrentar mais um problema e muitas vezes não os querem enfrentar. E daí, desistem. Desistem de ir à escola, desistem de acompanhar os filhos, desistem de muita coisa. E é com esses pais, em particular, que eu tenho mais cuidado. (E1 DT, Secção 14, §s 117-122)

A legislação especifica algumas situações em que os DTs têm que, obrigatoriamente, contactar com os EEs, por via postal, para os informarem acerca de determinados problemas (falta de assiduidade, probabilidade de retenção repetida, processo disciplinar) e os convocarem para uma reunião na escola. Esta via burocrática é, frequentemente, mal sucedida como meio de levar os pais à escola e tem ainda menos sucesso no seu envolvimento na resolução dos problemas, havendo, contudo, muitos DTs que a ela se atêm. Diana cumpre as formalidades legais, mas não se fica por aí. É criativa e recorre a uma diversificação de estratégias, procurando adequá-las aos EEs visados e à especificidade da situação. Para chamar os EEs à escola e promover a colaboração entre ambos, utiliza diferentes meios: cartas convidando-os a comparecerem num atendimento, telefonemas, incentivo aos próprios alunos para motivarem os pais a irem conhecê-la. Está particularmente atenta à adequação da linguagem que utiliza e à manifestação de disponibilidade para atender os EEs em horas convenientes para eles. Preocupa-se ainda em mostrar que pretende estabelecer contactos de natureza positiva, em que não tem como objectivo acusar ou penalizar os alunos.

A análise do trabalho desenvolvido por Diana com os EEs revela uma grande diversidade de oportunidades e de estratégias de envolvimento dos pais, na esteira do que diversos autores (Marques, 2001; Carvalho, 2000; Epstein, 1997a) apontam como sendo uma característica fundamental dos programas de colaboração escola-família, a fim de corresponderem à diversidade de interesses das famílias. Assim, no 6ª F, entre outras, foram promovidas as seguintes actividades, que serão analisadas noutros pontos deste capítulo: formação de pais, no domínio da saúde e do rendimento escolar, com o apoio da Unidade Local de Saúde, e no domínio de estratégias tutoriais de acompanhamento do estudo em casa, em reuniões dinamizadas pela própria DT; convívios de alunos, pais e outros familiares e professores, com a apresentação de trabalhos feitos pelos alunos nas aulas, principalmente de Área de Projecto; adopção de

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estratégias de controlo do comportamento e de atitudes dos alunos nas aulas, que implicavam o autocontrolo e registo desses comportamentos e atitudes pelos próprios alunos e sua comunicação aos EEs através da caderneta, a fim de estes poderem reforçar e dar continuidade às medidas definidas previamente em conselho de turma.

No entanto, chamar os pais à escola não basta. Se a sua ida não se revelar proveitosa, provavelmente não será repetida. A ida à escola deve traduzir-se numa real oportunidade de comunicação em dois sentidos e de colaboração na resolução dos problemas sentidos pelos EEs. A chamada dos pais à escola deve estar integrada num programa que garanta uma diversidade de oportunidades de colaboração, suficientemente abrangente para corresponder às características e às necessidades de todas as famílias (Davies, 1996). Estas condições notam-se no trabalho de Diana com os EEs. A qualidade da informação, o interesse da DT pelos alunos, o apoio da DT ao acompanhamento dos EEs aos seus educandos, a formação de pais – estes são alguns dos motivos que os EEs do 6º F sentem justificar a sua ida à escola.

A forma como ela nos incentiva a chegar perto dos filhos. A forma como ela nos cativa. No fundo é isso. A forma como ela nos passa as informações. A forma como ela se preocupa com eles, os nossos filhos. E pronto, acaba por nos transmitir um bocado o chamar-nos à escola. (E2 EE Celina, § 135)

O assunto [das reuniões] não é só relacionado com a entrega de trabalhos, assim como ela tenta focar algumas coisas que se passam a nível geral e a nível do nosso quotidiano, e problemas muito concretos para nós também sabermos como devemos lidar, muitas vezes, com eles, não é? E isso eu acho que ajuda muito e isso é uma maneira também de cativar os pais a vir cá. (E2 EE Marina, § 149)

(b) Manter os EEs informados acerca da escola e da vida escolar dos seus educandos e servir de elo de ligação entre os EEs e os professores

Informar os EEs acerca da escola e da vida escolar dos seus educandos é uma função da direcção de turma, que Diana valoriza muito e a que os EEs atribuem uma importância fundamental. Por conseguinte, é uma função que merece uma análise cuidada.

É frequente a informação entre a escola e a família ser processada apenas num sentido: escola-família. Tal não é o entendimento nem a prática de Diana, que se preocupa em transmitir informações aos EEs e em ouvir o que estes consideram importante ser do seu conhecimento ou que deve ser transmitido aos professores ou a

outra entidade da escola. Os EEs e os próprios alunos manifestam opinião idêntica à de Diana.

E [a DT] informa [os pais], porque acho que o que os pais mais querem é saber como é que os seus filhos estão na escola, e a directora de turma faz isso sempre que pode. (E2 Alice, § 127) E o próprio relacionamento com os pais também, não é?, o tentar transmitir aquilo que nós