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Fundo de Amparo ao Trabalhador

No documento ANA LÚCIA DE OLIVEIRA MONTEIRO (páginas 114-117)

POLÍTICAS PASSIVAS DO

3.5.1. Fundo de Amparo ao Trabalhador

Segundo o MTE (2012), o FAT é um fundo especial, de natureza contábil- financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.

A principal fonte de recursos do FAT é composta pelas contribuições para o Programa de Integração Social - PIS, criado por meio da Lei Complementar n° 07, de 07 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP, instituído pela Lei Complementar nº 08, de 03 de dezembro de 1970.

A partir da promulgação da Constituição Federal, em 05 de outubro de 1988, nos termos do que determina o seu art.239, os recursos provenientes da arrecadação das contribuições para o PIS e para o PASEP foram destinados ao custeio do Programa do

Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e, pelo menos quarenta por cento, ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico, esses últimos a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.

O gestor do FAT é o CODEFAT - órgão colegiado, de caráter tripartite e paritário, composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e do governo (GUIMARÃES, 2012).

Dentre as funções mais importantes do órgão, estão as de elaborar diretrizes para programas e para alocação de recursos, de acompanhar e avaliar seu impacto social e de propor o aperfeiçoamento da legislação referente às políticas. Igualmente importante é o papel que exerce no controle social da execução destas políticas - no qual estão as competências de análise das contas do Fundo, dos relatórios dos executores dos programas apoiados, bem como de fiscalização da administração do FAT.

Segundo Guimarães (2012), as principais ações de emprego financiadas com recursos do FAT estão estruturadas em torno de dois programas: o Programa do Seguro- Desemprego (com as ações de pagamento do benefício do seguro-desemprego, de qualificação e requalificação profissional e de orientação e intermediação do emprego) e os Programas de Geração de Emprego e Renda, cujos recursos são alocados por meio dos depósitos especiais criados pela Lei nº 8.352, de 28 de dezembro de 1991 (incorporando, entre outros, o próprio Programa de Geração de Emprego e Renda - PROGER, nas modalidades Urbano e Rural e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF).

Além dos programas para micro e pequenos empresários, o FAT financia programas voltados para setores estratégicos (como transporte coletivo de massa, infra- estrutura turística, obras de infra-estrutura voltadas para a melhoria da competitividade do país), fundamentais para o desenvolvimento sustentado e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador.

Sob a égide do FAT, estão alocados:

i) o Programa do Seguro-Desemprego, que promove a assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado, em virtude de dispensa sem justa causa;

ii) o Programa da Intermediação de Mão de Obra, que busca recolocar o trabalhador no mercado de trabalhado, visando reduzir os custos e o tempo de espera de trabalhadores e empregadores;

iii) o Programa de Qualificação Profissional, que visa a melhoria da qualificação dos trabalhadores.

Dessa forma, em torno do Fundo de Amparo ao Trabalhador está um arranjo institucional que procura garantir a execução de políticas publicas de emprego e renda de maneira descentralizada e participativa, o que também permite a aproximação entre o executor das ações e o cidadão que delas se beneficiará, e dá a esse cidadão a possibilidade de participar e exercer seu controle, por meio dos canais adequados (GUIMARÃES, 2012). Ramos (2006) afirma que o FAT representou um avanço na construção de um Sistema Público de Emprego, principalmente por dois motivos:

“(...) primeiro, porque definiu recursos próprios para o Sistema Público de Emprego, tornando-o independente com relação ao tesouro nacional; segundo, porque este fundo passou a ser gerido por um conselho deliberativo (CODEFAT), com representação tripartite e paritária, composto por representantes do empresariado, do governo e dos trabalhadores. Ou seja, o FAT é um arranjo institucional que procura garantir a execução de políticas públicas de emprego e renda de maneira descentralizada e participativa”. (RAMOS, 2006, p. 45).

Também fazem parte das políticas do FAT: i) Abono Salarial

O programa do Abono Salarial foi instituído em 1970 e é um benefício no valor de um salário mínimo anual, assegurado aos empregados que recebem até dois salários mínimos de remuneração mensal de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Na época de sua criação, o Abono Salarial tinha por objetivo promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento da empresa, assim como propiciar aos funcionários e servidores públicos civis e militares participação na receita dos órgãos e entidades integrantes da administração pública direta e indireta, nos âmbitos federal, estadual e municipal e das fundações (MTE, 2012).

ii) Carteira de Trabalho e Previdência Social

Conforme Antunes (2006) e Santos (1994), a Carteira de Trabalho foi instituída pelo Decreto nº 21.175, de 21 de março de 1932 e posteriormente regulamentada pelo

Decreto nº. 22.035, de 29 de outubro de 1932, como documento obrigatório para toda pessoa que venha a prestar algum tipo de serviço à outra pessoa, seja na indústria, no comércio, na agricultura, na pecuária ou mesmo de natureza doméstica e tem por objetivo garantir o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, benefícios previdenciários e FGTS.

No início, esse documento surgiu como carteira profissional em 1932, sucedendo a carteira de trabalhador agrícola, instituída por decretos assinados nos anos de 1904 a 1906. Já a Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, que substituiu a carteira profissional, foi criada pelo decreto-lei n.º 926, de 10 de outubro de 1969. A CTPS contém informações sobre a qualificação e a vida profissional do trabalhador e anotações sobre sua filiação ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS.

A Carteira de Trabalho é o registro para que o cidadão tenha protegidos direitos trabalhistas e previdenciários, como salário regular, férias, décimo-terceiro salário, repouso remunerado e aposentadoria (MTE, 2012).

Como dito anteriormente, para Santos (1994) a Carteira de Trabalho é a certidão de nascimento cívico do indivíduo e a garantia de sua inserção como cidadão na sociedade.

iii) Programa de Geração de Emprego e Renda – PROGER

Segundo o MTE (2012), o PROGER foi formulado nos anos de 1993 e 1994, em meio ao movimento da Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e pela Vida para promover destinação mais nobre às disponibilidades de recursos do FAT, tendo como prioridades o financiamento de ações mais estruturantes no mercado de trabalho, com ênfase na população excluída. O objetivo era garantir ocupação e renda como uma das formas de superação da miséria.

No documento ANA LÚCIA DE OLIVEIRA MONTEIRO (páginas 114-117)

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