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História da pós-graduação no Brasil: da sua regulamentação ao século XXI

CAPÍTULO 2 – A PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO BRASIL

2.1. História da pós-graduação no Brasil: da sua regulamentação ao século XXI

Em primeiro lugar, trataremos da organização do ensino superior, da origem histórica da pós-graduação, da implantação e regulamentação dos cursos de pós-graduação no Brasil, de acordo com o Decreto n. 19.851/31 (BRASIL, 1931), e com o Parecer n. 977/65 (BRASIL, 1965). Em segundo lugar, abordaremos as normas para o funcionamento e credenciamento dos cursos pós-graduados, de acordo com documentos oficiais disponíveis no site da Capes, no link legislação (www.capes.gov.br), que mencionaremos no decorrer deste capítulo. Essa exposição é necessária para que possamos compreender como se deu a implantação da pós- graduação e quais atividades têm sido atribuídas ao professor que atua nesse nível de ensino em documentos oficiais desde a sua implantação até o século XXI. Dessa forma, buscamos

compreender as representações construídas nos documentos pesquisados e relacioná-las, no Capítulo 6 e nas Considerações finais, às representações identificadas nos dados analisados.

A primeira tentativa para a implantação da pós-graduação no Brasil ocorreu por meio do Decreto n. 19.851/31, em que Francisco Campos8 propunha, no Estatuto das Universidades Brasileiras, a organização do ensino superior brasileiro, ao se adotar o sistema universitário do modelo europeu. Além de cursos de graduação (cursos normaes), o documento também versava, em seu artigo 35, sobre cursos de aperfeiçoamento, cursos de especialização, cursos livres e cursos de extensão universitária.

Foi na década de 1930 que se iniciou o curso de pós-graduação em Direito na Universidade do Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Filosofia e na Universidade de São Paulo, seguindo o modelo proposto por Francisco Campos. Mas foi somente na década de 1940 que foi utilizado pela primeira vez o termo “pós-graduação”, tendo sua origem nos termos norte-americanos “undergraduate” e “graduate”, sendo que o primeiro refere-se a cursos da graduação e o segundo a cursos pós-graduados (BRASIL, 1965). Observamos, assim, que a pós-graduação no Brasil é recente, se compararmos com a tradição secular existente na Europa ou nos Estados Unidos da América.

Com o desenvolvimento industrial no início do segundo governo Vargas (1951 a 1954) houve a necessidade de formação de especialistas e de pesquisadores nas diversas áreas do conhecimento, buscando a construção de uma nação desenvolvida e independente. Assim, visando ao desenvolvimento do país para assegurar pessoal especializado em quantidade e qualidade, em 11 de julho de 1951 o Decreto n. 29.741/51 (BRASIL, 1951) instituiu uma comissão para promover uma Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior9 (Capes), integrada ao Ministério da Educação e Saúde, tendo como objetivos gerais “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades” do país e “oferecer os [sic] indivíduos mais capazes, sem recursos próprios, acesso a tôdas [sic] as oportunidades de aperfeiçoamentos” (BRASIL, 1951, art. 2o).

8 “Francisco Campos foi um jurista e político brasileiro, responsável, entre outras obras, pela redação da Constituição brasileira de 1937, do AI-1 do golpe de 1964 e dos códigos penal e processual brasileiros. Em 1926,

ele promoveu uma profunda reforma educacional.” Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Campos>. Acesso em: 12 mar. 2011.

9 A Capes foi criada em 1951 com o nome “Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior”. Alguns anos mais tarde, no processo de reformulação das políticas setoriais, ela passa a ser denominada “Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior”, permanecendo com a mesma sigla (Capes).

Após a promulgação desse Decreto ocorreu a expansão dos estudos pós-graduados no país. De acordo com Santos (2003, p. 629):

A modernização do Brasil nos anos 1960 deu-se dentro de um contexto de integração entre países periféricos e países centrais. Essa integração implicava a expansão de mercados consumidores nos países periféricos e o fomento dos centros produtores de Ciência & Tecnologia (países centrais). O objetivo das nações mais desenvolvidas era o aumento de mercados consumidores e o desestímulo à concorrência científica e tecnológica.

Observamos, assim, que, no período de implantação da pós-graduação no Brasil, os países desenvolvidos visavam à expansão de novos mercados consumidores, não estimulando a concorrência científica e tecnológica, pois, dessa forma, continuariam com o poder, no que se refere ao mercado científico e tecnológico, tendo consumidores para seus produtos.

Foi nesse contexto de dependência em relação às nações centrais que se deu a implantação da pós-graduação no Brasil. “Uma sociedade dependente vincula-se a outra, supostamente mais organizada e desenvolvida, para estabelecer uma relação de parceria subordinada” (SANTOS, 2003, p. 629). Tal dependência é muito nociva na área de pesquisa, já que a compra do know-how estrangeiro se torna um mau negócio por desestimular as iniciativas de desenvolvimento tecnológico do país importador, o que limita a formação de cientistas de pesquisadores. Segundo Santos (2003), a importação de teóricos e de teorias só foi implantada em virtude da modernização da intelectualidade da elite, que consistia em tentar reproduzir no Brasil marcas dos países desenvolvidos.

O Brasil propôs o seu modelo para a regulamentação de cursos de pós-graduação por meio do Parecer n. 977/65, baseado no modelo norte-americano. Esse parecer define o sistema de estudos pós-graduados, regulamentando os cursos de pós-graduação a que se refere a letra b do artigo 69 da Lei de Diretrizes e Bases de 1961, que distingue três grandes categorias de cursos: de graduação; de pós-graduação; e de especialização, aperfeiçoamento e extensão. Embora não chegue a determinar a natureza dos cursos de pós-graduação, esse parecer estabelece a distinção entre pós-graduação sensu stricto e sensu lato:

[...] a pós-graduação sensu stricto apresenta as seguintes características fundamentais: é de natureza acadêmica e de pesquisa e mesmo atuando em setores profissionais tem objetivo essencialmente científico, enquanto a especialização, via de regra, tem sentido eminentemente prático-profissional; confere grau acadêmico e a especialização concede certificado; finalmente a pós-graduação possui uma sistemática formando estrato essencial e superior na hierarquia dos cursos que constituem o complexo universitário. Isto nos permite apresentar o seguinte conceito de pós-graduação sensu stricto: o

ciclo de cursos regulares em segmento à graduação, sistematicamente organizados, visando desenvolver e aprofundar a formação adquirida no âmbito da graduação e conduzindo à obtenção de grau acadêmico. (BRASIL, 1965)

Observamos, nessa citação, que a pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) foi implantada visando à pesquisa, tendo caráter científico. Assim, o objetivo de sua implantação foi contribuir com o desenvolvimento de pesquisas científicas no Brasil, diferente da pós-graduação lato sensu (especialização), que visava à formação profissional.

Esse documento define as características dos cursos de mestrado e de doutorado, que, com base na experiência estrangeira, determinam o mínimo de um ano para o primeiro e dois anos para o segundo, sendo o curso orientado pelo “diretor de estudos”. Para o candidato de mestrado, exige-se uma dissertação, revelando domínio do tema e capacidade de sistematização; no doutorado requer-se a defesa de tese que represente trabalho de pesquisa que traga real contribuição para o conhecimento do tema. Para os dois tipos de curso é necessário obter determinada quantidade de créditos por meio de disciplinas cursadas.

Em várias partes do documento encontramos menção ao fato de que a pós-graduação almeja desenvolver capacidades referentes à atividade de pesquisa e ao desenvolvimento da ciência e da cultura em geral. Além disso, os responsáveis pela elaboração desse parecer consideravam urgente promover a implantação sistemática dos cursos de pós-graduação que visassem formar

[...] os nossos próprios cientistas e tecnólogos, sobretudo tendo em vista que a expansão da indústria brasileira requer número crescente de profissionais criadores, capazes de desenvolver novas técnicas e processos, e para cuja formação não basta a simples graduação. (BRASIL, 1965)

Percebemos, no documento, que é papel do professor de pós-graduação desenvolver nos alunos e profissionais capacidades referentes à atividade de pesquisa, ou seja, formar cientistas e tecnólogos capazes de atuar nas indústrias que emergiam naquele período. Assim, o professor é visto como um pesquisador responsável por formar outro pesquisador.

O Parecer ainda expõe os principais motivos pelos quais o Ministério requer a regulamentação da pós-graduação: era necessário formar professores competentes para atender a expansão quantitativa do ensino superior, garantindo, ao mesmo tempo, a elevação dos níveis de qualidade, e estimular o desenvolvimento de pesquisa científica a partir da preparação adequada de pesquisadores.

O documento faz menção ao fato de, então, o Brasil não ter experiência em matéria de pós-graduação, o que tornava necessário recorrer a modelos estrangeiros para que fosse criado o sistema brasileiro. Entretanto, os relatores do documento esclarecem que não seria feita mera cópia de modelos estrangeiros, mas que estes serviriam apenas como orientação. Apesar dessa ressalva, indagamos: a proposta do sistema de pós-graduação brasileiro não foi, na verdade, mera cópia do modelo norte-americano que não levou em conta o contexto do nosso país? A tradição de “copiar” modelos estrangeiros é antiga no Brasil, o que também acontecia, e ainda acontece, com a importação – e não o desenvolvimento – de teorias estrangeiras.

Após a regulamentação dos cursos, em 5 de junho de 1970, o Decreto n. 66.662/70 reformulou a Capes, determinando que essa agência passaria a funcionar como órgão autônomo do Ministério da Educação e Cultura, em articulação com o Conselho Nacional de Pesquisas e demais órgãos de atribuições semelhantes, sendo algumas de suas atividades o(a):

 coordenação das atividades de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior, especialmente dos docentes;

 administração dos programas de bolsas de estudo e outros auxílios financeiros;  estabelecimento de critérios para a concessão dos auxílios e bolsas de estudo da

Capes;

 prestação de contas e elaboração do relatório anual;  elaboração do regimento interno.

Em 5 de janeiro de 1982, o Decreto n. 86.816/82 incluiu como finalidade da Capes a elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação e o acompanhamento e avaliação dos programas de pós-graduação e a interação entre ensino e pesquisa. Assim, a Capes passou a ser a agência destinada a, entre outras coisas, avaliar os programas de pós-graduação das instituições brasileiras.

Em 10 de março de 1983, o Presidente do Conselho Federal de Educação, por meio da Resolução n. 5/83 (BRASIL, 1983), estabeleceu normas de funcionamento e credenciamento dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), instituindo as diretrizes para esse credenciamento. Essa resolução dispõe que:

Art. 3o O credenciamento dos cursos de pós-graduação será concedido por

ato do CFE [Conselho Federal da Educação] homologado pelo Ministro de Educação e Cultura.

§ 1o Poderão ser credenciados cursos de pós-graduação mantidos por instituições de ensino superior, oficiais ou particulares e, excepcionalmente, por outras instituições científicas ou culturais. (BRASIL, 1983)

Já o artigo 4o determina que “a implantação de um curso de pós-graduação deve ser precedida da existência de condições propícias à atividade criadora e de pesquisa” (BRASIL, 1983), tendo a instituição recursos materiais e financeiros e condições de qualificação e dedicação do corpo docente nas áreas ou linhas de pesquisa envolvidas nos cursos. Observamos que, novamente, nesse outro documento, é papel do professor de pós-graduação desenvolver pesquisas, configurando-se como um pesquisador. A esse professor, delineado no documento, a instituição teria de proporcionar condições materiais e financeiras para o desenvolvimento de seu trabalho.

O artigo 7o desse documento estabelece, ainda, que os docentes de curso de pós- graduação devem exercer atividade criadora, demonstrada pela produção de trabalhos originais de valor comprovado em sua área de atuação, ter formação acadêmica adequada, representada pelo título de doutor ou equivalente. O artigo 8o, por sua vez, determina que se exige dos docentes-pesquisadores, em especial dos orientadores, dedicação à atividade de pesquisa e ao ensino “em condições de formar ambiente favorável à atividade criadora” (BRASIL, 1983). Assim, percebe-se que esse professor é visto como produtor de trabalhos originais, configurando-se como um pesquisador “criador” de novas ideias, novas pesquisas, responsável pela formação de ambiente que favoreça a atividade criadora de pesquisa.

Segundo o artigo 12 da Resolução n. 5/83, o credenciamento dos cursos de pós- graduação teria validade de cinco anos, tendo de ser renovado após esse período. O artigo 12 estabelece, ainda, que:

§ 2o O CFE poderá, a qualquer tempo, determinar a suspensão temporária ou

o cancelamento do credenciamento de cursos de pós-graduação que deixarem de atender às exigências desta Resolução. (BRASIL, 1983)

Assim, observamos que, para que os cursos continuem credenciados, as instituições às quais estão vinculados devem seguir as exigências dessa resolução. Para fins de credenciamento, a Resolução CES n. 2/98 (BRASIL, 1998), estabeleceu indicadores para comprovar a produção intelectual institucionalizada, dispondo que:

Art. 1o A produção intelectual institucionalizada consiste na realização

sistemática da investigação científica, tecnológica ou humanística, por um certo número de professores, predominantemente doutores, ao longo de um

determinado período, e divulgada, principalmente, em veículos reconhecidos pela comunidade da área científica. (BRASIL, 1998)

Esse documento estabeleceu vários indicadores para que a produção intelectual seja comprovada, como podemos observar a seguir:

 participação dos docentes em eventos nacionais ou internacionais;

 publicação dos resultados das pesquisas em livros ou revistas indexadas ou que tenham conselho editorial externo composto por especialistas reconhecidos na área;  desenvolvimento de intercâmbio institucional a partir da participação de seus docentes em cursos de pós-graduação, troca de professores visitantes ou envolvimento em pesquisas interinstitucionais;

 desenvolvimento de programas de iniciação científica, envolvendo alunos dos cursos de graduação nas temáticas investigadas.

Como vemos, um dos critérios levados em conta para o credenciamento é a produção intelectual institucionalizada e divulgada em veículos reconhecidos pela comunidade acadêmica. Observamos, nesse documento prescritivo, que os professores são obrigados a comprovar a sua produção intelectual, seguindo as exigências da Resolução CES n. 2/98; caso contrário, o credenciamento do programa não será renovado.

Em 3 de abril de 2001, a Resolução CNE/CES n. 1 (BRASIL, 2001) instituiu outras normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação, determinando que os pedidos de autorização, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de curso de pós-graduação

stricto sensu devem ser encaminhados à Capes para o Sistema Nacional de Pós-Graduação, respeitando as normas e procedimentos de avaliação estabelecidos por essa agência. Assim, essa agência passa a ser a responsável pela avaliação dos programas dos cursos de pós- graduação stricto sensu. Ela é reconhecida como órgão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação Stricto Sensu e também como Agência Executiva do Ministério da Educação junto ao sistema nacional de Ciência e Tecnologia, sendo responsável pela elaboração, avaliação, acompanhamento e coordenação das atividades relativas ao ensino superior. Essa agência está inserida no sistema educacional brasileiro, tendo como leis maiores que a regulamentam a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educacional Nacional (LDB) (BRASIL, 1996).

De acordo com o Regimento Interno da Capes (BRASIL, 2002), são atividades dessa agência:

[...] subsidiar o Ministério da Educação na formulação de políticas para a área de pós-graduação, coordenar e avaliar os programas desse nível no País e estimular, mediante bolsas de estudo, auxílios e outros mecanismos, a formação de recursos humanos altamente qualificados para a docência de grau superior, a pesquisa e o atendimento das demandas dos setores públicos e privados. (BRASIL, 2002)

Dessa forma, ela é responsável pela elaboração das políticas públicas da pós- graduação brasileira, sendo configurada, portanto, como uma agência prescritora das atividades dos professores da pós-graduação no Brasil, já que elabora as normas e regras direcionadas aos profissionais da educação superior, ou seja, a Capes prescreve o que deve ser feito por eles. Além disso, ela é a instituição responsável pela avaliação da pós-graduação, o que significa que examina o trabalho dos protagonistas envolvidos no ensino e pesquisa, incluindo os professores-pesquisadores.

De acordo com o Regimento Interno da Capes, ela é constituída por vários órgãos, sendo estruturada da seguinte maneira:

1. Órgãos colegiados (Conselho Superior e Conselho Técnico-Científico); 2. Órgão executivo;

3. Órgão de assistência direta e imediata ao presidente; 4. Órgãos seccionais;

5. Órgãos singulares, compostos pela Diretoria de Programa e pela Diretoria de Avaliação.

De acordo com o artigo13 do regimento, é atribuição do Conselho Técnico-Científico, entre outras coisas, “propor os critérios e procedimentos para o acompanhamento e a avaliação da pós-graduação e dos programas [de bolsas e outros auxílios] executados pela Capes” (BRASIL, 2002).

Já a Diretoria de Programa é responsável pela concessão de bolsas e auxílios de diferentes tipos a pesquisadores, gerindo ações para a implementação dessas bolsas. Por sua vez, a Diretoria de Avaliação é responsável pelo gerenciamento das políticas de avaliação da pós-graduação e dos programas de bolsas, como veremos a seguir.

A Capes impõe vários critérios para obtenção de bolsas. Assim, os professores são, de certa forma, pressionados pelo sistema de avaliação dessa agência para que bolsas sejam concedidas às suas instituições, para eles próprios e seus alunos, pois, de acordo com a Portaria n. 013/2002 (CAPES, 2002):

Art. 4o Uma vez referendados pelo CNE e homologados pelo MEC, os

resultados da avaliação realizada pela Capes acarretam implicações diferentes para os programas que tenham obtido nota igual ou superior a 3 (três) e aqueles que tenham obtido nota inferior a 3 (três), no que se refere a procedimentos relativos à avaliação da pós-graduação e às próprias condições de funcionamento dos cursos por eles oferecidos.

Como exemplo de a nota atribuída pela Capes acarretar implicações para os cursos de mestrado ou doutorado podemos citar o Programa de Excelência Acadêmica (Proex). Somente os programas de mestrado e doutorado avaliados com nota 6 ou 7 podem ser inseridos no Proex, recebendo auxílio financeiro que pode ser utilizado de acordo com as prioridades estabelecidas pelos próprios programas, considerando as modalidades de apoio concedidas pela Capes, tais como concessão de bolsas de estudo, recursos para investimento em laboratórios, custeio de elaboração de dissertações e teses, passagens, eventos, publicações, entre outros. Esse exemplo do Proex mostra que as instituições, o que incluem os professores, estão sempre subordinadas aos critérios da Capes para conseguir qualquer tipo de auxílio governamental à pesquisa para a instituição, professores e alunos. Partimos da hipótese de que essa subordinação aos critérios da Capes será representada, que alguma forma, na instrução ao sósia realizada com a professora.

Após a discussão sobre o papel da Capes, na próxima seção abordaremos o seu sistema de avaliação e a questão dos critérios utilizados por essa agência na avaliação trienal 2010 (2007-2009) do programa Letras/Linguística, para que possamos compreender melhor como se dá o processo de avaliação pela Capes dos programas de pós-graduação.

2.2. O Sistema de Avaliação da Capes e os critérios de avaliação da área