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I '"' u tu concep tual do plano de desenvolvimento

11 l1

,,,rrcira

I 111 pl.u1os raci o nais, levados a cabo q uer pelos indivíduos

11 1111 .u,nl'S, que possam prever o u satisfaze r todas as neces-

'' lll\'olvi me n to. Contudo, as culturas escolares, onde se

ltlllttl.ll t ll'11le conversas reflexivas, consigo próprio e com os

ll!ttl 1111 .t ca pacidade para reconhecer e responder a aconteci-

ltlfll d1vos da vida dos indivíduos, à volta d.os quais podem

d• 1 1 •tH'S i mportantes (Sikes

et a!.,

1985), a par do desenvoi- IH "'' 1 In da escola.

to, llll tl·lação a vários dos actua is planos de desenvolvi-

11tl•1, Xtslc m, é que têm tendência para serem reactivos, pen-

o

111 p1 ,1 o c baseados em problemas. A fi gura 14 apresenta o

t1!11l11 lllllt'Cptual para elaborar um plano de desenvolvimento

111 1 11t , tlllsi deração as necessidades dos professores a longo

h

11 111• t da sua carreira, em termos de coerê n cia, progressão,

l11h , 1 qt11líbrio (2) ao compará-las com as diferentes facetas

lltt 1 do ensino (o que contri bui para a sua manu tenção na jltl 1 '.tprc ndizagem ao l o ngo da vi da) e com as necessidades (ttll ,

111 1 do de assegurar um ensi no de alta quali dade). O pro-

tillt totno uma pessoa, como um me mbro de uma comuni- )ltlll llllt.tis, como um prático da sala de aula e como um ele-

lttllln il organizacional.

1 1111t 11 tlt· ll'fcrência sugere um conjunto de benefícios, directos I 1 1)111' poderão advir se as necessidades dos professores, em

h lt p.tpéi s, forem satisfeitas, pressupondo-se que o desen- lupt 11)1\Sit!llal deve, pOr definiÇãO, Ultrapassar 0 âmbi tO da prá-

11 dt .tt ti" c q ue "a aprendizagem a parti r da experiência", por lilllli H'lllc. Este quadro conceptual proporciona a inda apoio

ll1 '" IH·ssoa l e profissional e para as necessidades práticas e

I "" ptllfcssor.

Ullllt'ltt.tdramento conceptual sugere que o desenvolvimen to a IJ 1 d.t rl'sponsabilidade da escola e do professor e que tanto 111 - 1 1 olas-sejam eles directores, chefes d e departamento ou

d.t dtscipl inas - como a cultura da escola ou do de parta- !ltu "' 1.t m a ma i or ou menor consecução dos benefícios, d i rec- 11111111.

Auto-renovação: avaliaçao, mudança e plano d<' dt'\t IIVnlvltnf'lllll pen 1111

Este quadro conceptual foi desenvol vido durante u m projecto de

investigação e de desenvolvimen to, fi nanciado pelo DEE (Departamento

de Educação e Emprego), que decorreu ao longo de 18 meses e que

envolveu mais de 200 professores de 20 escolas, representando todos os

níveis de escola r idade em oito Au toridades Locais de Educação (Day,

1994b, 1996). Os seus principais objectivos consistiam em elaborar e

experimentar materiais de apoio para ajudar os professores na prepara-

ção dos seus próprios planos de desenvolvimento pessoal, de acordo

com os princípios gerais da organização da escola e com os procedimen-

tos d e revisão. Baseou-se em perfis de professores e é apresentado aqui

como um exemplo de como as escolas podem utili zar o plano de desen- volvimento pessoal para os se us professores, d e modo a promover a

autonomia pessoal e uma maior efi cácia.

O projecto em si mesmo constituiu uexemplo de colaboração entre

a universidade - as Autoridades Locais de Educação - e a escola e isto

reflecti u-se na constituição da eq uipa de investigação e de desenvolvi

mento da qual faziam parte oito directores de escolas e professores (um

proven iente de cada Autoridade Local de Educação que integrava o pro

jecto), dois representan tes do Ensino Superior e um consul tor indepen

dente. Durante o projecto, as escolas:

• utilizaram os materiais para avali ar as suas culturas organizacionais;

• modificaram os materiais e, q uando necessário, ampliaram o seu

apoio institucional;

• conceberam estratégias para a poia r e monitorizar a introd ução do

plano de desenvolvimento pessoal em cooperação com os profes

sores.

Os professores:

• planearam o seu próprio desenvolvimento pessoal;

• consideraram a utilização de planos de desenvolvimento pessoal em

função do desenvolvimento global da escola e dos procedimentos de

avaliação/revisão;

• sempre que necessár io, participaram com estabel ecimentos de

l'llSi no superior na identificação de crité rios para acreditar a sua

dilll'lllli:aem, experiência e resultados.

11 projecto assentou em dez pressupostos sobre o processo de api' CIIdt

1 n e o desenvolvimento profissional2 que deveria:

I recon hece r o acesso limitado dos professores ao conheci me nto

i ntelectual do campo ou matéria disciplinar;

' assegurar oportunidades regulares para diferen tes tipos de refie .

xão sistemática (essenciais para o crescimento);

ter em consi deração expl ícita os contextos de ensino, c ulturas e

subculturas das escolas e experiências dos.professores;

promover o questionamento frequente das crenças ind ividuais dos

professores, dos padrões institucionais da sua prática e da relação

entre estes dois aspectos;

1 reconhecer as limitações da aprendi zagem privada e assegurar a

elaboração de parcerias de aprendi zagem (através de amizades crí-

ticas);

11 c1bordar a prática na sala de aula nos contextos mais am plos da prá- lica escolar, das necessidades da sociedade e da vida educativa das

crianças;

r assegurar a revisão/aval iação e apoiar a renovação dos propósi tos

morais, do saber-fazer profissional e da intel i gência emocional dos

professores;

est i mular o desenvolviment o acelerad o, a mudança e, quando

necessário, a modificação de crenças e práticas através de oportuni-

uades para os professores participarem em actividades de desenvol- vimen to profissional, concebidas para conduzir a um conjunto

variado de resultados com be nefícios, d i rectos ou indirectos, para

eles próprios, para os seus alunos e para as escolas;

'' asseg urar, em termos de at ribui ção d e rec u rsos, ao l ongo

úo tempo, um equilíbrio entre os interesses dos indivíduos e das

L'Scolas;

I" .tssegurar os princípios da coerência, diferenciação, progressão e

continuidade e o equi líbrio das oportunidades de aprendizagem ao

longo da carreira.

• C (1996), "Professional learnmg and S<:hool developmen! in actoon: A personal developmen!planmng

111 McBnde.R (ed.), Teacher Educarion Polrcy Some lssues Arising from Resrorch and Practice, London.ralmer

•v. C. (1994) "Personal Development Plann1ng. A d•fferent kind of competency·,Brwsh Joumal of ln-Service

'"·20. 3. pp.287-301

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Auto-.renovaç:lo: avaliação, mudança e plano ddt'\t'rWtJIIIIItu•ttt••l' "' • '

Ih 111ale r ia is d o projecto para a elaboração do plano de dese nvol vi

1111 1 1 l n pessoal, q ue foram concebidos neste âmbito, representaram um<

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I1 11Lil1va estruturada de utilizar o conheci mento existente, decorrente

l1 111\'t'sli gação sobre a aprendizagem do professor, sobre o desenvolvi- tlllllo profissional, sobre a liderança e as culturas organizaci onais, de wu l o a apoiar os partici pantes na anál ise do seu pensamento e da sua

' !111 ;, com amigos críti cos ou col egas-chave. Através do exame crítico I1 l11slórias pessoais e dos contextos organizacionais nos quais tra ba-

11.1\'ollll, os professores foram capazes de constr ui r um perfi l de "apren-

I IV..I I\t'll1 pa ra toda a vida", q ue se relacionava com q uatro ti pos de

IH ••·ssiúades de desenvolvimento i dentificadas na figura 14:

• pt·ssoal (não profissional);

• profissional (necessidades de aprendi zagem a longo prazo, na pers-

pl'diva da carreira);

• pratico (con hecimento i mediato, necessidades em termos de destrezas); • mgan i zacional (preparação do seu papel i nstitucional, enriqueci-

l ncnto).

N,·sle projecto, fora m utilizados dois model os de divu l gação e de

11111111. Na fase inicial (seis meses), a equipa do projecto concebeu uma '1 h' de materiais para o plano de desenvolvi mento pessoal. Na segunda 11 1 , du rante os 18 meses que se segui ram, estes materiais foram testa-

'"' por voluntários em escolas inseri das em nove Autoridades Locais de

I ""'.tção.

I h· seguida, os materiais foram revistos à l uz da avaliação realizada

ti l o ws de q uestionári os e entrevistas. Cada escola onde os materiais

1•11 .1111 testados ti nha um coordenador com q ualidades e destrezas orga-

111 '" H >nais e i nterpessoais, cujo papel consistia em: i) assegurar-se de

1111' l odos colegas conheciam o projecto e os seus objectivos; i i ) estabe-

ln 1'1 as mel hores estr uturas de apoio para as amizades críti cas, dentro '"' 'ontextos da sua própria escola e iii) garanti r q ue todos os partici-

l'·lllil's recebiam um apoio sistémico nos processos de revisão e .de pla-

llt .11ncnto. Convé m ainda salientar q ue estes coordenadores se encon-

ll oi \'.tlll em re un iões regu lares. Assi m, o projecto proporci onou um

' •·tnpl o de "interactividade permanente" (Hu berman, 1993b), que não

1111 11lta directamente no desenvolvimento do curríc ulo, mas no desen-

s

·ttlvllnento pessoal. Assim, para cada indivíd uo, a u ti lização dos mate-

i

111. 1 ' li nha uma im portância pessoal.

Auto-renovação: avaliaçao, mudanç.J Clt>I .H 1 ch· .t•llvoliJIItWIIIH 1 •I Os val ores que informavam o trabalho da equipa do projecto encon

travam-se explícitos nos próprios materiais:

"Acreditamos que qualquer modelo de plano de desenvolvimento pes-

soal deve reconhecer que:

a gestão deve preocupar-se em apoiar o desenvolvimento do profes- sor como um todo;

• deve ser criado um ambiente em que todas as actividades de apren-

dizagem, formais e in formais, planeadas ou não planeadas, sejam

reconhecidas e valorizadas;

todos os professores devem ter oportunidades para se envolverem em

processos que lhes permitam identificar as suas próprias necessida- des de aprendizagem e clarificá-las em relação ao seu desenvolvi-

mento como pessoa, como membro de uma profissão e como gestor da sala de aula;

os resultados e os sucessos devem ser realçados e desenvolvidos."

A utilização da expressão "Plano de Desenvolvi mento Pessoal" foi relt

vante, na medida em que representava o reconhecimento da importância

de incidir nas necessidades dos professores num contexto de reforma nacional q ue continua a realçar a supremacia das necessidades organiz.r cionais. Os materia is e os processos de revisão e de planeamento na

excluíam estas últimas necessidades, mas situavam-nas num quadro d dese nvolvimento mais amplo e hol ístico.

Neste sentido, os próprios materiais de revisão e de planeamento ccn traram-se tanto na revisão pessoal como na revisão organizacional, cor11 base no pressuposto de q ue o desenvolvi mento dos professores ocorrt'

é i nfluenciado pelos contextos em q ue trabalham. Os materiais tinha1 como objectivo estimular a reflexão e a discussão e promover a produ

çào de relatos sobre o desenvolvimento do professor, baseado num Qll•l

dro conceptual para o planeame nto do desenvolvime n to ao longo d

carrei ra. Estes relatos contínuos sobre o desenvolvi mento do professo iriam conciliar a revisão, a a nál ise e o planeamento. A informação reru

lhida com vista à avaliação poderia, assim, ser informada e contribw Para os relatórios.

Os pri ncípios que estiveram na base da elaboração dos relatórios dev rit m:

• perll'ncer ao professor e não à escola;

166

• centrar-se no aumento da au to-estima e da autoconfia nça do JH oit''l

sor através do reconhecimento dos resultados alcançad os;

• proporcionar um meio de os professores obterem feedback sohre a

aprendizagem através da reflexão e da análise dos mo menlos chave

de aprendizagem;

• l'Stimu l a r a programação do desenvolvi mento a curto, méd io L' longo prazos;

• permi tir aos professores avaliarem a sua própria aprend izagem; • não implicar muito tempo;

u1 .10 1:O que é que eu fiz? (um relatório resumido}

I111• é um curriculum vitif do tipo que muitos professores fazem para se candidatarem a

11111 t•mprego, uma l ista resum. ida de resultados apresentados de uma forma quantitativa,

11111 "relatório profissional".E descritivo,em forma de anotações e dados ordenados. Relata O lflll' foi realizado, por exemplo, pode incluir um registo continuo das acti vidades em que

' " t'\lá envolvido.Isto abrange experiências e actividades na escola (todos os acontecimen-

to\ Pscolares i mportantes, reuniões de grupo, tempo de desenvolvimento com outro pes- 111111 docente,reuniões com colegas que visitam a escola).

•• • çno 2: Auto-avaliação/Revisão de incidentes crlticos e momentos-chave de aprendiza- gem (incluindo as competências relati vas aos cargos, quando apropriado)

luvolve o processo de selecção e listagem de exemplos-chave de determinados incidentes

I• t<>ferência", dentro ou fora da sala de aula, situações, eventos, funções, actividades,

1, ••uzas que são particularmente relevantes para a aprendizagem, para a consecução de

f ••1111.1dos, para o crescimento e para os contributos para o desenvol vimento da escola.

' llllos destes aspectos podem estar relacionados com itens descritos na Secção 1. uma

l•11111.o de auto-reflexao e avaliação qualitativa,quantitativa e interpretativa, também regis-

1 1d•• \ob a forma de anotações. Pode exigir o apoio informal de um "amigo critico" ou

• "'l'<ld-chave" e pode impl icar a teorização sobre a prática.

1 ·lo 3:Apilcação ao pensamento e à prática

1111 \I'CÇào ilustra a aplicação de ganhos obtidos e registados nas secções 1 e/ou 2. Inclui

111111 ll'flexão escrita sobre como o pensamento e/ou a prática mudou como consequência

•I• ' Incidentes críticos" seleccionados na Secção 2 e o registo de novos entendimentos.

1111lu <1mentos,destrezas ou conceitos e exemplos destas mudanças na prática. As próprias

11111 "oes são descritas, de forma breve, contextualizadas no domlnio social e insttti ucionale

1A11 II'<JIStados os comentários pessoais (e dos outros, se apropriado) sobre a aprendiza- 11• 111/qo. nhos obtidos. Sempre que possível,deve existir a verificação de uma outra pessoa

"'"" forma de testar a autopercepção. Isto implica a util ização activa e formal de um 111111qo critico"/"colega-chave". Além disso, i mplica confrontação pela própria pessoa e

!•• lo" outros, bem como a reflexão e a capacidade de aval iar.

bo o 4:Tomada de decisão (estabelecer objectívos)

111 1 ·•çao envolve o planeamento da acção com base na síntese das experiências regista-

11 < I\ secções 1 a 3. Trata-se de uma forma de planear o desenvolvimento pessoal e

111011 oonaldo professor prático e o crescimento da organização.

I ht !'1 I(PCJSi to do desenvolvimento do professor

Auto-renovação: avaliaçào, mudança c plano <h• clt •\CIIIVttlvl!ncH!ht i'' \HJfl

• não ser muito longos; • ser flexíveis;

• proporcionar opor t unidades de reflexão sobre o desenvolvimenh profissional com outras pessoas;

• ser mais do q ue uma sim ples acumulação de dados;

• ser úteis para os professores nos processos de desenvolvimento imh vidual e de prestação de contas da escola.

Portanto, não se tratava de uma outra forma de elaborar um curricu

!um vitae (embora pudesse contribuir para tal ). Na fi gura ] 5 é apresen

tado um exemplo d e um relato do desenvolvimento de um professor qu

poderia ser introduzido ao n ível da escola ou do departamen to, com

parte de uma d iscussão sobre o processo de programação para apoia r

desenvolvimento individ ua l e o da escola.