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Os professores e os di rectores das escolas que participaram nesl

estudo reflectiram sobre o modo como a sua participação no projecl afectou o seu desenvolvimento pessoal, a co mpreensão do desenvol vi

mento da escola como um todo e da sua liderança e o apoio na a pren di zagem. Em termos de desenvolvimento pessoal, o projecto proporciu nara-lhes uma base para id e ntifi ca r e enfatizar as s uas própri.t

necessidades, aval iar os seus próp rios resultados, "reanimar" a ligaçc/

entre as suas vidas pessoais e profissionais.

Mu itos del es declararam tam bém que o projecto l hes tinha proporcin

nado "ideias ma is claras" sobre o seu desenvolvimento. Estavam "mal

co nscien tes da necessidade de pensar e de programar", de "reflecll

sobre as expe riências de desenvolv im ento" e de "ana l isarem a util izaça

do tempo". Outros afi rmaram a inda que o seu envolvimento no projecl

os tornara "mai s conscientes das suas potencia l idades e limitações' "dos objectivos presentes e futuros", "do seu próp rio papel em relação escola" e que estavam, agora, "mais co nscientes das expe r iências de q u

precisavam".

Muitos aludi ram tam bém ao aumento da sua confiança e auto-estima

"Tenho mais para oferecer do q ue aquil o que pensava" - e uma maio

consciencialização da necessidade de programar o desenvolvimenl

da carreira : "De u -me a oportunidade pa ra anal isar, para estabel ec 168

tH·cessidades-alvo, para plan ificar", "...mais confiança para i nlrotl wd r llttt,t

ttHttlança na car reira...", "...tempo para reflectir sobre as m i nhas nró ptt.t

potencialidades, sobre a prática da sala de aula, sobre as li milaçôcs 1.'

,,pcctos que precisavam de ser desenvolvidos..." e "...deu-me um quadro d1· referência mui to necessário para o estabelecimento do pl ano de dcsen l'ol

vi mento pessoal e profissional". Uma professora principiante referi u "a t'lll'rgia para se autodisci plinar" para completar as tarefas, embora tivesse ptoblemas relaci onados com o tempo. Ela aprendeu a "va l oriza r o

ttnbiente da escola", a ter consciência "das lacunas que tinha" e das suas ·

llt'l'essidades de desenvolvimento. O projecto fê-la pensar: "Nós, muitas

··

·· cs, acei tamos as coisas sem as questionar. Eu penso na saúde e na h lt cidade. Estou à procura das prioridades e a aprende r por vezes a dizer

lt.u>"'.

O projecto ajudou os professores a pensarem no desenvolvimento da

1111 car reira. Mu itos tornaram-se "mais e nvolvidos na sua gestão, tendo

1111 vista uma mudança na sua car rei ra" e mais conscientes" das expe-

llt1ncias de q ue precisavam e do seu pa pel em relação à escola. Outros dt•nlaram a sua confiança crescente no sentido de procurarem obter

11111;t promoção. Para um professor, o projecto "ajudou-me a ver que o

jllt' l'stou a fazer agora é um estágio no meu desenvolvimento e que não

l'll'riso de me senti r culpado por não estar o nde as outras pessoas l.w!" Muitos professores "...começaram a pensar sob re o desenvolvi-

llll'tl lo p rofissional de uma forma m ai s estru t urada ...", torn a nd o-se

111.11s el ucidados sobre a natureza precisa dos objectivos a cur to e a

lttllflo prazos".

No contexto do desenvolvi mento da escola como um todo, os profes-

lllt's afir maram qu e o projecto também l hes proporcionou "uma mai or

1111sciencia lização" dos seus con tr i butos indi viduais para o depa r ta-

llll'lll o e para a escola, uma maior compreensão das estrut uras de gestão

1 llilttras da escola e um maior sentido da importância do traba l h o em

•jillp;L Um professor expe riente destacou uma maior consciencia l i za-

111 •,obre a i deia de "gestão" e constatou que já tinha começaqo a pôr 1.1\ destrezas em prática. Surgiu a oportunidad e para assum i r um

1111 I stgn ificativo na gestão da sua escola e nquanto m embro d e uma

1111p.1. lsta ideia parece ter conduzido a uma ma i or visibil idade nas

•pllllm's do di rector, dos membros do órgão de gestão e dos membros 1.. lll'ssoal docen te da escola: "O n ível de conf iança, já sa udável, a umen-

11, hl'lll como o respeito por cada um". Um p rofessor referiu ainda a

Auto-renovação: avaliaçAo, mudanc;aplano de d<•\t'tWolvUtWIItu ,...'"' h•I

i mportância de considerar o "desenvolvimento de uma pessoa" 11

"contexto mais alargado- primeiro, o desenvolvimento individual t', seguida, os objectivos da escola - no momento de adaptar as neces t

des e as aspirações de ambos os aspectos".

A partici pação nas ta refas do projecto demonstrou, claramen l t

necessidade de um planeamento mais pormenor izado dos proct· relativos ao plano da escola como um todo, de modo a identifi c.1 apoiar as necessidades de desenvolvimento do pessoal docente, no s

tido de prod uzi r efeitos, tanto nos indivíduos como nas escolas. Al!-(u dados revel aram que algumas escolas reconheceram, com mais éll

dade, a necessidade de utili zar o potencial do pessoal docente no pl.1 de desenvolvimento da escola como um todo. No momento em que u membro da eq uipa responsável pela concepção do projecto visitou u escola, seis meses após o início do projecto, tinha sido instituíd.1

estava a ser im plementada uma Pol ítica de Desenvolvimento Pessoill

Profissional, baseada nos mate riais e constr uída a partir da experiêm comum e da contri buição dos colegas. Numa outra escol a, os profes

res estavam "...a considerar uma abordagem mais democráti ca par,, gestão de toda a escol a como resultad o do projecto. Os indivíduos esl

vam a começar a ver a gestão como parte de um todo".

O projecto ti nha sido pa rti cula rmente útil para a compree nsão

i ntrodução da avaliação para fins de desenvolvi mento profissional e

de

desenvolvimento da escola. Em diversas escolas, estavam a ser utiliz

dos elementos "como um quad ro de referência para o desenvolvi menl pessoal (estabelecimento de metas) e para o pla neame n to e aval iação

da

escola como um todo." Muitos professores referi ram-se ao projecl

como "tendo um grande valor quando se é avaliado", "apoiando os pn

gramas de d esenvolvimento dos professores", "permi ti ndo que o pru cesso de revisão se tornasse parte de uma estratégia de planeamenlo paralela e indepe n dentemente do sistema de avaliação". A participaç.1

no projecto ajudou a identificar a complementaridade entre as necesst dades individuais e as necessidades da escola. Para muitos, serviu parlt

1 1 /\ tarefas do projecto exigiam, por um lado, a partilha de prco

1 1 llt's c, por outro, o apoio por parte da escola q uan to às necessi da

de cksenvolvimento identifi cadas pelos professores considerados 1t ·tch1.d mente. A avaliação identificou a existência de uma cultura de

111 , 111da numa das escolas: "o nível de sucesso, em termos de profun-

luh d,1 compreensão e interpretação, depende, em primeiro lugar, do 111 dt· preocupação existente e do respeito pelos outros".

Jlllll<outra escola, porém, a cul tura de liderança não era de apoio. O

, , leu da escola mantinha-se afastado dos professores e do outro pes- 11 d,1 •·scola e a equipa principal de gestão não era equilibrada em ter-

' d1· género - uma mul her e quatro homens. As discordâncias entre o

ltH1Icu da escola e o coordenador do projecto sobre a sua filosofia origi-

1 ltllll 11m atraso no seu lançamento. Estes obstáculos debilitaram a con- 1 11c;1. das pessoas e, consequentemente, provocaram alguns probles

11111 nor da escola relativamente a compromissos de tempo, o que VIY!a dillndlar ainda mais o início do projecto. "O moral era baixo", muitos

111h'.,sores estavam numa posição de "retirada" e não estavam prepara-

In

P·''"

falar sobre "sen timentos" ou "desenvolvimento". O coordenador

1 1 o11 passar algum tempo e depois permitiu que o grupo de par ticipan-

1 ,,h. ndonasse, em conjunto, o estabelecimento durante algumas horas. 1 c1 .,1111ação permitir-lhes-ia desenvolver um sentido de posse em relação

11 d1·st·nvolvimento do projecto-piloto. Contudo, existia o perigo de q ue

,1 l.d la de consciencialização e interesse 'por parte dos responsáveis'

111111 ,1sse qualquer mudança real e o progresso da escola e destr uísse a

111 1)\lil e confiança das pessoas-chave neste processo".

1 h coordenadores da escola desempenharam, claramente, um papel-

1 1c.c vc e uma função de apoio crucial, "fazendo as pessoas sentirem-se à

·o11t.1de no início do projecto", "mantendo a continuidade do processo"

1 d,111do-lhes tempo "para se encontrarem com determinados membros

"" 1·scola e com outros ind ivíd uos em equipa". Em cada uma das esco-

1,1,, foi destacada a impor tância do papel do coordenador em relação às

,

11,r;1ções pessoa is e de toda a escola, tendo sido identificãdas as quali- cular mente para realçar e promover a interacção entre as questões d

desenvolv i men to pessoal e institucional, muitas vezes utilizada come base para o plano de gestão da escola.

A participação no projecto e a utilização de materiais proporcionaram também uma conscie ncia l i zação maior da im portância do apoio na

a prendi za gem no processo de planeamento pessoal no contexto d,

1 /0

1

d,1111·s necessá rias para um coordenador, trabalhando em circunstâncias

1 111 que existiam diferenças em termos de filosofia do projecto com o

d11 1'clor da escola.

N11 m jardim-de-infância, as qualidades de "em penho" e "dedicação"

lll l lllmizaram a "não adeq uação" dos recursos existentes e, numa escola 171

1 111 1 1 · 1 111

Auto·renovação: avaliação. mudana c plono dt' tlc•\t•twulllllt'llht l ll \llill

sec u ndári a, o coord e nador estava: "cheio de entusiasmo e exl111 mente sensível às necessidades do pessoal docente e às pressões I'X das sobre eles. Parecia ter o apoio total e a confiança da parte do dl tor da escola e dos colegas mais próximos".

Os próprios coordenadores referi ram-se a uma ampla variedade dt· trezas utilizadas e desenvolvi das durante o período de coordenação:

• destrezas de gestão - planeamen to, l iderança, revisão, organiza, sugestões;

• destrezas interpessoais - aconsel hamento, negociação, persu.t apoio e del egação de poderes;

1 1111i1rmado que a auto-revisão e uma programação efi cazes solo

111 m10rdiais para o desenvolvimento pleno de esquemas de avaliaça o;

1 ru do com colegas de ouhas escolas para estabelecer redes de pro-

llt .t mação do desenvolvimento pessoal.

v,1riáveis que i nfluenciaram a obtenção destes benefícios foram:

I) ,1 dispon i bilidade de tempo para reflectir e interagir:

11) o envolvimento de um "outro significativo";

111 ) a qualidade da liderança da escola; • ouvir - a capacidad e que é realçada com mais freq uência; IV)

0 conjunto das oportunidades de desenvolvimento profissional

• a importância do tacto e da paciência.

Um elemento central da estra.tégia de gestão dos materiais foi eslu

lar os participantes a considerarem os benefícios da aprendizagent, 1

só através de uma auto-revisão independente e do desenvolvime1 t l o reflexão, mas também através da partilha desta experiência e dos

resultados com os colegas-chave através das "amizades críticas".

Em resumo, os efeitos da participação da escola no Projecto de I

d isponíveis;

v) a existência de um quadro de referência prático de programação

baseado numa estrutura de valores explícitos, enra i zada na

investigação e no conhecimento prático.

l uuclusão

neamen to do Desenvolvimento Pessoal resu ltaram num quadro d(• 11 J•,11 , q ue a avaliação e o plano de desenvolvimento individul sejam

rência estrut urado e apoiado, q ue ti n ha criado as cond ições para 111

forma poderosa de desenvolvime nto do professor e d a est

ui

A maioria dos professores e das escolas ti nham: • aumentado a sua a utoconfiança e auto-estima;

• d esenvolvido a consciencial ização das complexidades da gestão; • reconhecido a importância dos seus contributos para o desenvol

mento da escola como um todo;

,

111·ssos bem sucedidos, devem assentar na noção de encorajamento

tt t lonomia do professor, em vez da sua restrição. Por outras palavras, , 111 reconhecer a necessidade dos professores manterem um elevado ,, , 1 de controlo sobre a direcção do seu trabalho e a confidencialidade

111 11·1 ação aos seus contributos e proporcionarem, ao mesmo tempo;o

, so a um apoio crítico adequado. Sem isto, será reforçada a tenden- ' ' tt rscente, durante a última década, de encarar o "desenvolvimento"

u "treino/formação" (que pode ser alcançado em acções curtas, pon-

• iden tificado e alcançado, de uma forma mais clara, as necessid,ul t t.1111ds

1directamente relacionadas com a implementação da política edu-

de desenvolvimen to profissional e da carreira;

• participado activamente no crescimento e desenvolvimento das 111 turas de gestão colaborativas, aumentando, assi m, o se u envoh mento e empenho no sentido de visão e objectivos da escola; • desenvolvi do amizades cr íticas profissionais com determinados col

gas na escola, através de formas de auto-revisão e práticas reflexiv.t

• contribuído para uma maior interacção entre a revisão e o plano

ti

d ese nvolvimento do ind ivíduo e da escola como um todo;

tllv.t ) e a percepção da aval iação como um meio burocrático de presta-

" , ontratual de contas.

\ \ ronsequências de adaptar e desenvolver sistemas de perfis totl-

1

f!H itf l' baseados nas competências- por exemplo, os modelo.s e aval•a-

\'' , oncebidos para beneficiarem apenaas necessi.dades defmtdas pel as ll fl.IIHzações- irão, em última instâncta, conduzir ao afastament? a

1 ,o dos professores enquanto profissionais autónomos e respo savets

,. prestam contas) para serem encarados como técnicos que tmple-

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1volvimento profissional