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Impacto das companhias aéreas de baixo custo para o desenvolvimento do turismo

Parte VI – Conclusões, contributos e recomendações

3. O conceito low cost e a sua relação com as low cost carriers 1 Introdução

3.7. Impacto das companhias aéreas de baixo custo para o desenvolvimento do turismo

O crescimento das companhias aéreas de baixo custo tem levado a alterações profundas no mercado da aviação comercial, seja pelo desvio de passageiros das companhias aéreas regulares, seja pela criação de tráfego adicional, obrigando muitas companhias aéreas tradicionais a alterarem e reduzirem a sua presença na Europa (Doganis, 2010). A British Airways deixou a sua operação de médio curso em Manchester, assim como, reduziu substancialmente a sua presença em Londres-Gatwick, permitindo que a easyJet seja hoje a companhia aérea dominante nas operações de médio curso17. A Air France

17 Em 1998, a British Airways fundou a companhia aérea low cost Go, vendida em 2002 à easyJet. O

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abandonou os voos entre Londres e as cidades de Marselha, Nice, Bordéus e Toulouse, em França, do mesmo modo que a SAS reduziu a sua rede na Europa (Doganis, 2010). Um estudo elaborado pela ELFAA (2004) mostra que apenas 37% dos passageiros, na Europa, são tráfego de transferência das companhias tradicionais, enquanto 59% corresponde a tráfego novo, sendo que 71% nunca viajaria se não existissem as companhias aéreas de baixo custo. Brilha (2008) considera que as companhias aéreas de baixo custo levaram à criação de uma procura nova e induzida, atraindo novos utilizadores que anteriormente não teriam condições de viajar de avião, assim como, pelo aumento da frequência da viagem nos turistas atuais.

A Figura 19 visa resumir algumas das vantagens e desvantagens inerentes à entrada das companhias aéreas de baixo custo para o desenvolvimento do turismo nas regiões onde operam (ACIF, 2008). Como referido no documento citado, relativo à criação de cenários prospetivos de desenvolvimento turístico na Região Autónoma da Madeira (RAM), a canibalização do tráfego instalado atingirá, em média, os 36%, razão pela qual, muitas das companhias aéreas tradicionais decidem reduzir ou abandonar a sua presença em mercados onde as low cost carriers se implantam.

. Potenciam tráfego e acréscimos de eficiência nos aeroportos onde operam

. Potenciam a eficiência do setor por maior produtividade e competitividade

. Potenciam o investimento em novas regiões, através da criação de novas rotas e da sua promoção internacional . Potenciam o desenvolvimento económico e social das regiões para onde operam

. Democratizam o transporte aéreo e o acesso ao turismo internacional

. Canibalizam o tráfego aéreo instalado

. Dependem (na grande maioria) de sistemas de incentivos ao estabelecimento de rotas e frequências

. Elevada flexibilidade na substituição/alteração de rotas cria incerteza e instabilidade no desenvolvimento económico e aeroportuário para onde voam

. Excesso de competitividade pelo preço, podendo trazer problemas de sustentabilidade ao sistema e aos destinos

Fonte: Elaboração própria a partir de ACIF (2008)

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A Tabela 6 abaixo, visa sintetizar os principais trabalhos científicos ou com impacto para o tema sobre a relação entre low cost carriers e turismo, não descurando outras variáveis direta ou indiretamente relacionadas, em especial, ao nível dos aeroportos e impactos tarifários.

É evidente, ao longo do levantamento efetuado, que muitos dos trabalhos se focam em aspetos mais operacionais de transportes (liberalização, aeroportos, passageiros, tráfego, tarifas, subsídios, yields, etc.) e menos, como desejável, na relação entre as companhias aéreas de baixo custo e o seu contributo para o desenvolvimento do turismo.

Por outro lado, sendo um tema com vasta investigação, são raros os países ou regiões que não tenham trabalhos publicados relativos às low cost carriers, pelo que, houve necessidade de seleção de alguns mercados, assim como, limitações ao nível de algumas línguas, levaram à consulta de fontes apenas em inglês, francês, espanhol e italiano, além de português.

Tabela 6

Companhias aéreas de baixo custo e turismo

Autor Descrição Citado em

Transportation Research Board

[TRB] (1991)

A entrada das LCCs no mercado aumentou a concorrência e ditou uma maior pressão nas tarifas.

Lian & Denstadli (2010)

Whiston & Collins (1992)

A entrada da LCC People Express no mercado americano resultou na queda das tarifas em 34% em 15 rotas no período 1984-85.

Dresner, Lin & Windle (1996)

Bennett & Craun (1993)

A entrada da Southwest Airlines na rota Oakland- Burbank (U.S.A.) levou a uma quebra de 55% na tarifa média e a um aumento de seis vezes no tráfego de passageiros.

Abda, Belobaba & Swelbar (2011)

Windle & Dresner (1995)

A entrada da Southwest Airlines numa rota dos E.U.A., com dados entre 1991 a 1994, resultou num decréscimo de 48% na tarifa média e um aumento de 200% no tráfego de passageiros.

Dresner, Lin & Windle (1996)

Dresner, Lin & Windle (1996)

A entrada da Southwest Airlines no aeroporto de Baltimore (U.S.A.) representou uma descida nas tarifas e um aumento de 400% no número de passageiros. Em média, a entrada de uma LCC numa rota representa um decréscimo de 38% no

yield dessa rota.

Barrett (2000) LCCs começaram a dar "vida" aos aeroportos mais

pequenos e aos destinos turísticos (...) e as tarifas baixas oferecidas estimularam o tráfego de pontos regionais.

Francis, Humphreys & Ison (2004)

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Williams (2001) Com a entrada das LCCs easyJet, Go e Ryanair na rota Londres-Glasgow (Reino Unido), entre 1995 e 2000, o tráfego de passageiros aumentou 53%, comparável com os 10% entre 1990 e 1995.

Lei (2006)

Papatheodorou (2003)

Estreita colaboração entre LCCs, aeroportos regionais e autoridades regionais poderá criar estratégias ganhadoras (win-win-win) para as partes envolvidas. Inicialmente as autoridades regionais devem proporcionar acordos preferenciais para atrair as LCCs. As tarifas baixas destas vão encorajar os turistas a visitar a região o que vai criar novos negócios e oportunidades, representando um elevado contributo para o desenvolvimento da economia regional, emprego e geração de rendimento.

Lei (2006)

Barrett (2004) Reduções tarifárias foram um "trunfo" nas operações da Ryanair que cresceu de 4 rotas em 1991 para 180 em 2004 e com o número de passageiros a aumentar dos 200 mil para os 28 milhões. Barrett exemplifica com os impactos da

Ryanair nos aeroportos de Stansted, Prestwick e

Glasgow (Reino Unido), Charleroi (Bélgica) e Frankfurt-Hahn (Alemanha) e os crescimentos exponenciais nestes aeroportos. A redução das tarifas médias em 23%, permitiu à Ryanair atrair 12 milhões de passageiros adicionais.

Baum (2004) Ao nível dos destinos, as companhias low cost, particularmente a Ryanair, criou oportunidades para o desenvolvimento do turismo nas cidades tradicionalmente fora dos circuitos habituais. Localidades como Tours e Carcassone em França, Lubeck na Alemanha e Newquay em Inglaterra vivenciaram oportunidades para o desenvolvimento de novos setores turísticos ou para aumentar e diversificar as épocas turísticas e os mercados existentes.

ELFAA (2004) O aparecimento das LCCs revolucionou o turismo na Europa, tornando acessível um elevado número de novos destinos turísticos por ar. A aposta em aeroportos secundários e voos diretos veio facilitar o turismo inter-regional com os passageiros a viajarem em férias ou visitando familiares e amigos em regiões onde a relutância para viajar era maior pela maior complexidade da viagem (através de aeroportos congestionados).

European Union Transport Report

(2004)

A cooperação entre low cost carriers e as regiões é bem sucedida contribuindo enormemente para a integração europeia e desenvolvimento das regiões (...). As regiões têm vivido um aumento do crescimento económico em setores como o turismo e vivenciado o desenvolvimento de pequenas e médias empresas num leque alargado de setores empresariais.

-96- Gruppo CLAS

(2005)

O setor low cost foi o motor para o desenvol- vimento do tráfego para o aeroporto Bergamo-Orio al Serio (Itália). A abertura dos primeiros voos da

Ryanair em 2002 e a criação de uma base

operacional em fevereiro de 2003, levou a que o número de passageiros no aeroporto tenha passado dos 1,05 milhões em 2011 para os 4,22 milhões em 2005.

Mason (2005) Tráfego de lazer tem aumentado à medida que as

LCCs têm introduzido tarifas baixas, gerando

tráfego novo e ganhando quota de mercado às companhias tradicionais e charters.

Mansson (2005) O lançamento de um novo serviço low cost em Malmo-Sturup (Suécia) gerou mais de 200 postos de trabalho, teve um importante efeito positivo no turismo, na economia local e regional e no aumento de impostos para a administração local.

Donzelli (2010)

O' Connell & Williams (2005)

Além de atraírem passageiros dos autocarros e

ferries, ambas as companhias aéreas (Air Asia e Malaysia) tiveram uma elevada proporção de

primeiros clientes aéreos (first time flyers), amplamente atraídos pelas tarifas baixas. LCCs atraíram um elevado mercado jovem com 24% dos passageiros da Ryanair e 47% da Air Asia com idades inferiores a 24 anos, sendo que 87% deste grupo de idades viajava por motivos não ligados a negócios, incluindo VFA e educação.

Barbot (2006) Acordos entre low cost e os aeroportos, muitas delas dominantes e criando bases operacionais, tiveram efeitos económicos importantes no aumento da procura, apesar das assimetrias entre as partes negociais, dado o poder negocial das companhias aéreas (...) (caso do aeroporto de Charleroi, Bélgica).

European Travel Comission [ETC]

(2006)

Turismo de cidade tem sido importante para a Polónia, em especial desde que muitos aeroportos secundários abriram ao turismo através de voos das companhias low cost/no-frills.

Forsyth (2006) O processo de liberalização teve grande impacto no turismo, especialmente com o "boom" das LCCs.

Castillo-Manzano, López-Valuesta & González-Laxe (2011) Pantanzis &

Liefner (2006)

Tráfego no aeroporto de Hanover e Cologne-Bonn (Alemanha) aumentou 9% e 43%, respetivamente, em 2003, em grande parte devido à operação das

LCCs. 40% dos passageiros das LCCs não teriam

viajado se não existissem tarifas baixas.

Lian & Denstadli (2010)

Rost, Kruger & Van den Brande (2006)

As LCCs contribuem para o aumento da procura turística e, potencialmente, para a ocupação nos hotéis. Destinos não servidos pelas LCCs irão, muito provavelmente, ver a procura turística diminuir.

Aguiló, Rey, Roselló & Torres (2007)

Em 2005, os aeroportos com maior crescimento (Santander, Murcia, Gerona e Valladolid) deveu-se à presença das LCCs. Pode-se afirmar que a

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reconhecida dinâmica do turismo espanhol nos últimos anos não pode ser explicada sem a expansão das LCCs e a especialização de alguns aeroportos nestas companhias aéreas.

Alderighi & Cento (2007)

O crescimento do tráfego (no aeroporto de Edimburgo, Escócia) deve-se imputar exclusiva- mente à dinâmica das LCCs. O crescimento das companhias low cost é particularmente importante para os mercados turísticos.

Siciliano & Vismara (2007)

Em 2005, dos 37,1 milhões de turistas em Itália, 43% viajou de avião dos quais 33,2% em LCCs. Um estudo sobre quatro aeroportos italianos (Roma-Ciampino, Bergamo-Orio al Serio, Pisa e Treviso) mostra que os passageiros low cost estrangeiros aportaram 990,8 milhões de euros em 2005 e 1142,7 milhões de euros em 2006, represen- tando cerca de 30% da despesa total dos turistas low

cost que visitaram Itália.

Barbot (2008) A tendência de recuperação do tráfego no aeroporto do Porto dá-se, em função de ajustamentos no preço e serviço, devido à concorrência das LCCs, em especial da Ryanair.

Barrett (2008) (...) as companhias low cost oferecem flexibilidade para um leque alargado de destinos short break como alternativa às tradicionais duas semanas no litoral.

Echevarne (2008) Para muitos dos aeroportos regionais, as LCCs são a única opção para crescerem. Muitos deles atingiram níveis de passageiros que nunca imaginaram; muitos deles duplicaram facilmente o tráfego ano após ano. Outros aeroportos regionais que tinham pouca ou nenhuma atividade comercial ou apenas tráfego sazonal, tiveram uma nova vida com a chegada das LCCs. Instituições públicas e privadas, em particular da indústria turística, tiveram um papel importante na atratividade das LCCs, com a chegada repentina de um número considerável de turistas.

Graham & Shaw (2008)

Com a expansão da Europa, entre 2004 e 2007, assistiu-se ao aparecimento de novas LCCs e ao desenvolvimento de novos mercados como Praga (República Checa), Budapeste (Hungria), Cracóvia (Polónia), Talin (Estónia) e Riga (Letónia).

Lourenço (2008) Apesar da entrada tardia das companhias low cost no mercado português, o seu desenvolvimento foi fulgurante nos últimos anos, sendo este segmento do mercado atualmente responsável por mais de um terço do mercado ponto-a-ponto nos aeroportos nacionais. Este crescimento foi conseguido, quer através da conquista de mercado às companhias tradicionais, quer trazendo novos passageiros para o mercado que, de outra forma, não recorreriam ao transporte aéreo para realizarem as suas viagens.

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Ryanair tem sido um principal fator de crescimento

do aeroporto de Girona, Espanha (em 2003 a quota de mercado da Ryanair era de 66% que aumentou para os 88% em 2007). Mais de 85% das viagens para o aeroporto de Girona, no verão de 2005, tinham motivações turísticas - 71,7% em férias e 13,7% visitando familiares e amigos.

Dobruszkes (2009)

A diversificação espacial das LCCs levou a que 60% do tráfego nas novas rotas europeias oeste-este sejam nestas companhias aéreas, o que, combinando com as tarifas baixas oferecidas por estas e a promoção feita pelos destinos tem levado a um aumento do turismo. Fageda & Fernández- Villadangos (2009)

Viajantes obtiveram vários benefícios pela entrada das LCCs no mercado espanhol. Tiveram vantagens das tarifas mais baixas em determinadas rotas e as

LCCs oferecem mais alternativas mesmo, em rotas

de baixa densidade.

Gonçalves (2009) O estudo mostra evidência que existe uma relação direta entre a presença das LCCs na Madeira e o desenvolvimento do turismo e do transporte aéreo. No entanto, embora o aumento do número de frequências tenha resultado em mais turistas e dormidas nos hotéis, a maior flexibilidade na realização de short e weekend breaks tiveram impacto direto no decréscimo da estada média.

Rebollo & Baidal (2009)

A expansão das LCCs tem contribuído para a evolução positiva dos fluxos turísticos internacionais para destinos maduros (caso de Espanha), com uma taxa de crescimento dos passageiros de 15,2% entre 2001 e 2005.

Uittenbogaard (2009)

O estudo do efeito das LCCs em três aeroportos (Glasgow-Prestwick, Reino Unido; Stockholm- -Skavsta, Suécia e Dusseldorf-Weeze, Alemanha) valida que a chegada das LCCs teve um efeito positivo na região, aumentando o número de visitantes e a catchment area, com o desenvol- vimento económico sentido no mercado turístico alargado à região (mais do que apenas na comunidade local).

Campisi, Costa & Mancuso (2010)

O sucesso das LCCs tem muito a ver com o desenvolvimento dos aeroportos regionais e secundários que gradualmente se especializaram no transporte de passageiros. O aumento do tráfego, entre 2000 e 2006, em doze aeroportos secundários italianos permite concluir que o crescimento desses aeroportos beneficia as regiões limítrofes. Por outro lado, não existe evidência da canibalização de mercado pelas LCCs em relação às FSCs.

Donzelli (2010) O aparecimento das companhias aéreas de baixo custo contribuíram para o aumento do tráfego nos aeroportos do Sul da Itália (regiões de Abruzzo, Molise, Campania, Puglia, Basilicata, Calabria, Sicília e Sardenha), com aumentos dos turistas internacionais entre 2000 e 2006 na ordem dos 20%

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em Brindisi e 101% em Catanzaro (o estudo incluiu ainda, entre outros, os aeroportos de Alghero (53%), Pescara (37%) e Trapani (30%)). Do mesmo modo, os aeroportos com bases opera-cionais das

LCCs viram a sua sazonalidade reduzida (redução

de 58% em Roma-Ciampino, 40% em Treviso e 36% em Bergamo).

Graham & Dennis (2010)

A entrada da Ryanair em Malta, em 2007, levou a um forte crescimento do tráfego (10,9%) com o número de turistas a crescer a uma taxa superior à da última década (11%). Por seu lado, as LCCs levaram a um aumento de novos viajantes que visitaram Malta pela primeira vez.

Lian & Denstadli (2010)

O extraordinário aumento das chegadas de turistas (na Noruega) nos anos recentes deve-se à entrada em cena das companhias aéreas de baixo custo, que representam 30% do mercado, em 2010, em compa- ração com os 13% em 2003.

Pulina & Cortés- Jiménez (2010)

A introdução de LCCs em Alghero (Itália) foi um dos principais motivos para o crescimento do turismo na última década.

Almeida (2011) A operação das companhias aéreas de baixo custo no aeroporto de Faro permitiu o aparecimento de novas rotas e voos para novas regiões da Europa, ao longo do ano, com um significativo aumento na acessibilidade e desenvolvimento de um novo turismo (turismo residencial).

Castillo- Manzano, López- Valpuesta & González-Laxe (2011)

No inquérito levado a cabo em vários aeroportos espanhóis, concluem que o boom do turismo que muitas das cidades viveu recentemente, com o aparecimento das companhias aéreas de baixo custo, criou uma corrente de simpatia no setor do turismo e apoio a este tipo de companhias aéreas, com exceção dos agentes de viagens.

Chung & Whang (2011)

As LCCs induziram, nos últimos dez anos, turismo adicional para a ilha de Jeju (Coreia do Sul) e contribuíram igualmente para o desenvolvimento da economia local na ilha. Os rendimentos de alojamento subiram substancialmente a a taxa de desemprego caiu significativamente quando o número de passageiros para Jeju cresceu dramaticamente devido à entrada das novas LCCs.

Dobruszkes, Lennert & Van Hamme (2011)

Apesar da concentração dos serviços aéreos na Europa nas regiões urbanas (64% da dimensão económica, poder de decisão económico e atratividade turística está concentrada em áreas urbanas), as LCCs servem regiões que, algumas vezes, parecem destinos pouco prováveis, pela utilização de aeroportos secundários ou aeroportos urbanos de segunda linha.

Rey, Myro e Galera (2011)

Estudo em seis comunidades autonómicas (em Espanha), que representam 90% das chegadas de turistas em LCCs (EU 15 países), teve um efeito positivo na economia espanhola, em particular, no

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turismo. Um aumento de 10% do número de visitantes viajando em LCCs pode representar um aumento na média per capita do número de turistas (EU 15 paises) de 0,2%.

Abda, Belobaba & Swelbar (2011)

Testes estatísticos permitem-nos concluir que a entrada das LCCs num determinado aeroporto teve um impacto estatisticamente significativo baixando as tarifas médias, (...) evidenciando ainda que o tráfego de passageiros cresceu, em média, 28,5% em 26 aeroportos (americanos) com crescimento substancial de LCCs entre 2000 e 2005 (...). Os impactos das LCCs nos mercados de transporte aéreo - preços médios mais baixos e volumes de passageiros mais altos - são evidentes em todo o período em estudo, entre 1990 e 2008.

Gross & Luck (2011)

O duopólio entre as companhias existente Qantas e

Air New Zealand levou à entrada de novas LCCs

com preços significativamente mais baixos. Estas tarifas descontadas aumentaram a competição, levando a grandes vantagens para os consumidores. (...) Esta situação tornou as viagens de avião mais atrativas acelerando as taxas de crescimento positivas na indústria do turismo na Austrália e Nova Zelândia.

ASM (2012a) O crescimento das LCCs na Europa mudou o modo de viajar dos europeus e o impacto que isto teve no setor do turismo, dando “vida” aos mercados de city

break e short break em toda a Europa. (…) foram

as LCCs quem verdadeiramente mudou o modo como viajamos.

Costa, Alves, Leite e Moreira (2012)

A presença das LCCs no aeroporto do Porto contribuiu para a revitalização da indústria hoteleira na cidade e na região, assim como, para a reabilitação da Baixa Portuense. O número de turistas aumentou significativamente e o Porto é agora uma cidade renovada e cosmopolita, capaz de gerar novas oportunidades, emprego e riqueza para a cidade e região.

Olipra (2012) As LCCs foram responsáveis por um aumento de 84% do volume de passageiros na Polónia, sendo que, com exceção do aeroporto de Varsóvia-Okecie (23,81%) todos os restantes nove aeroportos (Cracóvia, Katovice, Gdansk, Wroclaw, Poznan, Lodz, Rzeszow, Szczecin e Bydgoszcz) apresentam quotas de mercado superiores a 50%, sendo a mais baixa de 64,33% em Wroclaw.

Jimenez, Claro & Sousa (2012)

Numa análise empreendida entre 2001 a 2010, concluíram da importância das companhias aéreas de baixo custo mas, acima de tudo, sobre a importância dos diferentes modelos de negócio aéreo para o desenvolvimento e equilíbrio nos aeroportos nacionais, de modo a reduzir a incerteza e aumentar o respetivo tráfego comercial.

-101- Miocic, Susac &

Milkovic (2012)

Embora relativamente pequeno (turismo na região de Zadar, Croácia), o aumento do número de turistas pela via aérea deve-se a um crescimento do controlo do mercado aéreo e a um aumento do número de companhias aéreas low cost oferecendo preços acessíveis. O estudo efetuado (256 inquiridos no aeroporto de Zadar) mostra que 73,4% dos turistas que viajou numa LCC visita a Croácia pela primeira vez.

Yeung, Tsang & Lee (2012)

O principal atributo para voar numa LCC, em voos de médio curso, é o fator preço (sendo o segundo atributo para uma long haul low cost) (inquérito realizado em Hong Kong em LCCs asiáticas).

Zhang & Lu (2012)

O desenvolvimento das LCCs na China tem evidenciado um crescimento significativo do tráfego da Spirit Airlines, apesar das companhias estatais com acesso a subsídios governamentais à sua operação.

Abrantes (2013) Globalmente, a grande maioria dos turistas instalados nos hostels de Lisboa e Porto utilizará as

LCCs nas suas deslocações a estas cidades, mas na

cidade do Porto essa evidência chega aos 81,8%