ENQUADRAMENTO TEÓRICO
FASE DA IS FERRAMENTAS DE PIS DIFICULDADES RELACIONADAS À FASE DA IS
4.2.2 Instrumentos políticos de Inovação Social em Portugal
Dez anos após a realização da primeira iniciativa internacional para discutir a Inovação Social, o Bureau of European Policy Advisors indicou a Inovação Social como forma de promover o crescimento nos países membro da União Europeia (European Union, 2014). A Inovação Social caracteriza-se de forma proeminente no quadro político da União Europeia (Boelman et al. 2014; European Union, 2014) através da Estratégia Europa 2020 e das iniciativas
Social Investment Package e Social Business Initiative (Reynolds et al., 2016). Em
toda a Europa existem instrumentos políticos concebidos para apoiar a Inovação Social operando em escala nacional e em escala transnacional (Gabriel, 2016; OECD, 2016).
Com a reformulação da Agenda de Lisboa e a proposição do programa 29 Europa 2020 cada Estado-Membro da Europa adota objetivos nacionais próprios dentro de cada um dos cinco macro objetivos estipulados pelo 30 programa.
A Comissão Europeia é a principal responsável por estimular as competições em escala internacional com RegioStar , Social Innovation Tournament e 31
European Social Innovation Competition, e também por fomentar as
competições próprias de cada Estado-Membro.
A iniciativa foi lançada em 2011 e busca criar e melhorar as condições propícias ao
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desenvolvimento e crescimento de empresas sociais.
Os pilares estratégicos do programa estão fundamentados em cinco grandes objetivos:
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i) aumentar a taxa de emprego na faixa etária dos 20 aos 64 anos; ii) aumentar o investimento em inovação e desenvolvimento; iii) reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, minorar a obtenção de energia a partir de fontes renováveis e aumentar a eficiência energética; iv) melhorar os níveis de educação, a começar com a redução da taxa do abandono escolar precoce, e aumentar a percentagem da população na faixa etária dos 30 aos 34 anos que possui um diploma do ensino superior; v) promover a inclusão social através da redução de pelo menos em 20 milhões o número de pessoas em risco ou em situação de pobreza ou de exclusão social. A premiação RegioStars é realizada desde 2008. Tem como objetivo identificar boas práticas
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Portugal é o país pioneiro por canalizar fundos estruturais europeus para 32 promover a Inovação Social e, também por apresentar nítida integração entre a esfera pública e a privada na promoção da Inovação Social. Essas características são sinalizadores da formação de uma estrutura que proporciona o surgimento de inovações sociais.
Nesse contexto, a República de Portugal recebeu 25 mil milhões de euros para a implementação do programa Portugal 2020, o qual permitiu o surgimento da iniciativa política Portugal Inovação Social. Com a política Portugal Inovação Social em 2014, desde então são mobilizadas atividades entre a esfera pública e as instituições privadas. Um exemplo é o protocolo assinado entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian em 2016, cujos objetivos são a criação de uma base de dados e de uma plataforma de divulgação dos custos públicos gerados por problemas sociais, visando futuramente avaliar o impacto financeiro que a Inovação Social poderá ter na redução dos gastos públicos.
No âmbito das instituições privadas a FCG, a EDP Solidária e a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa são as maiores financiadoras da Inovação Social em Portugal. As condutas mais comuns adotadas pelas instituições são prémios, concursos, laboratórios e consultorias. Para os autores Tjornbo & Westley (2012) as competições incentivam uma nova gama de atores a se envolverem para a solução de um desafio complexo. Entre as iniciativas apoiadas pelas instituições supracitadas estão Vintage for a Cause e A Avó veio Trabalhar, ambas empreendimentos sociais no ramo da moda com atividades específicas de Design destinados ao público feminino à margem do mercado de trabalho. No que tange aos negócios sociais, a FCG e EDP Solidária financiam um projeto de investigação ligado ao empreendedorismo social — o Mapeamento da Inovação e Empreendedorismo Social em Portugal — que procura identificar iniciativas com elevado potencial de empreendedorismo social nas diferentes regiões do país.
Na esfera das políticas municipais estão os programas BIP/ZIP Lisboa, criado pela Câmara Municipal de Lisboa, que visa dinamizar pequenas intervenções locais de melhoria dos habitats; o Centro de Inovação Social da Câmara Municipal do Porto, que promove a implementação de projetos de Empreendedorismo e Inovação Social; e o AMPlifica, um programa intensivo de aceleração de projetos social na área metropolitana do Porto. Estes funcionam como instrumentos políticos para florescer a Inovação Social por meio da ação cidadã, como pode ser verificado nos casos 2 de Maio Todos os Dias, Tecidos de Autonomia, Projeto Remix, apoiados por tais programas municipais.
Portugal têm sediado os principais eventos de Inovação Social da Europa. Um exemplo é a conferência Opening Up to an Era of Social Innovation em 2017,
Portugal dirigiu cerca de 150 milhões de euros dos fundos estruturais europeus para investir
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em inovação social. Trata-se do acordo de parceira Portugal 2020, onde é definido o programa de atividades para o período 2014-2020.
com discussões pautadas nas tendências, nas políticas, no impacto, nas capacidades e competências necessárias. Em 2015, a parceria entre FCG e o programa Portugal Inovação Social procedeu à primeira edição do Social
Innovation World Forum, para promover uma discussão sobre o crescimento
do setor da inovação social a nível global e o papel do investimento social no financiamento de projetos. Em 2013, a instituição portuguesa FCG auxiliou a rede Social Innovation Exchange, a primeira rede internacional para promover a Inovação Social, a tornar-se independente da organização inglesa The Young