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5.6 – JÚPITER Astronomia

Júpiter é o maior planeta, capaz de projetar sombra na Terra, podendo ser visível durante o dia. Tem fonte interna de calor, pois recebe a energia do Sol e irradia-a três vezes mais. Sua cor é alaranjada com uma grande mancha vermelha ao sul, devido à presença de fósforo vermelho – aí é zona de tempestade. Seu campo magnético é bastante intenso. Entretanto, Vênus brilha mais porque está mais próxima da Terra.

Ao redor de Júpiter existem cinturões gasosos horizontais e por isso é um planeta gasoso e não muito denso. Um ano lá equivale a doze anos na Terra, mas um dia lá, corresponde a dez horas aqui. Seu movimento de translação leva 4.332 dias ou seja, quase doze anos. Portanto, passa um ano em cada signo.

Júpiter tem quatorze satélites, sendo que os quatro mais importantes são: Io, Europa, Ganimedes e Calisto forma descobertos por Galileu. Ganimedes é maior do que Mercúrio e Europa é o mais afastado. Há ocasiões em que ficam invisíveis, mas isso é raro (aconteceu em 1990). Esses satélites andam tão depressa que suas posições mudam da noite para o dia.

Mito

O pai é Abraão, Brahma ou Jeovah. O Sol é o poder espiritual e Júpiter é o poder temporal. Para os egípcios era Amon, deus de Tebas, no Alto Egito. O deus invisível que animava todas as coisas e acompanhava as guerras imperiais: o intrépido e insensato, mas o corajoso.

Os nomes Abraão e Brahma derivam do sânscrito e significam luz.

Na Índia também era Vishnu, o preservador. Para os gregos era Zeus, o grande deus que reinava no Olimpo, a montanha sagrada. Carregava um raio na sua mão e era o todo-poderoso, o onipotente. Mais era um deus acessível, com defeitos humanos como a luxúria e o furor. Era a imagem da justiça e da razão, da ordem e da autoridade. Teve vários amores e filhos, e sua mulher, Hera passava a maior parte do tempo tomando conta dele. Seus atributos eram também a chuva, as nuvens, os raios e trovões. Presidia a família divina.

Idade planetária

57 a 68 anos, já tendo alcançado o sucesso na vida, o homem passa a acumular os seus bens, a administrar o que criou e começa a contemplar a espiritualidade.

No organismo

Fígado, artérias, plasma sanguíneo, pituitária, odor, vesícula, glóbulos brancos, nádegas, pâncreas e duodeno.

Ação mórbida

Hemorragia, gânglios e tumores, obesidade, espalha a doença, destrói glóbulos vermelhos, hepatite, apoplexia, pústulas, diabetes, anemia, problemas sanguíneos, gangrena, hipertrofia, elefantíase, albumina na urina, gula, acúmulo de substâncias inúteis, acido úrico, doenças por excessos.

Símbolo: ff

O semicírculo da percepção ou da receptividade acima da cruz da matéria, indica ou a alma triunfando sobre a matéria, livre das ilusões e pronta para atingir a mente universal, ou à espera da fertilidade para engrandecer-se. O espaço a ser expandido. De qualquer forma, a mente/percepção e matéria, estão ligadas. Entretanto, o semicírculo acima mostra que se a mente se expandir ela se eleva acima das

necessidades mundanas. É a capacidade de nutrir o semicírculo, permeando as manifestações físicas da cruz; como as forças espirituais manifestam-se na Terra; preservação.

Analogias

Religião, leis, universidades, filosofia, valores éticos e culturais e pessoas ligadas a isso: sacerdote, guru, professor, reitor, juiz, fórum, assembléias dos estados, movimento filantrópico ou caridoso, reuniões sociais elevadas, protetores, pistolões, embaixador, aristocrata, banquetes, colegiado, conforto, complacência, ritual, cerimônias, extravagâncias, exageros, finanças, formalidade, fortuna, jogo de apostas, jogador, ostentação, ilícito e ilegal, indenização, litígio, magnata, milionário, prevaricador, prestígio, corrida de cavalos, sucesso, viagem e estrangeiro.

Características

Júpiter representa a necessidade de espiritualidade e de religiosidade. Além disso, é a extensão do instinto primitivo encontrado nos demais planetas anteriores. É o crescimento de qualquer coisa, embora sua função mais evoluída seja o crescimento do conhecimento e do entendimento.

Conhecido na antiguidade como grande benéfico, o planeta do sucesso e da boa sorte, porque aumentava o que tocava, tem também o seu sentido negativo, aumentando uma doença ou um vício, por exemplo: é de se notar s ua tendência ao excesso, desperdício e relaxamento.

Conseqüentemente, Júpiter simboliza o principio da expansão na esfera da ação e de experiências na qual a pessoa vive. Todos nós nascemos dentro de um certo espaço e durante a vida tentamos alargar esse espaço, isto é, incorporar o máximo que puder do mundo externo – talvez para recriar o sentimento de união com o todo, que se tinha antes de nascer.

O crescimento a qualquer nível, conhecer o mundo e conseguir autonomia. E de repente não saber onde parar, querer ter mais do que consegue segurar; ou prometer mais do que pode.

Júpiter também faz parte do símbolo paternal, a diferença é que este pai estimula a crescer, encoraja e muitas vezes passa a mão por cima da cabeça do filho: paternaliza, dá indulgências. Enquanto que o Sol como pai é o criador, aquele que contribui para dar vida ao filho. Existe, ainda a figura do pai em Saturno, aquele que disciplina. Como ligação espiritual e intelectual, Júpiter refere-se às situações em que as pessoas decidem se juntar socialmente para se apoiarem mutuamente numa religião – juntas no dogma, na fé, no tabu ou num ponto de vista cultural – juntos na raça, na política, no preconceito. No Tibet o Dalai Lama, na China antiga o imperador, no Egito o faraó eram vistos como representantes ou descendentes de Deus; quando essa forma teocrática de governo foi abandonada e a Igreja começou a se afastar do estado, Júpiter tornou-se a obediência aos padrões internos do país, os regulamentos, decretos e leis.

A expansão do planeta vai se mostrar no alargamento cultural através de viagens por países ou por metas filosóficas, ou até de uma religião para outra. É o desejo de participar de tudo aquilo que está além do horizonte, a distância fascina, há uma coisa nova a aprender lá longe... Ultrapassar os limites de hoje e ver o que existe para amanhã: a profecia. E vendo, pode se fazer julgamentos.

Onde Júpiter está no mapa mostra onde pode existir felicidade e abundância, mas também exageros e dogmatismo. Onde há expressão religiosa, filosófica ou cultural e onde se pensa com otimismo. Onde se recebe a recompensa de nossos atos.

O signo em que Júpiter está indica como são expressadas as crenças, filosofia, valores culturais e éticos da pessoa. Mostra, também com partilhar o que recebeu: a generosidade e a cooperação social e como fazer qualquer coisa em larga escala.

O signo onde está Júpiter mostra como a pessoa ganhou suas recompensas cármicas.

Júpiter trabalha com a forma, não é um planeta transcendente, é um canal esotérico da e spiritualidade, é o julgamento e o entendimento disseminado pela experiência e que traz evolução à vida. Júpiter é a extensão de Marte, na sua forma entusiástica e progressiva.

É a capacidade de dar. É benevolência. É aquilo que nos faz melhorar no campo em que vivemos. A nossa colheita cármica, que foi anteriormente semeada. E por ter merecido, não significa que, por mais que a pessoa seja beneficiada, não deva partilhar com os outros. Júpiter é um planeta social, e o máximo da sua elevação só ocorre quando ele dá algo de si para melhorar o outro. É ele que traz equilíbrio às possíveis dificuldades trazidas por Saturno. Mas para isso é preciso que haja gratidão a Deus ou a

alguém. Sempre há algo na vida a agradecer – a festa de Ação de Graças ocorre quando o Sol está em Sagitário.

Júpiter é o guru, o mestre espiritual, o pai espiritual, o professor que ensina para ir mais além, que reparte com prazer a sua sabedoria. Cada professor é um pai espiritual – se op propósito for guiar o neófito para seu preenchimento – não necessariamente de bens físicos e materiais.

É a consciência do certo e errado, não de maneira abstrata ou no seu sentido absoluto, mas para o desenvolvimento pessoal. Os aspectos de Júpiter, conseqüentemente, podem indicar como uma pessoa aprendeu, ou como ela se encontra em termos espirituais e religiosos. Carmicamente mostra como a pessoa comportou-se no seu trajeto espiritual.

Júpiter pode trazer problemas também. A arrogância é um deles, a pretensão, o comportamento condescendente, snob, ar de superioridade e até a crueldade, pois não se importa a quem pode ferir. O falso orgulho é outro problema: a pessoa quer ser reconhecida de qualquer maneira, não ouve críticas, não sabe pesar valores, usa máscara de superioridade como compensação e coloca esse orgulho em qualquer coisa que para ela é importante: o orgulho de família, de posição, de nacionalidade, de religião, de propriedades, de seu talento, etc. A abundância é outro problema, se encarado apenas como meio de se aumentar suas posses, poder comprar tudo ou todos, os filhos terem tudo que desejarem, a mulher usar todas as jóias que lhe encantarem, etc. Quem dá ao dinheiro um poder que ele não tem, menospreza os seus próprios poderes.

A generosidade, como um impulso para dar, pode ter motivo ulterior, como por exemplo, esperar algo de volta; ou então, aquela pessoa que só dá quando é absolutamente necessário; ou ainda um excesso de indulgência que tem mais a ver como o desejo de ser querido ou medo de não querer enfrentar oposições. A verdadeira generosidade dá sem esperar o resultado. Ainda outro problema: o espírito religioso, quando isso se torna um fanatismo, aderência a supostos guias espirituais, pretensões religiosas preconceituosas, a punição e o temor religioso.

Todos esses problemas podem surgir do exagero da função de Júpiter, resultado anterior do mau uso dessa energia. E as pessoas que sofrem por essas situações, possivelmente, num passado, tomaram essas atitudes e agora talvez estejam aspirando sinceramente uma nova maneira de vida. Essas pessoas não devem deixar-se levar por fraquezas e tentações, devem aprender com elas.

Júpiter é o mecanismo de compensação, como Marte é o mecanismo de defesa. Frustrações cármicas podem fazer com que a pessoa, automaticamente, queira se compensar com outras coisas: melhorar, aumentar, beneficiar-se e seja lá porque meios forem.

Aspectos críticos de Júpiter podem indicar compensações ou algum dos problemas acima mencionados. Júpiter aumenta tudo o que toca.

Júpiter pode ser o “anjo da guarda” de cada um, e isso acontece quando, em outra encarnação, a pessoa foi sincera e honesta nos princípios desse planeta. É quando tudo parece estar perdido e alguma coisa aparece na última hora para salvar.

Júpiter, o anjo da guarda ou Júpiter, o mestre espiritual. História hassídica

Perguntaram a um hassídico – os hassídicos são místicos judeus – qual era a diferença entre um rabino e um zadik?

O hassídico respondeu:

- O rabino é um sacerdote comum que pertence a uma religião organizada: uma igreja, uma sinagoga, um templo. O zadik é um mestre rebelde, não pertence a nenhuma organização, pertence apenas a si mesmo. O rabino é um professor, o zadik é um mestre. O professor ensina, mas ele mesmo nunca passou por nenhuma transformação. O mestre também ensina, mas ensina pelo o que ele aprendeu da vida pessoalmente. O professor sabe, o mestre lembra. O rabino sabe muito, mas não lembra de si, ele está perdido no seu conhecimento. Ele pode ser muito eficiente nas escrituras. Mas o zadik lembra! Ele pode até não saber muito, mas isso é irrelevante. Mas ele se lembra de si e aí está toda diferença. E o assídico resolveu exemplificar com uma estorinha:

- Era uma vez um príncipe que enraiveceu de tal forma o rei, seu pai, que ele expulsou-o do seu reino. Um dia o rei se arrependeu e mandou procurar seu filho, mas o príncipe havia desaparecido, como se

tivesse desejado escapar do reino, do palácio e do pai. O príncipe havia vagueado uns tempos até que se juntou a um bando de bêbados, jogadores e prostitutas. Tornou-se líder deles; afinal ele era um príncipe, tinha certo carisma.

Anos passaram-se e o rei viu que estava morrendo e mandou o mais esperto dos seus ministros procurar o príncipe. O ministro apanhou uma bela carruagem dourada, vários servos e quase que um regimento de pessoas. Fora da cidade havia uma tenda onde estava o príncipe com todas aquelas pessoas indesejáveis. O ministro mandou-lhe um mensageiro, porque era inconcebível que um ministro entrasse aquela tenda horrorosa e tivesse contato com aquelas p essoas nojentas. Mas a distância entre o ministro e o príncipe na tenda era enorme e a comunicação não foi possível. Ele falhou e voltou.

O rei mandou um ministro muito corajoso, que percebeu a falha do outro colega e resolveu ele mesmo entrar na tenda. Vestiu-se como um camponês e foi lá, entrou, misturou-se ao grupo, tornou-se amigo de todos e ficou encantado com a liberdade. O palácio era como se fosse uma prisão, e ali todo mundo era como se fosse absolutamente livre, todos podiam ser eles mesmos. Esse ministro também falhou porque nunca mais voltou.

O rei ficou aborrecido e resolveu mandar um terceiro ministro, que além de corajoso, era também um sábio. Esse ministro pediu três meses para se preparar, antes de ir. “Por que?” perguntou o rei. “Para me lembrar”, respondeu o ministro. Então ele começou a se lembrar: “Preciso lembrar-me que vim do palácio e que tenho um dever a cumprir”.

Finalmente, ele foi. Vestiu-se, também, como um camponês, completou a dramatização fingindo-se de bêbado e de jogador, e até fingiu interessar-se pelas prostitutas. Mas dentro de si continuava a lembrar- se: “Quem sou eu? Que vim fazer aqui?” Ele se observava todo o tempo, ele era sábio. E, naturalmente, conseguiu levar o príncipe.

O primeiro ministro era um rabino, um professor. Se você estiver afogado num rio, ele fica sentando na margem dando-lhe conselhos. Ele não pode salvá-lo porque não pode salvar-se. Ele fica no seu lugar, com segurança. Só sabe dar belos conselhos, mas não tem experiência.

O segundo ministro tinha mais coragem do que sabedoria. Se alguém estivesse se afogando, ele imediatamente pularia no rio e se afogaria junto porque não teria se lembrado que não sabia nadar. Era corajoso, mas tinha se esquecido, tinha ficado hipnotizado pelo momento. Coragem somente não adianta nada.

O terceiro ministro era um zadik, era um mestre, conhecia pela sua própria experiência. É corajoso, assume o risco, e também é sábio. Ele se lembra.

5.7 – SATURNO