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1.2 Marialice Foracchi: a sociologia do jovem e do estudante na sociedade moderna

1.2.2 Juventude e sociedade moderna

Após analisar os fatores condicionantes da transformação da sociedade brasileira pelo estudante, Foracchi lançaria mais um trabalho, desta vez voltado para a compreensão do movimento estudantil e dos fatores que balizam sua ação. “A juventude na sociedade moderna” (1972), assume a tarefa de investigar sociologicamente “[...] a rebelião da juventude [...] na forma predominante de que esse fenômeno se revestiu que é o movimento estudantil”

(FORACCHI, 1972, p.11).

Para tanto, a autora situa sua análise no plano da sociedade marcada pela crise do sistema que se reflete nas instituições – principalmente na universidade – e que, por sua vez, tem impacto na juventude. A compreensão de uma consciência jovem passa pelo entendimento da juventude enquanto categoria histórica e social marcada pelos conflitos e tensões do sistema. A principal consequência deste processo é a limitação da condição juvenil. Assim, Foracchi procura avaliar os impactos desta crise no plano pessoal, institucional e societário que se materializa no movimento estudantil.

As manifestações contestatórias da juventude estão ligadas à persistência de um modo de articulação das estruturas institucionais que geram um comportamento de rejeição. Por conseguinte, a negação da condição de adulto, por parte do jovem, está ligada ao modo de ser adulto que se reflete no arranjo das estruturas institucionais.

No primeiro capítulo, em que trata do conflito de gerações, Foracchi dialoga diretamente com os estudos de Karl Mannheim sobre o tema. Afirma que

“[...] a noção sociológica de geração tem como fundamento principal a localização social diferencial de grupos de idade que, em razão da sua inserção peculiar no processo histórico-social, organizam uma experiência estratificada das suas vivências psicossociais que é transmitida e validada através da sucessão de gerações, garantindo-se, assim, continuidade ao processo de criação cultural (FORACCHI, 1972, p.30-31).

No entanto, observa a autora, o conflito entre gerações emerge da negação de valores básicos cultivados pelas gerações mais velhas. A não fidelidade a este conjunto de valores explicita a distância entre gerações, manifestada sob a forma de rebelião ou conflito, e que evidencia uma rejeição por parte do jovem da condição adulta imposta pela sociedade. Paralelo a este processo, há uma não validação institucional da experiência estratificada no sentido de integrá-la ao sistema.

Uma vez que a internalização de parte dos valores e modos de comportamento que permeiam o conjunto de relações da vida adulta são ignorados, revela-se a dificuldade do processo de socialização. “Num certo sentido, as crises de juventude são crises de socialização [...] e, na proporção que afetam também os adultos, são crises geradas no plano da sociedade global que repercutem diferencialmente nos diversos setores que a compõem” (FORACCHI,

idem, p.31-32).

No segundo capítulo, intitulado “as dimensões da crise”, Foracchi procura articular os planos pessoal, social e institucional para explicar o processo de alienação e de radicalismo do estudante. A juventude é vista como o momento de o jovem entrar para a história, no sentido de que é nesta fase da vida que ele rompe com os limites do ambiente familiar e passa a integrar os círculos mais amplos da sociedade – principalmente a universidade – tendo que encarar no plano pessoal os contrastes do sistema.

Tomando emprestado o conceito de alienação de Keniston, Foracchi aplica-o para mostrar os casos em que há uma rejeição por parte dos jovens dos valores e normas predominantes que constituem a sociedade. Isto envolve não apenas questões ligadas à psicologia, mas estaria relacionado “[...] com o modo pelo qual as pressões sociais e culturais afetam diferentemente as pessoas que vivem numa sociedade em crise de mudança”

(FORACCHI, idem, p.34).

O dilema do ingresso do jovem na vida adulta estaria ligado, portanto, a um desencanto com o estilo de vida adulta que terminaria por leva-lo a uma “resposta alienada de rejeição”. Segundo Foracchi, há na personalidade alienada um potencial reduzido de integração que se manifesta no distanciamento das formas de envolvimento pessoal, em qualquer modalidade de participação social, que envolve os compromissos com a carreira, família, filhos etc.

De forma contrária, há aqueles que tomam um rumo oposto ao se integrarem em formas de engajamento a partir do entendimento de que a realidade social é excludente, o que o leva ao compromisso com as vias possíveis de mudança. Isto os aproximam das pessoas que vivenciam uma situação de crise (como o operário, o negro, os pobres, os povos subdesenvolvidos etc.). Mas não quer dizer que há por parte destes uma melhor aceitação do estilo de vida adulta e das opções de institucionalização existentes. Os que avançam numa resposta radical de engajamento também rejeitam tais arranjos. No entanto, preservam e valorizam “[...] a vinculação com os agentes humanos que vivem, crucialmente, os problemas

do sistema e que constituem a ‘massa de oprimidos’” (FORACCHI, idem, p.47).

O reconhecimento das dimensões antagônicas do sistema pelo jovem o levam ao ativismo que implica, por sua vez, numa atividade grupal regular. Contudo, esta experiência de

vida pode se alongar ou não, dependendo da intensidade com que as mudanças sociais envolvam os jovens que se identificam com a perspectiva da contestação. “Os fatores que geram essa descontinuidade são de ordem pessoal, institucional e social, estando frequentemente

inter-relacionados” (FORACCHI, idem, p.38).

A autora adverte que esta caracterização não é abrangente uma vez que apenas os jovens privilegiados economicamente e que foram favorecidos tanto educacional como intelectualmente estão mais propensos aos caminhos da participação radical. Para Foracchi, a condição de privilegio dos jovens mais abastados abre caminho para a participação radical uma vez que, entre estes, há a percepção dos contrastes de sua condição privilegiada com a miséria social. Assim, o processo de radicalização estaria ancorado em três ordens de transformação social que são:

a) modificação da percepção da realidade social, mediatizada pela confrontação pessoal com a ‘miséria’ social; b) no processo de engajamento que se ativa em decorrência de tal percepção; c) pelas determinações da condição de privilégio que garantem, socialmente, para o jovem, a viabilidade da opção radical (FORACCHI, idem, p.40).

Foracchi afirma, com base em pesquisas, que há entre os jovens das camadas mais pobres uma tendência de se integrar ao sistema uma vez que neste estrato da juventude há um déficit de recursos (econômicos, cognitivos etc.) que poderiam levá-los a uma posição crítica e participativa em relação aos antagonismos da sociedade. Neste sentido, a formação escolarizada assume um papel de importância possibilitando tanto a alienação quanto o radicalismo do jovem, o que só é possível através de uma situação privilegiada tanto social, cultural e economicamente.

Assim, a universidade se torna o alvo da crítica dos estudantes – sob a forma do movimento estudantil – tendo em vista que ela reproduz as características da sociedade global, uma vez que é tida pelos estudantes como o “microcosmo da sociedade”. Isto teria uma dupla implicação: “por um lado, traduz o fato de que o sistema universitário reflete as crises da sociedade e, por outro lado, chama atenção para as crises que são inerentes ao próprio sistema

universitário” (FORACCHI, idem, p.43).

A análise que se desenvolve nos capítulos três e quatro buscam dar conta, respectivamente, da crise do sistema universitário e do reflexo desta crise no movimento estudantil, entendendo este como uma reação daquela.

Quanto a análise da crise da universidade, a autora se detém no diagnóstico da universidade enquanto instituição social destinada à formação cultural e profissional que, no entanto, cumpre apenas parte de sua função, o que a leva a uma situação de crise. Isto ocorre

pela sua incapacidade de fazer a autocrítica em relação a seu próprio funcionamento enquanto instituição. Ao voltar seus esforços para a formação técnica e profissional destinada à sociedade “tecnológica” e industrial, a universidade deixa de lado a formação humanizadora e crítica. Assim, a estrutura universitária se adapta às exigências da ordem social visando “[...] a autopreservação do sistema e não sua adaptação às necessidades do meio externo”

(FORACCHI, idem, p.60).

Soma-se a isto a burocratização da universidade – que funciona como uma espécie de bloqueio institucional – que termina por dificultar qualquer movimento de mudança. Do ponto de vista do sistema, a formação universitária cumpre o seu papel integrador. Já do ponto de vista das relações que promove "[...] ela preserva a distância entre jovens e adultos, reforçando-a em termos de reforçando-autoridreforçando-ade. Trreforçando-ansmite modreforçando-alidreforçando-ades de pensreforçando-amento que conduzem à

consagração das hierarquias de poder estabelecidas" (FORACCHI, idem, p.59). Neste contexto,

dentro do conjunto das atividades acadêmicas, a pesquisa científica termina por assumir uma "força impulsionadora do processo produtivo".

Segundo Foracchi, a universidade deixa transparecer sua impotência enquanto instituição no sentido de se criar meios de socialização do jovem através de uma nova concepção de cultura. Isto posto, a crítica estudantil se volta contra o critério de estrutura, valores e princípios que regem o meio acadêmico deixa transparecer estes elementos que refletem sobre a sensibilidade juvenil evidenciando não só a crise sistêmica, mas a crise da própria universidade que afeta diretamente a sua formação e seu destino. Neste sentido, a contestação dos estudantes é gerada pela própria instituição universitária em sua situação de crise.

Ao analisar o reflexo da crise universitária sobre o movimento estudantil, Foracchi destaca três fatores que, juntos, originam as manifestações dos estudantes no plano da universidade. São eles: 1) A problemática da juventude, com sua necessidade de independência e auto expressão, que pode resultar num comportamento de rebelião, bem como a rejeição ou recusa em relação aos padrões vigentes de comportamento do adulto. Tal problemática se acentua com o ingresso do jovem à universidade e sua socialização a partir desta situação social nova. 2) A não identificação do jovem com a universidade, ocasionada pela crise institucional que a atinge e que a autora cita no capítulo III. Para Foracchi, a crise da universidade recai sobre o estudante como crise de socialização, o que o leva a socialização política. 3) O terceiro fator está ligado à carreira profissional, vinculação que une a universidade à sociedade. Neste ponto, Foracchi se refere a impossibilidade da realização da condição adulta, pelo estudante, em termos de carreira profissional.

Segundo a autora, há uma percepção crítica do estudante quanto aos caminhos profissionais disponíveis, uma vez que os cursos universitários visam apenas uma formação que atenda às necessidades do sistema (cursos na área das exatas). Por outro lado, há uma crítica a formação humanista por sua limitação das oportunidades ocupacionais e pela natureza abstrata de seus conteúdos, o que a torna menos valorizada perante a sociedade.

Quanto aos temas que compõem o movimento estudantil estes “são extremamente variáveis. De modo geral, são propostos pela alteração no plano da organização social e da estrutura institucional, desembocando em polarizações de caráter reivindicativo ou

revolucionário” (FORACCHI, idem, p.80).

No quinto capítulo, intitulado “Poder estudantil: poder desconhecido”, Foracchi trata da potencialidade latente que tem o movimento estudantil enquanto movimento de contestação. Caracteriza o movimento estudantil como agentes humanos que visam uma contestação da ordem social e cultural estabelecida. Isto decorre do fato de ser o estudante “[...] o agente humano sôbre o qual inflete, de modo especial, a crise do sistema, sendo capaz, por essa razão, de radicalizar sua consciência de crise [...] em direções que desembocam na alienação ou na

participação ativa (FORACCHI, idem, p.110).

Desta forma, a autora enfatiza, assim como Mannheim, que a natureza dos fatores que incidem sobre a juventude e sobre o movimento estudantil – e que condicionam suas ações – são de natureza histórico-social. Ou seja, para Foracchi “o essencial, em última análise, é abordar a crise da juventude e sua canalização expressiva no movimento estudantil como uma

manifestação contemporânea da crise social [...]” (FORACCHI, idem, p.111).

Tal crise, que é uma crise do sistema, afeta a universidade enquanto instituição, que, enrijecida burocraticamente, não consegue acompanhar os ânimos de mudança refletindo isso nos estudantes que reagem através dos protestos. Por sua vez, o movimento estudantil é caracterizado pela espontaneidade e pela improvisação, presentes em suas estratégias e táticas de ação. Foracchi afirma que tais características são um ponto forte do movimento estudantil, uma vez que este se vale destas características para ousar em novas experiências não importando se lograrão êxito ou não, se terão duração ou não, contanto que possam abrir novas possibilidades.

Assim, o poder estudantil é caracterizado como “[...] a afirmação de um direito ao veto, o direito de recusar qualquer fórmula, qualquer proposta que não lhe fôr conveniente, que

implique no sufocamento da espontaneidade e da improvisação” (FORACCHI, idem, p.102).

Na análise que segue, o capítulo VI (“A destruição da universidade”) busca explicitar os elementos que fazem irromper o movimento estudantil na universidade; pensada como uma

instituição permeada por valores tradicionais, a universidade funciona no sentido de integrar a

estrutura institucional ao sistema de dominação. Segundo Foracchi (idem, p.114), “A

universidade conserva, cultiva e transmite a tradição cultural inerente à forma histórica, através da qual o sistema se mantém, o que vale dizer, preserva culturalmente um sistema de dominação”.

Para a autora, a própria universidade, enquanto instituição, propicia uma sociabilidade de participação na medida em que “[...] representa um mundo de valores próprios no qual a

criação é emulada, a espontaneidade permitida e a liberdade cultivada” (FORACCHI, idem,

p.114). Isto cria as condições de convívio dentro de um espaço favorável, longe de um controle rigoroso, em que se vai forjar a crítica estudantil. Esta, visualiza as limitações da universidade no seu papel instrumental e que baliza sua concepção de instituição. Desta forma, a revolta estudantil acontece numa universidade parcialmente fragmentada, que se distanciou de seu propósito e limitada em sua dimensão criadora.

Afirma que, talvez, o que defina profundamente o movimento estudantil seja a sua capacidade

[...] de concentrar no âmbito da universidade a contestação da cultura burguesa e, simultâneamente, a recriação da cultura como patrimônio intelectual. [...] É na universidade que se pode efetuar, com vigor, o repúdio ideológico à sociedade capitalista. Recusando legitimidade à universidade burguesa, o que se crítica e que se pretende atingir é a sociedade burguesa, tal como se manifesta culturalmente na instituição universitária (FORACCHI, idem, p.117).

A crítica estudantil se volta não à instituição universitária enquanto portadora de conteúdos culturais, mas a permanência dos valores culturais burgueses da sociedade capitalista nesta instituição. Por conseguinte, o movimento estudantil se apresenta como uma possibilidade de transcender tal cenário uma vez que propõe, a partir da universidade, viabilizar uma ideologia da sociedade futura.

No entanto, as dificuldades de realização deste projeto se esbarra na concepção tradicional de universidade e no entendimento sobre os diferentes papéis que cabe a cada grupo que a compõe. Neste ponto, as diferenças se evidenciam e demonstram a cisão existente entre professores, corpo técnico e alunos bem como a necessidade de ampliação da participação exigida por estes.

Em última instância, o movimento estudantil contesta os fundamentos e valores que dão sustentação ao modelo de sociedade. Para isso, utiliza-se “[...] da confrontação política e ideológica que não obstante ser radical é contida no sistema, gerada e cultivada por êle como

recurso de contestação não-institucionalizado, mas respeitado” (FORACCHI, idem, p.121). Foracchi adverte que não é o movimento estudantil que destrói a universidade ao pôr em prática reivindicações de paridade ou exigir uma universidade crítica. O que a destrói é sua incapacidade de absorver no seu arranjo institucional o movimento estudantil como força viva e atuante dentro desta instituição. Assim, reforça seu argumento afirmando que o protesto dos estudantes emerge como um reflexo da crise institucional da universidade que, por sua vez, é reflexo de um sistema também em crise.

A “vinculação experimental com o presente” corresponde não apenas a uma forma de ajustamento e de socialização dentro do âmbito da instituição universitária, mas a uma prática de atuar que se reveste sob a fisionomia da contestação. Esta assume a forma de uma contestação cultural, uma resposta a ineficiência dos canais consagrados de expressão política ou ideológica e ao reconhecimento das dificuldades impostas à participação. Foracchi mostra, baseada em Lefebvre, que seu traço distintivo “[...] é a atitude de recusa e não a busca de

integração” (FORACCHI, idem, p.126).

Se é a própria instituição universitária que gera a contestação como uma forma de recusa do jovem do sistema e da ordem cultural que molda a universidade, tal contestação se reveste de espontaneidade, improvisação e imaginação: “a expansão do movimento de juventude repousa, assim, sobre a euforia da imaginação, e esta, na infinita projeção radical dos objetivos a atingir. A espontaneidade e a imaginação constituem-se, pois, nos motores da contestação”

(FORACCHI, idem, p.127).

No último capítulo, intitulado “Educação e dependência: o movimento estudantil na

América Latina” Foracchi visou esboçar as características gerais que apontem um continuum,

ou seja, uma unidade que perpassa os países latino-americanos. Esta unidade pode ser observada em características gerais que são expressas em termos de transição das formas tradicionais e arcaicas para o moderno que operam e marcam os países latino-americanos. Para além das singularidades de cada sociedade há, segundo Foracchi, uma homogeneidade fundamental que se revela na coexistência entre o “tradicional” e o “moderno”.

A formação social subdesenvolvida da América Latina a coloca numa posição de atraso em relação às sociedades centrais. Tal posição termina por qualificar as relações que mantém com os países centrais como relações de dependência historicamente estabelecidas. Assim, a autora procura mostrar – a partir de um quadro geral e de exemplos concretos – a especificidade da radicalização do movimento estudantil latino-americano.

No caso brasileiro, de modo geral, a radicalização dos estudantes – sob a forma de movimento estudantil, no contexto dos anos 1970 – estava ligado à vinculação de dependência

que o Brasil possuía em relação aos centros externos de decisão que caracterizava a formação social subdesenvolvida brasileira e que tinha como objetivo, no caso da educação, impor uma reforma universitária segundo seus parâmetros.

Muito embora ainda hoje persista tal relação de dependência, que se reconfigura em contexto democrático, caberia indagar se o protesto dos estudantes hoje ainda estaria ligado a tais conjunto de fatores, tendo em vista as mudanças ocorridas no plano social, político e cultural das últimas décadas. Por sua vez, a análise de Foracchi funda-se, segundo a própria autora,

[...] numa posição teórica central que faz encarar o movimento estudantil, não como um fenômeno isolado ou unidade analítica distinta, mas com um estilo de práxis política, constituído e dinamizado numa constelação de forças históricas e sociais que, num determinado momento, impõem ou pretendem impor o seu projeto à sociedade (FORACCHI, idem, p.155).

No plano cultural, o movimento estudantil expressa a manifestação da crise do sistema (e a tentativa de superação desta) que atinge as instituições – inclusive a universidade; no plano político e social, caracteriza-se pelos “[...] efeitos sociais mais visíveis da mediação cultural das

determinações econômicas da relação de dependência” (FORACCHI, idem, p.163).

1.2.3 O legado de Foracchi: balanço de sua contribuição e o desafio da compreensão da