• Nenhum resultado encontrado

TEM Masculino 10 12,99 (3,29)

No documento Terapia manual.pdf (páginas 84-88)

Adaptive effects of a stretching program based on Muscle Energy Technique.

TEM Masculino 10 12,99 (3,29)

0.622 Feminino 16 12,21 (4,27) IMC < 25 18 12,48 (4,46) 0.954 IMC > 25 8 12,58 (2,26) FNP Masculino 9 13,85 (3,26) 0.695 Feminino 17 14,51 (4,35) IMC < 25 18 14,37 (4,20) 0.868 IMC > 25 8 14,08 (3,59)

LEGENDA: TEM=Técnica de Energia Muscular; FNP=Facilitação Neuromus- cular Proprioceptiva; IMC=Índice de Massa Corporal; DP=desvio padrão.

430

Ter Man. 2012; 10(50):426-432

Efeitos da técnica de energia muscular.

seja, uso de contração muscular isométrica ativa e con- sequente relaxamento do músculo a ser alongado(13,17). Apesar disso, os mecanismos de ação da contração iso- métrica ainda não estão claros e, provavelmente, envol- vem fatores mecânicos e neurofi siológicos(11). Uma hi- pótese é que a mudança na tolerância ao alongamento, com pouca infl uência de mudança nas propriedades vis- coelásticas, seja o principal mecanismo para explicar o aumento de extensibilidade(12,19). A despeito destas dis- cussões, nossos achados sugerem que a TEM é uma mo- dalidade efetiva de alongamento.

O aumento médio na ADM do joelho após a aplica- ção da TEM e FNP foi semelhante aos resultados de ou- tros estudos(13,14). Utiyama(13) demonstrou que a TEM foi efetiva em aumentar o comprimento do músculo tríceps sural em 10 graus após vinte sessões, aplicadas duas vezes por semana. Em outro estudo, os autores inves- tigaram a infl uência do resfriamento e aquecimento du- rante o alongamento FNP(2). Um protocolo de dez sema- nas foi sufi ciente para produzir aumentos médios de 10 a 14 graus no comprimento dos músculos isquiotibiais, contudo, o uso do calor ou gelo não interferiu nos resul- tados em longo prazo. Gama e colaboradores(4) encon- traram aumentos médios de 14 graus no ângulo de ex- tensão ativa do joelho ao fi nal de um protocolo de alon- gamento de dez semanas baseado na FNP aplicado cinco vezes por semana. Neste mesmo estudo, a técnica apli- cada na frequência de três vezes por semana, gerou um ganho médio de 18 graus na ADM de joelho. Estes valo- res são superiores em relação aos resultados da maioria dos estudos. Os autores argumentam que isto se deve em função dos procedimentos adotados(4). Contudo, a alta variabilidade dos resultados deste estudo pode ser um fator de confusão em função de um potencial erro aleatório, difi cultando possíveis comparações(20).

O perfi l da amostra nos dois grupos de interven- ção foi composto, em sua maioria, por mulheres. Estu- dos prévios baseados em gênero identifi caram diferen- ças nas propriedades viscoelásticas das estruturas de tendões(21) e arquitetura muscular(22). Estes achados indi- cam que as unidades miotendíneas em mulheres podem ser mais complacentes. Além disso, evidências sugerem que o aumento de temperatura e oscilações hormonais durante o ciclo menstrual, sobretudo de estrogênio, pro- gesterona e relaxina, podem diminuir a tensão dos te- cidos moles(23). Entretanto, diferenças nas proprieda- des viscoelásticas ou mudanças no ciclo menstrual pa- recem não interferir nas mudanças de fl exibilidade ge- radas pelo alongamento(24). Melegario e colaboradores(26) avaliaram possíveis diferenças no grau de fl exibilidade entre as fases do ciclo menstrual de mulheres adultas jovens. Os autores também não encontraram diferenças na fl exibilidade nos oito movimentos avaliados. Outro aspecto relevante, é que alguns autores defendem que o ganho de fl exibilidade a partir de técnicas de alonga-

mento que usam princípios de inibição ativa é explicado primordialmente pela tolerância ao alongamento(12,19). Se isto for verdade, diferenças nas propriedades viscoe- lásticas pouco irão interferir nas respostas a este tipo de intervenção. No presente estudo, o gênero não interfe- riu no aumento de comprimento dos músculos isquioti- biais, contudo, são necessários mais estudos para eluci- dar as diferenças de gênero em relação à extensibilida- de dos tecidos moles.

Em nosso estudo, pessoas com sobrepeso apre- sentaram menores ângulos de extensão passiva de jo- elho. Apesar disso, as análises mostraram que o au- mento de ADM foi proporcional entre os grupos e o IMC não interferiu nos resultados. Evidências têm mostrado que aumentos das medidas antropométricas, tais como massa corporal e IMC, são acompanhadas por uma sig- nifi cativa diminuição da atividade física em crianças(26) e adultos jovens(27). Porém, Pullman e colaboradores(27) não encontraram mudanças na fl exibilidade mesmo com o declínio na capacidade física individual. Racet- te e colaboradores(28) também observaram uma diminui- ção signifi cativa na atividade aeróbica em universitários, mas surpreendentemente, houve um ganho de fl exibili- dade nos estudantes. Os autores argumentam que isto estava associado com um aumento na participação em atividades de fl exibilidade e alongamento. De fato, em- bora o sedentarismo e sobrepeso possam reduzir a ca- pacidade física, parece não impedir a manutenção ou melhora da fl exibilidade.

É importante mencionar algumas limitações deste estudo. Primeiro, os programas baseados na TEM ou FNP não foram capazes de aumentar a extensão de jo- elho de modo a alcançar o valor de referência do teste ângulo poplíteo (160 graus). Shrier e Gossal(14) suge- rem que a efetividade do alongamento aplicado duran- te seis semanas é condicionada a uma repetição diária, todos os dias da semana; os autores argumentam que em frequências menores, como foi o caso deste estu- do, no qual as intervenções eram ministradas três vezes por semana, os benefícios máximos geralmente ocor- rem entre sete e oito semanas. Independente disto, os resultados do nosso permitem afi rmar que os progra- mas de alongamento baseados na TEM e FNP foram efe- tivos em aumentar a ADM de joelho em indivíduos com encurtamento de isquiotibiais. Segundo, a amostra foi composta por indivíduos assintomáticos, assim, a extra- polação dos resultados a indivíduos com lesões deve ser feita com cuidado. Estudos com pacientes são necessá- rios para avaliar a aplicabilidade da TEM na reabilitação. Terceiro, o estudo avaliou o comprimento dos músculos isquiotibiais, portanto, estes resultados não podem ser generalizados para todos os grupos musculares uma vez que a extensibilidade varia entre os músculos e pode in- terferir na ADM.

431

Ter Man. 2012; 10(50):426-432

Bruno Coelho Horta, Leandro Ferreira Santos, Camila Lima Ribeiro, Mateus Neiva Martins, et al.

estudo sugerem que o alongamento baseado na TEM, aplicado durante seis semanas, três vezes por semana, é efetivo no aumento do comprimento dos músculos is- quiotibiais. Isso se torna evidente pelos resultados com- paráveis à técnica FNP, a qual tem sido exaustivamen- te estudada por pesquisadores. Inferimos que os benefí- cios máximos deste programa podem ser alcançados em

se mantendo o programa de alongamento por sete ou oito semanas, entretanto evidências para reforçar esta possibilidade. Os autores acreditam que a TEM pode- rá ser benéfi ca quando utilizada em ambiente terapêu- tico, sobretudo por ser uma alternativa de alongamento de baixo impacto e que considera o indivíduo como inte- grante no processo de reabilitação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos – Fundamentos e técnicas. 3ª edição. São Paulo: Manole; 1998. 1.

Brasileiro JS, Faria AF, Queiroz LL. Infl uência do resfriamento e do aquecimento local na fl exibilidade dos múscu- 2.

los isquiotibiais. Rev Bras Fisioter. 2007:11; 57-61.

Schuback B, Hooper J, Salisbury L. A comparison of a self-stretch incorporating proprioceptive neuromuscular 3.

facilitation components and a therapist-applied PNF-technique on hamstring fl exibility. Physiotherapy. 2004:90; 151-7.

Gama ZAS, Dantas AVR, Souza TO. Infl uência do intervalo de tempo entre as sessões de alongamento no ganho 4.

de fl exibilidade dos isquiotibiais. Rev Bras Med Esporte. 2009: 15; 110-14.

Davis DS, Ashby PE, McCale KL, McQuain JA, Wine JM. The effectiveness of 3 stretching techniques on hamstring 5.

fl exibility using consistent stretching parameters. J Strength Cond Res. 2005:19; 27-32.

O’Sullivan K, Murray E, Sainsbury D. The effect of warm-up, static stretching and dynamic stretching on ham- 6.

string fl exibility in previously injured subjects. BMC Musculoskelet Disord. 2009: 10; 37 Available from: URL: http://www.biomedcentral.com/1471-2474/10/37

Lenehan KL, Fryer G, McLaughlin KL. The effect of muscle energy technique on gross trunk range of motion. J Am 7.

Osteopath Assoc. 2003:6; 13-8.

Salvador D, Neto PD, Ferrari FP. Aplicação de técnica de energia muscular em coletores de lixo com lombalgia me- 8.

cânica aguda. Fisiot e Pesq. 2005:12; 20-7.

Alcântara MA, Firmino FR, Lage RF. Efeitos agudos do alongamento: uma comparação entre as técnicas de facili- 9.

tação neuromuscular proprioceptiva e energia muscular. R bras Ci e Mov. 2010:18(3); 35-42.

Fryer G, Ruszkowski W. The infl uence of contraction duration in muscle energy technique applied to the atlanto- 10.

axial joint. J Am Osteopath Assoc. 2004:7; 79-84

Fryer G. Muscle energy concepts: a need for changes. J Am Osteopath Assoc. 2000:3; 54-9. 11.

Ballantyne F, Fryer G, McLaughlin P. The effect of muscle energy technique on hamstring extensibility: the mech- 12.

anism of altered fl exibility. J Osteop Med. 2003:6; 59-63.

Utiyama M. Estudo comparativo entre o alongamento convencional e a técnica de músculo energia no encurta- 13.

mento da musculatura posterior da coxa. [Monografi a]. Paraná: Universidade Estadual Oeste do Paraná; 2004. Disponível em: www.unioeste.br/projetos/elrf/monografi as/2004-2/.../monica.PDF. Acesso em: 20/08/12. Shrier I, Gossal K. Myths and Truths of Stretching: Individualized Recommendations for Healthy Muscles. Phys 14.

Sports med. 2000:28; 1-11.

Feland JB, Myrer JW, Schulthies SS. The Effect of Duration of Stretching of the Hamstring Muscle Group for In- 15.

creasing Range of Motion in People Aged 65 Years or Older. PhysTher. 2001:81; 1110-7.

Polachini LO, Fusazaki L, Tamaso L. Estudo comparativo entre três métodos de avaliação do encurtamento de 16.

musculatura posterior de coxa. Rev Bras Fisioter. 2005:9; 187-93.

Gama ZAS, Medeiros CAS, Dantas AVR, Souza TO. Infl uência da freqüência de alongamento utilizando facilitação 17.

neuromuscular proprioceptiva na fl exibilidade dos músculos isquiotibiais. Rev Bras Med Esporte. 2007:13; 33-8. Prentice WE, Voight ML. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. 1ª edição. Porto Alegre: Artmed; 2003. 18.

Smith M, Fryer G. A comparison of two muscle energy techniques for increasing fl exibility of the hamstring mus- 19.

cle group. J Bodyw Mov Ther. 2008:12; 312-7.

Atkinson G, Nevill AM. Statistical methods for assessing measurement error (reliability) in variables relevant to 20.

sports medicine. Sports Med. 1998:26; 217-38.

Kubo K, Kanehisa H, Fukunaga T. Gender differences in the viscoelastic properties of tendon structures. Eur J Appl 21.

Physiol. 2003:88; 520–6.

Kubo K, Kanehisa H, Azuma K, Ishizu M, Kuno SY, Okada M. Muscle architectural characteristics in young and el- 22.

432

Ter Man. 2012; 10(50):426-432

Efeitos da técnica de energia muscular.

derly men and women. Int J Sports Med. 2003:24; 125-30.

Wojtys EM, Huston LJ, Lindenfeld TN, Hewett TE, Greenfi eld MLVH. Association between the menstrual cycle and 23.

anterior cruciate ligament injuries in female athletes. Am J Sports Med. 1998:26; 614-9.

Chaves CPG, Simão R, Araújo CGS. Ausência de variação da fl exibilidade durante o ciclo menstrual em universi- 24.

tárias. Rev Bras Med Esporte. 2002:8; 212-8.

Melegario SM, Simão R, Vale RGS, Batista LA, Novaes JS. A infl uência do ciclo menstrual na fl exibilidade em pra- 25.

ticantes de ginástica de academia. Rev Bras Med Esporte. 2006:12; 125-8.

Fernandes RA, Christofaro DGD, Cucato GG, Agostini L, Oliveira AR, Junior IFF. Nutritional status, physical activ- 26.

ity level, waist circumference, and fl exibility in brazilian boys. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2007: 9; 321-6.

Pullman AW, Master RC, Zalot LC, Carde LE, Saraiva MM, Dam YY. Effect of the transition from high school to uni- 27.

versity on anthropometric and lifestyle variables in males. Appl Physiol Nutr Metab. 2009:34; 162-71.

Racette SB, Deusinger SS, Strube MJ, Highstein GR, Deusinger RH. Weight changes, exercise, and dietary pat- 28.

433

Ter Man. 2012; 10(50):433-439

Artigo Original

Análise postural em mulheres com disfunção

No documento Terapia manual.pdf (páginas 84-88)

Outline

Documentos relacionados