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METODOLOGIA DA PESQUISA

No documento EDUCAÇÃO BÁSICA E PESQUISA VOLUME 1 (páginas 142-146)

Esta investigação se caracteriza como de natureza básica e abordagem qualitativa (MINAYO, 2010), e visa compartilhar uma das fases da execução do projeto

(Re)descobrindo Ideias Inovadoras, desenvolvido no Instituto Metodista Centenário, localizada no município de Santa Maria – RS, tendo a colaboração dos professores da Educação Básica. Foi desenvolvido na disciplina de Ciências e Língua Portuguesa em duas turmas do 8º ano e única turma do 9º ano, com a temática: Mulheres na Ciência. Uma vez decididas as ferramentas tecnológicas digitais escolhidas para este projeto, foi ofertado, pela escola, um momento de capacitação para todos os envolvidos.

A escolha do tema deu-se por ser de extrema relevância a questão social e cultural da mulher. Também um tema no qual os professores puderam trabalhar de forma interdisciplinar, porém, relacionando o foco à sua respectiva área. Foram realizados momentos de planejamento com os professores envolvidos, para organizar a distribuição do trabalho entre as turmas de modo que fosse significativo não somente para os alunos, mas também para a comunidade escolar.

O trabalho com os alunos deu-se inicialmente com uma pesquisa virtual em casa, onde os mesmos puderam escolher a cientista que iriam apresentar na exposição, seguida de uma mesa redonda na sala de aula onde cada um falou um pouco de sua escolha. Após este momento, tivemos na escola, a etapa de compartilhamento e edição dos cartazes, utilizando para isto o site para compartilhamento de materiais didáticos, em forma de mural, o Padlet®, isto para que se evitassem trabalhos parecidos e já pudesse ser realizada uma pré-avaliação e visualização. Ainda, para a confecção dos cartazes o editor de imagens Canva®, todos os sites são gratuitos e em português o que facilita a manipulação para o aluno.

Os alunos utilizaram os tablets da escola como uma das ferramentas tecnológicas para começar a edição, assim como seus smartphones, computador e o uso de Internet. Ao final sugerimos que trouxessem seus cartazes em papel cartão para serem expostos no ambiente escolar e assim compartilhar saberes com a comunidade.

RESULTADOS

Inicialmente os alunos foram orientados a realizarem uma pesquisa virtual sobre mulheres cientistas. Eles deveriam não apenas anotar seu nome e o lugar onde nasceram, como também descrever sua principal contribuição científica para a humanidade em sua respectiva área do conhecimento. Para a busca foi salientado apenas que a cientista escolhida deveria pertencer a área das Ciências da Natureza ou da Matemática.

Mattos e Castanha (2008) afirmam que a pesquisa deve ser o foco da construção do conhecimento do aluno que visa a formação de um ser crítico, criativo e inovador.

Portanto, envolver os alunos nesse tipo de atividade pode criar oportunidades para aprender individual ou de forma colaborativa.

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Aline Bairros Soares, Pauline Vielmo Miranda, Cláudia Barin TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO AMPLIANDO A SALA DE AULA

Adicionalmente, os alunos trouxeram suas anotações para a sala de aula, para uma conversa em forma de seminário, sobre suas pesquisas. Foi um momento rico, onde foi exposto o quanto interessante é pesquisar sobre algumas descobertas importantes do mundo da ciência, mais interessante ainda por terem sido realizados por mulheres até então desconhecidas. Como afirma Demo (2007), a pesquisa intervém de forma criativa e inovadora e deveria ser a base do processo de aprendizagem no ambiente escolar:

Não é possível sair da condição de objeto (massa de manobra), sem formar consciência crítica desta situação e contestá-la com iniciativa própria, fazendo deste questionamento o caminho de mudança.

Aí surge o sujeito, que o será tanto mais se, pela vida afora, andar sempre de olhos abertos, reconstruindo-se permanentemente pelo questionamento. Nesse horizonte, pesquisa e educação coincidem, ainda que, no todo, uma não possa reduzir-se à outra. (DEMO, 2007, p. 8).

Nessa perspectiva, trazer a importância da mulher na ciência contribui para ampliar os horizontes da sala de aula e reconhecer a importância das mesmas na evolução e transformação científica. Além disso, essa pesquisa atende às demandas atuais sobre o estudo das identidades de gênero na educação básica, apontando que não apenas os homens fazem ciência.

Posteriormente ao debate em sala de aula, os alunos deveriam elaborar os cartazes. Dessa maneira os mesmos foram instruídos a fazerem o seu cadastro no Canva®, e tiveram uma breve capacitação na ferramenta digital. Foi sugerido que o cartaz tivesse um breve texto com informações da cientista, sendo essa produção avaliada pela professora de Língua Portuguesa posteriormente. Depois de pronto, o cartaz deveria ser compartilhado em um mural virtual para que fosse pré-avaliado.

O mural online foi realizado por meio do recurso digital Padlet® (https://

pt-br.padlet.com) que consiste de um serviço online onde os alunos publicam e compartilham arquivos que podem ser textos, fotos, links ou vídeos.

O acesso e a gestão do mural dependem da criação de uma conta através de um cadastro simples e, depois de criado pode-se editar o layout; criar um endereço;

decidir quem terá acesso; definir a forma de acesso bem como o propósito para o mural, entre outros recursos. Assim o Padlet® possibilita realizar as tarefas propostas e mediadas pelo professor; além de possuir um espaço para comentários entre os participantes e de oferecer ambiente tanto para a discussão das aulas quanto para receber feedbacks.

Mota, Machado e dos Santos Crispim (2017) afirmam que essa ferramenta apresenta grande potencial para a expansão do ambiente escolar e permite que o

professor assuma o papel de facilitador da aprendizagem mediada pelas tecnologias e que o aluno seja o protagonista desse processo.

A Figura 1 apresenta o mural virtual produzido colaborativamente. O mesmo foi criado pelas professoras de ciência (Biologia e Química) e de Língua Portuguesa. O endereço virtual foi compartilhado por meio de um link de acesso para que os alunos pudessem compartilhar suas produções e ter as devolutivas dos professores.

Figura 1 - Recorte da página no Padlet® Mulheres na ciência: modo de compartilhamento

Fonte: Autoras.

O mural digital permitia a todos os participantes visualizarem as produções de seus pares. Essa possibilidade incrementa o processo de construção de saberes do estudante que não apenas produz seu material, mas que observa o dos demais e assim incorpora novas informações. Somente após a validação pelas professoras (Língua Portuguesa e Ciências) os alunos poderiam imprimi-los no intuito de compartilhar com a comunidade escolar sua produção de saberes, como pode ser visualizado na Figura 2.

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Aline Bairros Soares, Pauline Vielmo Miranda, Cláudia Barin TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO AMPLIANDO A SALA DE AULA

Figura 2 - Fotografias dos alunos montando o mural - Mulheres na ciência, para a exposição

Fonte: Autoras

Escolhemos cartazes como ferramenta visual e de informação para serem expostos à comunidade escolar, é uma maneira simples, porém consegue atingir os objetivos propostos. Acreditamos que tenha sido significativo para os alunos que produziram os materiais, assim como interessante as informações para aqueles que passam pelos corredores e se sentem instigados a lerem o conteúdo ali presente.

Integrar os alunos e os professores das disciplinas de Química, Biologia e Língua Portuguesa foi um desafio que proporcionou para todos os envolvidos uma nova visão não apenas sobre a produção de saberes, mas também sobre a potencialidade do trabalho colaborativo e sobre a mediação dos recursos das TDIC.

Pode-se perceber, na prática, que a aquisição das fluências citadas por Mallmann, Schneider e Mazzardo (2013) modifica a práxis docente pois apresenta novas possibilidades para a construção de saberes, enriquecendo o ambiente escolar e inovando o processo.

No documento EDUCAÇÃO BÁSICA E PESQUISA VOLUME 1 (páginas 142-146)