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O PIBID Pedagogia UNISC na e suas contribuições na visão dos bolsistas A metodologia utilizada para a realização do trabalho foi a qualitativa. Considerei

No documento EDUCAÇÃO BÁSICA E PESQUISA VOLUME 1 (páginas 61-66)

2 O PIBID E SUA IMPORTÂNCIA

2.3 O PIBID Pedagogia UNISC na e suas contribuições na visão dos bolsistas A metodologia utilizada para a realização do trabalho foi a qualitativa. Considerei

relatórios de 8 bolsistas do Subprojeto de Pedagogia e busquei analisar de que forma o programa contribui para a formação dos professores.

Os bolsistas, na maioria dos escritos, reforçam a ideia de que o Pibid é um dos melhores programas de formação de professores. Além de qualificar o trabalho em sala de aula, possibilita que, desde o início da graduação, os licenciandos tenham contato direto com as escolas, conversando e debatendo sobre o que aprendem na graduação e pensando a escola de diferentes ângulos. Seguem os relatos de alguns bolsistas:

O subprojeto Pibid é uma oportunidade muito importante para os acadêmicos dos cursos de licenciatura, pois oportuniza os mesmos a

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Douglas Miguel Walter, Joseline Tatiana Both AS CONTRIBUIÇÕES DO PIBID/PEDAGOGIA/UNISC PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

vivenciar à docência, estabelecendo pertinentes relações entre teoria e prática. (Bolsista nº 2 do Pibid/Pedagogia/Unisc);

É muito importante poder ter a experiência dentro de sala de aula, para mim mais importante ainda, não trabalho em uma escola, trabalho em um berçário, então a experiência que estou adquirindo vai ser muito importante para minha formação, são momentos e aprendizados que vamos poder levar conosco para nos ajudar. (Bolsista nº 3 do Pibid/

Pedagogia/Unisc);

O Pibid está sendo para mim de grande importância, pois é meu primeiro contato com o ambiente escolar como docente, acredito que participar deste programa está ajudando a participar da realidade que encontramos dentro das salas de aula. (Bolsista nº 4 do Pibid/

Pedagogia/Unisc).

Além da valorização da experiência prática nas escolas, citam que:

A cada encontro posso notar que os alunos estão evoluindo, a cada dia estão mais dispostos a aprender, notei muito a melhora na identificação de letras, a escrita e leitura em toda a turma, melhor ainda foi poder perceber a evolução no aluno com dificuldade de aprendizagem que temos na turma. (Bolsista nº 3 do Pibid/Pedagogia/Unisc);

O auxílio ao professor e aos alunos tem maior rendimento escolar dentro da instituição. Em relação aos alunos, boa parte da turma tem grande facilidade de escrita e leitura. Apenas três deles ainda apresentam uma dificuldade de concentração e consequentemente de alfabetização. (Bolsista nº 7 do Pibid/Pedagogia/Unisc);

No decorrer dos encontros, houve mais empenho dos alunos na realização das atividades, a compreensão dos temas propostos e auxílio dos colegas quando alguém não conseguia realizar as atividades. (Bolsista nº 8 do Pibid/Pedagogia/Unisc).

Vale ressaltar também a ideia de romper com alguns paradigmas enraizados nas escolas. Muitas vezes, o bolsista ingressa na escola com muitas ideias inovadoras, acreditando ser possível realizá-las da maneira que planejou. Em alguns casos, pode funcionar, mas, quando se depara com uma realidade totalmente diferente daquela idealizada num primeiro momento, é que vêm as frustrações, como em qualquer outra carreira.

Por outro lado, o bolsista, além de auxiliar o professor na modalidade monitoria (docência assistida) tem a oportunidade de acompanhar a progressão de cada criança, em seu ritmo e tempo individual. (Bolsista nº 1 do Pibid/Pedagogia/Unisc).

Sobre o trabalho conjunto entre o docente e o bolsista, Rausch e Franz (2013) citam que ‘‘o trabalho colaborativo é constituído por pessoas que compartilham decisões, ou ações conjuntas e são responsáveis pela eficácia e qualidade de suas ações.’’

É importante também pensar o trabalho e, após sua realização, avaliar o que poderia ser melhor e quais os possíveis encaminhamentos a partir disso. Matheus, Silva e Biolo reforçam que:

[...] há a necessidade de fazermos uma autorreflexão sobre essas experiências, ora, ao colocar-nos no lugar da criança que não quer dormir, nos lembraremos de quando éramos obrigadas a isto, então, como repetir experiências que não nos fizeram bem? No entanto, tal situação faz parte da nossa história, não podemos abrir a bagagem e desfazer-nos dela, mas podemos correlacioná-la com o saber, com a prática, e com a nossa experiência ao longo da vida, e, escolher não fazer o mesmo. Uma docente um dia nos disse que, “um professor é exatamente aquilo que escolhe ser”. (MATHEUS; SILVA; BIOLO, 2015, p. 4).

Colocar-se no lugar do outro talvez seja um dos grandes desafios dos professores e de todas as pessoas. Em um mundo cada vez mais individualista, até por questões sociais e políticas, pensar o trabalho e avaliar se este é viável para determinada turma é um desafio para educadores e para a escola na atualidade.

Além do desenvolvimento da capacidade de trabalhar em conjunto, é nítida a qualificação da formação dos licenciandos que têm a oportunidade de participar do programa. Ambroseti e outros reforçam que:

A constatação da inadequação da formação dos professores em face das novas demandas colocadas às escolas e professores nas sociedades contemporâneas, bem como os avanços nos estudos sobre os saberes envolvidos no trabalho docente vêm levando ao questionamento dos atuais modelos de formação e à busca de alternativas que contemplem uma formação inicial mais articulada aos espaços de exercício profissional. (AMBROSETTI et al., 2013, p.154).

No final de 2017 e início de 2018, houve notícias nada positivas em relação à manutenção do programa e uma sinalização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/CAPES, que talvez o programa pudesse ser extinto, visto que o edital teria fim em março de 2018. Com isso, para voltar, seria necessária a abertura de um novo edital e todos os outros trâmites para que este continuasse.

Em um período de incertezas, o que temos é que quem participou tem uma bagagem e experiências significativas que levará para as escolas.

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3 CONSIDERAÇÕES

Ao revisar todo o trabalho, o material bibliográfico e as escritas dos bolsistas do Pibid de Pedagogia da Unisc foi possível observar que estes, mesmo com todas as dificuldades que as escolas enfrentam, seja de falta de verbas para manutenção, seja pela falta de materiais importantes, conseguem realizar ótimos trabalhos, contribuindo tanto com a escola em que atuam quanto com sua própria formação.

Alguns relatos mostram que, no início, a chegada de um bolsista pode não ser muito amistosa perante os professores mais antigos, mas que estes, no decorrer do trabalho, também entendem a importância do programa na formação e na qualificação do trabalho, tanto em sala de aula quanto nas questões relacionadas à Gestão Escolar.

Sabemos que a escola é uma instituição que se modificou muito pouco ao longo do tempo. E toda mudança, por menor que seja, traz impactos, tanto para a própria escola e grupo de professores quanto para os alunos. Essas mudanças, às vezes, podem ser vistas como desnecessárias por alguns que pensam a Educação como algo que deve permanecer do mesmo jeito. Toda mudança traz consequências. A escola precisa se adequar aos novos tempos e mudar a sua concepção enquanto espaço escolar e de aprendizagens.

A educação está sempre se transformando e, como ela, precisamos caminhar, sempre na busca de uma maior qualidade, na busca por atender as crianças da melhor forma possível, qualificando suas aprendizagens.

Ser professor vai além dos planos de aula e das atividades que este planeja para este ou aquele dia. Ser professor é mais do que isso. É ser, de fato, alguém que vai contribuir positivamente na vida de uma pessoa, de uma criança, de uma escola, de um lugar e acima de tudo, contribuir para o melhor de si e de uma sociedade.

São essas pequenas grandes mudanças que o programa possibilita para a formação dos novos professores e professoras que sejam pensantes e que pensem em evoluir e buscar novas formas de fazer o que se faz.

Precisamos acreditar que a Educação pode evoluir através das pequenas ações que são realizadas em sala de aula. É preciso acreditar que, ao fazermos parte desse mundo, temos de contribuir para que este seja melhor.

REFERÊNCIAS

AMBROSETTI, Neusa Banhara. et al. Contribuições do PIBID para a formação inicial de professores: o olhar dos estudantes. Educação em Perspectiva, Viçosa, v. 4, n. 1, p. 151-174, jan./jun. 2013. Disponível em: http://www.seer.ufv.br/seer/

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BERGAMASCHI, Maria Aparecida; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. Memoriais escolares e processos de iniciação à docência. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 29, n.

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Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/trabalho_

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MATHEUS, Ana Elisa Duarte; SILVA, Anilde Tombolato Tavares da; BIOLO, Valéria Oliveira de Almeida. PIBID PEDAGOGIA-UEL: Tecendo saberes e práticas à formação docente. In: XVI SEMANA DA EDUCAÇÃO E VI SIMPÓSIO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: DESAFIOS ATUAIS PARA A EDUCAÇÃO, 16., 2015, Londrina. Semana da Educação. Londrina: Uel, 2015. p. 625 – 637;

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