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DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL

METRÓPOLES GLOBAIS ↓

treze metrópoles que podem ser consideras em três níveis distintos: o global, o nacional e o regional. Na posição hierárquica posterior, foram identificados dezesseis centros regionais, 35 centros sub-regionais de nível 1 e, 51 centros sub-regionais de nível 2, conforme representa-se no Quadro 18.

QUADRO 18

Rede Urbana Brasileira – 1999.

METRÓPOLES GLOBAIS

São Paulo e Rio de Janeiro METRÓPOLES NACIONAIS

Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Brasília e Manaus METRÓPOLES REGIONAIS

Campinas, Belém e Goiânia CENTROS REGIONAIS

Florianópolis, Londrina, Campo Grande, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, Vitória, Aracaju, Maceió, João Pessoa, Natal, Teresina, São Luis, Cuiabá, Rio Branco e Porto Velho

CENTROS SUB-REGIONAIS (Nível 1)

Pelotas, Rio Grande, Caxias do Sul, Blumenal, Joinvile, Cascavel, Maringá, Ponta Porã, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Araraquara, São Carlos, Bauru, Limeira, Jundiaí, Sorocaba, Volta Redonda, Barra Mansa, Campos, Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia, Itabuna, Ilhéus, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Petrolina, Caruaru, Juazeiro do Norte, Campina Grande, Anápolis, Palmas, Imperatriz, Macapá

CENTROS SUB-REGIONAIS (Nível 2)

Piracicaba, Montes Claros, Franca, Santarém, Ponta Grossa, Santa Maria, Foz do Iguaçu, Governador Valadares, Mossoró, Ipatinga, Marília, Guarapuava, Arapiraca, Divinópolis, Araçatuba, Nova Friburgo, Sete Lagoas, Jequié, Passo Fundo, Criciúma, Cachoeira do Itapemirim, Marabá, Lages, Caxias, Rondonópolis, Chapecó, Sobral, Teófilo Otoni, Parnaíba, Itajaí, Santa Cruz do Sul, Linhares, Paranaguá, Uruguaiana, Alagoinhas, Poços de Caldas, Bragança Paulista, Araguína, Castanhal, Cabo Frio, Moji-Guaçu, Moji-Mirim, Barreiras, Garanhuns, Rio Verde, Barbacena, Jaú, Catanduva, Botucatu, Guaratinguetá, Aparecida, Ji- Paraná e Itabira.

Elaboração: CLEPS, G. D. G., jan./2005. Fonte: IPEA, 1999.

O quadro mostra que treze cidades classificadas no estudo do IPEA são mineiras (Belo Horizonte – Metrópole Nacional; Juiz de Fora, Uberaba e Uberlândia – Centros Sub-

Regionais de Nível 1; Montes Claros, Governador Valadares, Ipatinga, Divinópolis, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Poços de Caldas, Barbacena e Itabira - Centros Sub-Regionais de Nível 2). Analisando inicialmente a influência espacial exercida pelos centros urbanos, percebe-se a ampla abrangência exercida pela cidade de Uberlândia (“Centro Sub-Regional de Nível 1”) na própria região e em outros estados, através do fluxo de bens e serviços oferecidos.

Esses estudos, mesmo adotando diferentes critérios de classificação das cidades, revelam que, em se tratando da hierarquia urbana brasileira, mesmo mantendo articulações com centros de hierarquia superior como Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba está totalmente inserida na área de influência da metrópole paulista que, de acordo com o estudo apresentado pelo IPEA, é considerada como uma Metrópole Global.

Ao estudar a dinâmica agroindustrial da Região do Triângulo Mineiro, Cleps Jr. (1998) afirma que o estabelecimento de novas dinâmicas regionais leva em consideração os nexos de informação, sobretudo ao serviço das forças econômicas hegemônicas e ao serviço do Estado, sendo este o grande regente das ações definidoras das novas realidades espaciais. Nesse sentido, as segmentações e partições presentes no espaço só podem ser entendidas a partir da análise dos indicadores sociais, econômicos e culturais de um determinado lugar.

No que concerne ao desenvolvimento das atividades econômicas, as cidades médias brasileiras possuem como determinantes a sua condição funcional a qual se associa às atividades industriais, de comércio e de serviços. Por isso, essas cidades passaram a abrigar variadas formas de capitais e a demandar serviços especializados (como os de consultoria, de propaganda, os financeiros entre outros) que incorporam avanços tecnológicos transformando-as em cidades altamente competitivas.

Conforme Sposito (2001, p. 627-628),

[...] não é possível reconhecer o papel intermediário que uma cidade média desempenha sem avaliar as relações que ela estabelece com cidades de porte maior e menor, entre si e com os espaços rurais com os quais mantém uma vida de relações.

Essas interações são garantidas pelos modernos sistemas de engenharia, de transporte e de telecomunicação, pelas novas formas de comercialização, pela utilização da robótica e da automação comercial, pela revolução na engenharia genética, pela

modernização da agricultura, pelas novas relações entre cidade-campo, pelo desenvolvimento das agroindústrias, enfim, pelas mudanças que ocorreram no sistema produtivo mundial. A emergência das cidades médias coincide com a fase de expansão do meio técnico-científico-informacional, cuja espacialidade se expressa pela complexidade da configuração territorial, responsável pela crescente fluidez do território.

Analisando a dinâmica de crescimento populacional das cidades brasileiras de porte médio, Andrade e Serra (2001) afirmam que o número de população entre 50 mil e 500 mil habitantes é o fator que as classifica como tal. Enfatizam ainda o importante papel destas cidades no crescimento e na redistribuição da população nacional, sugerindo um dinamismo populacional que se reflete tanto em termos do aumento numérico dessas cidades, quanto do número de habitantes que nelas residem, em especial de população urbana. Para estes autores, as cidades médias brasileiras distinguem-se pelos índices de crescimento populacional, principalmente os apresentados nas últimas décadas quando o ritmo de crescimento demográfico por elas apresentado foi superior ao observado para o conjunto dos centros urbanos brasileiros.

Minas Gerais é o segundo estado mais populoso do Brasil. Em 2000 possuía, aproximadamente, 18 milhões de habitantes, 10,5% da população do Brasil, distribuídos em 586.648,7 km² (IBGE, 2000). Em termos populacionais, o estado apresentava-se logo após o estado de São Paulo, que tinha perto de 37 milhões de habitantes, ou 21,8% da população brasileira.

Nas duas últimas décadas do século XX, a região Sudeste, que concentra a maior população do país (cerca de 42%), manteve sua participação relativamente estável, enquanto que Minas Gerais, ao contrário, tem presença gradualmente menor desde a década de 1970, pois passa de 12,3%, em 1970, para 10,5%, em 2000. Dentre os estados do Sudeste, o destaque é para São Paulo que aumentou sua participação na população brasileira de 19,1% para 21,8% no mesmo período, enquanto no Rio de Janeiro ela apresentou ligeiramente decrescente, tendo o Espírito Santo participação pouco significativa. (Quadro 19)

Evidenciando o acentuado processo de urbanização do país durante as últimas décadas, Minas Gerais tinha cerca de 14,7 milhões de habitantes urbanos (10,6% do total), em 2000, e apenas 3,2 milhões vivendo nas áreas rurais (10,1%). Em 1980, eram 9 milhões e 4,4 milhões, respectivamente.

QUADRO 19

Brasil: População Total, Urbana e Rural, por Estados da Região Sudeste, 1980/1991/2000.

1980 1991 2000

ESPECIFICAÇÃO TOTAL URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL TOTAL URBANA RURAL

BRASIL 119.002.706 80.436.409 38.566.297 146.825.475 110.990.990 35.834.485 169.799.170 137.953.959 31.845.211 SUDESTE 51.734.125 42.840.081 8.894.044 62.740.401 55.225.983 7.514.418 72.412.411 65.549.194 6.863.217 MINAS GERAIS 13.378.553 8.982.134 4.396.419 15.743.152 11.786.893 3.956.259 17.891.494 14.671.828 3.219.666 ESPÍRITO SANTO 2.023.340 1.293.378 729.962 2.600.618 1.924.588 676.030 3.097.232 2.463.049 634.183 RIO DE JANEIRO 11.291.520 10.368.191 923.329 12.807.706 12.199.641 608.065 14.391.282 13.821.466 569.816 SÃO PAULO 25.040.712 22.196.378 2.844.334 31.588.925 29.314.861 2.274.064 37.032.403 34.592.851 2.439.552

Elaboração: CLEPS, G.D.G., jan./2005.

GRÁFICO 13

Participação dos Estados da Região Sudeste na População Total do Brasil 1970/1980/1991/2000.

Elaboração: CLEPS, G. D. G., jan.2005.

Fonte: Adaptado de: Fundação João Pinheiro, 2003.

IBGE – Censos Demográficos, 1970/1980/1991/2000.

Em 1970, Minas Gerais, assim como o Brasil, era um estado onde a população existente na área rural tinha um peso relativo muito grande, representando quase 50% do total. Naquela década o grau de urbanização do Estado era 52,8%. Nas décadas seguintes, houve um crescimento significativo desse indicador. Em 2000, 82% da população mineira residia em áreas urbanas, percentual bem próximo ao do Brasil, mas ainda bem abaixo de São Paulo (93,4%) e do Rio de Janeiro (96%). Esses números indicam que, potencialmente, as áreas urbanas mineiras poderiam, e ainda poderão, receber um montante significativo de população.

O processo de urbanização que ocorreu no Brasil e em Minas Gerais condicionou comportamento das taxas de crescimento dos segmentos da população urbana e rural. Enquanto a área urbana cresceu a um ritmo elevado, as áreas rurais apresentaram taxas negativas de crescimento. Para Minas Gerais, o crescimento elevado da população urbana arrefeceu-se a partir de 1980, apresentando diminuição das taxas em relação aos períodos anteriores quando se apresentavam em torno de 4% ao ano, estabilizando-se em 2,5% nas duas últimas décadas do século. Esse padrão de queda nas taxas de crescimento urbano repetiu-se para o país e para as grandes regiões, tendendo inclusive a ser mais intenso do que no caso mineiro. Mesmo com a diminuição desse crescimento, o contingente de população residindo em áreas urbanas aumentou, entre 1991 e 2000, em 27 milhões de

pessoas, sendo que na Região Sudeste tal acréscimo foi de 10,3 milhões dos quais 2,9 milhões foi em Minas Gerais. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2003)

Em 1970, em 57% dos municípios mineiros, e, em 60% deles, em 2000, a população não chegava a 10 mil habitantes, enquanto que apenas 1,2%, em 1970, e 2,7%, em 2000, possuíam mais de 100 mil habitantes. Em 1970, evidenciando a concentração populacional em municípios com mais de 100 mil habitantes, 20,6% da população concentrava-se neles. Em 2000 este percentual chegou a mais de 39%. Assim, pode-se aferir que apenas 15,3% da população do estado encontrava-se em 514 municípios com menos de 10 mil habitantes, o que equivale dizer que esta era menor do que a somatória da população das três maiores cidades mineiras – Belo Horizonte, Contagem e Uberlândia – que possuíam, respectivamente, 2.238.526, 538.017 e 501.214 habitantes. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2003)

MAPA 10