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Parte I – Estado da arte

IV. 1 Modelos de dinâmica da ciência

Michel Callon250 apresenta quatro modelos que representam outras tantas dinâmicas da actividade científica. A apresentação das mesmas é incontornável. A definição dos modelos de dinâmicas da ciência faz-se em torno de diferentes pontos, a saber: o tipo de produção científica, os protagonistas e suas competências, a dinâmica subjacente ao desenvolvimento, a obtenção de concordância, as formas de organização social e a forma como é descrita a dinâmica geral da ciência. É sobre estes seis pontos que são identificados modelos e concepções díspares.

Por outro lado, pareceu interessar entrecruzar a apresentação dos modelos de Callon com a localização dos mesmos na matriz Grade-Grupo de Mary Douglas251. O conceito de Grade representa o grau em que os indivíduos estão pessoalmente isolados do resto da sociedade e é relativa ao grau de estruturação dos papéis individuais; o de Grupo representa a fronteira isoladora em torno de um grupo (aqui, a comunidade científica), e traduz o grau de coesão destas unidades. Esta matriz situa as perspectivas dos actores em relação ao seu modo de acção na actividade científica. O modelo de Mary Douglas é um modelo de Análise Cultural. A autora situa os seus quatro modelos distribuídos por duas relações dialécticas, em torno de uma diagonal positiva, que opõe uma lógica de mercado a uma lógica de hierarquia, e uma diagonal negativa, cujos opostos são uma lógica de marginalidade e uma lógica de enclave. A diagonal negativa caracteriza-se por ser mais ideológica que a diagonal positiva, logo, é onde os combates entre exclusão e inclusão no território da ciência se fazem com maior intensidade e convicção. Cada um dos quatro pontos do modelo de Douglas apresenta uma conjugação entre a Grade e o Grupo, já que "A ideia de base consiste em considerar que os processos culturais são categorizáveis a partir de duas dimensões ortogonais, convencionalmente designadas por 'grade' (…) e por 'grupo'"252.

250 1995

251 Jesuíno e Diego, 2002 252 Jesuíno e Diego, 2002, 245

O primeiro modelo apresenta a ciência como conhecimento racional. Centra-se no modo de produção. Esta dinâmica caracteriza-se pelo móbil de demarcação clara e inequívoca do domínio da ciência em relação aos restantes domínios da actividade humana. Este objectivo orienta integralmente a actividade dos cientistas. A produção científica é orientada para a afirmação das conquistas científicas, com recurso a uma metodologia rigorosa, onde assenta a superioridade dessas afirmações. Daí que nesta organização só seja relevante destacar a intervenção daqueles que têm autoridade para proferir as afirmações atrás referidas, os investigadores. A autoridade de que se fala provém das suas competências, sendo que estas foram sujeitas a um rigoroso processo de "purificação"253. Estando este modelo centrado no modo de produção, a sua dinâmica traduz-se na produção constante de novas afirmações, acompanhada do recuo crítico permanente em relação às afirmações proferidas anteriormente. Uma dinâmica marcadamente popperiana, cujo resultado mais expressivo é o trabalho de demarcação aí proposto. Nesta óptica, a comunidade científica encontra-se salvaguardada de "contaminações externas"254. Esta dinâmica é alimentada por uma lógica de recompensas, claramente tipificadas e que são também factor de motivação dos actores reconhecidos. Este modelo sugere que a concordância, o consenso entre investigadores, que são os únicos actores de relevo, se obtenha por confronto em espaços previstos para o efeito. Esta dinâmica traduz um fechamento da comunicação científica em relação aos outros mundos. A organização social é concebida de forma a funcionar como uma estrutura de protecção, de preservação em relação a elementos exteriores à comunidade científica. O espaço público de discussão não se encontra contemplado nesta dinâmica, contrariando a assimilação da ciência à democracia. Assim, a dinâmica geral da ciência, tal como este modelo a exprime consiste em "putting the universe into words is the essential task of scientific knowledge"255. A ciência é desenvolvida em torno de dois diálogos, dos cientistas com a Natureza e posteriormente, entre cientistas. Desta interdependência dialógica surgem as aproximações constantes à verdade, a essência do trabalho científico. Todas as opções, em matéria de conhecimento, são tomadas apenas pela comunidade científica. No modelo 1 encontramos uma forte argumentação de reforço à superioridade científica em detrimento doutras formas de saber e uma organização social mobilizada para acentuar essa demarcação de forma insistente.

253 Callon, 1995, 32 254 Jesuíno, 1996, 171 255 Callon, 1995, 35

Na matriz de Douglas, este modelo situa-se na extremidade da diagonal negativa, traduzindo uma lógica interna de "enclave". Como qualquer enclave, estão bastante acentuadas as fronteiras que devem separar os mundos da ciência e social. Sobrepõe-se uma lógica sectária e traduz-se pelo par Grade -, Grupo +, o que indica a existência de fortes práticas de demarcação em relação ao exterior e também apresenta o cientista com um fraco grau de estruturação do seu papel, subjugado que está a normas rigorosas e a metodologias únicas de trabalho. Sendo a ciência um empreendimento racional, faz-se em estrita obediência aos cânones racionalistas do modelo científico da "ciência normal"256. Neste enclave nota-se uma atitude de referência mais sistemática a regras morais que ditam o funcionamento correcto, na perspectiva desse modelo normativo. O ethos mertoniano traduz esse modelo normativo. Mesmo quando a acção não se pauta rigorosamente por estes quatro cânones, funcionam de certa forma como normas implícitas já que os comportamentos considerados desviantes são-no em relação a estas normas. Estas normas são aprendidas no processo de socialização, de enculturação do jovem cientista, pelo que se espera que este as venha a reproduzir na sua conduta quotidiana. Estas normas funcionam como um sistema de demarcação257.

O modelo 2 entende a ciência enquanto espaço de competição. A dinâmica impressa por esta competição é motor do desenvolvimento da investigação científica. Tal como no primeiro modelo, os protagonistas da dinâmica da ciência são exclusivamente os investigadores, e é entre estes que se dá a competição. A actividade científica depende da interacção entre investigadores já que a competição entre pares funciona como mecanismo de legitimação do saber científico. Este difunde-se essencialmente através de publicações científicas, que por sua vez conhecem uma circulação restrita, interna à comunidade científica. A publicação de resultados nestas publicações é o critério essencial para validar a presença e pertença do cientista na ciência. Também neste modelo, o trabalho de demarcação se revela de extrema importância, sendo mais um modelo caracterizado por um fechamento em relação aos públicos leigos. A abertura que se encontra neste é parcial e restringe-se à discussão entre membros da comunidade científica. Comparativamente, este modelo já contempla algumas trocas com o exterior, mas apenas se estas não vierem alterar um equilíbrio interno. A dinâmica geral da ciência caracteriza-se assim por um movimento crescente em matéria de aquisição de novos conhecimentos, em que o consenso obtido entre pares

256 Jesuíno e Diego, 2002 257 Gieryn, 1995

é o motor que permite esse crescimento. Ao mesmo tempo, essa dinâmica é preservada pela manutenção de fronteiras que as instituições científicas se encarregam de preservar. Aliás, a viabilidade da actividade científica assenta na rigorosa separação entre a organização social interna, cujo funcionamento é orientado pela competição entre pares, e a organização social externa, claramente distinta da anterior. Se esta segunda é contemplada é porque é no exterior que são escoados os produtos da actividade dos cientistas. A dualidade das formas organizacionais é central neste modelo e fundamental para a compreensão da dinâmica que imprime.

Na matriz de Douglas, este modelo situa-se na diagonal positiva e corresponde à lógica de funcionamento de mercado. É um modelo individualista, marcado pela competição e pela livre circulação de pessoas e ideias. Daí que se traduza no par Grade - Grupo -. A dimensão grupal é fraca na medida em que os cientistas estão mais preocupados com estratégias de visibilidade, do que mobilizados na afirmação dos valores mertonianos. A actividade do cientista é essencialmente isolada, num contexto de uma sociedade aberta, onde ocorre a livre circulação de pessoas e ideias e por onde são escoados os produtos da ciência.

O terceiro modelo entende a ciência como prática sociocultural, logo interessa aqui perceber a dinâmica da ciência no contexto em que esta se dá, com a valorização das competências tácitas como elemento essencial na produção do conhecimento. Esta competência é o produto de um trabalho de enculturação, daí a ciência ser uma prática sociocultural. A competência tácita não representa o saber codificado que os anteriores modelos apresentavam, mas a inclusão de outras formas de saber adquiridas no quadro de vivências quotidianas, competências geralmente excluídas da esfera de produção da comunidade científica. Neste modelo, o saber não está circunscrito à mera transmissão de informações. Também neste modelo, e ao contemplar o contexto onde se dá a ciência, é forçoso reconhecer protagonistas para além dos investigadores. Com o terceiro modelo, a dinâmica da ciência abre-se ao exterior, reconhecendo que a comunidade científica é influenciada por grupos externos. "The border between insiders and outsiders fluctuates and is negotiable. But what is analytically important is to explore the mechanisms by which constraints, demands, and interests outside the circle of researchers influence scientific knowledge"258. O saber científico é permeável a elementos externos, que não resultam necessariamente do trabalho de produção

científica tipificada. Remete para o conceito de "paradigma" de Kuhn ao colocar a hipótese onde a comunidade científica é um grupo social, estruturado como rede social, cuja dinâmica "depend on the strategies of relationship building followed by their members, and each transformation of the social network implies a cultural transformation"259. Para que se dê a interacção aqui subjacente, há que pressupor a existência de uma moldura cultural comum àqueles que se inserem na esfera da actividade científica. Resulta daqui que a ciência é uma prática social como qualquer outra e que o saber que produz é impulsionado por dois grandes interesses: o da previsão, manipulação e controlo, por um lado e por outro, um interesse na racionalização e na persuasão. Como prática social que é, também o consenso é uma actividade natural que se estabelece entre actores sociais, dependente da relação de forças, particularmente daquelas que se situam fora da esfera da actividade da comunidade científica. Como qualquer relação social, a noção de confiança como cimento é fundamental. Este modelo reconhece que as fronteiras da ciência são fruto de uma negociação, pelo que, mais do que se preocupar com a organização social da actividade científica preocupa-se com as regras de funcionamento de uma coabitação com os grupos externos. Sendo as competências tácitas centrais neste modelo também o é o processo de aprendizagem (enculturação) subjacente. Ao envolver a ciência numa teia de relações sociais, sabe-se que a progressão do conhecimento não é linear e que sobretudo se encontra fortemente associada a interesses mais ou menos difusos. "Knowledge is marked by the conditions of its production"260. Neste entendimento, a transmissão de informação vem sempre associada à ideia de uma transformação e adaptação a circunstâncias locais. Essa transformação e adaptação é criativa, com perdas e adições, pelo que "Science create 'a genuinely historical process'"261.

O terceiro modelo situa-se na outra extremidade da diagonal negativa, a que Douglas denominou de marginalidade. A ciência é entendida, como dissemos, como uma prática social, introduzindo a dessacralização da actividade científica. Este modelo é traduzido pelo par Grade +, Grupo -. Obviamente que aqui a dimensão grupal não é contemplada já que a marginalidade é por exclusão ou por vontade própria, e os cientistas encontram-se fortemente isolados. Jesuíno262 apresenta esta categoria como

259 Callon, 1995, 45 260 Callon, 1995, 49

261 Pickering, 1990 cf. Callon, 1995, 49 262 1996

residual. A ciência é entendida enquanto alternância paradigmática263, numa referência a Kuhn que faz uma análise da dimensão social dos conteúdos científicos, contextualizando-os em circunstâncias históricas, económicas, sociais e políticas264.

Por fim, o modelo 4 entende a ciência como uma tradução alargada (“extended translation” ou “traduction élargie”). A ideia de cadeia de tradução "describes the series of displacements and equivalences necessary to produce a particular type of statement"265. Este modelo vai recuperar alguns aspectos já descritos no primeiro e terceiro modelos: o principal objectivo da actividade científica é a produção de afirmações (tal como no modelo 1) e as competências tácitas representam um capital central (tal como no modelo 3). É do cruzamento destes dois elementos que surge a ideia de tradução, a qual faz apelo à combinação de elementos heterogéneos, traduzidos em afirmações escritas que recorrem a competências diversas por parte dos investigadores, “a general process called translation, during which the identity of actors, the possibility of interaction and the margins of manoeuvre are negotiated and delimited”266. A ciência é vista como um longo trabalho de escrita, de "inscrição"267. "Science is a vast enterprise of writing, but to move from an inscription to a statement, and from one statement to another, requires embodied skills and/or technical devices”268. Há uma constante interacção entre os diferentes elementos da cadeia. A noção de tradução extensa vem reformular o contexto onde se dá a ciência e os conteúdos que são produzidos. Quando Latour fala de uma rede de tradução, está a propor que o contexto de produção de significados científicos se faça da complexa interacção de inscrições, dispositivo técnico e actores humanos (de dentro e de fora da comunidade científica). A este propósito, Star propõe a noção de re-representação, pois toda a tradução é também a representação de algo: "Statements do not talk of an outside reality; they are simply one location point in a long and teeming network"269.

Neste modelo, a noção de actante substitui a de protagonista, reforçando a ideia que é a acção que define o papel desempenhado. É actante toda a entidade habilitada a agir. A atribuição de "actante" pode ser dada por uma afirmação, por um artefacto técnico ou por um ser humano, sendo o conceito de "actante" suficientemente flexível

263 Jesuíno e Diego, 2002 264 Jesuíno, 1996

265 Callon, 1995, 50 266 Callon, 1986

267 Latour, 1989 ; Latour e Woolgar, 1986 268 Callon, 1995, 51

para abarcar qualquer elemento cuja acção intervenha na produção científica. Por outro lado, a acção de qualquer actante não pode ser descontextualizada, já que resulta da interacção com o seu meio envolvente. Este modelo permite estudar a ciência enquanto laboratório onde se presenciam elos sociais no decurso do seu próprio processo de elaboração.

Naturalmente que a dinâmica do desenvolvimento científico se caracteriza por uma definição alargada, para abarcar a totalidade dos actantes. Cada actante, pela sua acção, pode transformar o curso da cadeia de tradução. A acção do actante é o processo de inscrição deste na cadeia de tradução. Toda a acção é neste modelo uma tradução. Mas cada tradução é em si uma traição e a ciência não foge a esta situação. Razão pela qual, a ciência se caracteriza por uma incerteza intrínseca e nunca resolvida. Aqui, ao invés de concordância, fala-se antes de alinhamento ou dispersão de redes de tradução. "The translation network and the heterogeneity of its components (technical devices, statements, inscriptions, embodied skills, social groups outside laboratories) explain the robustness of arguments"270. O centrar da dinâmica nas redes de tradução imprime um carácter local (versus universal) à ciência, "So the universality of science lies in the extension and the extent of these networks”271. Enquanto organização social, a sua forma pode ser vista de duas perspectivas, interna ou abrangendo a interacção entre redes de tradução, numa visão mais ampla. A noção de socionatureza (socionature) explana o motivo pelo qual a noção de actante veio alterar e retirar sentido à tradicional separação entre natureza e sociedade: "If one still wants to talk of nature and society, it is better to say that translation networks weave a socionature, an in-between that is inhabited by actants whose competence and identities vary along the translations transforming them. Both passive beings and genuine actors are found there, but the dividing line is not laid down"272. Para compreender a dinâmica geral da ciência neste modelo, há que supor a existência de uma tensão entre acção local e mudança global, ao nível das redes. Essa tensão resulta naturalmente das redes de tradução serem palco de inúmeras interacções significativas. A história da ciência resulta de forma evidente da gestão destas tensões. Dois elementos são particularmente importantes para manter um certo grau de diversidade, necessário à vitalidade das redes: o facto de certos actores encorajarem a proliferação de redes de tradução e a existência de objectos mediadores

270 Callon, 1995, 56 271 Callon, 1995, 57 272 Callon, 1995, 58

(ou boundary objects) que permitem a coexistência pacífica entre redes, servindo de elo entre as diferentes redes.

Este modelo corresponde a uma das extremidades da diagonal positiva da matriz de Douglas. Aqui, os aspectos centrais giram em torno das redes sociais da ciência e do conceito de actor-rede de Callon e Latour, daí traduzir-se pelo par Grade +, Grupo +. "Para estes autores a ciência não é um espaço fechado, antes implica múltiplas interacções com diversos membros da sociedade tais como organismos públicos, empresas, organismos financeiros, centros industriais, bem como cientistas doutras áreas. Um projecto científico implica com frequência a formação de tais redes complexas"273. Internamente, funciona um sistema de hierarquias, que implica coordenação entre os vários actantes, e não uma lógica individualista (como na extremidade oposta). Externamente, a ciência institucional (que este modelo descreve) abre os cientistas a outras 'cidades'274.

O conceito de actor-rede275 insere-se numa perspectiva antropológica da actividade científica, sendo esta última entendida como “one social arena in which knowledge is constructed”276. A preocupação desta teoria é a de estudar as redes sociotécnicas que, por sua vez, se preocupam com o enfoque da ciência “en train de se faire”, dando a sua atenção à actividade de investigação científica277. Este processo de construção social “draws attention to the process by which scientists make sense of their observation”278. Este processo é, como se depreende, tanto social como técnico, daí que os cientistas se encontrem no núcleo onde se dá este processo e estão, por essa razão, numa posição de destacada centralidade quando ocorrem controvérsias científico- tecnológicas. Para que haja actividade científica, o cientista precisa de organizar um procedimento que é, por defeito incerto e caótico, até arriscado279, feito de avanços e recuos. Para funcionar ou para fazer ciência, o cientista deve interagir com uma panóplia de instrumentos. Note-se que, para a teoria do Actor-rede, os instrumentos a que nos referimos (desde tubos de ensaio a bolsas de estudo) são actores não-humanos e humanos, seguindo um princípio de simetria. Por sua vez, o lugar onde se dá este processo de construção social do facto científico é o laboratório, que é também o local 273 Jesuíno, 1996, 182 274 Jesuíno e Diego, 2002 275 Latour e Woolgar, 1986 276 Latour e Woolgar, 1986, 30 277 Latour, 2001 278 Latour e Woolgar, 1986, 32 279 Latour, 2001

onde se constituem as redes sociotécnicas e onde aquilo que se observa e estuda toma um sentido. “The analysis of science is a wonderful laboratory. It is a place where one may study social links in the making”280. No entanto, não é apenas no laboratório que se dá o processo de construção social do fenómeno científico mas, através de um extenso processo de traduções múltiplas que ocorrem no corpo social, que é o espaço de acolhimento do laboratório. É através deste encadeamento que se obtém a validação do conhecimento produzido em laboratório. Daí que Callon281 defina este processo como resultante do entrelaçar da investigação “confinada” (ao laboratório) com a investigação “ao ar livre” (que se dá pelo e no corpo social).