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CAPíTULO 2. O FENÓMENO TURÍSTICO: DESENVOLVIMENTO E

2.4. Do planeamento ao desenvolvimento competitivo e sustentável dos destinos

2.4.4. Modelos teóricos do desenvolvimento turístico

No contexto do desenvolvimento sustentável do turismo, o modelo do ciclo de vida do destino revela-se importante para perceber de que forma o mesmo se comporta nas suas dinâmicas internas perante o fenómeno turístico e, em particular, relativamente aos seus impactos na qualidade de vida dos residentes e na forma como estes o percecionam.

De entre as explicações teóricas em diversas áreas, a literatura apresenta várias teorias no âmbito do ciclo de desenvolvimento turístico (Butler, 1980; Christaller, 1963; Doxey, 1975; Gilbert, 1989; Smith e Eadington, 1992) que, como acima se disse, são geralmente baseadas no conceito de capacidade de carga34 (Long et al., 1990; Madrigal, 1993). A premissa base de todas elas assenta no facto do turismo provocar alterações nos territórios onde se desenvolve, com consequências que se vão acentuando, ao longo desse período de desenvolvimento. Em simultâneo, surgem alterações no tipo de turistas que procuram o destino, assim como nas perceções e atitudes dos residentes face ao

fenómeno e ainda nas ações dos poderes públicos e privados, como agentes de desenvolvimento.

A revisão da literatura na área do desenvolvimento turístico permite identificar a existência de vários modelos explicativos do desenvolvimento dos destinos, de entre os quais se destaca o modelo de Butler (1980), um dos modelos mais referenciados e aplicados no estudo do turismo. Este modelo adequa-se ao tipo de análise que se pretende no presente estudo, pelo que é objeto de detalhe, sem contudo deixar de referir alguns outros modelos teóricos relevantes que permitem compreender melhor o fenómeno.

O modelo do ciclo de vida do destino (TALC – Tourism Area Life Cycle) de Butler (1980), aplicável, como a sua designação indica, à análise do ciclo de vida dos destinos, baseia-se em várias ideias propostas anteriormente por diversos autores em diferentes áreas (Christaller, 1963, Cohen, 1972, Getz, 1992, Gilbert, 1989, Plog, 1977) e configura-se como a curva do ciclo de vida do produto, utilizada fundamentalmente nas áreas da economia e do marketing, como forma de descrever o comportamento do mercado para bens e serviços. Butler (2011: 33) define TALC como:

A process describing how a destination starts off slowly with visitor numbers limited by the facilities and access. As the destination attracts more visitors, amenities are improved, and visitor numbers grow rapidly towards and sometimes beyond the carrying capacity of the destination.

O modelo do ciclo de vida de Butler (1980) tem constituído uma ferramenta de análise importante desde a sua criação e integra-se no paradigma da perspetiva difusionista de desenvolvimento, uma vez que assenta no efeito de polarização, isto é, o processo de desenvolvimento turístico inicia-se num determinado ponto e a partir deste difunde-se para áreas mais abrangentes. O turismo começa por ser encarado nos anos 60 como um instrumento poderoso de desenvolvimento de regiões periféricas devido ao seu efeito multiplicador, sendo o seu desenvolvimento entendido como ocorrendo por etapas e difundido do centro para a periferia.

A utilização deste modelo ajuda a entender as vantagens, as vicissitudes, os desafios e as oportunidades do destino, no seu percurso de desenvolvimento. Segundo

Harrison, 1995) citado por Weaver (1998: 217), há um reconhecimento da utilidade do modelo como o “tipo- ideal”,35

possível de confrontar com a vida real e assim prever desvios.

Butler (1980) defende que existe uma relação direta entre o número de turistas e a evolução da área turística ao longo do tempo. O autor propõe uma metodologia de análise da evolução do turismo num determinado território através da identificação de cinco etapas36: (i) exploração; (ii) envolvimento; (iii) desenvolvimento; (iv) consolidação; (v) estagnação. A partir do estádio da estagnação vários cenários se podem apresentar ao destino turístico: o rejuvenescimento, a continuação do estádio de estagnação e o declínio.

A figura 2. representa graficamente o modelo proposto por Butler (1980). No eixo das ordenadas encontramos o número de turistas e no eixo das abcissas o tempo. O aumento em ambos os eixos significa uma redução geral da qualidade do destino e da sua atratividade. A curva ilustra o desenvolvimento de uma área destino, identificando os quatro estádios propostos e as três possibilidades de desenvolvimento após a estagnação.

Figura 2.4 – Modelo do Butler

Fonte: Butler (2011)

35 “Tipo-ideal” é um conceito atribuído a Max Weber, que o entende como um instrumento de análise sociológica que permite ao

No primeiro estádio de desenvolvimento de um destino, a fase da exploração ou

introdução, como muitas vezes é também designada, os destinos caracterizam-se por

ter pouca procura turística. Nesta fase, os turistas que chegam ao lugar, para além de serem em número reduzido, são normalmente aventureiros e atraídos pelas características naturais do local. Esta fase do ciclo de vida corresponde, no modelo de Christaller (1963),37 ao turismo que pode ser caracterizado pela presença de visitantes não locais atraídos para a área pelo seu caráter único e diferente, principalmente em termos naturais.

Estes turistas, que são pelos residentes recebidos mais como hóspedes do que como clientes (Sharpley, 1994), são os que Plog (2002) designa por alocêntricos; procuram ambientes diferentes dos que conhecem e culturas distintas das suas. São indivíduos aventureiros, autoconfiantes e com facilidade de tomar decisões em situações imprevistas e com algum poder económico. Cohen (1979) designa o tipo de turista característico desta fase de desenvolvimento, como explorador. Estes turistas são aqueles que organizam as suas próprias viagens e fogem dos padrões de comportamento típico. São os turistas que Smith (1989) denomina de off-beat. Trata-se de indivíduos que anseiam por locais pouco ou nada explorados e conhecidos, buscam o autêntico em locais que ainda não possuem uma indústria turística estruturada e, por isso, Cohen (1979), ao caracterizá-los em função da presença ou não da indústria turística, designa- os por não institucionalizados. Para o presente estudo faz todo o sentido considerar também este tipo de turistas associados a certas zonas do concelho de Loulé que possuem pouco ou nenhum desenvolvimento turístico e são por isso procuradas por turistas com características coincidentes com as definidas pelos autores.

A indústria turística ainda não está implementada nesta fase e os acessos ao destino e no destino são difíceis, não só devido à ausência de rede de transportes estruturada, como pela falta de infraestruturas específicas de apoio ao turista. A este propósito Butler (1980) refere que o crescimento pode variar conforme o destino e as

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Christaller (1963) apresenta um modelo explicativo de desenvolvimento do turismo, assente no paradigma difusionista. Segundo o autor, o desenvolvimento é inevitável e ocorre por estádios, do centro para a periferia. Outros autores defendem também este princípio, tais como Miossec (1977), Thurot (1973) e Butler (1980). Para Christaller o impulso de desenvolvimento decorre das áreas mais desenvolvidas para as menos desenvolvidas e acredita que o turismo é um setor de atividade capaz de constituir um pólo de crescimento, dada a sua capacidade para atrair turistas. No entanto alguns autores vêm posteriormente questionar se efetivamente o turismo tem esta capacidade de agente de difusão uma vez que a realidade constatada mostra que os grandes centros são aqueles que mais turismo apresentam e não o contrário.

circunstâncias concretas de desenvolvimento da atividade e Haywood (1988) adverte que este estádio se prolonga geralmente por vários anos.

Alguns autores afirmam que se trata de uma fase em que o contacto dos turistas com a população é maior mas, no entanto, uma vez que o número de turistas é reduzido, existem poucos impactos na comunidade (Weaver, 2006).

A fase de envolvimento é caracterizada pelo facto de os turistas chegarem com maior regularidade e começarem a existir picos de procura devido, segundo (Weaver, 2006), ao surgimento dos primeiros pacotes de férias, promovidos por operadores turísticos, o que origina um aumento sazonal da procura turística. Os empresários locais e a população residente começam a identificar o turismo como uma oportunidade de negócio e de desenvolvimento da economia local Weaver (2000). Assim, o investimento tende a crescer e criam-se infraestruturas de apoio ao turismo que propiciam o aumento da procura. Segundo Cooper (1994) e Reid e Bojanic (2006), nesta fase há um envolvimento marcante da comunidade residente que começa a empreender, muitas vezes através de pequenas iniciativas familiares (por exemplo a oferta de serviços de alojamento aos turistas, ou a venda de artesanato). A comunidade percebe que a atividade pode trazer benefícios para as suas vidas e para o território e procura relacionar-se de forma harmoniosa com os turistas (Sharpley, 1994). Trata-se de uma fase em que a indústria turística se implementa lentamente e na qual predomina o caráter informal da atividade. O aumento da procura exerce pressão sobre o setor público, no sentido de criar infraestruturas de apoio ao desenvolvimento do destino e promover o investimento privado (Cooper, 1994, Reid e Bojanic, 2006).

A fase de desenvolvimento ou crescimento reflete uma área turística mais definida. Diminui rapidamente o envolvimento da comunidade e o controle do desenvolvimento turístico por empresas locais, para dar lugar, como Butler (1980) refere, à presença de investidores estrangeiros (muitas vezes grandes grupos económicos, nomeadamente ao nível do alojamento e dos operadores turísticos). O número de turistas aumenta rapidamente, em muitos casos igualando ou excedendo, na época alta, a população local (Haywood, 1988), como é o caso da região estudada nesta

investigação, o concelho de Loulé. Esta fase é emblemática dos anos 70/80 no Algarve e no concelho de Loulé.

Nos destinos começam a verificar-se alterações na estrutura económica, nas práticas sociais, nos elementos culturais e no ambiente. Ocorrem por exemplo modificações ao nível da paisagem, os próprios residentes começam, como Toh et al. (2001) referem, a manifestar interesse por viajar.

Nesta fase, segundo Butler (2006), o destino assume características internacionais e, por isso, mais próximas da cultura dos visitantes dos que dos visitados. É frequente encontrar destinos que, nesta fase, cometem erros urbanísticos e de ordenamento do território e que se tornam demasiado dependentes da atividade turística, de alguns operadores turísticos e ainda de alguns mercados emissores. Esta situação é particularmente importante para a investigação em curso, uma vez que se reconhece como característica de algumas zonas do concelho de Loulé, tal como ocorre também noutras zonas do Algarve e também em Espanha.

A proximidade que existia inicialmente entre residentes e turistas tende a modificar-se (Weaver, 2006). Sharpley (1994:175) realça, a propósito desta fase que “(...) local residents become increasingly marginalized as tourism becomes dominated by external interests.”

Trata-se de uma fase em que os impactos do desenvolvimento turístico são evidentes, nomeadamente os negativos, pelo que o setor do turismo e o setor público começam a perceber a necessidade de encontrar estratégias para solucionar, resolver e evitar problemas.

Os turistas que procuram o destino, nesta fase de crescimento, são os que Plog (1977), designa como sendo mediocêntricos (indivíduos que se situam numa posição intermédia relativamente às tipologias de psicocêntricos e alocêntricos). Estes turistas procuram destinos de alguma forma já conhecidos e que estão a perder o interesse por parte dos alocêntricos. Nestes destinos, a indústria turística já está implementada e isso confere as condições necessárias para que os mediocêntricos se interessem e sintam

bem no destino. Para Cohen (1972,1982), estes turistas são designados por turistas de massas individuais e Smith e Krannich (1998) identifica-os como sendo os turistas de massas (turistas que apreciam a presença da indústria turística, que têm gosto por viajar e que procuram locais conhecidos e referenciados por amigos e familiares, de preferência não muito caros).

Na fase de consolidação, Butler (1980) refere que se regista uma desaceleração das taxas de crescimento. Segundo Haywood (1988), neste estádio de desenvolvimento, a taxa de crescimento do turismo já não é positiva. A capacidade da oferta, em algumas áreas (por exemplo no ambiente e em termos sociais), já terá sido excedida e o destino, estando estabelecido, deixou de estar na moda. As atrações naturais e culturais tradicionais foram provavelmente substituídas por outras artificiais e há uma grande incidência de visitantes e turistas de repetição. O destino encontra-se extremamente dependente do turismo e tende a ser associado ao turismo de massas, o que também contribui para a diminuição da procura (Butler, 1980, Butler e Butler, 2007, Cooper, 1994).

Neste momento, o visitante-tipo é o identificado por Cohen (1979) como “turista de massas organizado” que corresponde, ao que Plog (2001) designa por “psicocêntricos”, sendo aquele que procura destinos conhecidos, familiares, com infraestruturas bem conhecidas. Para estes turistas, o facto de o destino ser muito conhecido confere-lhes tranquilidade, uma vez que são pessoas ansiosas e com medos associados à prática turística.

Os problemas originados pelo turismo tornam-se não só evidentes mas crescentes, do ponto de vista económico, social, ambiental e cultural, o que conduz a um desinteresse também por parte dos investidores internacionais.

Os residentes locais passam a ter muito menos contacto com os turistas, mesmo os que têm os seus próprios negócios na área, uma vez que os turistas se concentram maioritariamente na principal zona turística e muitas vezes dentro dos resorts. No caso do concelho de Loulé, esta fase verifica-se a partir do final dos anos 80, início dos anos

A fase de estagnação é aquela em que a capacidade de carga do destino foi atingida ou mesmo ultrapassada e os problemas associados ao desenvolvimento turístico, já identificados na fase anterior se acentuam. Como a procura decresce, os equipamentos turísticos ficam obsoletos e deterioram-se, há a tendência da indústria começar a concorrer pelo preço para atrair mais turistas e compensar as quebras verificadas. Nesta fase novos turistas não se sentem atraídos pelo destino (Sharpley, 1994) e, segundo Butler (1980) , tende a haver uma perda de identidade da região e a massificação dos serviços. A década de 90 e o início dos anos 2000 foram, para o caso do Algarve, caracterizados pela tendência para a estagnação.

A partir desta fase o destino pode enfrentar, segundo Butler (1980), três situações:  Declínio – o destino vai progressivamente enfraquecendo e a sua

competitividade diminui. Deixa de ser apelativo e é procurado quase exclusivamente para fins de semana ou viagens de curta duração, sendo escolhido fundamentalmente com base no preço.

Na fase de declínio, como o próprio nome indica, a área turística não é capaz de competir com novas atrações noutros destinos, que entretanto vão surgindo, e começa a declinar. A rotatividade da posse das propriedades é grande. Como Sharpley (1994) refere, os equipamentos turísticos são reconvertidos, podendo os hotéis ser utilizados, por exemplo, como condomínios ou como locais de convalescença. As atrações turísticas desaparecem à medida que as áreas se tornam menos atrativas, podendo estas perder completamente a sua vocação turística. Contudo, nesta fase, o envolvimento local tende a crescer, uma vez que os empresários locais conseguem aceder mais facilmente a determinado tipo de infraestruturas a preços bem mais reduzidos, e o destino tende a diversificar a oferta acrescentando-lhe algum valor.

 Continuar na fase de estagnação - Nesta situação o destino procura manter a posição que ocupa no mercado turístico, embora sem crescer. Procuram-se estratégias que façam os turistas habituais continuar a vir para o destino.

 Rejuvenescimento – esta solução é conseguida quando há possibilidade de uma estratégia concertada e um planeamento conjunto e realista entre as partes

envolvidas – setor público, setor privado e terceiro setor. Normalmente implica o reposicionamento do destino, a reformulações na oferta de acordo com a nova realidade e em função dos segmentos turísticos a atrair para o destino. É frequente a introdução de novos produtos turísticos e a renovação da imagem do destino.

Tal como ocorre com todos os modelos teóricos também o modelo de Butler está sujeito a críticas. As principais críticas que são apresentadas ao modelo de Butler dizem respeito:

 À sua dificuldade de aplicação como modelo de previsão;

 À sua aplicação restrita na medida em que analisa o destino como um único produto quando na realidade este compreende em si mesmo vários produtos;  Ao facto de omitir a escala de destinos turísticos (local, regional, nacional);  À não previsão da possibilidade de diversos ciclos de evolução.

Getz (1992), citado por (Sharpley, 1994), refere, a propósito da aplicação do modelo de Butler ao estudo do turismo nas Cataratas do Niagara, que os estádios de consolidação e de estagnação, declínio e rejuvenescimento não são separáveis e facilmente identificáveis, tratando-se de um processo perpétuo ou seja, os responsáveis pelo desenvolvimento dos destinos turísticos têm continuamente que responder a alterações na procura e a outros problemas que os destinos enfrentam e estes encontram- se num estado de maturidade. Getz afirma, por isso, que a maturidade, para muitos destinos, será uma condição permanente.

Outro modelo com bastante interesse para o estudo do desenvolvimento turístico dos lugares é o proposto por Lewis e Green (1988), baseado no seu estudo efetuado em comunidades rurais norte-americanas. O autor identifica quatro estádios de desenvolvimento do destino mas realça a importância da existência de estádios transitórios de intervenção:

1. Evolução – correspondente ao estádio inicial do desenvolvimento do destino, sem planeamento ou publicidade e em que o destino cresce naturalmente pela procura turística e se baseia nos serviços de origem local.

Transição n.º 1 – início da criação de infraestruturas turísticas, negócios e organizações do setor.

2. Formação – corresponde ao estádio em que as infraestruturas turísticas, negócios e organizações do setor já estão em funcionamento e começa-se a pensar no planeamento turístico.

Transição n.º 2 – Iniciam-se os eventos turísticos, constroem-se o oferecem-se atrações, começam a existir programas de marketing para o local.

3. Desenvolvimento – o terceiro estádio de desenvolvimento é marcado pelo estabelecimento de eventos e atrações especiais, aumenta a promoção dos negócios individuais, eventos e do próprio destino. Começam a surgir conflitos.

Transições n.º 3 – começam a existir taxas turísticas, aumenta a necessidade de coordenação entre os fornecedores turísticos e a forma como se oferece o destino. 4. Centralização – estádio final de desenvolvimento. Estabelecimento de convenções e

comités de visitantes; implementação de taxas turísticas, coordenação do planeamento turístico, promoção e publicidade ao destino a nível local, regional e nacional.

Lewis e Green (1988) afirma que a habilidade dos residentes locais para aumentar o seu controle sobre o processo de desenvolvimento turístico, aliada ao seu desejo de controlar esse mesmo desenvolvimento, são as principais características deste modelo que permitem diferenciá-lo dos modelos de Butler (1980) e de Doxey (1975). No entanto, há que realçar que este controle por parte dos residentes, verificado no estudo de Lewis, se pode dever ao facto de dizer respeito a pequenas comunidades rurais e com um desenvolvimento turístico limitado onde a indústria turística não está presente de forma muito determinante.

O destino turístico Algarve possui vários níveis de desenvolvimento turístico nas suas diferentes zonas e o concelho de Loulé é exemplo disso pelo que se torna interessante verificar em que medida as perceções e atitudes dos residentes neste território correspondem aos previstos nos modelos de desenvolvimento turístico enunciados, nomeadamente os de Butler, de Doxey e de Lewis.

Na tabela 2.3 apresenta-se uma síntese dos principais contributos teóricos considerados importantes para esta investigação, no que respeita ao entendimento da

evolução de um lugar enquanto destino turístico, nas suas diversas fases, e da forma como turistas e residentes coabitam nos lugares destino.

Tabela 2.3 – Propostas de vários autores

Destino Turistas Residentes

Gilbert (1989) Butler (1980) Cohen (1972) Plog (1977) Smith 1989 Cohen (1979)

1976? Doxey (1975) ou1976 Ap&Crompton Descoberta Exploração Nã o ins ti tuciona li za dos Sem destino

Alocêntrico Explorador Existencial Euforia “Abraçam o

turismo”

Envolvimento Explorador Elite Experimental

OffBeat Experiencial Apatia

Turistas invulgares

Crescimento Desenvolvimento Mid-Cêntrico Massas

principiantes

Diversão Irritação Toleram o

turismo Ins ti tuciona li za dos Turista de massas individual

Maturidade Consolidação Psicocêntrico Massas Recreação Antagonismo Ajustam o seu

comportamento Rejeitam o turismo fogem do local) Estagnação Declínio - Pós-estagnação - Rejuvenescimento - Declínio Turista de massas organizado Massas (charter) ---- ----

Fonte: Elaboração Própria

Síntese conclusiva

Neste capítulo destacam-se algumas questões importantes para a definição e estudo do turismo, identificando aquelas que mais contribuem para o presente estudo. Apresentam-se de forma resumida os principais autores e teorias nas áreas do desenvolvimento dos destinos turísticos e da sustentabilidade, aspetos relevantes para os estudos em turismo e que permitem a análise em particular do objeto do presente estudo.

CAPíTULO 3. OS RESIDENTES FACE AO