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Para a presente semana de intervenção, pretendo continuar a refletir em momentos distintos, embora de um modo ligeiramente diferente. Continuarei a refletir mais enfaticamente sobre as principais aprendizagens adquiridas, o contributo da avaliação/reflexão para a formação da minha prática profissional e também pessoal, sobre mudanças feitas até então e seus contributos, e ainda mudanças a fazer, em virtude de melhorar a minha prestação. Volto a refletir sobre esses aspetos pois sinto essa necessidade, uma vez que são aspetos do dia a dia de cada prática e que por vezes, nem sempre são bem conseguidos, daí os ter definido como principais objetivos a atingir.

Para tal, iniciarei a presente reflexão de um modo mais geral, salientado ideias pertinentes de diferentes autores, relatando e refletindo sobre momentos da prática; já a segunda parte é de cariz mais pessoal, onde relatarei episódios vivenciados nesta semana, o que senti após refletir sobre a minha intervenção, onde levanto questões, procuro responder às mesmas, refletindo.

Começo por evidenciar a importância de me assumir como responsável perante uma turma: apesar de estar ainda no papel de estagiária, começo a sentir cada vez mais a necessidade de impor regras e rotinas, não deixando os alunos ultrapassarem os limites. Sei que nem sempre é fácil me fazer ouvir, tendo a necessidade de falar mais alto do que os alunos. Contudo, verifico que nem sempre essa estratégia resulta pois, muitas vezes, leva os alunos a falarem ainda mais alto do que eu ou, simplesmente, ignorarem-me. Tem de haver uma mudança relativamente à minha postura, pois observo que os alunos consideram-me não como professora mas sim enquanto alguém com quem podem “brincar” um pouco, testando-me variadas vezes e nas mais diversas situações. Este é um dos principais aspetos que quero conseguir melhorar mas, ao olhar para trás e recuar até ao início desta experiência em 1.º ciclo e ao estar ciente de que já passou mais de metade desta caminhada, revejo que estes aspetos do controlo e gestão da turma ainda não foram conseguidos. Neste sentido, o meu maior receio é não conseguir nunca atingir esse meu objetivo que, na realidade, não é mais do que uma dificuldade sentida. Terei de continuar, e tendo consciência disso, de questionar-me se as estratégias que tenho utilizado serão as mais indicadas e que outras terei de adaptar para obter o sucesso.

No que concerne ao desenvolvimento das atividades propostas pelo grupo de Prática Pedagógica, reconheço que tenhamos feito sempre o mesmo percurso, não fazendo desvios notoriamente visíveis no que se refere a tarefas diversificadas. É neste ponto que Arends (1995) defende que a tomada de decisão por parte do professor é vital para o ensino, pois tendo em conta todos os papéis que o professor terá de assumir, tal como tenho vindo a referir em reflexões anteriores, o ser criativo e dinâmico tendo em vista as aprendizagens significativas dos alunos e a sus própria aprendizagem, são um dos muitos papéis do professor. Neste sentido, constato que a criatividade e a dinamização de atividades seja um aspeto a ser melhorado; apesar de o facto de não poder correr como o esperado ser um obstáculo que se faz notar, sem nunca o vivenciar e experimentar nunca saberei os resultados que poderão advir. Nesta linha de pensamento, Hargreaves, Earl e Ryal (2001) afirmam que os alunos “necessitam de vivenciar e de ter acesso a um maior número de estratégias emergentes de ensino e de aprendizagem” (p.174). Inerente aos papéis do professor e indo ao encontro do que salientei anteriormente, Gomes, Fernandes, Cavacas, Gonçalves, Gonçalves, Ribeiro, Caneças e Grilo (1991) referem que é fulcral ter em conta dois importantes fatores: a sequência lógica das aulas e uma flexibilidade que permita ir ao encontro dos interesses dos alunos e o fazer reajustamentos. Ainda incindindo no papel do professor, tendo sempre em conta o anteriormente referido, um dos fatores principais a nunca esquecer é ter a diferenciação pedagógica sempre presente, uma vez que não há alunos iguais. Neste sentido, “educar para a diferença é, pois, educar de forma realista, para a aceitação e para o respeito pelas diferenças individuais” (Sá, 2001, p.8), e esta tem sido, sem dúvida, uma preocupação tida bastante em conta pelo grupo de trabalho, apesar de, por vezes, nem sempre se consiga atender a todos os alunos como o esperado. Esta diferenciação do ensino faz todo o sentido, uma vez que os conhecimentos apropriados pelos alunos são mais observáveis; estando em conformidade com Perrenoud (1997), a diferenciação leva à aquisição de aprendizagens significativas, uma vez que os alunos estão a desenvolver tarefas que conseguem realizá-las com sucesso e isso leva à motivação da sua parte e, igualmente, por minha parte. Ainda no que diz respeito à diferenciação pedagógica, Novak (2000) afirma que esta permite que o aluno relacione “novas informações com as ideias que já conhece” (p.19), contribuindo para o desenvolvimento de competências e aquisição de aprendizagens significativas. Já Ferreira (2011) defende que “o professor ensina, desde que consiga que as propostas de aprendizagem (…) adquiram dimensão significativa” (p.20).

Já no que diz respeito às mudanças que me cabem, terei de ter em atenção as possíveis mudanças que me levam a melhorar, a desafiar e a modificar a minha maneira de pensar, de modo a que, como assume Cardoso (2001), ter uma atitude mais aberta perante a mudança e ter uma maior iniciativa e participação

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no processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, terei de refletir antes, durante e depois de toda a intervenção, uma vez que a avaliação é um processo dinâmico e contínuo.

Tendo a primeira parte da reflexão semanal incidido a nível mais geral e teórico, pretenderei agora debruçar-me na minha prestação durante esta semana de Prática Pedagógica, onde considero que tenha havido mudanças visíveis, talvez por ter dois objetivos bem definidos: os mesmos centravam-se na gestão do grupo, na diferenciação pedagógica e na planificação/sequência das atividades diárias e semanais. Neste sentido, uma das principais mudanças visíveis que considero ser notória, residiu no facto de a planificação diária ser alterada, com o consentimento da professora cooperante, no que se refere à distribuição das atividades a realizar durante o período letivo: exemplificando, o tempo dedicado à expressão musical foi alterado para o primeiro período da manhã, contrariamente ao que até então era concretizado; considero que tenha sido uma opção que só tem trazido vantagem, (embora essas mudanças ainda sejam num curto espaço de tempo, pois só há uma semana é que fizemos a referida alteração), em que os resultados são surpreendentes. Incidindo nas principais mudanças e contributos desta alteração, observo que os alunos estão totalmente empenhados na realização deste projeto, que tem vindo a dar imensos frutos: reconheço que a motivação é um fator determinante para a aquisição das aprendizagens e, subjacente a ela, vêm a concentração, empenho, postura, atitudes, envolvimento e vontade de aprender, não só da parte dos alunos mas igualmente da minha parte. O facto de os alunos mostrarem todos os aspetos anteriormente evidenciados, leva ao prazer de eu lhes proporcionar atividades lúdicas e significativas, pois reconheço que estão predispostos a aprender. Pelos alunos, acabo por me sentir cada vez mais segura, em virtude de o meu envolvimento ser mais evidente, o que faz com que me desprenda e me sinta mais confiante, circulando e acompanhando sempre o trabalho que os alunos vão desenvolvendo. Com esta mudança interiorizei que não poderemos estar a desenvolver as mesmas atividades sempre no mesmo período de tempo, a fim de não tornar as atividades rotinizadas. É importante diversificar, experienciar novos métodos, novas estratégias, pois só assim será possível tirar conclusões e confrontar os diferentes resultados.

Outra mudança que considero que tenho tido em conta e que seja visível durante as minhas intervenções, diz respeito à preocupação de tornar todos os alunos participativos, estimulando os que são mais reservados; para tal, fui dando a palavra a esses alunos (desde participação oral de troca de ideias, leitura em voz alta, resolução de exercícios no quadro, …), a fim de os ir tornando mais participativos e ativos no processo de ensino-aprendizagem. É importante estimular estes alunos para que eles tenham as mesmas oportunidades, bem como ganharem mais confiança e segurança em si próprios para participar.

Apesar das mudanças visíveis, ainda continuam aspetos por mudar: um deles, refere-se ao desenvolvimento de concentração e de escuta por parte dos alunos, pois eles dispersam-se com muita facilidade, o que acaba por ser bastante perturbador. Terei de continuar à procura de estratégias que ajudem e permitam melhorar este aspeto, estando em constante processo de avaliação e reflexão.

Referências bibliográficas

Arends, R. (1995). Aprender a ensinar. Lisboa: Editora McGraw-Hill.

Cardoso, A. (2001). A receptividade dos professores à inovação pedagógica: influência de variáveis do professor e do contexto escolar. In Faculdade de Psicologia de Ciências da Educação. (2001). Revista portuguesa de pedagogia, ano 35 – 3. Coimbra: Universidade de Coimbra.

Ferreira, S. (2011). O professor reflexivo e a implementação da aprendizagem cooperativa no 1.º Ciclo do Ensino Básico: Estudo de Caso. Relatório de Mestrado. Leiria: Instituto Politécnico de Leiria.

Gomes, A,; Fernandes, A.; Cavacas, F.; Gonçalves, J.; Gonçalves, M.; Ribeiro, M.; Canelas, M. & Grilo, M. (1991). Guia do professor de língua portuguesa- 1 vol, 1.º nível. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Hargreaves, A.; Earl, L. & Ryan, J. (2001). Educação para a mudança: reinventar a escolar para os jovens adolescentes. Porto: Porto Editora.

Novak, J. (2000). Aprender criar e utilizar o conhecimento. Lisboa: Edições Plátano. Perrenoud, P. (1997). Construir as competências desde a escola. São Paulo: Artmed editora. Sá, L. (2001). Pedagogia diferenciada – uma forma de aprender a aprender. Porto: Edições Asa.

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Anexo XXII: Décima primeira reflexão semanal em contexto de 1.º Ciclo do

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