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Nesta semana de intervenção pretendo continuar a refletir sobre a avaliação e a minha ação, incidindo nas aprendizagens e dificuldades sentidas.

Relativamente ao parâmetro da avaliação e debruçando-me sobre a atividade do relato do fim de semana, o grupo de trabalho decidiu levar novamente fantoches, tal como na semana anterior. Como nessa semana consideramos que o grupo estava atento, decidimos continuar a levá-los. Porém, desta vez, as crianças mantiveram-se bastante dispersas. Perante esta situação, refletimos e considerámos que para a próxima semana de intervenção não devêssemos levar os fantoches, servindo assim como uma punição por elas não nos respeitarem nem aos colegas. Com isto, é importante que a criança reflita que “quando comunicamos tratamos de partilhar uma informação, uma ideia ou uma atitude” (Schramn, 1970, p.123); para tal, é preciso dar tempo às crianças para refletirem sobre os seus atos e, consoante a sua postura e atitudes, o grupo decidirá se voltará ou não a levar os fantoches. No que diz respeito à avaliação da temática de S. Martinho, relativamente à atividade da ordenação das imagens da lenda, as crianças ordenaram-nas corretamente, dizendo aspetos evidenciados na mesma, recontando-a e entreajudando-se no grupo. Na realização das máscaras, verifiquei que nalgumas crianças que anteriormente tinham mais dificuldade no recorte, houve evolução nessa motricidade: ao estar próxima delas e apoiando-as, questionavam-me constantemente se estavam a fazer o trabalho corretamente. Considero que esta interação tenha contribuído para a correta execução da atividade por parte das crianças, pois senti que estavam mais seguras no que estavam a fazer.

Após este momento, reconheço como é importante estar presente no acompanhamento do trabalho das crianças, para que elas efetuem a atividade mais corretamente e mais motivadas, uma vez que se sentem apoiadas, e para que desenvolvam as competências pré-estabelecidas. Na atividade de as crianças formarem o cartaz de S. Martinho, regra geral, conseguiram associar facilmente as imagens ao excerto lido. Nos grupos em que havia discrepância no que se refere às opiniões dos elementos do mesmo, tive a preocupação de as questionar e pedir para justificarem o porquê das suas ideias. Aí foram proporcionados momentos de discussão e troca de ideias entre as crianças,que, “para além de contribuir para desenvolver a capacidade de comunicação dos alunos, permite-lhes muitas vezes aprofundar a compreensão de conceitos, negociar significados e reformular raciocínios incorretos” (Martins & Pontes, 2010, p.16), mas sempre dirigidas por mim. Verifiquei que nos momentos proporcionados, as crianças ajudavam e explicavam às mais novas a associação entre a imagem e o excerto.

Ao longo destas semanas trabalhei com as crianças organizadas de diferentes modos, havendo mais trabalho diferenciando: houve momentos de acompanhamento individualizado, pequenos grupos e grande grupo: de acordo com Martins e Pontes (2010), “as formas de organização do trabalho dos alunos devem variar, sucedendo-se as oportunidades para trabalho autónomo, interacção no seio de pequenos grupos e discussões colectivas com a moderação do professor” (p.17). Particularmente nesta semana, ao trabalhar com pequenos grupos, aprendi e reconheço que se trabalha muito melhor com grupos mais pequenos, tanto para melhorar a gestão de grupo e o acompanhamento do trabalho das crianças, bem como para a aquisição das aprendizagens por parte das mesmas. Sinto que deixei de estar tão presa ao cumprimento das planificações, essencialmente ao que se refere ao cumprimento dos horários, passando dar mais valor ao processo do trabalho do que apenas ao produto; tal como defendia Hoffmann (2003, citado por Castanheira & Ceroni, 2007), a avaliação efetiva vai ocorrer durante o processo, nas relações dinâmicas de sala de aula. Sinto que já me soltei mais, deixando as coisas acontecerem espontaneamente.

Assim sendo, e por as crianças destas idades dependerem muito dos adultos, julgo ser fundamental acompanhar o seu processo de toda a aprendizagem; já Zabalza (1998) afirmava, ao referir-se a crianças desta faixa etária anos, que se trata de crianças “que custam muito a concentrar a sua atenção nas suas atividades, prestar atenção às instruções, manter-se dentro de processos minimamente prolongados, aceitar as regras básicas da convivência” (p.26). Mas tudo isto possibilita para a aprendizagem: algumas crianças, principalmente as mais novas, desistem facilmente das atividades, não querendo continuar e por isso, exigem mais atenção por parte do adulto, querendo e sendo sempre necessária, a supervisão.

Ainda nesta semana de atuação, houve, uma vez mais, a preocupação de dar voz às crianças para decidirem o que fazer sobre a temática trabalhada: para além de tornar as crianças mais ativas, participativas e entusiasmadas no que estão a fazer, estão ainda a “aprender com sentido e prazer” o que “está associado à compreensão mais clara daquilo que é ensinado”. (PCN – Artes, citado por Coleto, 2010, p.146); mas, ao mesmo tempo, é fundamental planear e proporcionar atividades e momentos nos quais “o trabalho esteja orientado para o desenvolvimento daquelas competências específicas que constam na proposta curricular” (Zabalza, 1998, p.50), não nos podendo limitar a realizar apenas o que as crianças idealizam e nos sugerem. Outra preocupação tida pelo grupo foi o facto de terem sido explorados sempre as terminologias corretas/científicas dos conteúdos explorados. Sabe-se que as crianças nem sempre vão usar esses conceitos no seu dia a dia, mas assim ficam familiarizadas com os conceitos, não

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criando então, conceções alternativas, “deixando de lado as origens desses conceitos preexistentes” (Silva, sd, p.1), assimilando e conhecendo os significados corretos. Tive sempre em atenção e o cuidado de explicar às crianças, as atividades que iriamos realizar e qual a sua finalidade: “seja qual for o tipo de tarefa, é fundamental que o professor dê indicações claras sobre o que espera do trabalho dos alunos e os apoie na sua realização” (Martins & Pontes, 2010, p.16).

Relativamente ao trabalho de investigação de recolha e organização de dados, é pertinente salientar “o papel da matemática, na estruturação do pensamento, as suas funções na vida corrente e a sua importância para aprendizagens futura” (Caldeira, 2009, p.3307) pois poderão facilitar o desenvolvimento de capacidades, atitudes e aptidões na criança, na área da matemática. Deste modo, é fundamental começar esse trabalho desde cedo para que as crianças tenham as bases necessárias para o desenvolvimento matemático.

Uma outra dificuldade sentida durante esta semana reporta-se à gestão do grupo de crianças e à sua perda de atenção facilmente: é preciso ter em conta que “a estratégia de discussão deve envolver a promoção da interacção de grupo de modo a manter as crianças mentalmente activas naquilo que deve ser aprendido” (Cardona, Nogueira, Vieira, Uva & Tavares, 2010, p.75); reconheço que a minha postura e estratégias para reter a atenção do grupo e não o perder é ainda um aspeto a melhorar ao longo da prática.

Com tudo o que foi referido anteriormente e independentemente de quem estiver a intervir, reforço que aprendo bastante, mesmo com os erros, sendo eu ou não a aluna atuante. Terei de me continuar a rever na minha ação para fazer sempre melhor, verificando se “os objetivos pretendidos foram atingidos ou se é necessário fazer alguma correção” (Martins & Pontes, 2010, p.16). Apesar dos erros cometidos e de ainda ter muito a aprender, esta foi mais uma semana de empenho e dedicação a todo o trabalho desenvolvido e saliento, uma vez mais, que continuo e continuarei sempre a aprender.

Referências bibliográficas:

Caldeira, M. (2009). A importância dos materiais para uma aprendizagem significativa da

matemática. Disponível em:

http://www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/congreso/Xcongreso/pdfs/t7/t7c244.pdf. Acedido a 30.10.2011.

Cardona, M.; Nogueira, C.; Vieira, C.; Uva, M. & Tavares, T. (2010). Guião de educação género e cidadania pré-escolar. Lisboa: Comissão para a cidadania e igualdade de género.

Castanheira, A. & Ceroni, M. (2007). Reflexões sobre o processo de avaliar docente contribuindo com sua formação.. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 40772007000400009&lang=pt. Acedido a 09.11.2011.

Coleto, D. (2010). A importância da arte para a formação da criança. Disponível em http://www.conteudo.org.br/index.php/conteudo/article/viewFile/35/34. Acedido a 23.10.2011.

Martins, M. & Pontes, J. (2010). Organização e tratamento de dados. Lisboa: Ministério da Educação – Direcção geral de inovação e de desenvolvimento curricular.

Schramn, W. (1970). Comunicação de massa e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Bloch Editores. Silva, A. (s.d.) Concepções alternativas dos conhecimentos científicos: elementos para a determinação de sua gênese. Universidade Salgado de Oliveira.

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