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Para esta semana de intervenção, defini enquanto referentes, as minhas dificuldades sentidas ao longo deste percurso de Prática Pedagógica em 1.º Ciclo, as aprendizagens adquiridas e as principais mudanças a fazer para melhorar a minha prestação. Para sustentar as minhas ideias irei descrever sucintamente alguns relatos de episódios vivenciados em sala de aula durante as minhas intervenções, e apoiar-me-ei em fundamentos de autores de referência.

No que concerne ao primeiro parâmetro que pretendo refletir, desde o início deste caminhada que um dos meus principais receios recai no facto de não acreditar nas minhas capacidades no que diz respeito à gestão do grupo. E, de facto, essa tem sido uma dificuldade visível, semana após semana de atuação. Sinto que a turma tende a testar-me cada vez mais, averiguando até onde eu os deixo ir. Considero ainda que haja a necessidade de relembrar e impor regras, uma vez que os alunos começam a querer quebrá-las e não poderei deixar que isso aconteça; caso contrário, os alunos vão querer ir sempre mais além, chegando o momento de não haver regras incutidas. É fulcral que a turma compreenda que terá de haver respeito e cumprimento de regras para um melhor funcionamento do ambiente educativo, controlo e gestão de comportamentos em sala de aula, cabendo-me mostrar que consigo “criar um ambiente de aprendizagem ordeiro e lidar com o comportamento dos alunos” (Arends, 1995, p.186). A criação desse ambiente torna-se importante uma vez que, e concordando com Sá (2001) o professor terá de estar atento às diversas situações que ocorrem em sala de aula, pois a disciplina e a gestão correta poderão ajudar os alunos a ultrapassar obstáculos, vencer bloqueios e proceder à autocorreção.

Assim sendo, para além dos receios e dificuldades que tenho vindo a referir e refletir nas reflexões semanais, não me tenho debruçado muito nesta dificuldade anteriormente nomeada nas reflexões semanais escritas, dando mais ênfase a esta dificuldade nas reflexões semanais orais. Reconheço que a minha gestão do grupo não seja a mais adequada, embora inicie por circular pelos lugares dos alunos, mas, rapidamente, dou por mim a ir para a secretária, rodeada de alunos para corrigir as suas resoluções.

Ainda nas várias reflexões individuais, tenho salientado o facto de a turma apresentar heterogeneidade e, para tal, reconheço que devido a este fator, não tenho conseguido responder a todos os alunos, uma vez que os alunos que apresentam menores dificuldades dirigem-se a mim mais frequente e rapidamente do que outros. Deste modo, reconheço que tenha de agir e melhorar em virtude de haver uma “necessidade de ordenar a prática educativa” (Vilar, 1993, p.5), de acordo com o que é planificado, com o que decorre, e com o que efetivamente ocorreu.

No que concerne às mudanças que terei de efetuar para melhorar a minha prática, sinto que, e falando no grupo de Prática Pedagógica, estamos a explorar e trabalhar os conteúdos de uma forma rotineira e que, sem dúvida, será importante mudar essa atitude e postura. Porém, penso que haja um certo receio de atuar pedagogicamente de um modo diferente, talvez pelo receio de errar, de não conseguir atingir os objetivos definidos previamente. Neste sentido, é essencial ter um vasto leque de conhecimentos adquiridos e estratégias delineadas, a fim de ser possível desenvolver e integrar atividades de forma a promover a aprendizagem dos alunos (National Council of Teachers of Mathematics, 1994). Já aconteceu para um mesmo conteúdo, eu ter enveredado por duas estratégias diferentes; não considero que tenha sido uma desvantagem ou um erro, uma vez que, só assim poderei conhecer melhor a turma e os alunos individualmente, tanto no que diz respeito às suas dificuldades e capacidades, mas também aos seus gostos, interesses e motivações. Assim sendo, não me arrependo de ter experimentado os dois modos diferentes de apresentação e exploração, pois só vivenciando é que podemos saber qual é o melhor método que funciona com o grupo. E se errar, é com os erros que vou refletindo, aprendendo e conhecendo. Aqui o que é importante ter em conta é o que defendem Hargreaves, Earl e Ryan (2001): ter um conjunto de estratégias de ensino de modo a que sejam desafiantes e relevantes para todos os alunos, atendendo aos “seus interesses, necessidades, saberes, experiências e dificuldades” (Cadima, Gregório, Pires, Ortega & Horta, 1998, p.13). Neste sentido, e nas ideias de Hargreaves, Earl e Ryan (2001) a mobilização do nosso conhecimento, pensamento e autoavaliação encontram-se no centro da aprendizagem, ou seja, é com eles que aprendemos e temos isso em conta para mudar para melhorar, isto porque, são colocadas questões reflexivas e permite alargar o conhecimento e estar em busca do pretendido.

Para concluir este parâmetro, tenho de lançar o desafio a mim própria de não ter medo de mudar, de diversificar estratégias, de modo a contribuir para a minha formação pessoal e profissional, bem como para o desenvolvimento dos alunos, em virtude de o processo de ensino-aprendizagem não se tornar rotineiro.

Deste modo, e como não poderia deixar de ser, semana após semana de intervenção, dia após dia, estou a aprender em diferentes domínios, moldando o que até então tem sido feito: estou a aprender a planificar, a aprender a implementar, a aprender a conhecer, a aprender a refletir, tudo isto para aprender a

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mudar para melhorar! Como tenho vindo a evidenciar em reflexões anteriores, vários aspetos têm tido sido em conta para melhorar a minha prática, bem como a do grupo de Prática Pedagógica; tal como evidencia Ponte (1998), é necessário refletir na ação, mas também é imprescindível após essa reflexão, equacionar e resolver problemas da prática profissional, com vista a aprender, corrigir, mudar e melhorar. Para tal, não poderei centrar-me só em mim, mas igualmente nos alunos, não esquecendo a importância das “situações interessantes e pertinentes, que levam em conta a idade e o nível dos alunos, o tempo disponível e as competências a serem desenvolvidas” (Perrenoud,1999, p. 61). Isto porque, o professor na visão do aluno, assume-se como um modelo ideal e, para tal, é necessário que o professor dê o seu melhor: o professor ao mostrar segurança e confiante, transmite-o aos alunos e assim, estes poderão sentir-se igualmente seguros, motivados, e aprender significativamente.

Para terminar, e sintetizando as mudanças a adotar referidas anteriormente, apoio-me nas ideias de Scheerens (2004), onde terei de proporcionar um ambiente disciplinado e seguro, ter em conta a utilização eficaz do tempo, promover a possibilidade de aprendizagem e qualidade de ensino, e adotar estratégias orientadas para os resultados, de modo a que funcionem e produzam efeitos na aprendizagem, constituindo igualmente, elementos bases para a ação e reflexão.

Tudo o referido anteriormente, e sendo tido em conta, contribuirá decerto, para o sucesso dos alunos.

Referências bibliográficas

Arends, R. (1995). Aprender a ensinar. Lisboa: editora McGraw-Hill.

Cadima, A.; Gregório, C.; Pires, T.; Ortega, C. & Horta, N. (1998). Diferenciação pedagógica no ensino básico – alguns itinerários. Lisboa: Instituo de inovação educacional.

Hargreaves, A.; Earl, L. & Ryan, J. (2001). Educação para a mudança: reinventar a escolar para os jovens adolescentes. Porto: Porto Editora.

National Council of Teachers of Mathematics. (1994). Normas profissionais para o ensino da matemática. Lisboa: Associação de Professores de Matemática e Instituto de Inovação Educacional.

Perrenoud, P. (1999). Construir as competências desde a escola. São Paulo: Editora artes médicas sul. Ponte, J. (1998). Da formação ao desenvolvimento profissional. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/artigos-por-temas.htm. Acedido a 17.12.2011.

Sá, L. (2001). Pedagogia diferenciada – uma forma de aprender a aprender. Porto: Edições Asa. Scheerens, J. (2004). Melhorar a eficácia das escolas. Porto: Edições Asa.

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Anexo XXI: Nona reflexão semanal em contexto de 1.º Ciclo do Ensino

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