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Nos termos do Enunciado n 653 da Súmula desta Corte, nos

No documento 176rdj093 (páginas 67-80)

Tribunal de Justiça do Distrito Federal

LHEIRO ESCOLHA MEMBROS DA PROCURADORIA DA

1. Nos termos do Enunciado n 653 da Súmula desta Corte, nos

Tribunais de Contas estaduais, compostos por sete Conselhei- ros, três deles serão escolhidos pelo Governador do Estado, cabendo-lhe indicar um entre auditores e outro entre membros do Ministério Público Especial, o terceiro sendo da sua livre

escolha. Os demais são escolhidos pela Assembleia Legislativa. 2. Quanto aos dois primeiros, apenas os auditores e membros

do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas podem figurar entre os possíveis Conselheiros.

3. Pedido de declaração de inconstitucionalidade julgado proce- dente” (ADI nº 397, Relator: Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, DJ de 09/12/2005, pág. 4 - realcei).

Assentadas tais premissas, e tendo presente que a vaga existente no TCDF deve ser necessariamente destinada a representante do Ministério Público, revela-se essencial, para efeito de resolução de uma das controvérsias que emerge do presente agravo regimental, examinar se neste caso aplica-se o final do inc. IV do § 1º do art. 73 da Carta Constitucional, ou seja, a exigência de tempo em “efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior”.

Destarte, tratando-se de vaga destinada, como ficou inconteste, ao Ministério Público junto à Corte de Contas, o candidato só pode participar da lista se contar com 10 (dez) anos de exercício na tão citada e relevante função, senão vejamos.

Com efeito, conforme consignado na decisão ora hostilizada, a Lei Orgânica do Distrito Federal, em perfeita simetria com a Constituição Federal, dispõe, a respeito da composição do Tribunal de Contas do Distrito Federal, que os Conselheiros serão nomeados entre brasileiros que satisfaçam determinados requisitos, dentre os quais se encontra a exigência de exercício da função por mais de dez anos, nos termos do art. 82, § 1º, inc. IV.

Transcrevo, para melhor compreensão, a íntegra do dispositivo em comento,

verbis:

“Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, integrado por

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de pessoal e jurisdição em todo o território do Distrito Federal, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96 da Constituição Federal.

§ 1º Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados entre bra-

sileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

III - notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati-

vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no item anterior.

§ 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal

serão escolhidos:

I - três pelo Governador do Distrito Federal, com a aprovação da Câmara Legislativa, sendo um de livre escolha, e dois alter-

nadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal,

segundo critério de antigüidade e merecimento; II - quatro pela Câmara Legislativa” (negritei).

Da leitura do texto constitucional local, infere-se que o Constituinte determinou, expressamente, que todas as pessoas nomeadas para composição

do Tribunal de Contas satisfaçam exigências de ordem etária, moral, intelectual e

temporal, porquanto estabeleceu que o candidato deve ter idade entre a mínima e a máxima, idoneidade moral e reputação ilibada, notáveis conhecimentos e, por fim, tempo mínimo de exercício de função ou atividade.

Antes de mais nada, portanto, o Constituinte estabeleceu condições sine

qua non para nomeação de pessoas para o cargo de Conselheiro da Corte de Contas.

Vale frisar, todos os indicados devem, necessariamente, preencher tais requisitos, ainda que ocupem vaga de livre nomeação pelo Chefe do Poder Executivo local ou pela Câmara Legislativa do DF.

Ex positis, forçoso concluir que a escolha dos Conselheiros conforme

a proporção fixada no parágrafo segundo do artigo 82 da LODF não implica, em nenhum momento, prescindir dos requisitos anteriores, pois esta conclusão acarretaria incoerência até mesmo para com a técnica legislativa utilizada, segundo a qual os parágrafos e incisos submetem-se ao caput, bem como os parágrafos subsequentes aos anteriores.

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Nesse sentido, inclusive, é digno de transcrição o pronunciamento do Ministro Néri da Silveira no julgamento do Recurso Extraordinário nº 179.461-5, que versou sobre escolha de auditor para ocupar vaga de Conselheiro no TCDF, verbis:

“Cargo isolado o de Ministro do Tribunal de Contas da União, seu provimento dá-se de forma originária por via de nomeação, e, em nenhum caso, de forma derivada, mediante promoção.

Enumeram-se no § 1º do referido art. 73 da Constituição os requisitos a serem preenchidos para a nomeação dos Ministros da Corte de Contas da União ... omissis...

Desde que preencham os requisitos constantes do § 1º do art. 73 da Lei Magna suso referidos, dois termos dos membros do Tribunal de Contas da União são de livre escolha pelo Congresso Nacional. ... omissis... um terço dos integrantes da Corte mencionada será escolhido pelo Presidente da República

... omissis... bastante atenda aos requisitos do § 1º do art. 73, e dois outros que além de satisfazerem a esses mesmos requisitos

deverão pertencer, conforme exigência constitucional, a uma das duas áreas de recrutamento: ou ao quadro de auditores da Corte, ou ao Ministério Público junto ao Tribunal” (STF,

Tribunal Pleno, DJ de 22/03/1996, pág. 8204 - realcei).

Na esteira da premissa de que as exigências para ocupação do Cargo de Conselheiro são aplicáveis a todos os candidatos, indistintamente, impõe-se o registro de que o Texto Constitucional Local, ao estabelecer a condição objetiva de “mais

de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os

conhecimentos mencionados no item anterior”, significou que todos devem possuir mais de dez anos de exercício de função, sendo este comando aplicável ao caso dos

auditores e membros do Ministério Público, já que é a função que dá acesso ao cargo de Conselheiro, ante a vinculação da vaga, conforme já delineado, assim como

de efetiva atividade profissional para os candidatos livremente nomeados pelo Chefe do Executivo Local e pela Câmara Legislativa, para os quais é relevante demonstrar, por meio de experiência profissional comprovada, os notáveis conhecimentos exigidos para a ocupação do Cargo de Conselheiro do TCDF, porquanto não se encontram vinculados à proporção constitucionalmente estabelecida, ou seja, não têm acesso à Corte de Contas mediante vaga atribuída a carreira específica.

Ante tais fundamentos, a exegese do art. 82, § 1º, da Lei Orgânica do Distrito Federal proposta pelo agravante, no sentido de que bastaria alcançar o tempo exigido pela Lei Orgânica no serviço público ou em funções que denotem

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os conhecimentos notáveis exigidos, conforme interpretação gramatical sugerida,

carece de embasamento e fere o escopo constitucional da representatividade na

composição das Cortes de Contas, pois, se assim fosse, ao candidato à vaga vinculada,

ainda que mínimo o tempo exercido na função de auditor ou de membro do Ministério Público junto ao TCDF, seria franqueado o acesso à Corte de Contas, em flagrante desobediência às determinações constitucionais sobre a matéria.

Assim, o argumento declinado pelo agravante, no sentido de possuir mais de vinte e cinco anos de serviço público nas áreas de conhecimento delineadas no texto constitucional local, não lhe socorre o intento, tampouco tem o condão de afastar a plausibilidade do direito líquido e certo da impetrante, ao menos na análise perfunctória que o momento enseja, de suspensão dos efeitos da lista tríplice elaborada pelo TCDF, porquanto a exigência constitucional é de mais de dez anos na carreira do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas que dá acesso à vaga, não sendo demais registrar, por fim, que o tempo exercido em funções anteriores não podem ser somados ao de sua atuação no Ministério Público de Contas.

Ademais, não é por outro fundamento que, mesmo sendo a lista tríplice ora questionada formada com base no critério de merecimento, e não da antiguidade, não há falar-se em dispensa do critério objetivo temporal, determinado pela Lei Orgânica do Distrito Federal, pois, como já sobejamente analisado, o prazo mínimo de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos notáveis do art. 82, § 1º, inc. III, da Carta Local é condição para ocupação do cargo de Conselheiro do TCDF por qualquer classe de indicados.

Nesse particular, segundo o critério de antiguidade, a lista elaborada pelo órgão próprio do Ministério Público de Contas deve, obrigatoriamente, fazer constar os mais antigos membros daquela Instituição, o mesmo não se dando, contudo, quanto ao de merecimento, em que integrantes novatos na carreira podem, após votação levada a efeito interna corporis, integrar a lista, em detrimento dos mais antigos.

Todavia, é evidente que, diante dos fundamentos ora esposados, tal critério não elide, de nenhuma forma, a exigência constitucional de mais de dez anos no

exercício da função que dá acesso à vaga no Tribunal de Contas, sob pena de se

considerar que o critério merecimento se sobrepõe à própria ordem constitucional vigente.

Ex vi desses fundamentos, mesmo em caso de formação de lista pelo

critério do merecimento, deve ser observado o requisito objetivo de exercício de mais de dez anos pelo auditor ou membro do Ministério Público que concorre à vaga de Conselheiro.

Por fim, o agravante declina diversos nomes de integrantes do Tribunal de Contas da União e de diversos Estados e do Distrito Federal que neles ingressaram sem contar com dez anos na carreira, visando a embasar sua tese.

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Contudo, é mister ressaltar que a análise da nomeação de tais pessoas extrapola os limites subjetivos delineados na presente lide, não cumprindo ao Magistrado proferir juízo de valor a respeito da legalidade e lisura dos atos praticados, sobretudo quando os próprios interessados não provocaram a atuação Estatal, tal como ocorreu no presente caso.

Forte nestas razões, NEGO PROVIMENTO ao agravo regimental. É como voto.

Des. Romão C. Oliveira (Vogal) - Eminente Presidente, a regra de

nomeação de membro do Tribunal de Contas do Distrito Federal emana da Constituição Federal. As regras da LO, neste particular, hão de ser regras de repetição. Por outro lado, o entendimento que se atribui ao inciso IV do art. 73 da Carta Política há de ser lido em consonância com regra em sentido inverso, assentada no art. 94 do mesmo diploma legal. Com efeito, enquanto o art. 73, inciso IV, estabelece que é exigência ter mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional, exige conhecimento mencionado no inciso anterior, a regra assentada no art. 94, veremos, é um pouco diversa. Aqui, Senhor Presidente, o constituinte estabeleceu regra única para prover todos os cargos de Conselheiro do Tribunal de Contas da União, e, no caso, como já disse, aplicável aos membros do Tribunal de Contas do Distrito Federal. A regra do inciso IV há de ser observada para qualquer candidato; qualquer candidato terá de ter dez anos de atividade profissional, independentemente da origem, sejam os cargos vinculados, sejam aqueles destinados à Câmara Legislativa, ou aqueles de livre nomeação do Governador.

Este é o ponto básico: todos estão tratados igualitariamente. Quando a Constituição Federal tratou do provimento de cargo de Conselheiro destinado a membro do Ministério Público especial ou a auditor, já não fez mais exigência alguma como o faz no art. 94. Ali, sim, ficou assentado:

“Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira (...).”

Esta que é a diferença: aqui, fala-se em “carreira”. Importa é que ele tenha entrado como promotor substituto, seja promotor de justiça ou procurador, se for o caso, para chegar a membro do Tribunal; lá, fala-se em “função”, genericamente. Lá, não é a carreira. E, diga-se de passagem, o membro do Ministério Público especial, na verdade, não tem apenas uma função. O que a Constituição está atribuindo é que quem tem função em ambiente capaz de gerar aquele conhecimento previsto no

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inciso III do art. 73 alcança a condição de membro do Tribunal. Este cidadão poderia não ser nomeado hoje como membro do Tribunal de Contas na vaga destinada ao Ministério Público - vamos admitir que o Governador não o tivesse indicado - e, se amanhã surgisse uma vaga, ele poderia ser nomeado na vaga destinada aos membros da Câmara. Era quanto bastava. Ele fazia prova de que tem os dez anos de atividade em ambiente que gera o conhecimento necessário. E isso parece que não se duvida: ele traz um currículo que demonstra ter sido analista do Tribunal de Contas há mais de dez anos e que passou dessa condição para a de membro do Ministério Público do Tribunal de Contas. Então, ele tem conhecimento específico há mais de dez anos, sem contar que ele exerceu outros cargos, em outros setores da Administração Pública. Logo, ele atende ao inciso IV, pelo menos no plano do bom Direito.

Des. Lécio Resende (Vogal) - Desembargador Romão C. Oliveira, só para

lembrar: o impetrante é, inclusive, doutor em Direito. Se isso não bastar...

Des. Romão C. Oliveira (Vogal) - Agradeço a V. Ex.a.

Senhor Presidente, para resumir o meu voto, digo: a interpretação do art. 73, inciso IV, tem de ser feita confrontando com a leitura do art. 94. E, ali, no art. 94, fala- se em carreira; quer dizer, ninguém pode somar o tempo de qualquer outra atividade, por mais ilustre que seja, a um juiz que passe nove anos aqui, vá para o Ministério Público e tire mais nove anos. Ele tem dezoito, mas falta um ano para completar, porque ele precisa da carreira. Lá, é o Ministério Público comum; aqui, não, porque, onde a Constituição fez a distinção, não podemos tratar de roldão. O constituinte quis tratar especificamente da carreira; Ministério Público; dez anos de atividade de advocacia. O advogado não pode chegar e somar nove anos de delegado, mais um ano de advocacia e querer vir, pelo quinto constitucional, para cá. Isto não. Aqui é diferente. O constituinte tratou pela denominação “função” e admitindo outras atividades; portanto, somatórios de atividades que concluam pelos dez anos de prática.

Des. Nívio Gonçalves (Relator) - Mesmo sendo a vaga do Ministério

Público?

Des. Romão C. Oliveira (Vogal) - Perfeitamente, porquanto ele enumerou

tudo isso para todo e qualquer membro do Ministério Público; para todo e qualquer membro do Tribunal de Contas. A exigência do inciso IV do art. 73 diz respeito “a todo e qualquer membro”. Como eu dizia, antes do aparte do eminente Desembargador Lécio Resende, ele poderia não ser nomeado na vaga do Ministério Público e ser, amanhã, nomeado em vaga destinada aos quatros lugares da Câmara, e por quê? Porque ele preenche os requisitos.

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Tive o cuidado de comparar que o analista do Tribunal de Contas tem atribuições que lhe preenchem as condições mínimas necessárias para atender os conhecimentos, ele alcança o conhecimento mínimo necessário do inciso III, do art. 73. Portanto, alcança o inciso IV com atividade de analista daquele Tribunal.

Com essas considerações, Senhor Presidente, rogando respeitosas vênias ao Desembargador Nívio Gonçalves, o meu voto é provendo o agravo.

Senhor Presidente, queria acrescer ao meu voto que, quanto à preliminar, acompanho o eminente Relator.

Des. Dácio Vieira (Vogal) - Senhor Presidente, peço a máxima vênia

ao eminente Relator para, também, acompanhar a divergência, inclusive, citando precedentes desta Corte, no Mandado de Segurança nº 0-14974, julgado em 2007, com a relatoria do eminente Desembargador Lecir Manoel da Luz, em que se assenta que a composição segue o modelo do Tribunal de Contas dos Estados, guardando simetria com o modelo federal previsto nos artigos 71 e 70 da Constituição Federal.

Estou de acordo com o Desembargador Romão C. Oliveira, peço a máxima vênia no que se aplicaria a disposição dos artigos 73 e 74 da Carta com o art. 94 também da Constituição Federal.

Dou provimento, Senhor Presidente.

Des. Mario Machado (Vogal) - Senhor Presidente, bem disse o

Desembargador Romão C. Oliveira que, no caso, a Lei Orgânica do Distrito Federal tem de repetir aquilo que na Carta Magna está, no que pertine aos requisitos para que se integre o Tribunal de Contas da União, ao previsto no art. 73, § 1º, inciso IV: “mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior”. E os conhecimentos mencionados no inciso III: “notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;”.

Como posto na Carta Política, o que se pretende é que o pretendente ao exercício do cargo tenha, pelo menos durante dez anos, a efetiva atividade que reúna aqueles conhecimentos, não necessariamente que eles tenham sido adquiridos no exercício do cargo por dez anos, ou seja, pode ter havido até o exercício de mais de um cargo, mais de uma função, diversas atividades profissionais, desde que reunidas levem ao total mínimo de dez anos de exercício dessas funções, atividades essas que reúnam aqueles conhecimentos do inciso III, §1º, do art. 73.

Peço vênia ao eminente Relator para acompanhar a divergência.

Des. Lecir Manoel da Luz (Vogal) - Senhor Presidente, eminentes Pares,

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o meu posicionamento é por acompanhar o eminente Desembargador Romão C. Oliveira, que inaugurou a divergência e bem demonstrou que o candidato é possuidor de todos os predicados necessários à composição da lista.

Acompanho a divergência, com a devida vênia.

Des. Cruz Macedo (Vogal) - Senhor Presidente, embora não tenha

ouvido todo o relatório, compreendi bem a situação colocada em julgamento que precipuamente discute a questão do prazo de dez anos como requisito para integrar o Tribunal de Contas do Distrito Federal, e a questão está em definir se esse período exige a ocupação na carreira ou nos termos do art. 73, IV, da Constituição Federal: “mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior”.

Penso, Senhor Presidente, com a devida vênia do eminente Relator, que o art. 94 cuida de disposição do “quinto constitucional” quando estabelece o prazo de dez anos para que se possa integrar os tribunais da República, mas, no caso, a Constituição tem uma regra específica para a composição dos integrantes do Tribunal de Contas, e me parece que a exigência é de exercício de função ou atividade profissional com os conhecimentos técnicos e capacidades para integrar o Tribunal de Contas, não se confundindo com aquele período na carreira.

Peço vênia para acompanhar a divergência, com a devida vênia.

Des. Romeu Gonzaga Neiva (Vogal) - Senhor Presidente, também,

vou pedir vênia ao eminente Relator, mas estou convencido que há realmente uma distinção quanto aos requisitos para a participação da lista como colocada, uma vez que o dispositivo que exige dez anos de carreira, na verdade, dirige-se, como afirmado pelo eminente Desembargador Cruz Macedo, à vaga do “quinto constitucional” destinada aos tribunais de justiça e aos tribunais federais. No que pertine à Corte de Contas, a exigência tem sua especificidade e não se prende ao exercício da carreira, mas a exercício de função, e função com predicados e requisitos definidos.

Assim, penso que se o candidato preenche os requisitos naturais para que as funções se enquadrem na previsão legal, e aqui está sobejamente demonstrado, pelo menos ao que foi dito e pelo memorial que me chega às mãos, penso que a divergência inaugurada pelo eminente Desembargador Romão C. Oliveira é que consulta melhor razão à decisão.

Por isso, renovando à vênia, acompanho o eminente Desembargador Romão C. Oliveira.

Des. Sérgio Bittencourt (Vogal) - Senhor Presidente, coloco-me ao lado

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