• Nenhum resultado encontrado

O financiamento de curto prazo ou “financiamento-ponte”

No documento Financiamento das empresas em crise (páginas 104-110)

6 O FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS EM CRISE:

6.5 O financiamento de curto prazo ou “financiamento-ponte”

O financiamento de curto prazo ou “financiamento-ponte” serve para garantir a sobrevivência da empresa durante o período em que o plano de recuperação estiver sendo desenvolvido e ela começa a reconstruir a credibilidade com seus parceiros negociais.378 Trata-se de questão de fundamental importância para conservar a atividade da empresa em recuperação e manter a perspectiva de continuidade do negócio, ainda que por um terceiro.379

375 Cf. AYOTTE, Kenneth M.; MORRISON, Edward R. Creditor Control and Conflict in Chapter 11. Columbia Univ. Ctr. For Law and Econ. Research Paper No. 321; Northwestern Univ. Law Sch. Law & Econ. Research Paper Series, Paper No. 08-16, July 2008 p. 14-15. Disponível em:

<http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1081661>. Acesso em: 15 jul. 2012.

376 Como recuperar..., p. 280.

377 Acerca das formas que assume o DIP financing nos Estados Unidos, George G. Triantis assevera que,

com base na § 364, os tribunais daquele país autorizam diversas espécies de financiamento, como abertura de linhas de crédito, empréstimos a termo certo, cartas de crédito e notas promissórias, operações essas cujos documentos assemelham-se a empréstimos para empresas solventes e incluem condições, declarações, garantias, obrigações positivas e negativas, além de diversos eventos de inadimplemento. (A

Theory..., p. 919 (nota)).

378 Cf. SLATTER,Stuart; LOVETT, David. Como recuperar..., p. 283-284. Os autores mencionam outras

estratégias para geração de caixa de curto prazo, tais como redução de contas a receber, prorrogação de prazo com credores, redução de estoques, interrupção ou redução de despesas planejadas (Como

recuperar..., p. 130). Além disso, a empresa tem, como meios a para recomposição do equilíbrio

financeiro de curto prazo, a redução de custos, o aumento da capacidade de geração de receitas, a venda de ativos e a realização de novos investimentos (cf. MILITELLI, Marco. Prática da gestão para recuperação de empresas em dificuldades. In: DE LUCCA, Newton; DOMINGUES, Alessandra de Azevedo (coord.). Direito Recuperacional: Aspectos Teóricos e Práticos. Organização: Nilva M. Leonardi Antonio. São Paulo: Quartier Latin, 2009, p. 438-439).

379 A alienação do negócio a terceiros vem sendo cada vez mais comum nos Estados Unidos. Estudos

empíricos mostram que aproximadamente dois terços das grandes crises empresariais ocorridas no início da década passada foram resolvidos com a venda da empresa, ao invés da renegociação dos débitos com

Nessa fase, a necessidade de recursos financeiros é agravada por dois motivos, os quais já mencionamos. Primeiro, durante a crise, os fornecedores exigem pagamento à vista ou em condições menos favoráveis ao devedor do que aquelas ordinariamente utilizadas. Segundo, parte dos clientes, lamentavelmente, vale-se da posição de fragilidade da empresa para retardar os pagamentos devidos.380 Para piorar esse cenário, quando o devedor ingressa com o pedido de recuperação, geralmente apresenta poucos ou nenhum bem desonerado, incluindo seus recebíveis, pelo que a necessidade de novos recursos para manter as atividades é urgente.381

O apoio financeiro nessa fase deve se ater ao mínimo necessário para sanar as necessidades de caixa da empresa, devendo os administradores, em alguns casos, equilibrá- las com eventuais metas de resultados e outros compromissos operacionais exigidos pelos credores.382

Para organizar a obtenção de financiamento de curto prazo, a administração da empresa em crise deve:383

a) Estabelecer sua posição financeira, com um retrato do passivo circulante em relação a todos os credores, segundo suas respectivas classes, bem como entender cada linha de crédito eventualmente existente em relação a cada fornecedor e financiador. Nesta etapa, apura-se o caixa disponível para a empresa, que revelará a necessidade de financiamento no período em que é preparado o plano de recuperação e acordada uma reorganização financeira de longo prazo.

b) Projetar suas possíveis perspectivas, mediante a aferição da real possibilidade de se desenvolver um plano viável, que possibilite o apoio na captação de recursos. Se o plano não se mostrar viável, quer porque foi mal elaborado, quer porque a empresa não apresenta condições de se recuperar, os credores poderão optar pela falência. Por isso os administradores devem documentar e fundamentar de maneira clara as decisões tomadas

base no plano de recuperação (Cf. AYOTTE,Kenneth M.;MORRISON, Edward R. Creditor Control..., p. 25). Segundo informam Kenneth Ayotte e David A. SKeel, Jr., crises como a da General Motors,

Chrysler e Lehman Brothers tiveram como resultado a venda dos ativos sob a § 363 do Title 11 do US Code. Neste último caso, os autores lembram que as operações do banco na América do Norte foram

alienadas ao Barclays e a venda foi rapidamente aprovada pelo tribunal. Até a aprovação, o Barclays concedeu um empréstimo de US$ 450 milhões ao Lehman Brothers para manutenção das atividades até a concretização da compra. Já no caso da Chrysler, houve financiamento das atividades e da aquisição da

Chrysler pela Fiat e por outros credores (Bankruptcy..., p. 476-481). 380 Cf. STANGHELLINI, Lorenzo. Linee-guida..., p. 41.

381 Essa circunstância, segundo alguns autores, favorece o credor preexistente titular de garantia, que possui

um direito real frente ao devedor e maior conhecimento acerca dele em relação a potenciais financiadores (cf. ADLER, Barry E.; CAPKUN, Vedran; WEISS, Lawrence A. Destruction of Value..., p. 9).

382 Cf. SLATTER,Stuart; LOVETT, David. Como recuperar..., p. 135. 383 Cf. SLATTER,Stuart; LOVETT, David. Como recuperar..., p. 283-284.

na elaboração do plano, embora revisões periódicas possam ser necessárias até que a recuperação da empresa esteja consolidada.

c) Buscar o suporte no curto prazo junto aos credores e fornecedores, pautando-se pela abertura e transparência quanto à sua real situação. Alguns elementos são essenciais nessa etapa, como o acordo de um prazo factível para pagamento, a negociação com atuais fornecedores, a minimização da quantia a ser fornecida, a resistência às imposições dos credores e a obtenção de um entendimento quanto às alternativas disponíveis.

O grande problema dessa etapa inicial está na dificuldade para os financiadores elaborarem um juízo acerca da viabilidade da empresa, que somente será demonstrada, teoricamente, com a apresentação do plano de recuperação judicial, acompanhado de um laudo econômico-financeiro e de avaliação de bens, segundo preconiza o art. 53, incisos II e III, da LRE. Alguns autores consideram que, sob a perspectiva do credor, mais importante do que aferir a viabilidade da empresa nesse primeiro estágio é saber se ela possui uma “massa crítica” que possibilite sua sobrevivência durante a recuperação por um razoável período de tempo.384

De todo modo, como nesse primeiro momento existem, em tese, dificuldades para se aferir com precisão a viabilidade da empresa, há um evidente risco de que novos endividamentos reduzam as perspectivas de satisfação dos credores submetidos aos efeitos da recuperação judicial.

O problema pode ser analisado sob três perspectivas.385 Para o devedor, novos recursos são essenciais à manutenção das atividades e ao sucesso da recuperação. Para os credores preexistentes, o novo financiamento não pode implicar piora relativa da probabilidade de recuperação de seus créditos. Por fim, para o potencial financiador, há a preocupação quanto à própria situação de crise da empresa, de modo que não faria sentido investir nela, salvo se ele obtiver alguma vantagem ao fazê-lo, sem piorar a situação dos demais credores. Ao longo deste trabalho serão analisados os conflitos entre os interesses envolvidos.

Uma forma de superar esse problema e apresentar indícios de viabilidade está na demonstração de que existe um fluxo de caixa operacional positivo, o que sugere a existência de um “núcleo” do negócio ainda preservado e com boas perspectivas de aproveitamento durante o processo de recuperação da empresa. O problema estaria então

384 Cf. MOORE, Darla D. How to Finance..., p. 9.

no excesso de dívidas e não na degradação do negócio principal.386 Daí a importância de se ter um retrato fiel do fluxo de caixa e do passivo da empresa em crise, uma das facetas da transparência essencial a todo processo de recuperação.

Igualmente, convém ao credor avaliar as ações a serem realizadas para garantir o pagamento do novo financiamento, o que está intimamente relacionado à própria administração da empresa durante o processo e às medidas que serão tomadas para manter o curso normal dos negócios e cortar despesas.387

Por fim, cumpre analisar o nível de comprometimento dos ativos da recuperanda,388 pois a existência de muitos credores com garantia, cujo pagamento seja contemporâneo ao do financiador (v.g., credores com garantia fiduciária), pode afastar o dinheiro novo, diante do risco de comprometimento do caixa e das atividades da empresa. Ao mesmo tempo, em determinados segmentos, pode haver dificuldade para avaliar os ativos da empresa, especialmente quando representados em sua maior parte por bens intangíveis.389

No Brasil, tal como em muitos outros países, a suspensão das ações e execuções contra o devedor a partir do decreto de falência ou do deferimento do processamento da recuperação judicial390 contribui para que o montante necessário à manutenção das atividades durante a crise seja menor do que aquele que seria necessário para resgatar a empresa mediante o pagamento dos credores via exit financing.391

Quanto à modalidade de crédito a ser concedido nessa fase do processo, trabalhos empíricos acerca das características institucionais dos DIP loans nos Estados Unidos de 1988 a 1997392 observaram que esses empréstimos geralmente consistem em linhas de crédito rotativo de curto prazo.393 Somente em 7% dos casos pesquisados a operação

386 Cf. MOORE, Darla D. How to Finance..., p. 9. 387 Cf. MOORE, Darla D. How to Finance..., p. 9. 388 Cf. MOORE, Darla D. How to Finance..., p. 10.

389 Essa preocupação foi notada durante a crise de diversas de empresas de internet norte-americanas (as

“dot-com”), cujos ativos eram basicamente compostos por domínios, websites, direitos de reprodução, marcas e patentes (cf. COUSINS, Scott D. Postpetition..., p. 759).

390 Art. 6º, LRE.

391 Nessa esteira, cf. AYOTTE, Kenneth; SKEEL, JR., David A. Bankruptcy..., p. 487-488.

392Cf. CHATTERJEE, Sris; DHILLON,Upinder S.; RAMÍREZ,Gabriel G. Debtor-in-Possession Financing. Journal of Banking and Finance, v. 28, n. 12, 2004, p. 10-11. Disponível em:

<http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=672321>. Acesso em: 01 out. 2010. Segundo levantaram os autores da pesquisa, raramente o prazo do empréstimo ultrapassa dois anos, o que se deu somente em 22% dos casos. A maioria vence em um ano ou menos (35%) ou entre um e dois anos (43%). A mediana de vencimento é de aproximadamente um ano e meio.

393 No mesmo diapasão, cf. BAIRD,Douglas G.; RASMUSSEN,Robert K. The End..., p. 784; e David A.

Skeel, Jr., que esclarece o funcionamento desse tipo de crédito: “[i]n a revolving loan, the amounts

borrowed by the debtor come due on a regular, relatively short-term basis, such as every eighteen months or two years. If the banks are satisfied that the debtor is in compliance with the terms of the loan at that point, they will roll the loan over for another term and continue to make disbursements. During the interim, moreover, the debtor is generally required to meet strict cash flow targets.” (The past..., p.

tomou a forma de empréstimo exigível a qualquer tempo (loan demand), empréstimos provisórios para quitação de determinadas obrigações ou aproveitamento de oportunidades de negócio (bridge loan) ou empréstimo com vencimento preestabelecido (term loan).394

Os recursos captados são normalmente destinados a atender os ciclos de fluxo de caixa e prover capital de giro para manter o negócio, com expressa vedação para a realização de investimentos, tanto que a maioria dos contratos de empréstimo examinados (63%) continha cláusulas que restringiam a utilização dos recursos captados somente a essas finalidades, enquanto alguns (22%) vedavam expressamente o emprego com propósitos gerais e outros (13%) restringiam seu uso ao pagamento de despesas operacionais. Essas restrições facilitam o monitoramento do devedor durante a recuperação e, possivelmente, têm por escopo manter as atividades da empresa e a reduzir o incentivo dos administradores a investir em projetos arriscados e que possam diminuir o valor dos ativos.395

No Brasil, o crédito rotativo ou capital de giro é a mais popular linha de crédito para pessoas jurídicas e se destina a suprir as necessidades de caixa das empresas, para financiar seu ciclo operacional e fazer frente a diversos compromissos, como a compra de matérias-primas e mercadorias, pagamento de fornecedores, salários, encargos, tributos e assim por diante. Representa o fluxo necessário para se manter a empresa em atividade.396

Apesar das necessidades emergenciais, a concessão apressada de crédito pode trazer consequências indesejáveis no futuro. Nesse sentido, estudo de Maria Carapeto397 conclui, a partir da análise do tempo que os tribunais norte-americanos levaram para aprovar o crédito nos casos analisados, que quanto maior for esse tempo, mais provável é a recuperação da empresa, sugerindo que os juízes não deveriam autorizar a contratação de financiamentos sem uma análise cuidadosa da situação financeira da empresa em crise e da aferição de suas verdadeiras necessidades.

1917). Tradução nossa: “[e]m um empréstimo rotativo, as quantias tomadas pelo devedor vencem regularmente e num prazo relativamente curto, como a cada dezoito meses ou dois anos. Se os bancos se convencerem de que o devedor está em conformidade com os termos do empréstimo naquele momento, eles o prorrogarão por novo prazo e continuarão a fazer desembolsos. Durante o intervalo, por outro lado, o devedor é geralmente obrigado a cumprir rigorosas metas de fluxo de caixa.”

394 Cf. CHATTERJEE, Sris; DHILLON,Upinder S.; RAMÍREZ,Gabriel G. Debtor-in-Possession..., p. 11. 395 Cf. CHATTERJEE, Sris; DHILLON,Upinder S.; RAMÍREZ,Gabriel G. Debtor-in-Possession..., p. 11.

Em pesquisa realizada em 1998 com cento e trinta e cinco empresas submetidas ao Chapter 11 da lei norte-americana, Maria Carapeto corrobora o estudo ora aludido ao identificar que apenas em um dos casos analisados o novo financiamento foi destinado a investimentos, ao invés de reposição de estoques e despesas correntes (Debtor-in-possession..., p. 24).

396 Cf. SADDI,Jairo. Crédito e Judiciário..., p. 184-185. 397 Debtor-in-possession..., p. 19.

Uma alternativa para mitigar esse risco consiste nos chamados “Drip DIPs”, financiamentos a empresas em crise liberados em parcelas. Esse mecanismo limita a exposição do financiador apenas aos montantes desembolsados e os credores têm mais informações e tempo para avaliar suas respectivas posições conforme o processo se desenvolve. Adicionalmente, a gradual liberação de novos recursos nas primeiras semanas ou meses da recuperação pode elevar o grau de prestação de contas pelo devedor. Nos países em que a outorga de novos créditos passa pelo crivo dos credores e do juiz, a real necessidade do dinheiro novo pode ser periodicamente reavaliada.398

Lorenzo Stanghellini399 sugere alguns aspectos que devem ser observados na concessão do“financiamento-ponte”.

O primeiro deles é a garantia de continuidade do negócio ou a prevenção de danos graves (e.g., viabilizando o pagamento de empregados, fornecedores e tributos). Os recursos não seriam destinados a novos investimentos da empresa, exceto aqueles absolutamente inadiáveis pela sua importância à execução das atividades, e sempre que se trate de quantias modestas em relação ao passivo do devedor (v.g., substituição de maquinário). Quaisquer outras despesas ou investimentos deveriam ser postergados para um momento posterior à homologação do plano.400

Adotando posição semelhante, Deborah Kirschbaum401 ressalta a necessidade de distinção entre o crédito destinado ao curso ordinário dos negócios e aquele destinado a despesas extraordinárias, distinção essa que não é feita pela LRE. Para a autora, “curso ordinário” é um conceito que varia conforme a casuística, tendo em conta o histórico de

398 Cf. SARRA, Janis. Financing..., p. 586. A autora observa que, no Canadá, essa modalidade de

financiamento frequentemente é estruturada de modo que o devedor tem acesso às parcelas de acordo com um cronograma preestabelecido, prescindindo-se da autorização judicial se o cronograma não tiver sofrido nenhuma alteração que cause consequências adversas aos demais credores.

399 Linee-guida..., p. 10-11. As sugestões do autor são feitas à luz do financiamento-ponte concedido a

empresas durante procedimentos extrajudiciais sob a lei italiana, mas entendemos que se aplicam integralmente ao período em que se elabora o plano de recuperação judicial.

400 Cf. STANGHELLINI, Lorenzo. Linee-guida..., p. 10-11. Contudo, em um dos primeiros casos de

financiamento de empresas em recuperação judicial de que se teve notícia no Brasil, da Sementes Selecta, foi concedido um "empréstimo ponte" de cerca de US$ 5 milhões para garantir a continuidade das atividades da empresa e das obras para finalizar a sua planta industrial, até que o plano de recuperação fosse aprovado e novos recursos pudessem ser empregados para concluir o empreendimento (cf. PAIVA, Luiz Fernando Valente de; COLOMBO, Giuliano. Financiamento Para Empresas em Crise e o Caso Independência – Dificuldades Para Obtenção de Recursos e Oportunidades de Alto Retorno. Newsletter

da Turnaround Management Association do Brasil – TMA Brasil. Mar. 2010, Disponível em:

<http://www.tmabrasil.org/pt/artigos-e-noticias/artigos-de-associados/233-financiamento-para-empresas- em-crise-e-o-caso-independencia-dificuldades-para-obtencao-de-recursos-e-oportunidades-de-alto- retorno>. Acesso em: 08 jun. 2010).

custos e despesas da empresa em crise.402 Por outro lado, de um modo geral, em estados de solvência, destinações extraordinárias estão associadas a ampliações ou novos projetos de investimento e à reformulação da estrutura de capital. Já num estado de insolvência, para Deborah Kirschbaum, com quem estamos de acordo, não deveria ser permitido destinar os novos recursos à reestruturação de capital da empresa, medida essa que deveria ser objeto de disposição contida no plano de recuperação judicial.403

Em segundo lugar, o financiamento deve compreender o período que vai do deferimento do processamento da recuperação judicial até sua concessão, uma vez aprovado ou não objetado o plano.

Além disso, o financiamento deveria ser realizado mediante a concessão ou manutenção de linhas de crédito pagas com recebíveis do devedor e não deveria implicar a outorga de garantias pela empresa. Neste último ponto, discordamos de Lorenzo Stanghellini, na medida em que a outorga de garantias pode ser o único meio para se obter novos recursos na etapa inicial da recuperação.

Por fim, o dinheiro novo deve ser de estrita relevância para o plano que estiver sendo confeccionado, de modo que exista um sério risco de dano resultante do atraso ou indisponibilidade de novos recursos.

No documento Financiamento das empresas em crise (páginas 104-110)