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4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA

4.4 FOLHAS E VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR

4.4.2 O professor que vivencia o processo Folhas desenvolve atitude

disciplina na qual escreve.

Diante das três primeiras categorias de análise, de suas respectivas proposições anteriormente enunciadas e discutidas, considero esta última categoria, e em especial esta última proposição, como decorrente e como implicação direta daquelas. As três categorias implicam diretamente esta, porém, algumas das suas proposições implicam esta, que passo a analisar, mais que outras.

Como o processo de análise determina, examinarei a proposição decompondo-a, obviamente.

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Um primeiro elemento dela, que chama a atenção, é o significado do termo “vivenciar” no contexto do Projeto. Entendo que estará vivenciando ou terá vivenciado o processo Folhas quem dele participa ou participou efetivamente, quem o produzir ou o produziu comprometidamente, autenticamente, usufruindo todas as oportunidades. Quem tem em conta que, ao passar pelo processo Folhas, não o faz como se nada ocorresse consigo. Nas palavras de Freire (2005, p. 77), quem não passa pelo Projeto “de luvas nas mãos, constatando apenas”. Quem tem em conta que, ao constatar a possibilidade de mudança, intervenha para a mudança. Mas, pergunto: o que e como o professor-autor pode mudar com a produção e validação de um Folhas? Penso que a resposta a esta questão venho tentando dar ao longo deste trabalho, de forma indireta. Porém, a resposta primeira, e também mais abrangente, é expressa por: mudar o seu ensino, no sentido que, condicionado pelas exigências do formato, o professor produza seu Folhas e, ao fazê-lo, defronte- se com outra possibilidade de ensino, e mais, veja que pode produzir essa outra possibilidade de ensino e não simplesmente recebê-la, transmitida pelo material disponível para uso nas suas aulas. O formato do texto do Folhas assegura a disciplina metodológica que contribui para o tratamento pedagógico diferenciado do conceito presente naquele material usual, como já discuti. Também permite que o professor-autor reconstrua aquele conceito através do Folhas.

Para a resposta à outra parte da pergunta, o “como”, reflito com apoio de Paulo Freire.

O primeiro passo na direção da mudança do professor-autor, a meu ver, seria ele dar a sua aula, sobre o assunto do seu Folhas, com o apoio dele. Entendo ser natural o professor-autor querer experimentar seu Folhas em sala de aula e que ele vá fazê-lo. E aí, em processo de colocar em ação o seu Folhas em aula, em atitude refletida, estará, por certo, dando um passo à frente na direção da mudança do seu ensinar e na construção de sua autonomia frente aos processos pedagógicos, pois, assim, não reproduz o ensino de outros. Trata-se de atuar profissionalmente, isto é, exercer de fato a profissão de professor, ensinar. Não se trata de reproduzir procedimentos profissionais de outros e, sim, agir profissionalmente com autonomia. Diria, com base em Freire (2005), não ser objeto da sua história de professor, mas seu sujeito igualmente.

O elemento que considero o ponto fulcral da proposição é o componente desenvolvimento de autonomia. No termo autonomia, que é controverso e que

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etimologicamente significa direito de reger-se segundo leis próprias, é possível entrever um caráter individual e um caráter coletivo. Caráter individual, na medida em que exige deliberação pessoal e caráter coletivo no sentido de que ela acontece em relação aos outros. Essa deliberação supõe avaliação, decisão, inovação, resistência, opção, rompimento, entre outras ações. Assim, autonomia tem a ver com não copiar pensamentos e sim pensá-los de modo livre e, posso dizer, também, pensá-los refletidamente.

As etapas da produção e da validação do Folhas privilegiam a atitude refletida. Os elementos que constituem a etapa da produção, tomados em conjunto ou separadamente, desenvolvem autonomia. A oportunidade de escolher livremente que conceito químico vai explorar no seu Folhas, como vai problematizá-lo, que tratamento pedagógico vai dar-lhe, quais relações interdisciplinares vai contemplar, como vai realizá-las, que aplicações conceituais contemporâneas vai trazer para o texto, quais atividades vai sugerir, enfim a produção, desde que seja, de fato, própria do professor-autor, conduz ao desenvolvimento de atitude autônoma, pois exige deliberação pessoal.

Na produção escrita, a reflexão está presente já na ação de procurar as fontes de referência para o texto do Folhas e, depois, na ação de escrever propriamente, como já discuti na Proposição 4.2.3. Na etapa da validação, a ação refletida é privilegiada no modo como ela se processa, também discutido detalhadamente nas três proposições da Categoria 3, Folhas e Interação.

Escrever nas exigências do formato do Folhas, que é diferente do encontrado no material didático usual, conduz à autonomia do professor, no sentido de permitir- lhe livrar-se da ditadura do livro didático ou, ao menos, dar-se conta de que existe outra possibilidade de abordagem pedagógica dos conteúdos químicos.

Quando pergunto, ao Professor Marcos, em que o Folhas difere do material de ensino que está no livro didático comum, ele responde:

Bom..., eu acho que talvez, a principio ele é mais difícil de trabalhar, porque...(MARCOS -33)

O Folhas? (BELMAYR)

É, o Folhas. Porque na verdade ele não traz, o objetivo do Folhas não é pra ser pronto mesmo. E tanto é que o meu, tem até uma critica porque eu acabei dando uma resposta, é o vicio do livro didático. Hoje, se eu fosse fazer outro Folhas, eu sei que tem que dificultar um pouco mais, [...] Por isso que o Folhas é assim. A principio ele vai dar mais trabalho pro professor, porque o professor hoje está acostumado com o... pronto! Se não sabe, corre lá pro fundo e vê, ou pega um material de apoio que

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vem junto no livro didático que tem a resolução. Mas eu sei que a longo prazo até, eu acho melhor. [...]. Eu falo pras pessoas que realmente devemos querer abraçar esse projeto. Porque não é fácil não. Quem está acostumado com o livro didático, pega o Folhas, ali não tem resposta nem pro professor, nem pro aluno. Ele tem que correr atrás. Então, a principio é trabalhoso [...], ele vai enriquecer tanto os alunos quanto os professores. O professor vai ficar muito melhor embasado na sua disciplina.

(MARCOS - 34)

Por um lado, o professor-autor tem o formato a seguir, que é exigência do texto o que, de certo modo, lhe constrange a autonomia, mas por outro, tem a oportunidade de livremente escolher o conceito químico que quer desenvolver, como irá abordá-lo pedagogicamente, e isto constitui atitude autônoma sobre o que está em jogo, a autoridade sobre a produção do seu material de aula e autoridade sobre o processo de ensinar.

Dos professores foi sendo tirada, por um processo histórico de desprofissionalização, a possibilidade de esquadrinhar o conhecimento, de investigar, de pesquisar. Em diferentes momentos, o Projeto coloca o professor em atitude investigativa, como trato na Proposição 4.2.4, assegurando-lhe a possibilidade, e mesmo o direito, de vivenciar esse processo de investigação.

O Projeto devolve ao professor a oportunidade e a autoridade para conceber currículo, não só executá-lo, como já discuti na Proposição 2.2.2. A concepção de tarefas e não a simples execução delas é, sem dúvida, condição favorável para desenvolvimento de autonomia profissional. Produzir currículo, intervir na sua construção, no âmbito geral em que o Folhas é divulgado entre todos os professores do Estado e no restrito à sua escola, à sua aula, além de desenvolver autonomia, lhe garante respeito profissional.

O desenvolvimento de atitude reflexiva está evidente, também, no processo de validação quando o professor-autor reestrutura seu texto com base nas orientações dos pareceres de validação emitidos pelo validador da escola, NRE ou SEED.

A perspectiva crítica aliada à reflexiva, na validação, tanto quando o professor-autor submete seu Folhas à apreciação do professor-validador quanto em outro momento quando, no papel de validador, aprecia um Folhas do colega e submete seu Folhas à validação propicia a ambos - professor-autor e professor- validador - meios para alcançar o pensamento autônomo.

A colaboração dos professores-validadores da própria disciplina em que o Folhas é escrito e das disciplinas das relações interdisciplinares, a busca do

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conteúdo químico que o autor quer desenvolver nas fontes de pesquisa vão possibilitar-lhe significar o conceito químico em outros níveis. Ao desenvolvê-lo, escrevendo, terá assegurado um avanço na sua lida com o conhecimento químico, pois terá de explorá-lo além da perspectiva do formato do Folhas, da perspectiva do aluno. Problematizar e desenvolver o conceito químico; abordá-lo também do ponto de vista atual e, ainda, em relação com outras disciplinas; propor atividades que ajudem o aluno a formular hipóteses, requisitos do texto do Folhas fazem com o professor-autor alcance meios para pensar o conhecimento químico, não naquela lógica de desenvolvimento dos conteúdos da Química da Educação Básica a que estamos acostumados.

Com a problematização do conteúdo químico ou colocação dele na forma de um problema a ser resolvido, essa lógica a que me refiro é forçosamente rompida e modificada. Assim, o professor-autor adentrará o conceito químico a ser abordado no Folhas de outra forma, que não aquela mencionada. E ao desenvolver o conteúdo químico problematizado, vai compreendê-lo num nível de esquemas conceituais mais generalizantes. Isso, inegavelmente, lhe trará um avanço no sentido de alcançar novas compreensões dos conceitos da Química.

Em determinado momento da entrevista com o Professor João, faço a seguinte pergunta: “[...] pra você, em termos de produção, você pensa que esse

processo de produção... pense em você antes do Folhas e depois do Folhas, você, um professor que trabalhava com apostilas. E depois da produção, você continua com as apostilas, ou alguma coisa modificou na sua metodologia, no seu dia a dia na sala de aula? E se alguma coisa modificou o que modificou, o que mais mexeu com você? Já mencionou que o Folhas tem esse potencial de trabalhar os problemas ambientais, sociais... mas assim em termos de rotina de professor, olhando pra si.” (BELMAYR)

Às vezes que eu uso o livro [didático publico], muda muita coisa, mudou bastante, no sentido de não ficar preso em coisas, em apostilas. Você não fica preso quando você usa Folhas e outros materiais. Então, eu acho que não é simplesmente você seguir um conteúdo que está na apostila e pronto. Você fica preso àquilo ali, e isso é ruim. Enquanto o professor pode elaborar coisas, outras atividades, isso é importante. E, observo também que na Química você pode sempre alicerçar um capitulo do livro didático público a uma parte experimental que é muito importante. É como eu falei pra você, acho que em todas as matérias tem que procurar resgatar o prazer, o lado prazeroso de você estar em uma sala de aula, de você fazer algo diferente, que você está se reconstruindo dia após dia. Isso realmente o Folhas possibilita. Possibilita

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aula pode ser construída. O conhecimento [químico] da forma que você achar mais interessante. (JOÃO - 57)

O Professor fala justamente da possibilidade que vê de novas abordagens dos conteúdos da Química para a Educação Básica, diferentes daquelas contidas nas apostilas e outros materiais didáticos impressos usuais, quando usa o Folhas em sua aula. Ainda, não se furta em comunicar seu prazer em fazê-lo, isto é, em outros termos, exercer o seu direito de romper com as seqüências consolidadas de conteúdos, para escolher, decidir o que trabalhar com os seus alunos e em que oportunidade. De fato, o professor, mais do que ninguém, sabe quais aspectos do conhecimento químico falam mais de perto aos seus alunos ou são mais importantes para eles.

Assim, a conquista da autonomia sobre os processos pedagógicos e sobre os conhecimentos da Química, que o Folhas confere ao professor-autor, o leva à competência profissional, esta à autoridade profissional, caminho direto à valorização profissional. Valorização que vai, a partir do fortalecimento da base de sustentação do seu trabalho, aumentar-lhe a auto estima profissional e, em decorrência, a pessoal, entre outras coisas. Uma estratégia de ação para a formação dos professores diferente daquela focalizada no início do trabalho, que primava por outras táticas de valorização, notadamente aquelas voltadas para a elevação da auto estima pessoal, esquecendo-se de valorizar o seu trabalho, que é a lida com o ensino.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Retomando a pergunta norteadora, “Considerando suas características, o Projeto Folhas constitui um projeto de formação continuada para professores de Química?”, reflito sobre o que, diante de mim, revelou-se a partir deste estudo. Reflito sobre o acontecido e, com base nele, aprecio criticamente o Projeto como projeto de formação de professores, vislumbro o horizonte das possibilidades do Projeto e deste estudo e as anuncio.

Parti da intenção de estudar o Projeto Folhas do ponto de vista teórico, ou dos teóricos que lhe dão sustentação, como já registrei no item Introdução deste trabalho. Na SEED, o Projeto foi instituído como ação de Formação Continuada de Professores e está consagrado como tal. Juntamente com outras ações, como os Grupos de Estudos, OAC, PDE, concretiza a estratégia de formação de professores da SEED do Paraná. As ações de formação de professores da gestão governamental 2003-2010 priorizam a formação do professor para o trabalho pedagógico, na intenção de trazer resultados para a sala de aula.

O Projeto é a ação de formação que merece maior investimento do Departamento de Educação Básica, no sentido de que as outras ações são pautadas nele. Assim, como o Folhas tem na produção o princípio formador do professor, todas as outras ações de formação exigem, ao final do período formativo, uma produção do professor. As outras ações citadas também têm como princípio a auto-formação e a formação compartilhada, características fundamentais do Folhas.

Estudá-lo como um processo formativo foi a minha intenção. Para isso, escolhi cinco professores da Rede Estadual que produziram Folhas, passaram pelo processo Folhas e os têm publicados no Portal Dia a Dia Educação ou no LDP. Os cinco professores foram entrevistados por mim com o auxilio de um roteiro. Tendo o cuidado de não perder de vista a perspectiva do meu estudo, isto é estudar o Folhas

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processualmente, entrevistei os professores-autores para olhá-los em movimento formativo pelo Folhas.

As informações obtidas nas entrevistas foram, portanto, consideradas como peças-chave da minha investigação e foram sempre analisadas com base nas minhas reflexões, em conjugação com as construções dos teóricos que estudam diretamente o assunto “formação” ou aqueles cujos estudos são pertinentes ao tema.

Os resultados da pesquisa expostos no Quadro 4, e a sua análise, evidenciam um número expressivo de momentos formativos nos domínios: Folhas e

produção, Folhas e produção no formato e Folhas e validação. Eles indicam que

o processo formativo, por intermédio do Folhas, se realiza nas duas unidades do Projeto, produção e validação. Enquanto no processo de produção predomina a auto formação, no de validação predomina a formação compartilhada e colaborativa, na qual estão envolvidos professor-autor e professor-validador. A produção escrita, com suas particularidades, é um dos princípios pelos quais a formação do professor se realiza e desempenha papel central no Projeto.

O subprocesso de validação, dentro do processo mais amplo, se traduz no momento de maior interação entre sujeitos, portanto, momento de significação, de constituição, de formação. Na validação, o processo formativo se realiza por diferentes caminhos. A validação, assumida como espaço de reflexão, permite um diálogo com as situações de ensino presentes ali no Folhas em validação. A validação desloca, efetivamente, o foco da “conversa pedagógica” entre o professor- autor e professor-validador para as situações de ensino, já que, de início, este foco era colocado, de maneira geral, nas situações de aprendizagem. Mais que isso, os professores refletem antes sobre as situações de ensino, para relacioná-las com as da aprendizagem.

Parece óbvio, mas é bom que se ressalte que os Pareceres de Validação representam a validação, ao menos devem representá-la. Assim, se revestem de muita importância no âmbito geral do Projeto, pois viabilizam o processo formativo na medida em que fornecem a base para as modificações que o professor-autor precisa fazer para adequar seu texto ao formato do Folhas e contribuem para a formação do professor-validador, conforme já explicitado.

O Projeto é uma ação no sentido de romper a velha dicotomia entre pensar e fazer, reconhecendo o professor como sujeito que pensa, cria, produz trabalha com

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o conhecimento e valoriza sua ação reflexiva e sua prática. O professor produz seu material de aula, produz seu ensino, produz currículo, e é valorizado por isso.

A partir dessas constatações, e porque o Projeto se encontra em franco desenvolvimento, passo a tecer algumas considerações sobre ele. Essas considerações dizem respeito, algumas às minhas conclusões sobre o presente do Projeto e sobre o seu futuro, outras às reflexões, ações e previsões dos coordenadores do Projeto no Departamento bem como às da sua chefia.

Primeiramente lembro que, como o Projeto está em andamento, à medida da necessidade, sofre ajustes. Para efeito desta pesquisa, considerei todos os ajustes, exceto os mais recentes, que aconteceram a partir do segundo semestre de 2007, quando os dados empíricos já haviam sido produzidos. Os ajustes mais representativos de mudanças, já citados neste trabalho, e que aconteceram antes da produção dos dados, foram: a integração dos representantes das disciplinas escolares às equipes dos NRE, assumindo o processo de validação, que antes era feito somente pelos professores-técnicos-pedagógicos do DEB; a adoção do Parecer de Validação com base no Manual de Produção ao invés do Roteiro de Validação; a inscrição, acompanhamento e validação pelo Sistema Folhas (on line), uma vez que antes era feito via malote.

Como já mencionei, o Sistema Folhas fornece um panorama do Projeto, on

line. É possível monitorar a situação de todos os Folhas inscritos, o que permite

intervenções, a partir dos indicadores.

No início de 2008, tínhamos o seguinte quadro global do Projeto desde o seu início:

Produção e Validação de Folhas

Total de Folhas inscritos no Sistema 2471 Inscritos aguardando validação no NRE 128

Em revisão pelo autor 127

Em análise pelo NRE 50

Não validado pelo DEB 53 = 2%

Enviados ao DEB 37

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Produção e Validação de Folhas

Em análise pelo DEB enviados pelo autor 22 Expirados (os autores não retomam o Folhas

depois da validação no NRE) 1291= 52%

Não publicados pelo DEB 523 = 21%

Publicados 250 = 10%

Quadro 5: Números do Projeto Folhas. Fonte: Dados retirados do Sistema Folhas, consultado em Fevereiro de 2008.

A análise dos números do Sistema Folhas originou modificações para favorecer o aumento das produções, pois somente com a maior adesão dos professores o Projeto se consolidará como rede de formação. Algumas medidas para aumentar a adesão dos professores foram tomadas pelo DEB e implicaram em modificações, inclusive no formato do texto antes requerido. A partir de 2008, o texto deve fazer relação interdisciplinar somente com uma disciplina e não mais com duas, obrigatoriamente, como antes. O professor-autor pode optar por fazer interdisciplinaridade com duas disciplinas. Esta alteração no formato, supostamente, facilita para o professor-autor o desenvolvimento do conceito no texto, apesar de reduzir as possibilidades de significação do conceito abordado, a meu ver. Outra ação que visa ao aumento das produções é a desobrigação da produção de Folhas para a validação na escola. O professor-validador não precisa ter produzido Folhas para ser validador, precisa apenas conhecer o Projeto. Por um lado, fica mais fácil encontrar um validador na escola, mas, por outro, a validação, a meu ver, fica prejudicada, pois como o professor-validador vai validar a contento um Folhas sem ter produzido um? E, mais, é muito relevante, no processo, que o professor- validador tenha vivenciado a validação do seu Folhas.

Um prazo máximo de 60 dias foi estipulado para a validação no NRE e no DEB, para evitar a paralisação de Folhas nessas duas instâncias. Neste ano de 2008, o DEB investirá maciçamente no resgate dos Folhas expirados, isto é aqueles que o professor-autor não retomou depois da validação no NRE, um número bastante expressivo do Quadro 5. É necessário que o professor se mobilize para a produção, produza e se mantenha no processo, pois do contrário a rede de formação enfraquece e se rompe.

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Não é meu objetivo criticar os números do quadro, mas demonstrar que a