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O território estadual: alguns indicadores

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (páginas 148-153)

Resultado 6.3. –Sistema de Monitoramento e Avaliação informatizado, adequado às

4 A POLÍTICA DOS ARRANJOS E A ESCOLHA DA POLÍTICA: IMPACTOS DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NO BRASIL

4.1 OS ARRANJOS ESCOLHIDOS: O ESTADO, A MICRORREGIÃO E O MUNICÍPIO-SEDE

4.1.1 O território estadual: alguns indicadores

Nesta seção são apresentados breves comentários sobre os quatro estados brasileiros selecionados para abrigar o Projeto. Em função das diferenças sócio-econômicas entre as unidades da federação que abrigaram o Projeto, a comparação dos impactos entre elas pode ser prejudicada. Os PIBs estaduais, por exemplo, apresentam não somente magnitudes distintas (Gráfico 1), como participações regionais95 diferentes ao longo do período (Tabela 9). Pará e Rio de Janeiro aparecem com maior importância regional que Paraíba e Sergipe quando se trata de geração de renda. No entanto, vale lembrar que o Rio de Janeiro é a segunda maior economia do país quando se considera o PIB, enquanto os demais estados registram participações muito inferiores à do estado fluminense.

0 50000000 100000000 150000000 200000000 250000000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A n o R$ de 2000

Pará Paraíba Rio de Janeiro Sergipe

Gráfico 1: PIB – Estados Selecionados (em R$ de 2000).

Fonte: elaboração do autor. Dados acessados em www.ipeadata.gov.br em 02/08/2009.

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A participação refere-se ao percentual do PIB estadual em sua região geopolítica (norte, nordeste e sudeste).

Tabela 9: Participação Percentual no PIB Regional (R$ de 2000). Estado 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Pará 37,3 38,1 37,0 36,6 37,0 36,8 37,0 Paraíba 6,4 6,5 6,5 6,5 6,1 6,0 6,4 Rio de Janeiro 21,7 21,6 20,5 19,8 20,6 20,3 20,5 Sergipe 4,1 5,2 4,9 5,0 4,9 4,8 4,9

Fonte: elaboração do autor. Dados primários em www.ipeadata.gov.br, acessado em 02/08/2009.

As diferenças aparecem também na análise da população. Enquanto o Rio de Janeiro registrava um total de quase 15 milhões de habitantes em 2002, ano do início da negociação e assinatura do primeiro documento do Projeto, o Pará registrava pouco mais de 6,4 milhões, a Paraíba, 3,5 milhões e Sergipe, 1,8 milhão de habitantes, segundo dados do IBGE. Para nossos objetivos, mais importante que a população estadual é a dinâmica populacional das microrregiões que abrigaram as intervenções. Assim, a Tabela 10 apresenta as participações anuais das microrregiões selecionadas para o Projeto no total da população estadual, bem como as participações relativas de cada município-sede do APL na população microrregional e na estadual, sendo todos os valores referentes ao ano 2002.

Tabela 10: Participação Populacional das Microrregiões dos APLs Selecionados no Total das Populações dos Estados (2002)

Municípo/Microrregião Microrregião Estado

Nova Friburgo 78,5 % 1,2 %

Campina Grande 76,8 % 10,4 %

Paragominas 34,6 % 1,3 %

Tobias Barreto 43,3 % 2,4 %

Microrregião de Nova Friburgo - 1,5 %

Microrregião de Campina Grande - 13,5 %

Microrregião de Tobias Barreto - 5,6 %

Microrregião de Paragominas - 3,7 %

Fonte: elaboração do autor. Dados primários em www.ipeadata.gov.br, acesso em 09/08/2009.

Com exceção de Paragominas e Tobias Barreto, os municípios-sede dos APLs representavam mais de 50% da população de suas microrregiões em 2002. No caso de Paragominas, uma possível explicação é a densidade demográfica do Pará, que gera valores cuja interpretação fica prejudicada quando o tema é concentração em função de seu vasto

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território. Mesmo considerando os efeitos do tamanho do território, a concentração populacional em Belém não passava de 21% em 2002 e em sua Região Metropolitana o percentual alcançava 29,7%, contrastando com os 40% de participação da capital fluminense e os 74,4% dos habitantes do estado do Rio de Janeiro que viviam na Região Metropolitana em 2002 (Tabela 11).

Tabela 11: Participação da População das Capitais e das Regiões Metropolitanas na População Total do Estado – 2002.

Área Participação na População do Estado

Município do Rio de Janeiro 40,3 %

Região Metropolitana do Rio de Janeiro96 74,4 %

Município de Belém 20,9 %

Região Metropolitana de Belém97 29,7 %

Município de João Pessoa 17,7 %

Região Metropolitana de João Pessoa98 28,0 %

Município de Aracaju 25,7 %

Região Metropolitana de Aracaju99 38,3 %

Fonte: elaborada pelo autor. Dados primários em www.ibge.gov.br, acessado em 02/08/09.

Uma das informações mais relevantes na comparação entre os estados é a da renda per capita. Em que pesem as limitações deste indicador, ele revela a enorme distância existente entre os estados escolhidos para abrigar os APLs do Projeto. O Gráfico 2 registra tais informações para o ano de 2002, revelando que o Rio de Janeiro é o único estado entre os escolhidos que apresenta renda per capita acima da média nacional. Considerados os valores do PIB per capita em 2002, o Rio de Janeiro registra valor 147% acima da média nacional, de R$ 6.473,00.

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Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaguaí, Itaboraí, Japeri, Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá. Os municípios de Itaguaí, Mangaratiba e Maricá foram excluídos da Região Metropolitana em 2002. Entretanto, para fins estatísticos, o IBGE continua a considerá-los parte da Região.

97

Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba, Santa Bárbara do Pará.

98

Bayeux, Cabedelo, Conde, Cruz do Espírito Santo, João Pessoa, Lucena, Mamanguape, Rio Tinto e Santa Rita.

99

0,0 1000,0 2000,0 3000,0 4000,0 5000,0 6000,0 7000,0 8000,0 9000,0 10000,0 PA

PB RJ SE

Gráfico 2 - Renda Per Capita dos Estados Selecionados – 2002.

Fonte: elaboração do autor. Dados primários em www.ibge.gov.br, acessado em 14/08/09.

Regionalmente, o Rio de Janeiro registra a segunda maior renda per capita do Sudeste (a terceira maior do Brasil), o Pará é o estado com a menor renda per capita do Norte, Sergipe é o estado com a maior do Nordeste e a Paraíba figura sempre entre as quatro menores rendas do Nordeste e do Brasil. Uma vez mais, sabemos das limitações do indicador como medida de distribuição de renda e riqueza, principalmente se considerados os conhecidos fatores históricos de concentração de renda no Brasil e as configurações da produção nos quatro estados considerados100.

A respeito da renda per capita, a Tabela 12 a seguir apresenta os dados em R$ mil de 2000 para os estados brasileiros no período 2002 a 2006. Os dados de renda per capita mostram a mesma disparidade entre as unidades da federação que abrigaram o Projeto. Enquanto o Rio de Janeiro, em todos os anos do período considerado, figurou na terceira posição nacional, Sergipe, Pará e Paraíba mantiveram rendas médias sempre inferiores à média nacional nos cinco anos destacados.

Em resumo, os estados caracterizam-se pela grande distância entre os tamanhos de suas economias e populações, além de apresentarem dinâmicas populacionais e econômicas bastante distintas. Tais nuances não impedem as comparações entre os efeitos do Projeto nos

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No Rio de Janeiro, por exemplo, fatores como a grande presença de funcionários públicos e a forte participação do setor petroquímico, além da dinâmica populacional (crescimento com taxas menores que as nacionais e redução do fluxo migratório) conferem dinâmica específica à economia fluminense. A geração de emprego e renda deve, portanto, ser qualificada para gerar indicadores comparáveis entre economias distintas. No entanto, apresentamos a renda per capita apenas como referência para mostrar a disparidade entre as unidades federativas escolhidas para abrigar o Projeto.

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municípios selecionados, mas certamente devem ser levadas em consideração como elementos que podem explicar eventuais sucessos ou fracassos das ações.

Tabela 12: Renda Per Capita – Estados Brasileiros, 2000-2006 (Em Mil R$ de 2000)

Unidade da Federação 2002 2003 2004 2005 2006

DF-Distrito Federal 21,37 20,64 20,94 21,75 22,32

SP-São Paulo 11,01 10,79 10,92 11,33 11,60

RJ-Rio de Janeiro 9,58 9,13 9,91 10,12 10,50

RS-Rio Grande do Sul 8,35 8,57 8,68 8,38 8,50

SC-Santa Catarina 8,28 8,59 9,06 9,16 9,28 PR-Paraná 7,43 7,98 8,16 7,78 7,81 ES-Espírito Santo 6,86 6,88 8,11 8,73 9,05 MT-Mato Grosso 6,58 7,55 9,08 8,42 7,33 AM-Amazonas 6,02 5,91 6,52 6,50 7,02 GO-Goiás 5,88 5,79 5,89 5,67 5,91

MS-Mato Grosso do Sul 5,81 6,40 6,39 6,03 6,29

MG-Minas Gerais 5,73 5,79 6,31 6,31 6,55 RR-Roraima 5,41 5,44 4,97 5,12 5,39 AP-Amapá 5,15 4,54 4,75 4,62 5,07 RO-Rondônia 4,45 4,81 4,87 5,29 4,98 SE-Sergipe 4,20 4,17 4,25 4,30 4,49 AC-Acre 3,91 3,85 4,22 4,22 4,18 TO-Tocantins 3,80 4,22 4,43 4,37 4,28 BA-Bahia 3,76 3,67 3,91 4,15 4,11 PE-Pernambuco 3,59 3,48 3,57 3,74 3,88

RN-Rio Grande do Norte 3,52 3,38 3,55 3,75 4,01

PA-Pará 3,25 3,25 3,51 3,54 3,70 CE-Ceará 3,10 3,03 3,12 3,19 3,35 PB-Paraíba 2,94 2,92 2,84 2,96 3,27 AL-Alagoas 2,80 2,78 2,92 2,95 3,07 MA-Maranhão 2,19 2,27 2,42 2,62 2,75 PI-Piauí 2,11 2,17 2,23 2,33 2,50 BRASIL 6,96 6,93 7,22 7,35 7,53

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