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Na sua opinião, quais os factores que contribuem para o sucesso educativo dos alunos?

PARTE B – ESTUDO EMPÍRICO

Objectivo 7- Verificar se os professores inquiridos associam as causas de sucesso ou

20- Na sua opinião, quais os factores que contribuem para o sucesso educativo dos alunos?

Com esta pergunta pretendemos verificar se os professores inquiridos associam as causas do sucesso educativo ao envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, ou se as atribuem ao próprio aluno e às suas condições socioeconómicas e familiares ou às condições que a escola lhe proporciona para desenvolver as suas aprendizagens.

Utilizaremos nesta questão a mesma chave de leitura da pergunta 21.

1- Causas do sucesso associadas ao aluno a- O aluno ter boas capacidades

d- A família do aluno ser estruturada

g- O aluno ser de um nível socioeconómico alto j- O aluno ter hábitos de trabalho

n- Interesse do aluno pela escola

2- Causas do sucesso associadas à escola

b- As matérias dos anos anteriores terem sido bem consolidadas e- Os métodos que o professor usou resultaram com esse aluno h- O trabalho com o professor de apoio resultar

l- A turma ter alunos de nível de aprendizagem homogéneo o- O aluno pertencer a uma turma disciplinada

3- Causas do sucesso associadas ao envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos c- Os pais vão à escola mesmo sem serem convocados

f- Os pais, em casa, proporcionarem ao filho boas condições para estudar i- Grande interesse dos pais pela vida escolar do filho

m- Presença assídua dos pais nas reuniões convocadas pela escola p- Os pais ajudarem o filho a fazer os trabalhos de casa

Terminado este trabalho, o questionário encontrava-se pronto para ser testado, e foi o que fizemos.

2.1.2. A aplicação do pré-teste do questionário

Antes da aplicação do questionário à população do nosso estudo, tivemos o cuidado de realizar um pré-teste para verificar:

“- se todas as questões são compreendidas pelos inquiridos da mesma forma, e da forma prevista pelo investigador;

- se as respostas alternativas às questões fechadas cobrem todas as respostas possíveis; - se não haverá perguntas inúteis, inadequadas à informação pretendida, demasiado difíceis ou a que um grande número de sujeitos se recusa responder, por serem tendenciosas ou desencadeadoras de reacções de auto-defesa;

- se não faltarão perguntas relevantes;

- se os inquiridos não considerarão o questionário demasiado longo, aborrecido ou difícil.” (ibid, p.145)

Também GHIGLIONE e MATALON (2005, p. 155-158), atribuem grande importância ao pré-teste do questionário. Segundo estes autores, uma vez terminada a redacção do questionário, deverá verificar-se se cada uma das perguntas é perceptível, útil, adequada e se encontra correctamente formulada e também se o questionário, no seu todo, tem o tamanho aceitável, não tem questões repetidas e se a ordem das mesmas é pertinente.

Assim, escolhemos nove professores do 1º Ciclo que exercem a sua profissão numa Escola Básica Integrada e catorze que o fazem em escolas de tipo EB1 (Escola Básica do 1ºCiclo), aos quais solicitámos o preenchimento do questionário. Estes professores trabalham num concelho próximo àquele em que realizámos o nosso estudo.

Explicámos sucintamente aos professores os objectivos da nossa investigação, e solicitámos-lhes que nos dessem a sua opinião sobre a clareza e oportunidade das questões, que sugerissem alterações e que usassem o espaço aberto, contido em cada uma das perguntas, para acrescentarem tudo o que julgassem necessário em cada uma das questões.

2.1.3. Análise do pré-teste

Uma vez recolhidos os dados através do pré-teste (Anexo1), procedemos à sua análise, com o objectivo de introduzirmos as alterações necessárias e construirmos assim o questionário definitivo.

A leitura atenta das respostas que obtivemos e as sugestões da Professora orientadora, levou-nos a introduzir as seguintes alterações:

Questão 5 – Que funções desempenha na escola?

Na alínea d – Coordenador de Ciclo; substituímos por Coordenador do Conselho de Docentes, porque chegámos à conclusão que é dessa forma que os professores identificam o cargo. Normalmente são eleitos os Coordenador e Vice- coordenador de Ciclo, sendo que ao Coordenador cabe desempenhar as funções de Coordenador do Conselho de Docentes e ao Vice-coordenador, substituí-lo sempre que necessário e colaborar nas tarefas de coordenação do 1º Ciclo.

Questão 13 – Na sua opinião, em que medida as diferentes formas de envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, que apresentamos, poderiam contribuir para melhorar o sucesso educativo dos alunos?

Nesta questão introduzimos algumas alterações na redacção de algumas das hipóteses de resposta, com o objectivo de melhorar a sua clareza e consequente compreensão.

Na hipótese de resposta nº1, em vez de: A participação dos pais em cursos de formação, organizados pela escola; passou a ler-se: A participação dos pais em cursos de formação organizados pela escola, que os ajude a preparar os filhos para a vida escolar.

Na hipótese de resposta nº3, em vez de: A escola dinamizar actividades culturais para pais, (teatro, pintura, canto…); passou a ler-se: A escola dinamizar actividades culturais em parceria com os pais (teatro, música, pintura, canto…), abertas a toda a comunidade.

Na hipótese de resposta nº8, em vez de: A escola criar parcerias com clubes desportivos para ocuparem os tempos livres dos alunos; passou a ler-se: A escola criar parcerias com a Associação de Pais e clubes desportivos para ocuparem os tempos livres dos alunos.

Na hipótese de resposta nº23, em vez de: A escola criar um clube de artesanato, em parceria com o Lar de Idosos, para ocupar as crianças nos tempos livres; passou a ler-se: A escola criar um clube de artesanato, em parceria com os pais e o Lar de Idosos, para ocupar as crianças nos tempos livres.

Questão 23 – Quando um aluno seu trouxe o trabalho de casa errado porque os pais não souberam como ajudá-lo, o que faz?

Nesta questão, solicitávamos aos respondentes que assinalassem apenas uma das hipóteses de resposta, mas tal não aconteceu, 7 dos respondentes (30,4%) assinalaram

mais do que uma opção. Resolvemos, por isso, solicitar que nos assinalassem até um máximo de três hipóteses de resposta, na versão final do questionário.

Por outro lado, 5 dos respondentes (21,7%) afirmaram tomar outra atitude, dizendo que, em tais circunstâncias explicariam de novo o trabalho ao aluno. Acrescentámos assim, a hipótese h – Explico novamente o trabalho ao aluno.

Ainda sobre a mesma questão, nas conversas informais que trocámos com os professores aquando do preenchimento do pré-teste, resolvemos introduzir a hipótese i – Escrevo uma nota no caderno indicando como os pais devem ajudar, por nos ter sido sugerida por alguns dos docentes.

2.1.4. Aplicação do questionário definitivo

Após termos introduzido, no pré-teste, todas as alterações que julgámos necessárias procedemos à aplicação do questionário definitivo (Anexo 2). Para isso, solicitámos aos Conselhos Executivos dos três Agrupamentos de Escolas do Concelho de Rio Maior que nos autorizassem a fazer a distribuição dos questionários nas respectivas reuniões de Conselho de Docentes. Obtivemos da parte dos três órgãos de gestão uma grande abertura e disponibilidade para incentivarem os professores do 1º Ciclo a participarem no estudo.

A distribuição e recolha dos questionários decorreu entre os dias 16 de Janeiro e 9 de Fevereiro de 2007. Foram distribuídos 78 questionários aos professores do 1º Ciclo do Ensino Básico a leccionar no Concelho de Rio Maior, na data referida, e recolhidos 75. Atribuímos esta elevada taxa de respondentes a duas razões: por um lado, ao facto de termos sido autorizados a explicar os objectivos do nosso estudo e a distribuir os questionários durante as reuniões de docentes e, por outro lado, ao facto do tema em estudo ter obtido uma elevada receptividade junto dos professores.

Quer na elaboração do instrumento de recolha de dados, quer na sua aplicação e na interpretação dos dados recolhidos, procurámos ter em conta o respeito pelos princípios éticos de investigação e que, segundo BOGDAN e BIKLEN (1994, p.77) são:

“1 - As identidades dos sujeitos devem ser protegidas…; 2 – Os sujeitos devem ser tratados respeitosamente e de modo a obter a sua cooperação na investigação...; 3 – Ao negociar a autorização para efectuar o estudo, o investigador deve ser claro relativamente aos termos do acordo e deve respeitá-lo até à conclusão do estudo… 4 – Seja autêntico quando escrever os resultados.”

Também (CARMO e FERREIA, 1998, p. 265), enunciam nove princípios éticos semelhantes, afirmando ainda que se deve “Aceitar a decisão dos indivíduos de não colaborar na investigação” e que se deve “Solicitar autorização das instituições a que pertencem os participantes para estes colaborarem no estudo.”, os quais julgamos ter tido em conta na nossa pesquisa.

2.1.5. Análise estatística

Os dados recolhidos através dos questionários foram objecto de análise de estatística descritiva, através da versão 15 do programa SPSS.

A análise que fizemos consistiu, essencialmente, na construção de tabelas de frequência de todas as questões (que apresentamos no Anexo 3), na recodificação dos dados, sempre que tal se revelou necessário e na construção de tabelas de dupla entrada, referentes ao cruzamento entre varáveis.

Na análise que efectuámos, optámos por não aplicar o teste do Qui-quadrado, uma vez que os pressupostos da sua aplicação não se verificavam no caso da nossa amostra. Por um lado o número reduzido de questionários e, por outro, a significativa homogeneidade de atitudes e opiniões que os respondentes revelaram, independentemente das suas características, levaram a que, na grande maioria dos casos, não tivéssemos encontrado relações entre as variáveis que cruzámos com as características dos respondentes. (Como se pode verificar no exemplo que apresentamos no Anexo 4)