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OS TRABALHADORES RURAIS NA REVOLTA CONSTITUCIONALISTA DE

Como é costume acontecer, essas medidas fi zeram pouco para atrair o apoio dos trabalhadores e muito para galvanizar a oposição paulista a Vargas e seu regime. Antagonistas recentes descobriram que odiavam mais o tenentismo que um ao outro. Em julho, os líderes do estado forçaram João Alberto a renunciar, e Vargas estava lutando para consertar as relações com os antigos aliados no estado. Ele indicou um interventor paulista e prometeu eleições aos representantes de uma Assembléia Constituinte. Mas Vargas demorou para tomar essas medidas e, em fevereiro de 1932, os republicanos e os democratas de São Paulo superaram suas diferenças para formar uma frente unida em apoio à rápida volta de um governo constitucional. Em maio, Vargas agendou eleições de representantes para a Assembléia Constituinte. Mas a elite paulista não confi ava mais nele e incitou uma rebelião, obtendo apoio popular para uma revolta armada em

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nome do constitucionalismo, sinônimo de maiores direitos estatais e menor interferência federal em seus assuntos.

Em 9 de julho, os paulistas indicaram seu próprio governador, declara- ram-se em oposição ao governo central e, mobilizando uma força de mais de 100 mil homens, adotaram uma estratégia militar defensiva, distribuindo tropas por toda a linha divisória do estado. Vários fatores enfraqueceram as chances dos rebeldes. Como seus antepassados fazendeiros, que resistiram às guerras de independência no início do século XIX, com medo de que elas inspirassem uma rebelião de escravos, a moderna classe de proprietários de terras evitava ações que pudessem do mesmo modo mexer com a mili- tância urbana. Como o embaixador britânico registra, os rebeldes paulistas estavam “obcecados com o medo de um levante comunista”, e recrutaram combatentes primeiro entre os de sua classe. Aparentemente, tinham medo de irritar seus próprios militantes também. O adido militar norte-americano em São Paulo relata um moral baixo entre “os jovens aristocratas” que se alistaram com entusiasmo, mas “desacostumados a cumprir ordens”, logo “retornavam à capital paulista para alguns dias de descanso e recreação”, não sofrendo penalidades por abandonar a fronte. Então o recrutamento foi focado nos trabalhadores das cidades do interior. Em São Carlos, Ribeirão Preto e outros municípios consideravelmente grandes na região cafeeira, houve listas monumentais de nomes de dezenas de cidadãos locais que deram sua vida pela causa da autonomia dos fazendeiros do governo Vargas. Em setembro, quando o fi m se aproximava, o total de vítimas estimado era de 2100 mortos e 7600 feridos, fazendo que o confl ito de 1932 fosse muito mais sangrento que a revolta de 1930, na qual houve 2 mil vítimas no total.

A revolta de 1932 simbolizou o desespero dos líderes de São Paulo em manter seu status de mandantes de seu estado, senão da nação inteira. Da Primeira Guerra Mundial em diante, as mudanças econômicas, demográfi cas e políticas, que invadiram seu mundo, desestabilizaram a indústria de larga escala do café, na qual seu poder estava baseado. Como as fronteiras do estado estavam demarcadas, suas terras exauridas, suas árvores e indivíduos envelhecidos, o mundo dos grandes proprietários de terras inevitavelmente mudaria. Um infl uxo de trabalhadores rurais imigrantes recusou uma ordem baseada na escravidão, e eles agarraram toda e qualquer oportunidade para expandir sua liberdade. Como os preços do café subiam e desciam, e os fazendeiros aposentados vendiam as terras cansadas, aqueles que podiam compravam-nas. Onde os empreendedores criaram oportunidades urbanas de trabalho, os trabalhadores as seguiam, em especial os indivíduos nascidos no Brasil, que raramente desfrutavam dos arranjos de aquisição de terra em usufruto e dos contratos que os imigrantes ganhavam como direito de passagem para o Brasil.

Informações de histórias pessoais mostram um curioso padrão na res- posta dos trabalhadores agroindustriais do interior. Em Barretos, o caboclo

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Irineu Luís de Moraes respondeu favoravelmente ao chamado dos consti- tucionalistas, ao passo que em Batatais, Arlindo Teixeira, fi lho de colonos cafeeiros portugueses, não se alistou. Como um dos camaradas, Moraes se benefi ciou de relações pessoais com os donos da velha ordem e talvez esse mundo tenha parecido preferível à disputa de forças de mudança re- dundante da depressão econômica e do advento do governo Vargas. Como colono, Teixeira tinha passado os recentes eventos de forma diferente. A crise de 1929 reduziu pela metade a renda da família e os forçou a desistir do colonato e mudar para a cidade, onde buscavam empregos de subsis- tência. Finalmente, Teixeira tornou-se carpinteiro e voltou a trabalhar como camarada de ofício em algumas fazendas. A dependência e a instabilidade da velha ordem não tinham nenhum charme especial para sua família. Desconsiderando suas respostas contraditórias aos fazendeiros em 1932, ambos se alistariam logo em seguida às forças comunistas dos camponeses.

CONCLUSÃO

Em 1933, Moraes preencheu o formulário de “pedido de adhesão” ao PCB – “Secção Brazileira da Internacional Communista”. Ele estava trabalhando como ferroviário na Companhia Paulista, em Araraquara, São Paulo, quando conheceu um colega que o ajudou entender melhor a noção de classe social e a apreciar a situação dos trabalhadores. Moraes achou todos covardes por não terem a mesma vontade que ele para fazer greve. “Eu simplesmente gostava de fazer um negócio para tomar posição contra o sujeito que estava no banco.” Mas o colega impressionou Moraes, explicando que a turma não era covarde, apenas estava com medo de se arriscar a perder o emprego que sustentava sua família. “Ele me mostrava o problema orgânico e me empurrava a pensar em como se organiza um movimento ou um sindica- to”, diz Moraes. “Até lá, eu não tinha noção de trabalho organizado.” As companhias de estrada de ferro contrataram muitos imigrantes e assim tornaram-se escolas de intercâmbio de idéias e lugares de solo fértil para os militantes da “Capa Preta” – como era denominado o misterioso PCB. O colega era a ligação dele com a Capa Preta e Moraes resolveu ingressar para fazer “não um movimento popular, mas uma transformação completa do regime de exploração e miséria”. Como documentam as coleções no arquivo do DEOPS, centenas de operários e camponeses ingressaram no PCB na década de1930.

O Brasil passava por uma transformação política e econômica. A cres- cente diversifi cação da economia rural e urbana ajudou na fragmentação da classe dominante e desmembrou seu projeto de guiar o Brasil no caminho de uma pura vocação agrícola. As diferenças ideológicas entre as elites cresceram e novas organizações de oposição se formaram e se apoiaram em

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grupos bem mais abrangentes que o já tradicional dos homens de bens. As lutas dentro da classe dominante abriram canais para a mobilização popular. Embora fraco e pouco efi caz na época, os movimentos dos trabalhadores do campo e da cidade sinalizaram uma mudança na política populista do período pós-Segunda Guerra Mundial. Para conquistar seu território polí- tico, os camponeses tinham um difícil solo para roçar. A classe dominante tradicional do Brasil fi cou comprometida com a idéia de controlar e limitar a participação efetiva dos trabalhadores rurais. Mesmo assim, os camponeses não pararam de reivindicar políticas apropriadas para melhorar as condições dos trabalhadores rurais e dos pequenos produtores.

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CARTAS

AO

PRESIDENTE

VARGAS: OUTRA

FORMA

DE

LUTA

PELA

TERRA

Vanderlei Vazelesk Ribeiro

P

ara a maior parte da historiografi a dedicada ao estudo do

período que se convencionou chamar Era Vargas, nem este governo elaborou projetos que visassem a incorporar os camponeses ao modelo de desenvol- vimento capitalista encetado no país, como nem esses camponeses teriam se mobilizado em defesa de seus interesses durante o período varguista (em especial no intervalo entre a revolução de 1930 e a queda do Estado Novo).

Para esses estudiosos, os regimes ditos populistas não precisavam atin- gir o meio agrário, posto que o trabalhador da gleba continuava tutelado pelos proprietários rurais. Essa mesma tutela também explicaria o fato de não haver movimentos sociais rurícolas de grande magnitude no período, a não ser em explosões de cunho messiânico, como o reduto do Caldeirão no Ceará (1936), ou a guerra dos posseiros, também chamada guerrilha de Porecatu, dinamizada pela atuação do PCB (1948-1951).

Entretanto, a renovação da historiografi a e uma abordagem diferenciada em relação a fontes não trabalhadas em profundidade levam-nos a conclu- sões um tanto diferentes.*

As mudanças se fazem sentir inicialmente nas refl exões historiográfi cas. Escrevendo no fi m dos anos 70, Otávio Guilherme Velho mostra a Marcha para o Oeste que, embora fosse vista pelo autor muito mais como um discurso ideológico do Estado Novo do que como uma proposta real, não descarta a hipótese de a burocracia estatal desejar a criação de um setor

* Este trabalho tem suas principais refl exões calcadas em nossa tese de doutorado: “A Roça y

la Campaña: a questão agrária no Varguismo e no Peronismo em uma perspectiva compara- da”, recentemente defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (RJ).

Cartas ao presidente Vargas

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de pequenos proprietários dependentes do Estado no meio rural. Tal setor ampliaria a base de apoio ao regime, agregando à antiga massa urbana um forte núcleo agrário.

Alcir Lenharo segue a mesma trilha, embora sublinhe o caráter autoritário do projeto varguista, o que, aliás, não destoava dos propósitos do regime. Lenharo observa o impacto no imaginário popular do discurso de Marcha para o Oeste, que conclamava os empresários a investir e os trabalhadores a se deslocarem para Mato Grosso, Goiás e Amazônia, onde haveria um país a conquistar, alargando o “imperialismo” interno, refazendo o antigo caminho bandeirante.

Francisco Carlos Teixeira da Silva e Maria Yedda Linhares sublinham a inclusão simbólica do trabalhador nos projetos varguistas desde o primeiro momento do regime, materializada na valorização do rural de Portinari nas telas que emolduram o prédio do Ministério da Educação, bem como as propostas de colonização no Oeste e na Amazônia.

Se uma proposta varguista de atuação estatal no meio agrário começa a ser valorizada, o estudo de um meio de comunicação mais antigo possibilita- nos o diálogo com fontes antes pouco trabalhadas. Estamos nos referindo à correspondência enviada ao Poder Executivo. Jorge Ferreira abriu esse caminho em Trabalhadores do Brasil, mostrando que trabalhadores escreviam ao presidente objetivando coisas tão diferentes como emprego público ou queixar-se de um mal tratamento no meio agrário (Ferreira, 1995).

Nessa mesma linha, José Roberto Franco Reis mostra como os trabalha- dores da cidade e do campo buscavam contato com o presidente Vargas a fi m de verem suas reivindicações atendidas. Desse modo, pode-se perceber não apenas que o regime Vargas buscou atuar no meio agrário, mas que os trabalhadores, inclusive os do campo, também buscaram aproveitar o discurso ofi cial para atingir objetivos como o acesso à terra, a resolução de confl itos agrários ou, mais simplesmente, meios para trabalhar, como enxadas ou recursos fi nanceiros. Em nosso texto, buscamos analisar como o trabalhador da gleba tentava, em meio às difi culdades que vivia, fazer chegar ao governo suas queixas, bem como sensibilizá-lo para seus problemas.

É importante salientar que as cartas por nós analisadas formavam processo na burocracia federal, circulavam pelos diversos Ministérios e, posteriormente, eram respondidas ao missivista, ainda que não lhe fosse dada uma resposta favorável.

Dessa maneira, é importante discutir uma fonte ainda pouco utilizada e pensar que esta pode abrir-nos um caminho diferente de análise. Pode- se argumentar contra essa fonte o analfabetismo reinante no meio agrário brasileiro, como um impeditivo para que o roceiro escrevesse. Todavia, é preciso que não queiramos ser mais realistas que o rei: os burocratas do regime não se faziam, ao que tudo indica, essas perguntas a respeito da autoria das cartas, antes de encaminhá-las ao setor correspondente para

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que formassem o processo administrativo. Outrossim, o remetente da carta era também o destinatário da resposta ofi cial, não havendo dessa forma nenhum pejo dos representantes ministeriais em respondê-las.

Assim, tais fontes são bastante importantes não apenas para refl etirmos sobre a ação dos trabalhadores rurais durante o Estado Novo, como durante o segundo governo Vargas, momento em que, apesar de haver maior auto- nomia para os estados e já se encontrarem outros mediadores como partidos políticos, parlamento e imprensa, o hábito de escrever a Vargas pedindo solução para seus problemas, inclusive no meio agrário, não se perderia.

Iniciemos pela análise de confl itos de pequena magnitude que acabaram por ser levados ao poder central, pois os remetentes certamente não imagi- navam ter possibilidades de êxito nos âmbitos local ou regional.

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