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3 PROGESTÃO: um cenário rico para se estudar a dinâmica da consultoria interna e o fenômeno da

ESCOLA DE GOVERNO COMISSÃO DIRETORA DE REFORMA DO ESTADO MONITORAMENTO E GERÊNCIA TÉC DE AVALIAÇÃO

4.2 Estudo qualitativo

5.1.3 Perfil dos gerentes (membros dos comitês internos)

5.1.3.1 Demografia

Com relação aos respondentes que integraram os comitês internos, 20 são do sexo feminino (67%) e 10 do sexo masculino (33%).

A média da idade foi de 49 anos (DP=7,7), variando dos 29 aos 64 anos. A grande parte dos gerentes pesquisados concentrou-se entre 46 e 55 anos (53%). Apenas 27% apresentaram idade inferior a 45 anos e 20% idade superior a 56 anos.

Dos gerentes entrevistados, 57% eram casados, 20% solteiros, 13% eram desquitados, divorciados ou descasados, 7% eram viúvos e 3% mantinham união informal. O número de filhos variou entre 0 a 4, com uma média de 2 filhos (DP=1,2).

Observou-se que 76% dos gerentes eram pós-graduados, sendo 63% em cursos de especialização, 10% em mestrado e 3% em doutorado, o restante estava distribuído em detentores de curso superior (20%) e de curso técnico (3%). Daqueles com graduação, as áreas de formação estavam concentradas em Ciências Humanas (30%), Saúde (23%), Ciências Sociais Aplicadas (17%), Engenharias e Computação (10%), Ciências Exatas (7%), Lingüística, Letras e Artes (3%), Ciências Agrárias (3%) e outras (3%).

Quanto aos servidores com pós-graduação, a distribuição ocorreu da seguinte forma: Ciências da Saúde (20%), Ciências Sociais Aplicadas (20%), Ciências Humanas (13%), Ciências Exatas (7%), Ciências Agrárias (3%), Engenharias e Computação (3%) e outras (10%).

5.1.3.2 Vínculo com o Estado

Quanto ao tipo de vínculo com o Estado, 43% dos gerentes eram estatutários, 30% estavam subordinados à CLT, 10% eram servidores de outra esfera cedidos ao Governo do Estado, 7% ocupavam apenas cargo comissionado e 10% tinham outro tipo de vínculo.

O tempo médio no serviço público foi de 21 anos (DP=9,0), variando de 3 a 32 anos de trabalho.

Do total dos gerentes entrevistados, 73% exerciam na época das intervenções algum tipo de função gratificada (funções de apoio, supervisão, assessoramento ou direção), 13% ocupavam apenas cargo de nível superior, 3% ocupavam apenas cargo de nível intermediário, com o restante distribuído entre outros (10%). O tempo médio na função foi de 5 anos (DP=6,4), sendo o tempo máximo de 25 anos e o mínimo de menos de seis meses (0 ano). Observou-se que 77% dos gerentes estavam ligados à atividade-meio e 23% à atividade-fim da sua instituição.

Com relação às áreas do governo a que os órgãos dos gerentes estavam vinculados na ocasião das intervenções, a distribuição é a mesma descrita na Seção 5.1.1 deste capítulo.

Os gerentes, segundo a remuneração atual, estão distribuídos da seguinte forma: 80% recebem entre R$ 1.001,00 e R$ 6.000,00 e 3% recebem entre R$ 6.001,00 e R$ 12.000,00. Os 17% restantes atualmente não possuem vínculo com o Governo do Estado.

5.1.3.3 Relação com a atividade de consultoria

Conhecimento sobre consultoria interna

O modelo de consultoria interna não era desconhecido para a maioria dos gerentes, 47% desses já tinham ouvido ou lido sobre consultoria interna, 20% já tinham vivenciado essa experiência em outro momento e 10% já haviam atuado como consultor interno. Os 23% restantes desconheciam o modelo de consultoria interna.

Experiência anterior em consultoria

Dentre aqueles gerentes que tiveram experiência com consultoria (50%), a maioria afirmou que esse foi um fator que contribuiu para um melhor relacionamento com os consultores: 13% destacaram que contribuiu muito, 33% que contribuiu e 3% que contribuiu razoavelmente.

Benefício da consultoria interna para o serviço público

Observou-se que 73% dos gerentes classificaram como ótima a idéia de utilizar com maior freqüência o modelo de consultoria interna no serviço público, 23% como boa e 3% como razoável.

Os gerentes identificaram a necessidade do serviço de consultoria interna em áreas que não eram o foco direto do PROGESTÃO, destacando-se as áreas de gestão de recursos logísticos (73%), gestão de pessoas (67%), atendimento ao cidadão (67%), atividade-fim da instituição (63%), finanças (53%) e informática (53%).

Ao destacarem os principais benefícios que a consultoria interna pode trazer para o serviço público, os gerentes elencaram (atribuindo pontuação de 6 a 1, onde 6 era o maior benefício), por ordem decrescente de importância, o fato dos consultores entenderem a realidade da administração pública, a valorização do servidor público, o acompanhamento de todas as etapas, a rapidez nas soluções, a economia para os cofres públicos e a exclusividade no atendimento.

Tabela 5 (5): Benefícios que a consultoria oferece ao serviço público

Benefícios M DP

Pessoas que entendem da realidade da administração pública 4.57 1.612 Valorização do servidor público 4.07 1.721 O acompanhamento de todas as etapas de uma intervenção 3.57 1.382 Mais rapidez na solução dos problemas 3.30 1.643

Economia 3.10 1.768

Exclusividade no atendimento 2.40 1.354

5.1.3.4 Relação com o PROGESTÃO

Conhecimento dos objetivos do PROGESTÃO

Na época em que sua instituição aderiu ao PROGESTÃO, 33% dos gerentes desconheciam os objetivos do Programa, 20% tinham uma vaga idéia dos seus objetivos, 23% conheciam apenas os principais objetivos e 23% tinham pleno conhecimento de todos os objetivos do Programa.

Experiência com o PROGESTÃO

Dos gerentes entrevistados, 7% também integraram o PROGESTÃO, atuando como consultores internos em outros órgãos do governo.

Dos gerentes entrevistados 20 (67%) participaram do comitê como membros e 10 (33%) como coordenadores do comitê.

Impactos da participação de colegas no PROGESTÃO

Um total de 33% dos gerentes informou que havia servidores na sua instituição atuando como consultores internos em outros órgãos do governo, sendo que metade desses (17%) integrava sua equipe de trabalho.

Observou-se, ainda, que a liberação desses servidores não gerou muitos problemas quanto ao relacionamento com a chefia deles, quanto ao andamento das atividades pelas quais eram responsáveis e quanto ao relacionamento com a equipe que integravam, conforme tabela abaixo:

Tabela 6 (5): Problemas gerados pela participação de colegas como consultor interno

Não Às vezes Sempre M DP

No andamento das atividades sob a responsabilidade

deles 23% 10% 0% 0.10 0.305

No relacionamento com o restante da equipe que eles

integram 23% 10% 0% 0.10 0.305

No relacionamento com a chefia deles 27% 7% 0% 0.07 0.254

Avaliação, impactos e desafios do Programa

Um total de 53% dos gerentes considerou o PROGESTÃO um programa necessário, que já estava contribuindo para a modernização da gestão pública estadual e tinha condições de ser implantado na sua totalidade, 40% destacaram que esse era um programa necessário, mas que dificilmente seria implantado na sua totalidade e 7% acreditaram que o PROGESTÃO era um ideal, que dificilmente seria implantado na sua totalidade.

A grande maioria dos gerentes considerou que as mudanças promovidas pela adesão ao Programa trouxeram ganhos para si (80%), para o órgão em que trabalhavam (83%), para o Governo do Estado (83%) e para o cidadão (87%).

Como os cinco principais desafios para o Programa, os gerentes destacaram (atribuindo pontuação de 10 a 1, onde 10 representava o maior desafio), por ordem decrescente de importância, a cultura da administração pública, as mudanças de governo, o comprometimento da alta direção dos órgãos, a resistência dos gestores e servidores à mudança, e a burocracia da máquina pública.

Tabela 7 (5): Desafios do PROGESTAO

Desafios M DP

A cultura da administração pública 7.83 1.763

As mudanças de governo 6.97 2.512

O comprometimento da alta direção dos órgãos 6.93 2.664 A resistência dos gestores e servidores à mudança 6.70 2.452

A burocracia da máquina pública 6.67 2.264

Recursos financeiros escassos 5.60 3.191

A resistência dos gestores e servidores aos consultores internos 4.63 2.251 A adequação do método adotado pelo PROGESTÃO 3.67 2.354

O modelo de consultoria interna 3.03 1.991

A adesão de novos consultores internos 2.97 1.691