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Portos americanos: Nova York/Nova Jersey/Los Angeles Sistemas portuários são significativos para a economia norte-americana,

2 SUAPE E PRINCIPAIS PORTOS: DESAFIOS, SOLUÇÕES E CARACTERÍSTICAS

2.3 Ásia, Europa, América do Norte e seus maiores portos

2.3.3 Portos americanos: Nova York/Nova Jersey/Los Angeles Sistemas portuários são significativos para a economia norte-americana,

movimentando mais de dois bilhões de toneladas de cargas para exportação e importação anualmente e mais de 95% do comércio internacional move-se por águas (GAO, 2007).

A região de Nova York e Nova Jersey é uma das maiores e mais diversificadas dos EUA, com área de 3.900 milhas quadradas. No Estado de Nova York a população é estimada em 18,9 milhões de habitantes em julho de 2009 (NYC, 2010). O Produto Regional Bruto chegou a 900 bilhões de dólares em 2005 (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

Os portos de Nova York e de Nova Jersey (NY/NJ) aceitam qualquer tipo de carga. São 54 guindastes para contêineres. Na região portuária existem armadores, serviços

bancários, serviços financeiros e outros serviços portuários (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

Em 2007 os Portos de New York e New Jersey movimentaram 5,4 milhões de TEU ocupando a 19ª posição em uma lista de 20 maiores portos mundiais. A taxa de crescimento de 2006 para 2007 foi de 6,03% (UNCTAD, 2008). Em 2009, estes dois portos foram para a 20ª posição (UNCTAD, 2009b).

A Autoridade Portuária de Nova York e de Nova Jersey é única para os dois portos e começou a reescrever sua missão, cujo processo envolveu gerentes, engenheiros em finanças, profissionais de projeto, analistas de políticas e líderes executivos. Assessores acadêmicos e peritos externos auxiliaram a identificar desafios e necessidades de transporte (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

O novo plano estratégico aprovado pela autoridade portuária defende uma nova infraestrutura para o porto e seus parceiros, o que irá permitir e estimular um crescimento econômico e ao mesmo tempo manterá em curso os sistemas de transporte da região de forma mais eficiente. O que se objetiva é uma rede de transporte que permita alta qualidade dos serviços e melhore a qualidade do ambiente, gere o crescimento do trabalho e a melhor utilização da terra.

Estes requisitos de desenvolvimento excedem as demandas por transporte, mas dependem do sucesso do nível de cooperação, incluindo a identificação de novas fontes de receitas entre os diversos atores públicos e privados.

Para identificar tais responsabilidades que melhor cabe à autoridade portuária, o planejamento estratégico é tão específico quanto possível sobre o papel da autoridade portuária nas políticas, nos projetos e nas parcerias que se acredita essencial para a prosperidade da região (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

O plano da autoridade portuária tem intenção de promover mais discussão em torno dos meios pelos quais todas as agências de transporte na região possam se alinhar com a visão do que foi planejado. Desta forma, a missão da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey é desenvolver a prosperidade e competitividade da região provendo serviços de transporte que movimentem eficientemente pessoas e cargas na região e facilite o acesso à nação e ao mundo (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

A região de Nova York e Nova Jersey tem demonstrado rápida recuperação desde o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001. Depois disso, vários serviços foram criados ou melhorados como o transporte de passageiros por ferry boat, linhas de metrô e operações rodoviárias. Ainda assim, estima-se que, em 2003, os passageiros perderam, se

movimentando, cerca de US$ 7 bilhões em receitas devido ao congestionamento em auto- estradas e travessia de rios. O tempo de espera típico para embarque ou desembarque vai de 15 a 45 minutos e os aeroportos estão entre os mais caóticos em partidas e chegadas (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

Em julho de 2009 a APNYNJ anunciou uma iniciativa para encorajar a utilização do Sistema ExpressRail, para que transportadores despachem suas cargas pelas novas rotas da ferrovia. O programa provê um desconto de US$ 25,00 por contêiner que trafegue pela ferrovia em qualquer sentido (GROWING THE REGION, 2009).

Economicamente, a citada região tem apresentado forte recuperação desde 2001 e as expectativas de crescimento prevêem para 2020 um acréscimo de 1,4 milhão de novos empregos e U$ 500 bilhões no Produto Regional Bruto. Estima-se que o crescimento do transporte de carga entre 2005 e 2020 chegue a 100% pelo sistema portuário. Um crescimento desta magnitude só será possível com uma transformação no sistema de transporte da região (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

O planejamento estratégico para o sistema de transporte da região prevê, entre outros, a manutenção, segurança e proteção ambiental de infraestrutura para um padrão de excelência, o aumento da capacidade de movimentação de não-trabalhadores sem passar pelos centros das cidades. Além destes, pretende-se conseguir, uma rede facilitadora de transporte de cargas e passageiros por via marítima e de baixa poluição, um sistema regional de informações que calcule as diferenças entre os diversos modais para reduzir o tempo, a poluição e as tarifas, para citar alguns (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

Desta forma, o planejamento estratégico estipulou prioridades e estabeleceu fatores para a medição do sucesso do plano. Entre elas, maximizar as oportunidades econômicas, a qualidade de vida e a produtividade da região através de investimentos em transportes; criar capacidade de financiar os projetos que implicaram em benefícios econômicos regionais; aumentar o valor percebido pelos clientes em relação à rede de transporte; proteger e sustentar as empresas para as futuras gerações; criar organizações de excelência em seus objetivos (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

Para estas prioridades, a Autoridade Portuária redesenhou o plano, envolvendo engenheiros, gerentes empresariais, financistas e profissionais de planejamento, analistas de políticas e líderes executivos. Promoveu conferencias com acadêmicos e especialistas externos para ajudar a identificar as deficiências e necessidades em transporte na região. A discussão envolveu mais de cem organizações entre entidades representativas civis, negócios, academias e representantes do governo (THE PORT AUTHORITY OF NY & NJ, 2005).

A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey planejou e está executando um plano que prevê crescimento ordenado dos sistemas de transporte de cargas e de passageiros da região atendida, em parceria com atores externos à autoridade portuária. Visa desenvolver e implantar soluções de excelência em transporte, que proveja crescimento sustentável, no qual o público interessado participa, incluindo a academia, o governo e as empresas.

Outro importante porto nos EUA é o de Los Angeles no Estado da Califórnia. Localizado na Baia de San Pedro, costa oeste dos EUA, é seu maior porto, importante hub para o comércio mundial (PORT OF LOS ANGELES, 2008) e o décimo sexto no mundo em movimentação de contêineres: em 2009, o Porto de Los Angeles transportou 7,8 milhões de TEU (UNCTAD, 2009b).

O Porto de Los Angeles cita como vantagens ter o maior ativo em serviços de transporte ferroviário, com acesso a 14 centros de distribuição nos EUA e mais de 18.000 profissionais como força de trabalho disponível. Com 182 quilômetros de ferrovias no porto, é capaz de operar mais de 100 trens por dia. Possui profundidade 16,5 metros para atracação dos maiores navios em uso, em mais de 50 berços de atracação com 71 portraineres (PORT OF LOS ANGELES, 2010).

A fundação do Porto data de 1907, mas sua história como atracadouro remete a 1542 por exploradores portugueses. Posteriormente, em 1771, missionários e oficiais espanhóis estabeleceram uma colônia na Baia de San Pedro. Em 1869 já havia um serviço ferroviário ligando a cidade de Los Angeles à Baia de San Pedro, com 33,8 quilômetros de extensão. Em agosto de 1958 iniciava-se a movimentação de contêineres, tornando-se continuo e totalmente operacional em 1960, em especial, no transporte para as Ilhas Havaí (THE PORT OF LOS ANGELES, 2010).

A área de influência do Porto de Los Angeles comporta seis regiões metropolitanas com 21,2 milhões de residentes, 485 mil empresas e mais de 930 mil trabalhadores, sendo um dos maiores centros manufatureiros dos EUA (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

A Baia de San Pedro inclui o Porto de Long Beach que, juntamente com o de Los Angeles, recebem mais de 42% do total de cargas conteinerizadas importadas pelos EUA, o que representa 70% das cargas vindas da Ásia (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

A movimentação de cargas em contêineres no Porto de Los Angeles dobrou desde 1999 e triplicou desde 1995. O porto possui 7.500 acres de terra, 69 quilômetros de costa, 270 berços de atracação e 26 terminais de carga, representando um segmento crítico para a infraestrutura dos EUA e para a cadeia de suprimento mundial (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Além de cargas em contêineres, o Porto de Los Angeles opera com graneis, tais como metais e aço, e com passageiros. Possui rotas regulares e demanda crescente por mais acessibilidade das embarcações, o que o leva a necessidade de operações mais eficientes. Os funcionários estão focados em transformar o porto em um modelo ambientalmente limpo através da implantação do Plano de Ação Ar Limpo na Baia de San Pedro, uma filosofia verde (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

O planejamento estratégico para o Porto de Los Angeles identificou 12 objetivos estratégicos para os próximos 5 anos. Cada um dos objetivos localiza uma série de iniciativas e ações que o porto irá realizar para conseguir seus objetivos (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Um dos objetivos estratégicos é garantir que o porto mantenha sua eficiência gerencial quanto à diversidade de carga e ao uso da terra; maximizar o uso compatível da terra e minimizar conflitos no seu uso. Para tal, desenvolveu um plano de marketing com foco no aumento dos serviços aos usuários e na construção de relações com os proprietários das cargas, com os operadores marítimos e dos terminais, além de promover a marca do porto (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Para maximizar o uso da terra, foi desenvolvido um plano para a pesquisa marítima de forma a acomodar laboratórios acadêmicos e governamentais, um local de pesquisa e desenvolvimento para negócios que emergem sobre as questões de preservação e educação ambiental (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Outro objetivo estratégico é maximizar a eficiência e a capacidade das instalações atuais e futuras do porto. Para isso, serão identificados os planos de expansão dos clientes ao mesmo tempo da localização das oportunidades de crescimento (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Em relação ao transporte regional, o porto irá definir os requisitos de infraestrutura necessária para suportar a movimentação de mercadorias de forma segura, eficiente e ambientalmente compatível. Para tal, será atualizado o modelo de rotas para o uso de novas rodovias. Além disso, serão analisadas as demandas da ferrovia e estudado projetos de sistemas elétricos de movimentação de contêiner (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Como objetivo estratégico financeiro, estabeleceu-se a auto-suficiência financeira e a geração de fundos para implantar as prioridades estratégicas e políticos. Isso será conseguido através de compensações financeiras pelo aluguel da terra, além da auditoria contábil em cada divisão do porto. Mais além, serão ampliados os requisitos para os seguros e o gerenciamento de riscos, os treinamentos em segurança e a alocação de recursos de curto prazo. Implantação

de monitoria e transparência financeira e modernização dos sistemas financeiros completam as ações estratégicas financeiras (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Para a meio ambiente, o porto pretende transformar-se no maior porto verde do mundo, ampliando a saúde pública e elevando padrões de proteção ambiental. Fará isso com um programa Ar Limpo, com métricas internacionais e por meio da ética sustentável em todas as atividades portuárias, para empregados, clientes e a comunidade.

O Porto de Los Angeles pretende ser uma liderança em movimentação de cargas ambientalmente amigáveis e no uso de tecnologias limpas. Para tal, estuda as possibilidades alternativas de equipamentos de movimentação de carga movidos a eletricidade. Possui uma usina de geração de energia solar com capacidade de 1 MW de potência e futuras instalações para a geração de mais 9 MW de energia elétrica, além de incentivar as organizações a utilizar fontes de energias limpas (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Em termos de segurança, pretende-se transformar o Porto de Los Angeles num modelo de excelência mundial em relação à prevenção do crime, detecção contra-terrorismo e resposta aos acidentes e às emergências. Para isso, expandirá o pessoal de polícia, das instalações e operações. Ampliará o patrulhamento marítimo pelas 24 horas diárias, aumentará a capacidade de comunicação policial, desenvolverá contingências abrangendo o porto e a cidade e conduzirá exercícios de evacuação em tempo real, para o porto e para a comunidade (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Relativamente às operações, construções e manutenção, tem-se a intenção de que o porto seja um modelo mundial para a segurança e operações eficientes e serviços aos clientes de excelência. Para que isto aconteça, serão ampliadas as comunicações internas; automatizado os pedidos de praticagem e acostagem, e implementado um serviço eletrônico de feedback dos clientes (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Finalmente, cabe destacar o plano para o desenvolvimento econômico: realizar o potencial da diversificada população de Los Angeles, promovendo a inclusão expandindo as oportunidades com empregos de mais alta qualidade. Para a consecução destes objetivos, pretende-se: desenvolver um programa de mentoria para pequenos negócios, criar um programa de desenvolvimento de pessoal, desenvolver parceria com o Departamento de Desenvolvimento Comunitário para promover profissionais, conduzir um programa com os arredores da cidade de Los Angeles com foco nas oportunidades de negócio e comércio (PORT OF LOS ANGELES, 2008).

Para os empregados, o Porto deseja ser um ótimo local para trabalhar. Conseguirá isto comunicando as prioridades do porto para que cada empregado saiba o que deverá fazer;

procurará formas de atrair e reter os melhores profissionais; desenvolverá no curto e longo prazo, locais para que aconteçam reuniões informais de colaboração e criará uma cultura que suporte o pensamento estratégico em todos os níveis (PORT OF LOS ANGELES, 2008).