• Nenhum resultado encontrado

Quanto à Compreensão da Prova Brasil e IDEB no Município de Cafelândia

3 POLÍTICA, GESTÃO, AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA E QUALIDADE DA

4.6 Município de Cafelândia: Caracterização, Indicadores Sociais e Educacionais

4.6.1 Quanto à Compreensão da Prova Brasil e IDEB no Município de Cafelândia

O presente tópico trata das respostas do Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia sobre questões que buscam verificar o entendimento que os gestores têm sobre a Prova Brasil e o IDEB a partir da estrutura de funcionamento, processo de realização e como tomavam conhecimento dos resultados apresentados por esses instrumentos. Destaca-se que a entrevista foi realizada com duas coordenadoras pedagógicas e que durante o processo uma das coordenadoras respondeu as perguntas pedindo esporadicamente auxílio à outra coordenadora.

Os trechos da entrevista destacados a seguir dizem respeito a como a equipe da secretaria municipal toma conhecimento das informações sobre a Prova Brasil e o IDEB. Vemos na fala do Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia que as informações são buscadas ou chegam a partir do site do MEC, mas destaca que o formato gera muita insegurança porque faltam informações. Segundo sua fala as informações são

colocadas sem muita determinação. O MEC repassa muitas informações pelo e-mail. No terceiro trecho e destacado que a equipe da secretaria municipal ficava apreensiva quanto às informações e que isso gerava muita insegurança. Quando as informações e documentos chegavam também era muito comum surgirem dúvidas quanto ao processo. Os dois últimos trechos da entrevista especificam bem algumas das preocupações que a secretaria de educação tinha em relação ao processo e levanta questões quanto aos recursos e objetivos.

Nós estamos esperando às datas da Prova Brasil. [...] nós buscamos informações no MEC. Lá diz que as avaliações serão no dia 23, agora de outubro, a três de novembro, só que nós não temos a data. Então tudo isso que vinha assim, meio que colocado sem muita determinação, sem muita data, causa certa angústia, porque nós temos cobrança dos professores de quinto ano, [...].

E o que gerou muita angústia no início agora nós já conhecemos todos os descritores da provinha Brasil, tanto de português como de matemática, nós já temos todos os descritores antecipados. Na primeira Prova Brasil nós não sabíamos nem de que forma que iria ser estruturada [...], agora não, procuramos simulados da Prova Brasil [...] agora na segunda nós temos uma base de como é a preparação. A primeira foi uma surpresa, chegaram com aquele caderno, para a criança foi um espanto. Agora sabemos que são quantos blocos, o tempo que eles têm para fazer, como é o gabarito, você consegue preparar a criança melhor. [...] a maior preocupação era a questão de recursos, se iriam faltar recurso, se ia ter recurso, qual o objetivo de ter implantado a Prova Brasil [...].

Quanto ao tempo, no ensino fundamental eles têm aula de uma hora, por exemplo, então o professor de ciências chegou e deu uma avaliação, eles sabem que tem uma hora para fazer, agora no ensino fundamental ele está com professor regente da avaliação, ele vai respeitar o tempo da criança, e a Prova Brasil não tem esse respeito com a criança. A Prova Brasil não traz um diferencial para aluno de classe especial. (Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia).

Quanto ao processo de aplicação destacam-se os seguintes pontos positivos: falta de provas especiais às necessidades dos alunos da educação especial, falta de informações sobre o processo e datas. Do ponto de vista do Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia durante a aplicação os encaminhamentos contribuem para que os alunos tenham um bloqueio na hora da resolução das questões. A falta de informação inicial pode pegar a escola, professores e alunos de surpresa. É valorizada a necessidade de preparar os alunos para o modelo e estrutura da prova como a seleção dos conteúdos cobrados que pode se diferenciar do currículo da escola, tipo e modelo das questões como no caso do preenchimento do gabarito, prova e atendimento especial aos portadores de necessidades especiais, organização de simulados. O Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia destaca que o processo e os resultados são preocupações de outros municípios. Apresenta que esses temas foram levados à discussão na associação dos municípios da região (AMOP) e que os resultados são parte de um processo e que os

municípios trabalham as turmas que irão fazer a prova em detrimento de outras práticas escolares.

Quanto aos resultados do município na Prova Brasil e IDEB o Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia apresentava preocupação esperando que o resultado da última prova (IDEB DE 2015) poderiam ser negativos por alguns fatores, seja eles implantação do sistema de reprovação para os primeiros e segundos anos do ensino fundamental séries iniciais e que há pouco tempo só havia reprovação para os quarto e quintos anos, impossibilidade de trabalhar com todos os descritores da Prova Brasil. O elemento reprovação pesa nos cálculos do IDEB. Ao analisar os dados da Tabela 8 vemos que nos anos de 2009, 2011 e 2013 o índice se estabiliza em 6.6 pontos. O trabalho da secretaria não é voltado exclusivamente para atender a Prova Brasil e IDEB. Quanto à divulgação dos resultados para a comunidade destaca que as escolas divulgam através de bilhete as famílias e que uma determinada escola teria resultados muito positivos porque a diretora estava trabalhando desde a fundação e pela orientação rígida de trabalho que promovia em sua gestão. É destacado também que as famílias não procuram matricular as crianças nas escolas com maiores índices.

A intenção é sempre você usar os resultados para você melhorar, [...] sempre cobramos dele que avalie também o trabalho dele. Tendo uma avaliação, é claro que há preocupação de cada vez melhorar, estamos preocupados em relação à quebra que teve em que foi implantada a reprovação, retenção de crianças de primeiro, segundo e terceiros anos, nós só tínhamos de quarto e quinto, antes os alunos que faziam parte do primeiro até o terceiro não havia reprovação era o ciclo, então para esse ano vai ser uma angústia até sair o resultado.

É, algo novo, que o aluno não ia corresponder porque era muito difícil, muito complicado. Então a partir do momento que saiu o resultado e que foi produtivo houve toda essa comemoração, depois nós fomos vendo, assim, que não é nada fora daquilo que nós trabalhamos, a cobrança vem, mas você tem que estar se preparando, [...]. Se pegar os descritores da Prova Brasil, não se consegue trabalhar tudo no quinto ano, a não ser que você faça um sufoco lá na criança, trabalhe só aquilo lá. A nossa linha de trabalho não é essa, e nem durante esses outros quatro anos foi [...]. A formação é essencial e o acompanhamento do coordenador pedagógico [...].

As escolas acabam mandando um bilhetinho para os pais. Tem escola que divulga. A escola ‘X’ é assim, [...] é toda disciplinada, ela é toda regrada em questão de funcionário, é uma escola que funciona igual um reloginho [...], eles tem o sistema de avaliação bem organizado. [...] até quando vai montar o quadro de funcionário ela cuida muito quem vai trabalhar no primeiro ano, então é uma escola que eu acredito que o IDEB vai aumentar mais do que já teve.

A diretora da escola é a mesma desde que fundou a escola [...]. E ela dá muito certo lá, é diferente de outra escola que de repente troca direção, troca coordenadora, essa parte de trabalho dá uma interrompida. Quanto à divulgação cada escola tem seu endereço no Facebook. A prefeitura também faz a divulgação [...].

E para família é bem tranquilo porque não teve aquela correria dos pais, vou para escola tal porque lá o IDEB está maior, mais alto, eles não têm essa preocupação de levar o filho onde o IDEB está mais alto. (Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia).

É possível compreender na resposta do Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia que ao considerarem os aspectos de compreensão da Prova Brasil e IDEB as respostas demonstram que a secretaria municipal de educação da Cafelândia teve durante as gestões da série histórica do IDEB (2005-2013) acesso as informações da avaliação, porém destacada que lhe faltam informações necessárias e importantes para organizar o processo no município, a falta de informações relativas a datas e procedimentos prejudicam o preparo das escolas, professores e alunos. Muitas das informações são encaminhadas pelo MEC e SEED/PR, via NRE e AMOP. Quanto ao procedimento de aplicação da Prova Brasil é destacado pelo Entrevistado ‘A’ – Coordenador Pedagógico – Município Cafelândia a falta de atendimento adequado aos alunos da educação especial, excesso de formalidade e rigidez do aplicador durante a realização da prova o que no ponto de vista acaba sendo negativo para o bom desempenho dos alunos e posteriormente dos resultados.