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Quanto à Concepção de Qualidade da Educação no Município de Foz do Iguaçu

3 POLÍTICA, GESTÃO, AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA E QUALIDADE DA

4.7 Município de Foz do Iguaçu: Caracterização, Indicadores Sociais e Educacionais

4.7.3 Quanto à Concepção de Qualidade da Educação no Município de Foz do Iguaçu

Nesse tópico é explorado o conjunto de questões direcionadas aos gestores municipais de educação que buscam compreender qual a concepção que a secretaria municipal de educação tem sobre o conceito de qualidade da educação. Para atender tal objetivo foi direcionada uma pergunta aos gestores municipais de educação onde eles especificassem qual era o entendimento que a secretaria de educação tem sobre o conceito de qualidade da educação? As transcrições apresentadas na sequência representam a concepção de qualidade dos três entrevistados do município de Foz do Iguaçu: Entrevistado ‘A’ – Ex-Secretário Municipal de Educação – Município Foz do Iguaçu, Entrevistado ‘B’ – Ex-Secretário Municipal de Educação – Município Foz do Iguaçu e Entrevistado ‘C’ – Ex-Diretora de Departamento de Educação – Município Foz do Iguaçu.

As passagens adiante representam a concepção de qualidade da educação na visão do Entrevistado ‘A’ – Ex-Secretário Municipal de Educação – Município Foz do Iguaçu em suas respostas é possível destacar: comprometimento com o desenvolvimento integral da criança, fazer com que as crianças estivessem bem na escola, segurança e bem estar, letramento e conhecimento que dessem suporte para a criança transitar na sociedade, formação e

valorização dos professores, aproximação da secretaria com as escolas, comunidade escolar e sociedade, gestão coletiva e democrática, formação para a cidadania.

Nós entendíamos que, primeiro, fazer política na educação é você se comprometer 100% com o desenvolvimento integral dessa criança e qualidade da educação para nós, enquanto secretaria de educação, era fazer com que as nossas crianças estivessem muito bem nas escolas, se sentissem seguras na escola e estivessem aprendendo, que tivessem aquisição do letramento de forma de conseguir transitar na sociedade com os conhecimentos que eles adquirissem na escola e nós tínhamos muito claro que isso tudo perpassava pela formação dos professores, pela valorização dos professores, pela aproximação da secretaria da educação com as escolas, aonde nós conseguíssemos fazer com que a sociedade escolar, a comunidade escolar, que os pais, que os professores, e que a secretaria, que a gestão toda estivesse voltado para o desenvolvimento integral das nossas crianças.

Nesse momento, nós nos preocupamos muito na questão de trabalhar o conteúdo, de trabalhar o processo de sala de aula. Nós sabíamos que nós tínhamos outros entraves dentro como a questão da evasão e da repetência, que não nos favorecia naquele momento de termos um índice do qual estava sendo desejado enquanto termos de números, mas nós queríamos que as crianças realmente aprendessem.

Sempre tivemos uma gestão muito coletiva, muito parceira, nós tínhamos várias secretarias junto conosco, nós tínhamos a secretaria de esporte, a secretaria da cultura, a secretaria da saúde, ação social, secretaria da juventude, e uma preocupação muito grande que todos trabalhássemos voltados para que a educação das nossas crianças fosse uma educação que realmente contribuísse para a formação dessa cidadania. (Entrevistado ‘A’ – Ex-Secretário Municipal de Educação – Município Foz do Iguaçu).

As passagens a seguir representam a concepção de qualidade da educação na visão do Entrevistado ‘B’ – Ex-Secretário Municipal de Educação – Município Foz do Iguaçu. Em suas respostas é possível destacar: educação de qualidade social, que as crianças realmente aprendam acesso ao conhecimento historicamente produzido pela humanidade, aprendizagem de conhecimentos que se possibilitem ampliar a novos conhecimentos, conhecimentos que sejam úteis na vida da criança, formação para ascender economicamente, conhecimento em diversas áreas, como a arte, literatura, cultura, linguagens, escola de qualidade, relacionamento com a comunidade, gestão democrática, acesso a materiais como livros, esporte, educação integral.

[...] divergimos em relação a forma de chegar a essa qualidade, mas todos querem uma educação de qualidade, eu pressuponho que uma educação de qualidade, uma educação de qualidade social, seja uma educação em que as crianças aprendam, se a criança aprende, qual é a dificuldade nisso, qual é o problema nisso, o que erramos em ensinar as crianças.

[...] a escola ela tem que permitir que os educandos tenha acesso ao conhecimento que foi produzido, que foi acumulado, historicamente pela humanidade. E também que ele não pode simplesmente ter acesso a esse conhecimento, eu penso que ele tem que ter esse conhecimento e ele tem que ser capaz de transformar esses conhecimentos em outros conhecimentos [...]. [...] agora a escolarização formal te traz conhecimento e esse conhecimento é impar, por isso que eu não sou totalmente contra aquilo que trazemos os indicadores como a prova Brasil, porque qual o problema de você saber Língua Portuguesa [...], você pode conhecer Matemática, os

conceitos matemáticos, mas você pode utilizar esses conhecimentos para outras coisas que não coisas lícitas, não coisas de conhecimento, que é isso, que temos que cuidar muito daquilo que falamos para os alunos, mas sempre nesse sentido, buscar o conhecimento, é importante e usar esse conhecimento para você ser o que você quiser, você não tem que necessariamente ascender economicamente por conta das profissões que já estão estabelecidas ai Medicina, Engenharia, você pode trabalhar na área que você quiser, mas é importante que você passe pela escolarização, importante que você tenha acesso àquilo que já foi produzido [...].

[...] nós temos uma escola, que é uma escola de qualidade, ai nós não podemos dizer que o indicador do IDEB nos permite dizer que aquela escola é uma escola de qualidade, que ela tem que ter outros indicadores. Tem que ter um relacionamento com a comunidade, que seja um relacionamento interessante, que a escola esteja presente, que sejam colocados os pressupostos da gestão democrática, que ninguém mais dá bola, que teve um auge, hoje ninguém mais fala em gestão democrática. É ruim, precisa ter o empoderamento das crianças, precisa permitir que as crianças tenham acesso ao universo dos livros, ao universo da biblioteca, ao universo do esporte, ai você vai falar, mas você está me descrevendo o contexto da educação integral, pode até ser, mas eu não sou determinista e inocente de falar para ti que nós vamos conseguir a educação integral, em tempo integral para todas as escolas, nós não vamos conseguir, até porque, eu particularmente partindo da ideia, que se você tem uma escola que não está dando conta em quatro horas, você vai simplesmente levar essa escola para oito horas não vai resolver, se não tiver realmente mecanismos ali para trabalhar, é a questão do mundo das artes, da cultura, da literatura, da leitura, dos esportes, são pressupostos importantes, mas precisa ter condições, para fazer tudo isso. (Entrevistado ‘B’ – Ex-Secretário Municipal de Educação – Município Foz do Iguaçu).

As passagens adiante representam a concepção de qualidade da educação na visão do Entrevistado ‘C’ – Ex-Diretora de Departamento de Educação – Município Foz do Iguaçu, sendo possível destacar em suas falas temas como as condições de permanência na escola, boa alfabetização, conteúdo apropriado, planejamento dos trabalhos com as crianças, condições adequadas ao trabalho do professor e profissionais da educação, preocupação com todos os setores envolvidos na educação das crianças, valorização e formação dos professores, condições apropriadas de trabalho e estudo, incentivos, cuidado com a saúde e bem estar.

Na verdade o IDEB é evasão, aprovação e a prova são os três itens, quando você amarra reprovação com prova, se você tem uma reprovação alta, sua nota cai, na verdade a escola não tem como fazer uma parte só, então se você quer qualidade da educação de uma forma geral você tem que usar as duas formas, se você quer menos reprovação, então você precisa trabalhar com as crianças para que tenha menos reprovação, e o trabalho tem que ser de qualidade na sala de aula, que assim, a qualidade acaba sendo um todo, claro, o IDEB é o resultado, mas tirando a nota do IDEB, a preocupação com a qualidade da educação, deveria se o tempo todo muito grande, porque sabemos que principalmente as nossas crianças elas têm a base e sabemos que as crianças que fizeram um bom primeiro, quinto ano depois, eles vão embora, tem uma alfabetização boa, tem um encaminhamento bom, então, nem sempre nós temos essa preocupação hoje no nosso país, mas infelizmente, não vemos por ai tanta preocupação com isso, mas, nós temos ainda essa preocupação, com a qualidade de uma maneira geral, em todos os conteúdos, o planejamento, o trabalho com as crianças, a parte prática dos professores, a formação dos professores, tudo isso faz parte do trabalho para poder chegar num resultado. [...] para você conseguir uma qualidade você precisa passar em todos os setores professor precisa ser valorizado, a formação do professor, valorização do professor, você sabe mais que falassem mal do décimo terceiro que foi dado para o professor,

mas é um incentivo pelo trabalho do professor, o professor precisa ter incentivo, então assim, de certa forma, não sei se foi o ideal, de repente hoje, se faria de outro jeito, de uma maneira para você incentivar o professor, se tivesse trabalhando bem, a situação de professores de atestado, que tinham muitos atestados, vamos ver porque está tendo tanto atestado, é a qualidade, é o teu trabalho, é a tua saúde, como está o teu local de trabalho, porque você acaba adoecendo também, toda essa parte tem que ser cuidada, é bem complicado. (Entrevistado ‘C’ – Ex-Diretora de Departamento de Educação – Município Foz do Iguaçu).