• Nenhum resultado encontrado

O RACISMO CONTRA O NEGRO

No documento ANAIS. Caderno de RESUMOS (páginas 171-174)

Palavras-chave: Desastre Memória Comunidade Mariana.

O RACISMO CONTRA O NEGRO

Osvaldo José da Silva206

Resumo: Este artigo tem como objetivo contribuir para a reflexão acerca do racismo contra a

comunidade do povo negro no Brasil, o negro representa o grupo étnico protagonista e pilar na formação da sociedade brasileira. O artigo irá demonstrar que, em decorrência do Racismo Contra o Negro, este protagonismo não é reconhecido. Tem como referência o primeiro capítulo da obra A Condição Humana, que possui o mesmo título: A Condição Humana, obra da pensadora política alemã Hannah Arendt (1906–1975). Com essa referência, o trabalho traça um paralelo com as provocações sobre o protagonismo dos negros na formação social, política e econômica do Brasil lançadas pelo pensador político brasileiro, Manuel Querino (1851–1923), e corroboradas por autores pensadores da negritude. No primeiro capítulo é abordado A Condição Escravista no Cenário Imperialista Europeu, no qual é analisadoo desenrolar da geopolítica do imperialismo; seguindo do segundo capítulo O Negro na Condição de Escravizado, contextualizando o processo do tráfico negreiro; o terceiro capítulo compreende Dimensão da Vita Activa do Negro Escravizado no Brasil, em que é apresentado o Ser negro no caos da discriminação racial; será finalizado com o capítulo Condição da Imortalidade e a Eternidade do Ser Negro, momento em que é evidenciada a identidade negra entre o passado e o futuro. Conclui-se que, é possível desvelar na modernidade os mecanismos nos quais foram invisibilizados os negros na sua condição humana, mas por outro lado, evidenciam-se também possibilidades da comunidade do grupo étnico negro aparecer no espaço público e político, para resgatar seu protagonismo consolidado na sociedade brasileira como forma de resistência ao racismo estrutural, institucional e de Estado contra o negro.

Palavras-chave: Condição Humana. Escravismo. Negro. Racismo.

206 Doutorando em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade de São Paulo PUC – SP. Mestre em Ciências

Sociais pela Universidade Estadual Paulista UNESP FCL-Araraquara. Graduado em Filosofia e Economia pela PUC - SP.

172

Ancestralidade como categoria analítica no contexto de movimentos negros

Ayni Estevão de Araujo207

Resumo: Nesta comunicação apresento a noção de ancestralidade, muito recorrentemente

mobilizada nos movimentos negros, enquanto uma possível categoria analítica para se pensar essas movimentações políticas. A noção de ancestralidade não só aparece nos enunciados verbais mas também nos significados que os corpos são capazes de enunciar, por exemplo, a partir da estética marcada pelas vestimentas e referências ao continente africano, tão comum aos movimentos negros. A complexidade dessa noção se faz patente pelo fato de carregar em si uma série de questões que são caras aos movimentos em questão, como memória, geração e tempo. Nela se explicita, ao trazer à luz a memória do continente africano e de seus descendentes, um questionamento de narrativas hegemônicas que ocultam a presença das culturas negras na formação das culturas brasileiras. Assim, na medida em que, como defende Michel Foucault, todo discurso é da ordem do pólemos e portanto da disputa e da estratégia; a noção de ancestralidade tal como é acionada nesses movimentos pode ser vista sob a perspectiva da construção de um discurso anti-hegemônico que nega um modus operandi no fazer política o qual tem por égide uma moral judaico-cristã e branca. Analisar noções como essas e mobilizá-las enquanto possíveis instrumentos analíticos para a compreensão não apenas das pautas desses movimentos, mas também dos métodos com os quais se organizam, pode ser, portanto, um rico exercício para se pensar tanto a construção de estratégias de enfrentamento político, como também a construção de conhecimentos e epistemologias.

Palavras-chave: ancestralidade, movimento negro, discurso.

207 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Estadual Paulista-

173

Questões quilombolas, insurreições e resistências: do período colonial aos sistemas de uso fruto comum da terra – o caso das comunidades quilombolas de Peritoró - MA

Rosângela de Sousa Veras208

Resumo: Nos sistemas de uso comum o controle da terra e dos recursos não é exercido de forma

livre ou individual ou por um grupo doméstico de pequenos produtores, na verdade, não se procedeu uma divisão de terras em parcelas, mas sim são sistemas que representam soluções elaboradas historicamente por grupos sociais que compõem uma unidade social para assegurar o acesso à terra. Este é o conceito uso comum da terra cunhado pelo antropólogo Alfredo Wagner. Esses sistemas são tidos como ultrapassados, que existiriam apenas como resquícios de um passado remoto. Entretanto, comunidades como as comunidades quilombolas da atualidade em que seus descendentes estão ligados à terra por gerações, são exemplos de que a territorialidade funciona como fator de identificação e resistência cultural. Baseado nesta afirmação este artigo pretende apresentar um pequeno histórico do período colonial escravocrata do Estado do Maranhão até a caracterização das comunidades quilombolas dos dias atuais. Apresenta duas comunidades quilombolas do interior de Peritoró como herdeiras históricas da estrutura de desigualdade da sociedade brasileira e também da resistência à dinâmica capitalista. No século XIX, Maranhão chegou a ser considerado a quinta maior província em importância econômica, e a principal mão de obra utilizada era a escrava negra. Muitos autores da época apontam que, na época, a província tinha mais cativos que libertos. Como consequência ao grande número de escravizados, O Maranhão teve muitos episódios de resistência negra que se configuraram em fugas, ataques às fazendas e formação de numerosos quilombos. Atualmente, segundo a Fundação Cultural Palmares, este Estado tem reconhecido e titulado mais de 700 comunidades remanescente dessa história. Para apresentar os traços dessa história até os dias atuais, este artigo situa que o termo quilombola é ressemantizado a partir da Constituição e 1988 e que outrora as terras às quais estão ligados os descendentes dos africanos escravizados, no Maranhão, eram chamadas de “terras de pretos”. Para a análise, o artigo se apoia em estudos de historiadores e faz a crítica a partir dos estudos pós-colonial.

Palavras-chave: Quilombo. Quilombola. Resistência. Ancestralidade.

208 Doutoranda em Ciências Sociais do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Faculdade de

Ciências e Letras de Araraquara da Universidade Estadual Paulista. Professora de Sociologia do Instituto Federal do Maranhão; São Luís, Maranhão, Brasil; rosangelaveras@ifma.edu.br

174

O MITO DA DEMOCRACIA RACIAL NA EDUCAÇÃO ESCOLAR: ACESSO E

No documento ANAIS. Caderno de RESUMOS (páginas 171-174)