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A TEORIA DA REVOLUÇÃO N’O CAPITAL E NOS GRUNDRISSE DE KARL MAR

No documento ANAIS. Caderno de RESUMOS (páginas 82-85)

Legislação Investimento do Setor.

A TEORIA DA REVOLUÇÃO N’O CAPITAL E NOS GRUNDRISSE DE KARL MAR

Anderson Vinicius Dell Piagge Piva, 94

Resumo: Os escritos econômicos de Karl Marx permitem-nos vislumbrar dois caminhos para a

solução das contradições históricas do capitalismo. De um lado a classe operária que agiria de modo ativo para a promoção da revolução, como se nota nos capítulos finais do primeiro livro de O Capital, ou seja, num ato político, ela “expropriaria os expropriadores”; de outro lado, em escritos como os Grundrisse, Marx parece apontar um caminho em que o capital encontra os seus limites naturais sem contar com a participação efetiva do proletariado. Este trabalho pretende investigar as duas formas que o processo revolucionário assume nos escritos econômicos da maturidade de Marx. Pretende-se, igualmente, debater quais as implicações de se abordar o processo revolucionário de um modo ou de outro: ou seja, quais são as conseqüências, para os partidos e movimentos políticos socialistas, quando se passa a entender a revolução não apenas como um processo condicionado pela ação política, mas também como algo que é gestado dentro da própria lógica do desenvolvimento das forças produtivas sob as relações de capital. Desse modo, a constatação de Karl Marx e Friedrich Engels segundo a qual a burguesia cria os seus próprios coveiros, ganha outra dimensão. Ou seja, ela não apenas traz à luz a classe que a enterraria (através de uma ação política e deliberada), mas, além disso, acaba por criar, involuntariamente, as condições para a superação das relações de capital e, assim, a sua própria existência como classe ou da própria sociedade de classes moderna. O processo de crescente contradição entre as forças produtivas baseadas, cada vez mais, na automação, e a utilização da força de trabalho como fundamento da criação de valor (e, portanto, mais-valor) é o ponto central de nosso trabalho.

Palavras-chave: Marxismo. Capitalismo. Teoria da revolução.

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A teoria da modernidade de Jürgen Habermas: entre Hegel e Max Weber

Augusto Moreira Magalhães95

Resumo: Este trabalho aborda a fundamentação teórica da teoria da modernidade de Jürgen

Habermas a partir da apropriação das teorias de Hegel e Max Weber. O enfoque do mesmo é a compreensão da permanência da modernidade na contemporaneidade a partir dos conceitos mobilizados a partir dos dois autores citados. Em Hegel, Habermas busca estabelecer a autocompreensão da modernidade e o seu comportamento de retirada de critérios normativos a partir da própria modernidade, e não de momentos históricos anteriores. A dialética do esclarecimento estabelecida por Hegel, assim como a proposição do princípio de subjetividade, é também o fio condutor das análises habermasianas para abordar a crítica radical da razão, derivada de Nietzsche, e a situação de consciência continuada pelos jovens hegelianos, elementos estes que caracterizam o que Habermas chama de discurso filosófico da modernidade. Também será abordada a distinção entre trabalho e interação na filosofia hegeliana do período de Jena e suas respectivas implicações para a construção da teoria da modernidade habermasiana. A partir de Weber, Habermas se apropria da teoria da racionalização social oriunda do processo de modernização capitalista, que resulta no desencantamento do mundo e na separação das esferas culturais de valor. O desencanto do mundo é o resultado da cisão das imagens religiosas do mundo decorrentes da pressão do processo de modernização, ocorrendo a assim chamada dissolução das esferas de valor, a saber, ciência, moral e arte. Embora tanto a teoria hegeliana quanto a weberiana tenham sido de fundamental importância para a fundamentação da teoria da modernidade de Habermas, também serão brevemente elencados as diferenças da recepção deste para com a teoria daqueles. A abordagem deste trabalho é de natureza bibliográfica e tem seu objetivo na relevância da fundamentação das ciências sociais e sua importância para a compreensão de fenômenos sociais atuais a partir da mobilização de conceitos a partir da filosofia.

Palavras-chave: Modernidade. Dialética do esclarecimento. Racionalização social.

95 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista

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A crítica debordiana de 1988 e a crise de 1989

Erick Quintas Corrêa96

Resumo: Neste trabalho buscamos destacar a relação existente, tanto no plano histórico como no

plano categorial, entre os Comentários sobre a sociedade do espetáculo, obra do situacionista francês Guy Debord publicada na França em 1988, e a crise de 1989-91, quando eventos como as chamadas Revoluções de 1989 (os protestos massivos ocorridos na praça de Tian’anmen em Pequim, a revolução romena disparada em Timişoara, a Queda do Muro de Berlim, respectivamente em maio-junho, novembro e dezembro daquele ano) e a consequente implosão do Bloco Socialista, concluindo o período da Guerra Fria, em 1991, marcariam os últimos pontos de inflexão do século 20. Tais processos revolucionários eram vistos por Debord como qualitativamente distintos daqueles ocorridos em Berlim oriental (1953), em Budapeste (1956) e em Praga (1968) pelo seu caráter implosivo, isto é, mais resultante de um colapso do que de um processo explosivo de libertação social. Contudo, eles precipitariam, ao mesmo tempo, tanto o fim da Guerra Fria como o início do século 21, momento esse, segundo Debord, “em que todos os aspectos da vida política internacional, e um número crescente dos que interessam à vida política interna, são conduzidos e mostrados no estilo dos serviços secretos” (Com., § XX). Esta tese, que faria a “má reputação” dos Comentários de 1988, seria no entanto amplamente lastreada pela realidade histórica nos anos subsequentes, como este trabalho procura demonstrar. De acordo com a crítica debordiana do espetáculo, a crise de 1989 (que este ano completa trinta anos), além de uma unificação substancial do capitalismo em escala global, assinala, no limite, o ponto de virada histórico em que a exceção já não mais se distingue da regra, a ditadura do Estado de direito, a guerra da paz, a barbárie da civilização: agora também em escala planetária.

Palavras-chave: Guy Debord; Comentários de 1988; Crise de 1989.

96 Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (UNESP/FCLAr). Mestre

e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Bolsista CAPES. E-mail:

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No documento ANAIS. Caderno de RESUMOS (páginas 82-85)