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1.2.7.1 Contribuições sociais

CF – Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de form a direta e indireta, nos term os da lei, m ediante recursos provenientes dos orçam entos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na form a da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço, m esm o sem vínculo em pregatício;

b) a receita ou o faturamento; c) o lucro.

II – do trabalhador e dos dem ais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regim e geral de previdência social de que trata o art. 201;

III – sobre a receita de concursos de prognósticos [loterias];

IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (...)

§ 4.º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a m anutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I [lei com plem entar, não cum ulatividade e não adoção de base de cálculo/fato gerador de im posto j á previsto na CF].

(...)

§ 6.º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou m odificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b [anterioridade].

(...)

§ 9.º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econôm ica, da utilização intensiva de m ão de obra, do porte da em presa ou da condição estrutural do m ercado de trabalho.

(...)

§ 11. É vedada a concessão de rem issão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em m ontante superior ao fixado em lei com plem entar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econôm ica para os quais as contribuições incidentes na form a dos incisos I, b, e IV do caput, serão não cum ulativas.

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na form a do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturam ento.

As contribuições sociais servem para financiar a seguridade social, ao lado dos recursos provenientes dos orçam entos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 195). A seguridade social engloba a (i) previdência social (aposentadorias e pensões), a (ii) assistência social (program as de inclusão social, renda m ínim a etc.) e a (iii) saúde (hospitais, postos de saúde, vacinação etc.).

As contribuições sociais são devidas pelos em pregadores, pelos trabalhadores e dem ais segurados da previdência social. Incidem tam bém sobre as loterias (concursos de prognósticos) e, atualm ente, sobre as im portações de bens ou serviços.

As contribuições sociais devidas pelos em pregadores, pela em presa e entidade a ela equiparada incidem : i) sobre a folha de salários e dem ais rendim entos do trabalho pagos ou

creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, m esm o sem vínculo em pregatício; ii) sobre a receita ou faturam ento; e iii) sobre o lucro. Com o exem plos, no prim eiro caso tem os a cham ada contribuição patronal ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; no segundo, tem os a Contribuição para Financiam ento da Seguridade Social – COFINS; e no terceiro, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

Além dessas contribuições previstas pelo art. 195 da CF, a União poderá instituir outras, por m eio de lei com plem entar, desde que observada a não cum ulatividade e que não se utilize base de cálculo ou fato gerador de im posto j á previsto pela CF (art. 195, § 4.º).

Im portante fixar: as contribuições sociais previstas nos incisos I a IV do art. 195 da CF podem ser criadas, m odificadas ou extintas por m eio de lei ordinária federal. Caso a União resolva criar outras contribuições sociais (além das previstas nos incisos), deverá atender aos requisitos do § 4.º desse m esm o artigo (lei com plem entar, não cum ulativa, base de cálculo e fato gerador diverso daqueles j á fixados para os im postos previstos na Constituição).

Não se aplica às contribuições sociais o princípio da anterioridade anual, previsto pelo art. 150, III, b, da CF, apenas a noventena (= anterioridade nonagesim al) do art. 195, § 6.º. Assim , as contribuições sociais podem ser exigidas som ente após noventa dias da publicação da lei que as houver instituído ou m odificado, m as não é necessário aguardar o início do exercício seguinte.

Apesar de o § 7.º do art. 195 da CF falar em “isenção”, trata-se de im unidade, ou sej a, a Constituição exclui da União a possibilidade (com petência) de exigir contribuição social das entidades beneficentes de assistência social, desde que elas atendam às exigências da lei.

O art. 149, § 2.º, da CF prevê tam bém im unidade para as receitas decorrentes da exportação, em bora adm ita a cobrança sobre a im portação de bens e serviços estrangeiros.

Verem os m ais sobre im unidades e isenções nos capítulos seguintes, m as adiantam os que a prim eira (im unidade) é regra negativa de com petência prevista pela Constituição Federal, e a segunda (isenção) é norm a prevista pela lei do ente tributante (União, Estados, DF e Municípios), afastando a incidência em casos específicos.

Salientam os que a contribuição provisória sobre m ovim entação ou transm issão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira – CPMF, prevista pelos arts. 74, 75, 84, 85 e 90 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT e Lei 9.311/1996, com alíquota de 0,38%, não foi renovada pelo Congresso Nacional ao final do período previsto para sua existência (dezem bro de 2007).

Caso haj a nova em enda constitucional recriando o tributo, o entendim ento é de que haverá de observar o princípio da anterioridade nonagesim al, que estudarem os m ais adiante (som ente poderá ser exigida 90 dias após a publicação das norm as instituidoras). Há recentes m anifestações do governo federal no sentido de restabelecer a contribuição (com outra denom inação) por m eio de lei com plem entar (e não em enda constitucional), o que, caso ocorra, suscitará calorosos debates quanto à sua constitucionalidade, j á que o art. 195, § 4.º, com binado com o art. 154, I, am bos da CF, veda a criação de novas contribuições que sej am cum ulativas (para m uitos, a CPMF é cum ulativa).

A contribuição de intervenção no dom ínio econôm ico – CIDE serve à atuação do governo federal no m ercado, influindo na oferta de bens e serviços, conform e o interesse público (função extrafiscal).

A lei instituidora da CIDE pode prever a incidência sobre a im portação de bens ou serviços (art. 149, § 2.º, da CF). Por outro lado, há im unidade, afastando-se a possibilidade de tributação, com relação às receitas decorrentes de exportação.

Um a im portante contribuição de intervenção no dom ínio econôm ico é a cham ada CIDE sobre com bustíveis, instituída pela Lei 10.336/2001, nos term os do art. 177, § 4.º, da CF. Suas alíquotas podem ser reduzidas e restabelecidas por ato do Executivo, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade e m itigando-se o da legalidade. A Constituição Federal não faz referência a exceção ao princípio da anterioridade nonagesim al (CF, art. 150, III, c), instituída de m aneira geral pela Em enda Constitucional 42/2003.

Tal contribuição é destinada: i) ao pagam ento de subsídios a preços ou transporte de álcool com bustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ii) ao financiam ento de proj etos am bientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e iii) ao financiam ento de program as de infraestrutura de transportes.

Registram os a existência da CIDE sobre rem essas ao exterior, instituída pela Lei 10.168/2000. O entendim ento j urisprudencial m aj oritário é de que as contribuições recolhidas às entidades integrantes do cham ado “sistem a S” (SENAI, SENAC, SESI, SESC, SEBRAE etc.) têm natureza de contribuição de intervenção no dom ínio econôm ico.

1.2.7.3 Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas

As contribuições de interesse de categorias profissionais ou econôm icas, tam bém de com petência exclusiva da União, prestam -se ao financiam ento de entidades que regulam , fiscalizam e representam determ inados setores da econom ia (parafiscalidade).

Norm alm ente essas contribuições são exigidas, na form a da lei federal, por entidades de natureza autárquica federal, com o é o caso dos conselhos de m édicos (CRM), de contadores (CRC), de engenheiros e arquitetos (CREA) etc. Há divergência quanto à natureza dos valores cobrados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de seus associados, por conta da peculiaridade dessa atividade, prevista constitucionalm ente.

A contribuição sindical, prevista pelo art. 578 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, é considerada por autores com o contribuição de interesse de categoria profissional ou econôm ica. Já a contribuição confederativa prevista pelo art. 8.º, IV, da CF, de natureza não com pulsória, não seria tributo.

1.2.7.4 Contribuição municipal para custeio do serviço de iluminação pública

CF – Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na form a das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I [legalidade] e III [irretroatividade, anterioridade, não confisco, não lim itação ao tráfego e

im unidades].

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consum o de energia elétrica.

Muitos m unicípios instituíram taxas relativas aos serviços de ilum inação pública. Com o visto anteriorm ente, não é possível cobrar tais taxas, pois não se trata de serviço específico e divisível (é im possível determ inar quanto do serviço foi tom ado por cada contribuinte). Por conta dessa inconstitucionalidade, o Judiciário vinha afastando sistem aticam ente essa tributação.

Atendendo ao pleito das prefeituras, foi em endada a Constituição Federal, criando-se um a contribuição sui generis, prevista pelo art. 149-A.

Assim , os m unicípios têm agora com petência para instituir contribuição para custeio do serviço de ilum inação pública. O parágrafo único do art. 149-A da CF faculta sua cobrança (notificação ao contribuinte e recebim ento) por m eio da fatura de consum o de energia elétrica.

Por se tratar de um serviço público prestado uti universi, não há consenso quanto à base de cálculo ou ao m ontante a ser exigido de cada contribuinte, havendo cobranças por m ontantes fixos, variáveis conform e o valor da conta de consum o de energia ou m esm o com base em critérios relacionados ao im óvel do contribuinte, a depender de cada lei m unicipal.

Certam ente o fisco não poderá exigir m ais de seus contribuintes do que o valor correspondente ao custo total do serviço m unicipal de ilum inação pública, pois se trata de tributo cuj a finalidade é exatam ente financiar tal atividade estatal.

1.3 TABELA RESUMO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS