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47 de reconhecida utilidade.

No documento O carvão numa economia nacional (páginas 130-140)

1 AS MINAS NAS PREOCUPAÇÕES DO LIBERALISMO

47 de reconhecida utilidade.

Para além do carvão que, como combustível, se reconhecia ser um bem indispensável à industrialização, existia a preocupação com problemas que, no passado, tinham já atormentado o sector das minas, como a instrução, as técnicas e os meios de comunicação: "sem fáceis vias de communicação não ha commercio; e sem ferro e carvão não pode

haver industria, que floresça".

Deste modo compreendemos melhor a política iniciada com a Regeneração no sector das vias de comunicação, nomeadamente o arranque da rede ferroviária nacional, que permitiu a exploração mineira em regiões que até aí, por dificuldades de escoamemto devido aos custos com os transportes, não tinha sido possível.

Havia a consciência nítida de que a falta de transportes, a par de outros factores, impedia o progresso industrial e, naturalmente o mineiro. Vem mesmo a propósito destacar, mais uma vez, no contexto da onda fontista que então se vivia, o engenheiro civil

46 Por Decreto de 30 Agosto de 1852 foi criado o M.O.P.C.I. (Artigo Io: " É creado um Ministério de Obras

Publicas, Commercio e Industria..."; Artigo 4o: "Sao creados um Conselho de Obras Publicas..". De

referir que ainda por um dos decretos do mesmo mês, o Conselho das Obras Públicas passava a emitir pareceres sobre todos os " Negócios de Obras Publicas ou Minas, sobre que o Coverno o Consultar''' (Art0. 4o).

47 RIBEIRO, Carlos - Op. cit. Artigo transcrito no Boletim M.O.P.C.I., n°6 de 1857, p. 96.

de minas Sidney Droz que, em 1856, incumbido de fazer um levantamento dos jazigos para que se pudesse fazer uma ideia das matérias minerais que poderiam alimentar o tráfico dos caminhos de ferro projectados para o país, salientava:

Tendo a meu cargo examinar os jazigos, cujos productos actuaes ou futuros podessem alimentar o trafico dos caminhos de ferro projectados no país, limitei as minhas observações ás minas situadas na zona de terreno por onde devem passar os différentes traçados. A linha de Lisboa ao Porto é a que mais fixou a

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minha atenção; Visitei a maior parte dos jazigos reconhecidos nas proximidades d'esta linha.

Um pouco mais tarde, o Relatório Annual Da Inspecção de Minas referia:

A opinião, as leis, os costumes e os preconceitos por um lado, por outro a ignorância acerca das condições essenciaes d'esta industria, a falta de aptidão technica desde o simples operário até ao director, o atrazo das industrias auxiliares que fornecem ás minas os materiaes e os instrumentos de trabalho, ou consomem os seus productos, a carestia dos capitães, a incerteza inicial dos gastos e dos resultados da exploração, e finalmente a difficuldade dos transportes, são obstáculos capazes de assustar os mais ousados capitães. (...) Sem a facilidade dos transportes, a primeira industria extractiva, assim como a agricultura, ou não podem nascer, ou arrastam inevitavelmente uma vida rachitica e miserável.

Ora, aqui está, à evidência, não só uma análise das causas que dificultavam esta indústria mas também a manifestação de uma vontade para a sua exploração, não se esquecendo o referido relatório das vantagens trazidas pela lei de 31 de Dezembro de 52, nomeadamente a possibilidade do descobridor se tornar, ele mesmo, no explorador da própria mina, o seu concessionário, ou, na sua impossibilidade, usufruir de um prémio.

49 DROZ, Sidney - Viagem em Portugal desde 11 de Fevereiro até 19 de Abril de 1856. Boletim do

Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria. (Ago. 1857). Tomo XV. p. 256.

50 Relatório Annual da Inspecção Geral De Minas,1860 - 1861. Boletim do M.O.P.C.I, (Abr. 1862). Io.

Vol., p. 460.

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De todas as preocupações gerais manifestadas, uma delas deve ser destacada por evidenciar já a consciência dos "valores" da instrução e da técnica mineiras necessárias ao seu desenvolvimento. Bastar-nos-á reler um dos decretos que, de entre os muitos que foram publicados, também, em 31 de Dezembro de 1852, criava na Escola Polytechnica de Lisboa uma "cadeira de montanistica e docimasia" destinada aos alunos que seguissem a "arte de minas" e que os habilitaria para o "exame de engenharia", para termos a certeza desse interesse. Na sequência desse decreto, os melhores alunos seriam seleccionados pelo governo para estudarem em países estrangeiros tudo o que se relacionasse com a indústria mineira, "devendo haver sempre três alumnos occupados n'este estudo". A título de exemplo, referimos que por Portaria de 17 de Maio de 1858 foi aprovada a "proposta de quatro candidatos feita em virtude de consulta do conselho de obras Publicas para serem enviados a cursar

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em escolas especiaes estrangeiras os estudos regulares e completos da arte de minas". E o mesmo se passa em 1864, ao abrir-se "concurso publico até ao 15 do proximo mez de Setembro, a fim de ser escolhido um alumno habilitado com os estudos das escolas de ensino superior, o qual será destinado a seguir o curso de engenharia civil na escola imperial de minas em França".

É assim que, de facto, podemos concluir que a indústria mineira se tornava numa preocupação efectiva dos governos liberais, com particular incidência a partir de meados de

É Creada na Escola Polytechnica de Lisboa, uma cadeira especial de montanistica e docimasia. artigo Io de um dos decretos promulgados em 31 de Dezembro de 1852. (Publicado no Diário do Governo de 3

de Janeiro de 1853, n°. 2). Cfr. RIBEIRO, José Silvestre - Historia dos Estabelecimentos Scientificos Litterarios e Artísticos de Portugal nos sucessivos Reinados da Monorchia. Lisboa: Typ. da Academia Real das Sciencias, 1878. Vol VII. p. 142.

i

Idem. Ibidem, p. 143.

' Bol. do M.O.P.C.I., (Maio 1858). ' Boletim do M.O.P.C.I., (Ago. 1864).

oitocentos, constituindo o Decreto de 31 de Dezembro de 1852 o culminar de todos os esforços despendidos nesta área, ao mesmo tempo que se tornava um referencial para toda a legislação mineira posterior. Contudo, se a extracção mineral se tornava numa questão económica, ela não constituía, por si só, uma excepção na própria marcha económica decorrente da pacificação da sociedade liberal. Também a indústria, em geral, sempre a remar contra a maré daqueles que defendiam uma "granja e um banco" e que, no dizer de

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Oliveira Martins, pretendiam fazer de Portugal "uma vasta granja para exportação", acabaria, no meio de todas as dificuldades decorrentes da política aduaneira então seguida e agravadas pelas dívidas fontistas, por merecer sempre uma reflexão necessária no caminho da industrialização. Pelo menos eram manifestas as preocupações:

Sendo urgente procurar exactas informações a respeito das causas permanentes ou transitórias, que têem contribuído n'estes últimos tempos para afrouxar a actividade do trabalho industrial, e devendo tomar todas as providências que possam concorrer para o desenvolvimento e progresso das artes e officios: ha por bem sua magestade El-Rei determinar, pelo ministério da obras publicas, commercio e industria, que uma commissão composta pelo conselheiro Joaquim Henriques da Silveira (...) considere este assumpto e (...)

proponha o que lhe parecer acertado.

Mas, é apenas com a legislação de 52 que os governos nos dão mostras do interesse por esta actividade? Evidentemente que não! Já tivemos a oportunidade de referir

que, desde sempre, com maior ou menor sucesso, houve essa preocupação. O que está em jogo é mostrar a importância que os governos liberais vão dar à economia, particularmente

56Cfr. Cap.l.

OLIVEIRA, Martins - Política e economia Nacional. Lisboa: S.n., 1954. p. 131 (cit. por PEREIRA, Miriam Halpern. Livre Câmbio e Desenvolvimento económico: Portugal na segunda metade do século XIX. Lisboa: Edições Cosmos, 1971. p. 352).

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às actividades extractivas, perdida essa nossa "jóia da Coroa" que, desde o século XVIII, vinha a constituir, por excelência, o nosso pilar económico, o esteio da nossa independência. O Brasil fora para o Reino no século XVIII e princípios do século XIX o mesmo que as Ilhas Atlânticas, a Costa Africana e o Oriente nos séculos anteriores, já depois de ter contribuído nos finais do século XVI para a solução da crise do comércio oriental e, mais tarde, na consolidação da Restauração da independência.

Foram os resultados conseguidos, ou os seus propósitos, imediatamente atingidos? Tudo nos leva a crer que não! Da teoria à prática, pelo menos nas coisas económicas, os processos demoram o seu tempo.

O decreto de 31 de Dezembro de 1852, que criava a cadeira de "montanistica e docimasia", pressupunha, em reforço da indústria mineira, a criação de escolas práticas de mineiros:

Logo que possa estabelecer-se a Escola Pratica de Mineiros na mina de S. Pedro da Cova ou em outra que o governo escolha para este fim, serão os alumnos, que se destinam ao exercício da arte de minas, obrigados a seguir os trabalhos práticos na referida mina pelo tempo que se lhes marcar e á custa do

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governo.

Toda a legislação promulgada em 31 de Dezembro de 52 traduz-nos a vontade firme dos governos nesta matéria, denunciando mesmo, por vezes, uma certa coacção sobre os concessionários, naturalmente para lhe dar exequibilidade: "A empreza que tomar os

trabalhos acima indicados0 fica sujeita ás condições do decreto de minas, e alem d'estas, a

consentir na mina que lhe for concedida o estabelecimento de uma escola pratica de mineiros, sustentada á custa do estado'''.

Mas se legisladores e teóricos para o arranque mineiro não nos faltavam, o mesmo não podemos dizer acerca da criação de escolas para que o decreto apontava. As escolas

práticas não funcionavam e, em 1857, uma ucommissão scientifica muito competente e

autorizada", então criada, comunicava ao governo:

Nas condições de concessão de algumas minas está estipulado e o mesmo se pôde estipular com outras que os concessionários sejam obrigados a entreter numa escola pratica mineiros, pois que em algumas das novas minas estão os trabalhos sufficientemente desenvolvidos para esse fim, e outras promettem em breve egual desenvolvimento. É evidente que no estado em que nos achamos seria inutil tratar já de uma escola pratica de minas, não havendo ainda pessoal habilitado para ensinar; mas seria conveniente que os alumnos que se tem já habilitado, ou se forem habilitando... se jam subsidiados pelo governo para residirem por algum tempo nas minas em lavra activa, com obrigação de fazer cada um uma memoria descriptiva da

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mina que visitar.

A própria Direcção Geral das Obras Públicas reconhecia que era preciso fazer mais nesta matéria, não bastando a criação na uEscola Poytechnica" da cadeira de docimasia e montanística:

Refere-se às empresas concessionárias das minas de antracite de S. Pedro da Cova e de carvão de pedra jurássico de Buarcos.

61 Art0. 4o. do Dec. cit.

62 RIBEIRO, J. Silvestre - Op. cit. p. 144.

63

Idem. Ibidem, p. 144.

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A experiência porém, tem mostrado não ser esta disposição suficiente para as exigências da

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industria mineira em Portugal. É indispensável um curso de estudos especial para este ramo(...).

É assim que compreendemos a defesa que o Conselho Geral De Obras Públicas e Minas fazia sobre a necessidade de se criar um curso independente para a área das minas, tendo em consideração que as cadeiras de montanística, docimasia e metalurgia não exigiam grandes requisitos para a sua frequência, e nem sequer se fixara "o quadro das disciplinas que, reunidas com as do curso especial, devem constituir uma habilitação completa e

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distinta, como foi ordenado para a engenharia civil, e para os cursos professionaes em geral". O sector das minas começava, de facto, a merecer a relevância necessária por parte do ministério então criado, nomeadamente por um dos seus organismos, o Conselho de Obras Públicas, que passava a dar pareceres sobre todos os assuntos relacionados com as obras públicas e minas, asempre que o governo o consultar". Não temos quaisquer dúvidas no que afirmamos, até porque o governo, ao considerar que "O conhecimento do estado actual das minas em lavra e em exploração, e bem assim de outras concedidas em différentes epochas, era uma necessidade de primeira intuição", incumbiu o engenheiro e geólogo Carlos Ribeiro de "inspeccionar muitas minas nos diversos Districtos do Reino". Deste modo, pretendia o governo tomar nas suas mãos o que dantes fora das "auctoridades locaes, sempre incompetentes para

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Minas. Direcção Geral das Obras Públicas, em 30 de Abril de 1857. MAIA, Caetano Alberto - Boletim do M.O.P.C.I., (Dez. 1957).

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Consulta Do Conselho Geral De Obras Publicas E Minas, sobre a Necessidade De Regularizar Os Estudos Especiaes Que Devem Formar a Parte Principal Da Instrucção Dos Indivíduos empregados No Serviço Das Minas. Boletim, do M.O.P.C.I.. Tomo 2o.

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Decreto de 30 de Agosto de 1852 sobre a constituição e atribuições do Conselho de Obras Públicas.

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Minas. Direcção Geral das Obras Públicas, 30 de Abril de 1857. Boletim do M.O.P.C.I., Dezembro de 1857, p. 752.

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emitirem juízo em similhãntes objectos ...e espera conseguir que se melhorem os methodos do

trabalho nas minas, e que se accélère o desenvolvimento das que estão em simples exploração1',

i n c r e m e n t a n d o assim o desenvolvimento mineiro. Estamos, de facto, p e r a n t e u m a revolução n a concepção da indústria mineira. O governo lança "mãos à obra" e, a partir de agora, concessões e p r o d u t i v i d a d e começam a evidenciar sinais de desenvolvimento.

T o d o s pareciam reconhecer q u e através de u m a sábia legislação sairia o país d o atraso mineiro: "A falta de uma legislação apropriada concorria igualmente para que esta

industria não tivesse o desejado augmento". Nesse sentido se t i n h a p r o m u l g a d o o Decreto de

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31 de Dezembro de 52, "imitando o que de melhor se tem feito nos outros países", tentando-se

obviar algumas lacunas d a Lei de 50. D e salientar q u e esta legislação, inspirada n o direito alemão e n a lei francesa de 1810, corresponde ao período fontista a q u e n ã o é alheia a criação d o Ministério Das Obras Publicas, Commercio E Industria, cujo propósito se apresenta claramente definido n o projecto d o p r ó p r i o decreto:

A nova situação económica, creada ás nações modernas pelo immenso desenvolvimento industrial, que caractérisa este século, trouxe a necessidade de subdividir os departamentos da governação publica, incumbidos de superintender e dirigir, em nome dos interesses gerais, os grandes grupos de interesses particulares. Foi por isso que n'outros paizes se crearam Ministérios differentes(...).

70 ,

Ibidem.

Vide gráfico n° 1 e quadro n.° 2 do cap. 1.

72

Minas.... Op. cit. p. 751.

73

Diário ao Governo, n°. 2, de 1853. Tendo em consideração a promulgação de vários decretos na mesma

data, frisamos que este respeita à "lei de minas" que reformou o Decreto de 28 de Agosto de 1850.

74

Minas... Op. cit. p. 751. 75

Vide cap. 1.

76

Projecto de Decreto de 30 de Agosto de 1852. Creação e Organização do Ministério das Obras Publicas, Commercio e Industria. Boletim do M.O.P.C.I., 1853, T. Vol.

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Afirmamos, com toda a clareza, que a legislação liberal produzida nesta matéria evidencia sentidas preocupações com o desenvolvimento industrial, em geral, e não se esquece, em particular, da indústria mineira. Toda a legislação "fontista" promulgada a partir de 30 de Agosto de 52 constitui uma profunda revolução na concepção económica a seguir. No projecto do decreto do M.O.P.C.Í. são clarificados os objectivos que presidem à sua criação:

Este Ministério collocará a administração em relação com as indústrias; estabelecerá as respectivas jurisdicções da policia e contencioso; cuidará em facilitar todas as transações, em promover a barateza de todos os transportes, pela feitura de boas vias de communicação; tratará de organizar o crédito industrial, de instituir o ensino professional e tecnhico, sem o qual as industrias difficilmente poderão progredir, porque não sabem melhorar os seus processos aproveitando as indicações da sciencia.

Levados pela circunstância, não podemos deixar de apresentar, ou melhor, publicitar, a mais de cem anos de distância, os princípios económicos que norteavam já um dos mais célebres estadistas de meados do século, António Maria Fontes Pereira de Melo. São princípios sempre tão actuais que, ainda hoje, constituem a base de discussão para muitas políticas económicas quando se discute o progresso de uma região ou país. E nem tão pouco o governo de Fontes se esquecia da importância que se deveria dar ao ensino técnico e profissional. Porém, se as despesas pesavam, havia que justificá-las: "A organização do novo Ministério origina um pequeno aumento de despeza; mas esse aumento será sobejamente compensado pelo incremento resultante da riqueza nacional''. Pesavam,

evidentemente, as preocupações com as despesas resultantes do seu funcionamento, mas, em contrapartida, a finalidade pretendida compensava todos os gastos :

A situação da Fazenda Publica não perde, antes ganha com as despezas productivas. O seu verdadeiro melhoramento ... ha de necessariamente resultar do augmento da materia tributável, e este só se consegue promovendo as industrias, construindo vias de communicação, facultando a instrucção, fomentando o credito(...).

Quisemos apenas testemunhar o relevo dado a este sector de actividade e sobretudo mostrar os factores que, ao tempo, tal como hoje, se apresentavam como solução para o progresso do país. Nesta conjuntura, as minas passaram a ocupar, cada vez mais, a atenção dos responsáveis do Ministério das Obras Públicas, merecendo logo tratamento diferenciado aquando da sua organização que as incluiu na u4a- secção - Minas-

Pedreiras- Trabalhos geológicos". Nesta sequência, a Commissão de Minas era extinta e as suas funções transitavam para o M.O.P.C.Í., ao mesmo tempo que se procedia à criação de "mais um logar no Conselho de Obras Publicas e Minas, que sera exclusivamente desempenhado

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por pessoa competente em relação á especialidade de Minai".

Como se vê, os conhecimentos específicos nesta matéria passavam a ser uma exigência, que aliás já se fizera sentir na legislação de 36. Passos Manuel, mostrando-se seriamente preocupado com esta indústria, publicava uma circular na qual reconhecia ser

Ibidem.

Decreto de 30 de Setembro de 1852. 80

Criada pela Lei de Minas de 25 de Julho de 1850. 81

Decreto de 10 de Novembro de 1852 - Extinção da Commissão de Minas. Este organismo, tal como o que o substituiu, tinha funções consultivas.

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da maior importância o estudo da situação das minas, da razão do seu abandono e sobretudo da necessidade do seu restabelecimento:

Sendo da maior necessidade que o Governo de Sua Magestade obtenha todas as noções que são indispensáveis para conhecer o estado actual das Minas, e metaes do Reino, a fim de promover os melhoramentos de que forem susceptíveis, e se tirarem de um tão importante ramo de riqueza pública todas as vantagens possíveis em beneficio da Fazenda Nacional.(,..).

Constatamos assim, e mais uma vez, o quanto este ramo da economia vinha a merecer por parte dos governos uma atenção especial, passado que era o primeiro quartel do século. A mesma circular determinava que se fizesse um levantamento do estado actual das minas de que deveriam resultar informações pormenorizadas da sua actividade, produção, número de operários, despesas efectuadas, mineral obtido, venda e destino, bem

como a produção arrecadada.83 Chegava ao ponto de se procurarem as razões do abandono

de muitas, apelando-se para que os administradores dos concelhos "consultassem pessoas hábeis, e intelligentes que os habilitem a satisfazerem aos mencionados quisitos, e a proporem ao Governo todos os meos que forem adequados, a fim d'empregar efficazes providencias para o

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